Quarta, 4 de dezembro de 2013 - segunda parte

OLHA ISSO
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FERNANDO ALBRECHT

A civilização Jabba
De algum tempo para cá dei para examinar as fotos antigas de veranistas do Litoral gaúcho nas décadas de 1920 até 1950. Observei que praticamente todos os homens retratados são magros e sem bariga, gordurinha só nos idosos e olhe lá. Magros mas em boa forma física. Já as mulheres são mais gordotinhas, como ditava a moda de então. Essa magreza aparente e a boa forma, acho eu, tem tudo a ver com o estilo de vida de então e com o que se comia e bebia. Começa que se trabalhava pra caramba braços e pernas, se comia comida de verdade e não fast-food.
Não tinham elevador, os vidros tinham que ser acionados manualmente, para mudar o dial do rádio tinha que levantar a bunda da cadeira entre outras dezenas de tarefas que hoje são feitas com um apertar de botão. Além de acumular gordura – olhe só as silhuetas das adolescentes - aos poucos o homem deixa seus membros atrofiarem. Não conseguimos mais mexer as orelhas para ouvir predadores chegando e o nariz para sentir cheiros mesmo só em conjunto com a boca. Até o sexo poderá ser virtual, como naquele filme da Jane Fonda, Barbarella. Imagina a quebradeira das fábricas de camisinhas.
No futuro, seremos como o Jabba The Hutt, do filme Guerra nas Estrelas. Uma enorme massa de gordura que não consegue nem mesmo se mover. Isso me dói particularmente, porque, com os dedos atrofiados, não teremos mais pianistas só para começar o relato da tragédia. Ninguém mais tocará as Variações Goldberg de Bach como Glenn Gould, nem o boogie woogie como Johan Blohm.
Sim, teremos robôs, mas robôs não têm alma, vocês sabem.

3 comentários:

  1. previdi. o nome disso é: "preça"

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  2. Previdi, voce que tudo vê: a RBS ta mal das pernas?
    Soube que cancelaram o presente dos jubilados. E agora, cancelaram também a festa de fim de ano!
    Que pasa?

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