Sexta, 12 de julho de 2013 - parte 3

O SUPOSTO GOLIAS E O SUSPEITO DAVI

Lembram do post Quarta, 10 de julho de 2013 - parte 4? Tinha como título "O NÍVEL DE ESCROTIDÃO QUE UM HOMEM PODE CHEGAR!!".
Reproduzi um vomitante texto do Paulo Pagodinho, que começava assim:
O murro merecido
De repente, surgiu à minha frente, num corredor, um homem que odeio com todas as forças da minha ira.
Tive um ímpeto cerebrino de esmurrar na cara aquele homem a quem dedico todo o meu ódio por ter sido canalhamente invejoso comigo, mas me contive. E o meu homem odiado passou por mim invicto da minha fúria.
(...)
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Hoje, está na Zero Hora:

David Coimbra: "Aprendendo a odiar"
A Biblioteca Esquecida de Hitler é um livro que conta a história dele, Hitler, através dos livros que possuía. Muito interessante. O homem tinha mais de 16 mil livros divididos em três grandes bibliotecas. Lia um livro por noite. De tudo: de Kant, Schopenhauer e, é claro, Nietzsche, ao seu grande ídolo, o americano Henry Ford, que, além de enriquecer inventando o Modelo T e a linha de montagem, escreveu uma alentada e repugnante obra antissemita intitulada O Judeu Internacional. Era o livro de cabeceira de Hitler. Quando a II Guerra estourou, Ford tentou tirar todos os exemplares das livrarias e espalhou que não havia sido ele o autor, que outros escreveram e ele só havia assinado. Que nada. Ford era antissemita mesmo, e por isso Hitler o admirava tanto e até o condecorou.

Nesse A Biblioteca Esquecida, o autor conta que Hitler gostava muito da filha do seu fotógrafo pessoal, Henriette Hoffmann Von Schirach, a quem chamava de “meu raio de sol”. Ocorre que, durante um jantar íntimo, isso já em meio à guerra, Henriette reclamou do tratamento dado pelos nazistas às mulheres judias de Amsterdã.

– Não posso acreditar que você saiba sobre elas – disse em tom de queixa a Hitler, que endureceu o rosto, levantou-se em silêncio e, em seguida, rosnou:

– Você é sentimental, senhora Von Schirach! Precisa aprender a odiar. O que as mulheres judias da Holanda têm a ver com você?

A partir daquela noite, o raio de sol do ditador afastou-se dele para sempre.

Mas o que me interessou em especial foi o conselho de Hitler à moça: “Você tem que aprender a odiar”.

Você tem que aprender a odiar.

Os seres humanos aprendem a odiar, realmente. A maldade pode ser ensinada. Pode se tornar um hábito. Mas, em geral, as pessoas não querem nada disso. Conheço poucas pessoas más, pessoas movidas pelo ódio, que desrespeitam outras pessoas como conduta de vida. Poucas, de fato. A maioria prefere viver em paz. E é por isso que o ser humano busca a rotina. A rotina é a segurança, é a garantia de paz.

O que leva o homem a romper a rotina e meter-se em confronto com outros homens é o descontentamento com sua própria vida. É a frustração. O povo brasileiro está frustrado e por isso rasga a rotina, sai à rua e procura o confronto. As coisas deveriam estar dando certo para o brasileiro, e não estão. Então, o brasileiro grita. E gritam todos, em todas as instâncias: estudantes invadem a câmara de vereadores, médicos fazem passeata, caminhoneiros fecham estradas, prefeitos vaiam a presidente da República. Ninguém está feliz no Brasil. Ontem mesmo recebi um e-mail de uma entidade, e esse e-mail era também um grito: “Nada muda sem violência!”

Nada muda sem violência, dizia o e-mail.

Eu diria o contrário. Diria que nunca vi algo de bom ser construído com violência. Mas não é a conclusão a que estão chegando muitos dos brasileiros. Como já disse, os brasileiros, por todas as razões que conhecemos, estão frustrados. A frustração lhes dá raiva. E a raiva, tristemente, pode ensiná-los a odiar.
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Aguardemos o que virá.


6 comentários:

  1. Tchê, se estes caras tem espaço na Zero Hora pra escrever, vou indicar uns funkeiros do Morro da Cruz como colunistas...que horror. O que faz a ânsia pelos 15 minutos de fama...ou querer se perpetuar neles...triste ver um senil ainda ter espaço e ganhar holofotes e outro jovem rapidamente seguindo os passo do mestre.

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  2. Penso que o sr.Silvio não entendeu bem a situação.Escrever o que ele escreveu sobre o Paulo Santana, até vai.Mas o que escreveu o David Coimbra foi de um brilhantismo elogiável e admirável e em nada está seguindo o PS.Pelo contrário.E é até por isto que eles não se "bicam".
    Luiz

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  3. David Coimbra:
    Gosto muito do texto leve, fluido do DC. Como gosto de livros, literatura, história e assemelhados, mais me aproximo dele. Enquanto caminho pós meio-dia, divido meus ouvidos com o Sala ( muito principalmente por ele e o Kenny ) e o Esfera Pública. Interessante que eles ( David e o Juremir ) são amigos fraternos. Que bom que ainda exista este tipo de amizade! David, concordo contigo: a gente vai se frustando com coisas pequenas e grandes, de interesse coletivo e pessoal, religioso e pagão...e, inclusive, pela arrogância da tua rádio ( gaúcha ) em fechar as portas de eventos esportivos à Guaiba, na tentativa de obter o império da audiência aqui no sul, coisa impossível e que só gera antipatia coletiva ( os protesto das "massas difusas" que o digam!). abraços
    João Paulo / Taquari

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  4. Previdi,
    Para quem não sabe os eventos são comprados,quem tem bala compra e repassa para quem bem entender(Band), como a Record fez em Londres,que só podia ter fotos dos ângulos que eles queriam.Guaíba,foi uma rádio ótima no tempo que tinha Lauro,Ruy....
    Faz muitos anos que a Gaúcha não tem concorrente,mas isso se chama competência.
    Eduardo

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  5. Ô anônimo da 11,41, baba-ovo da RBS: aqui, na minha Taquari, eu caminho ouvindo a Guaiba no fone de ouvido e, às vezes, o som aumenta muito; retiro o fone do ouvido e noto um carro, estacionado ressonando a audiência. Se não tem concorrente, qual o porquê de não permitir que a Globo vendesse à Guaiba o direito de transmitir a Copa da Confederações? Medo, afirmo eu! Logo logo o pessoal vai recomeçar a gritar nas jornadas "guaiba, guaiba, guaiba! O dinheiro compra muito, tudo, NÃO!
    João Paulo / Taquari

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  6. Previdi,
    Sempre discordei de alguns comentários teus e nem por isso baixamos o nível.
    Agora esse Baba-ovo da Guaíba/Universal,vem ofender,como ele tem o direito de manifestar a opinião dele eu tenho o mesmo direito de colocar a minha.Só quem pode policiar é tu.
    Abraço
    Eduardo/Porto Alegre

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