Bom Dia!! Terça, 11 de junho de 2013

FIM DA REPORTAGEM POLICIAL

Há tempo que penso nisso.
Não assisto e nem leio mais nada que possa se chamar de "reportagem policial".
Só reproduzem as versões oficiais, além de insistirem nessa bobagem de "supostos suspeitos".
Aqui no RS, o melhor repórter policial, Humberto Trezzi, da Zero Hora, tornou-se editor e apenas faz matérias especiais, quando a bronca é grande (sei não, mas acredito que seja isso).
No país, tem um repórter de cabelo branco, baseado na Globo de São Paulo, que não pode ser mais chapa branca. Lembra daquela vergonhosa entrevista que fez com um guri corintiano, que disse que tinha sido o responsável pela morte de um torcedor na Bolívia?
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No século passado tivemos grandes repórteres policiais. Não vou citá-los, porque são muitos. Mas haviam uns que confundiam as coisas - agiam como policiais e andavam até armados.
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O professor Tibério Vargas Ramos, do Jornalismo da PUCRS, foi um grande repórter policial.
E está indignado.
Leia:

Com a representatividade de quem fez reportagem policial durante a ditadura e fustigávamos diariamente a Brigada Militar e a Polícia Civil, estou decepcionado com os colegas que pegaram o bastão que largamos.
Ouvi domingo à noite, na Bandeirantes, no programa Band Repórter, com Milton Cardoso, informações sobre a selvagem morte de Rosemari, em Sapucaia do Sul, que os nossos jornais ignoraram, não souberam ou não quiseram divulgar por subserviência ou medo.
O Gate, da PM, ficou 20 horas cercando a casa onde o sequestrador Jerry Éder Aguiar, 51 anos, mantinha a ex-mulher dominada com uma faca de açougueiro. Os PMs agora negam que colocaram escuta embaixo do assoalho da casa, mas foram incapazes de se sensibilizarem e intervirem diante do estupro e sofrimento imposto à pobre mulher, que não despertou compaixão nem da deputada Maria do Rosário.
A tropa de elite, capaz de acertar um tiro com precisão, tinha ordens superiores de não atirar.
Quando enfim invadiram a casa, um dia depois, Rose se esvaía em sangue e fezes.
Em depoimento pungente dado a Milton Cardoso, o filho da vítima contou que sua mãe foi empalada com um cabo de vassoura.
A Brigada alega que o criminoso se matou, mas o delegado que investiga o caso não tem tanta certeza. Quando entraram na casa, os PMs podem ter encontrado a mulher agonizante e o homem vivo.
O “suicídio” pode ter sido providenciado para encobrir o erro dos atiradores de elite de não terem matado o assassino antes dele provocar o flagelo de Rose.
Foi um dos episódios mais dramáticos da reportagem policial que os jornalistas se contentaram em ouvir somente as fontes oficiais e não foram a fundo nas investigações e conexões, não interrogaram médicos que atenderam a vítima, familiares, nada.

Um comentário:

  1. Infelizmente, aqui no RS, se vive uma ditadura do politicamente correto. Sacrifica-se a qualidade da informação ( que na mídia gaúcha, para mim, é cada vez pior ), para satisfazer interesses políticos e de grupos representativos das minorias.

    Tem-se fartos espaços para tudo que é tipo de bobagens, menos para o que realmente interessa. Não há nenhum debate mais sério e mais profundo, é tudo superficial, e tudo orientado pela política rasteira, paroquial e provinciana.

    A depender de mim, a mídia gaúcha não tem audiência alguma, em qualquer veículo ... Desconfio de tudo o que leio, ouço e assisto !

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