Terça, 23 de julho de 2013 - parte 2

SOBRE O POETA LUIZ DE MIRANDA

Escreve o arquiteto Eduardo Escobar:

Tenho acompanhado a paixão do poeta que publicizou seu estado de penúria profunda, depois de anos de dedicação exclusiva às artes escritas. Me comovi com a mobilização que muitos iniciaram, a estratégia cheia de méritos do Julio Ribeiro para ajudar o poeta e cheguei mesmo a pensar uma maneira de ajudar.
Até me irritei com a postura pouco corporativista do Carpinejar que criticou a cigarra que não guardou provisões pro inverno da vida.
Mas hoje, ouvindo o Sala de Redação, me dei conta de algumas coisas. Não sei quanto ganham os integrantes do Sala. Já me disseram que alguns, mais solicitados, passam dos dois dígitos, mas no grosso, sei lá se estou falando alguma bobagem, ganham muito bem.
Pois bem, a turma do Sala conta com 8 integrantes: Lauro, Guerrinha, Kenny, Santana, Coimbra, Cacalo, Wianney e Pedro Ernesto. Se cada um doar 200 pilas de seus vencimentos mensais, o Miranda teria 1400 reais por mês para continuar escrevendo poesia.
Sei o quê irão dizer: se abrirmos esse precedente, com grana doada de cada um deles, a vida deles vira um inferno, porque aparecerão outros artistas na pindaíba reclamando um naco no bocado. Isto é certo!
Agora uma solução: volta e meia o pessoal do Almanaque Gaúcho publica poesias do Miranda (eu pessoalmente, não gosto do estilo dele, mas fazer o quê?). Por que então a Zero Hora não abre espaço pro poeta e paga um salário digno pela obra do rapaz? Porque não torná-lo produtivo, finalmente? Por que a aposentadoria especial que muitos sugeriram a ele, via INSS se extingue no momento que ele se tornar produtivo. Se ele optar pela verba da Previdência não poderá viver de poesia, pelo menos, ganhando dinheiro com ela.
--
Digo eu: Esse Carpinejar, calado, é um grande poeta e escritor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário