Fim de Semana do Prévidi - 14/15-4-2012 - parte 3

SINCERAMENTE? TAMBÉM
NÃO ENTENDI A JORNALISTA!!!

Recebo no comecinho da noite de sábado:
O assunto é chato e recidivo, eu sei: Presídio Central.
David escreveu um de seus raros e benfazejos artigos (cada vez mais raros), desta vez tratando sobre o Presídio Central. Zero Hora até deu capa.
Tarso contratacou, como era de se supor, detonando antecessores e A PRÓPRIA RBS, acusando-a:  ”os dois governos que nos precederam foram eleitos com o apoio ostensivo das editorias da rede de comunicação onde ele trabalha”.
Como responde a Editora?
Alegando que o Presídio Central é uma fortaleza imune a governos, colunistas e tudo mais. Eu li o “lead” imaginando que a tal fortaleza seria a liberdade de imprensa ou coisa parecida. Qual...
Decepcionou-me a Marta?
Claro que não.
Lembrou-me o Barão de Itararé. De onde menos se espera, é de lá mesmo que não sai nada.
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Pronto. Mais uma vez tive que ler uma Zero Hora de domingo.
E, sinceramente não entendi o que a jornalista Marta Gliech tentou explicar na "Carta da Editora".
Estou pedindo uma força! Desenhe, por favor, o que ela escreveu.
Meus cansados neurônios não conseguiram decifrar tão brilhante texto.
Por isso o reproduzo:

Uma fortaleza imune a jornalistas e a governos

David Coimbra provocou uma avalanche de manifestações com sua coluna “Para sentir vergonha”, sobre as terríveis condições do Presídio Central, publicada em Zero Hora de sexta-feira.

“Quando abri minha caixa de e-mails às 8h da manhã”, conta David, “deparei com duas mensagens escritas às 5h30min comentando minha coluna. Os leitores continuaram se manifestando durante todo o dia, sem parar. Até o começo da noite, foram pouco mais de 180 e-mails. A grande maioria a favor do texto. No meu blog ocorreu o contrário. Até a noite havia cerca de 230 comentários sobre a coluna. A grande maioria contra.” (Confira a coluna e a reação dos leitores em www.zerohora.com/davidcoimbra)

O texto começava assim: “Governador Tarso Genro, o senhor não tem vergonha? O Estado que o senhor governa confina seres humanos em masmorras onde fezes e urina escorrem pelas paredes, onde dezenas de pessoas se amontoam...”. E prosseguia: “Sinto vergonha pelo que é cometido contra esses homens no meu lugar, o Rio Grande do Sul, e no meu tempo, o século 21. Mas isso não me absolve. Não absolve a nenhum de nós.”

O governador Tarso Genro se manifestou em blogs e sites, numa entrevista reproduzida em nota enviada pela bancada do PT à redação de Zero Hora. “Acho que todos os gaúchos estão envergonhados com a situação do Presídio Central”, disse Tarso. “Mas eu, particularmente, sinto-me, além de envergonhado, contente por estar orientando o governo, desde o início da gestão, para incidir fortemente sobre aquela vergonha nacional.” Em outro trecho, o governador declarou: “Convido o jornalista que escreveu o isento artigo a ter vergonha comigo. Mais vergonha, talvez, porque, afinal, os dois governos que nos precederam foram eleitos com o apoio ostensivo das editorias da rede de comunicação onde ele trabalha. Os últimos oito anos de total descaso com o Presídio Central é que resultaram esta situação dramática que, paulatinamente, vamos corrigir”.

Zero Hora tem um longo histórico de reportagens e colunas sobre o inferno instalado no Presídio Central – publicadas não só no governo Tarso, mas também nos de seus antecessores Rigotto (2002-2006) e Yeda (2006-2010), Olívio, Britto, Collares, Simon.

Nem o assunto, nem a realidade são novos. Palavras semelhantes às de David Coimbra foram escritas em 2008 por Paulo Sant’Ana sobre o mesmo presídio, à época do governo Yeda: “Um quadro dantesco que se desenvolve no centro da capital gaúcha, no centro dos três poderes do Estado, aqui nas nossas barbas. São cascatas de fezes e de urina que brotam das paredes e se derrubam sobre as galerias. Nada existe igual. É a doença, a imundície cercando os presos, que vivem como ratos, como insetos, como baratas, como percevejos. É uma vergonha e uma chaga que o Rio Grande do Sul não pode desconhecer.”

É triste constatar que o Presídio Central é uma fortaleza que resiste a governos, a colunistas, a reportagens, a comentários de leitores, a nossa vergonha ou à falta de. Não é um assunto agradável nem para os leitores, nem para os governos. Mas nem por isso vamos nos omitir, como jornal, e deixar de publicá-lo.
 

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Pensei que a arguta jornalista estivesse se referindo aos milhares de reais que circulam por semana no Presídio Central - dinheiro que é, na verdade, complemento de muitos salários. Todos sabem que os detentos, tendo dinheiro, compram de tudo, TUDO, no Presídio.
Mas, não, não há referência a isso.
Também pensei que ela pudesse estar se referindo aquela belíssima área onde está instalado um depósito de bandidos e que poderia abrigar centenas de famílias da classe média, em imponentes espigões.
Mas, não.
Como disse, os meus neurônios não estão me ajudando...

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