Ferro e Mais Ferro - 11/4/2012

NO DIÁRIO METRO DESTA QUARTA!!

Sopa de letrinhas

Leonardo Meneghetti*


A UJR venceu a Afusca. América e ALAF empataram. E o mais surpreendente: A ADS perdeu em casa para a BGF,  5 a 4. Eu sei, o prezado leitor nem imagina do que estou falando. Me refiro ao futsal gaúcho, que se transformou numa sopa de letrinhas. É um monte de siglas e se o senhor aí sabe o que quer dizer alguma destas acima está de parabéns.  Na classificação, a AGSL lidera, seguida por ACBF, ALAF, ASSOEVA, BGF e UJR . AES e ADS ocupam as últimas colocações. Esta é a Série Ouro do futsal estadual. Porto Alegre está riscada do mapa. Nem na Série Prata tem algum clube participando.
O site da Federação Gaúcha de Futsal anuncia: “Rodada eletrizante pela Série Ouro”. E na página uma foto de um ginásio esvaziado. Nas placas de publicidade que aparecem, mais da metade são de outra sigla: FGFS. Ou seja, a própria Federação Gaúcha de Futsal não conseguiu rentabilizar seus espaços. Dá pena. O futsal gaúcho vai minguando, respirando graças ao empenho de alguns empresários abnegados, apaixonados pela modalidade. E que ainda resistem. Investem com amor, apesar da inoperante gestão que se tem à frente da entidade.
A ACBF, de Carlos Barbosa, é um destes exemplos. Time estruturado, paixão da cidade, alma do empresário Clóvis Tramontina. Na mesma linha a ASSOEVA, de Venâncio Aires, e o Atlântico, de Erechim.
Federação Gaúcha de Futsal e Federação Gaúcha de Futebol são irmãs. Funcionam na mesma rua, a trinta metros de distância, e têm diretores que transitam de uma entidade para outra. O presidente da FGFutsal é Dárcio Castro, esforçado ex-jogador da modalidade e que teve uma passagem ruim como diretor de futebol profissional do Inter. É apadrinhado de Francisco Novelletto, o presidente da FGF. O departamento de marketing do futsal está sob o comando de Wesley Cardia, que já exerceu a mesma função na FGF.  Um dos diretores da Federação de Futsal é ex-assessor de Novelletto na FGF. Enfim, um círculo de bons amigos, que se entrelaçam ainda com o Esporte Clube São José. Ex-presidente de lá é diretor aqui. Filho de diretor de um trabalha no outro. Infelizmente a fórmula não consegue fazer do futsal gaúcho uma modalidade organizada e credenciada para crescer.
Da mesma forma que teve uma passagem insossa pelos profissionais do Inter, Dárcio Castro vai tropeçando como presidente do futsal gaúcho. Fez uma frustrada e equivocada tentativa de resgatar a dupla Gre-Nal à modalidade. Mas não teve competência nem habilidade. O projeto naufragou e com ele a esperança um de um futsal regional pulsante. Não sei se a Federação Gaúcha de Futsal contempla os anseios de quem está na diretoria. Mas os interesses da modalidade em Porto Alegre e no Estado estão completamente esquecidos.
Quem lembra da quadra do Colégio Rosário lotada para ver Barata, Eugênio, Pauleti, Cocão, Belinho, Choco, Morruga, Ortiz, Biazeto, Branco e outros tantos sabe que é preciso refletir sobre a situação atual. Inter, Grêmio, Gondoleiros, Gaúcho, Teresópolis, Juvenil e outros tantos fizeram confrontos históricos. Treinadores, como Barata, Gato, Laerte, Espanhol, Joca ajudaram a fazer a história do futsal porto-alegrense e gaúcho. Pena que a FGFS chute esta história para fora da quadra. E risque Porto Alegre do mapa das grandes competições.


* Leonardo Meneghetti é diretor-geral do Grupo Band no RS.

2 comentários:

  1. Milton Ferretti Jung11 de abril de 2012 às 23:15

    O Meneghetti,como diretor-geral do Grupo Band no RS,estaria com dor de cotovelo porque a RECORD transmite os jogos de futsal no interior do Estado com exclusividade?

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  2. Que pena amigo.
    Sou de São Paulo e sempre vi e ouvi só elogios aos times do RS.
    Será que não haverá uma maneira de virar a mesa?
    Tomara que sim.
    Walbersan

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