Terça, 31 de março de 2015



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ponto do dia - 1




Operação ZHelotes


AGORA, FEDEU! A CASA CAIU!







Na Folha de S. Paulo de hoje, Natuza Nery e Gabriel Mascarenhas assinam a matéria "12 empresas negociaram propina no Carf, diz PF".
O início, para situar a encrenca:

A Polícia Federal vê fortes indícios de que ao menos 12 empresas negociaram ou pagaram propina para reduzir e, em alguns casos, zerar débitos com a Receita Federal.
A Folha teve acesso à relação dos 74 processos que estão na mira da PF. Cada uma das empresas tem diferentes níveis de envolvimento no esquema de compra de sentenças desvendado pela Operação Zelotes, deflagrada na semana passada.
Segundo investigadores, muitas subornaram integrantes do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), colegiado responsável por julgar, em segunda instância, recursos de contribuintes autuados pela Receita. Outras, porém, foram procuradas por facilitadores que intermediavam o suborno a conselheiros do órgão, mas ainda não há contra elas elementos que comprovem o pagamento da propina.
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No quarto parágrafo, o pepino:

Os casos que os investigadores consideram ter indícios mais consistentes atingem processos dos grupos Gerdau e RBS; das companhias Cimento Penha, Boston Negócios, J.G. Rodrigues, Café Irmãos Julio, Mundial-Eberle; das empresas do setor automotivo Ford e Mitsubishi, além de instituições financeiras, como Santander e Safra.
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Mais adiante:

A Folha apurou que, para o Ministério Público, até o momento os casos em que há indícios mais fortes de eventuais irregularidades envolvem a RBS e o grupo Gerdau.


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TULIO MILMAN, NÃO PRECISAVA ESCREVER ISSO

No Informe Especial no Zero Hora, hoje:

Zelotes

No governo Yeda, quando acusaram o secretário Aod Cunha de receber dinheiro ilegal para a campanha, afirmei que preferia esperar pelas provas. Nunca apareceram. No mensalão, disse o mesmo. Nesse caso, de acordo com o STF, as provas apareceram. Agora, quando alguns querem derrubar a presidente no grito, reitero a minha posição.
Investigar é uma coisa. Condenar é outra. Vale o mesmo para a Operação Zelotes e para as dezenas de empresas citadas (Bradesco, Gerdau, RBS, Marcopolo e Santander, entre outras).
Pessoalmente, acho muito bom que se investigue. É bom para o país. Mas, como sempre faço e continuarei fazendo, prefiro esperar pelo julgamento da Justiça para ser definitivo. Vale para a presidente da República, para um cidadão comum ou para algumas das empresas mais importantes do Brasil.



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ponto do dia - 2




Operação ZHelotes


VIRAM NO QUE DÁ A SOBERBA, O NARIZ EMPINADO?
ACUSAR A TODOS DE CORRUPTOS E IMORAIS? HEIN?





Quanta moral de cuecas/calcinhas, não? Tudo jogado fora, pela latrina.
Ontem foi um dia "tipo triste" nos veículos da RBS. Na Rádio Gaúcha não conseguiram disfarçar o constrangimento com as graves denúncias de corrupção contra a RBS. Aliás, não foram denúncias feitas por anônimos ou por "atilados repórteres", mas pela Polícia Federal, Ministério Público, Corregedoria-Geral do Ministério da Fazenda e Receita Federal. Não é brincadeira.
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Desconhece a denúncia da mutreta em que SUPOSTAMENTE existe uma SUSPEITA em relação ao Grupo RBS? Explico: grupos empresariais estão envolvidos nas denúncias da Operação Zelotes (ou ZHelotes), que investiga mutretas milionárias no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), órgão responsável pelo julgamento de recursos administrativos de autuação promovidas pela Receita Federal.. Não é brincadeira. A investigação se estende sobre julgamentos na ordem de R$ 19 bilhões, com prejuízo já apurado de R$ 5,7 bilhões para os cofres públicos
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Volto ao constrangimento dos paladinos da moralidade da RBS.
- Desde 27 de março que a colunista de política do Zero Hora não posta nada em seu blog. Quem assinou sua coluna ontem foi Juliano Rodrigues, que não tocou no tema. (ME INFORMAM ÀS 13 HORAS QUE O PAI DA ROSANE FALECEU NESTE FINAL DE SEMANA E ELA ESTÁ NO INTERIOR DO ESTADO)
- Carolina Bahia, a nossa Louro José, em seu blog, nem toca no assunto.
- David Coimbra, escreveu, escreveu e não disse nada. Ou melhor, afirmou, "categórico", que nenhum chefe ou chefete da RBS pediu para que não tocasse no assunto. Como ele não é bobo, não tocou, além daquele papinho de que "em qualquer caso, envolvendo quem quer que seja, se houver ilícito, há de ser punido". Malandrão!
- Moisés Mendes, o neo-mimadinho, defensor do esquálido PT, deu uma disfarçada legal e escreveu que "torce pelo Brasil".
- O editorial do ZH? Trata do Ministério da Educação.
- Luiz Fernando Verissimo está com saudade do Big Bang.
N Rádio Gaúcha o constrangimento foi maior.
- Daniel Scola, o tímido, não escreveu nada no Twitter. Me disseram que ele se irritou porque os ouvintes cobraram, durante o programa da manhã, que ele deveria falar da ZHelotes.
- O Potter gostou do que o David Coimbra escreveu no blog. Hahaha!!!
- Não escutei nada da apresentadora consciente.
- O único apresentador de verdade dos programas de jornalismo da Gaúcha, Antônio Carlos Macedo, o Mazedão, publicou n Facebook e leu uma nota.
Leia:
Corrupção é sempre corrupção. Não importa a origem

Desde sábado, quando detalhes da Operação Zelotes foram divulgados pelo Estadão, tenho recebido dezenas de manifestações de ouvintes cobrando minha opinião sobre o assunto. Muitas sinceras, de pessoas interessadas em esclarecer os fatos. Outras, como sempre, odiosas, interessadas apenas em confundir e nivelar por baixo as coisas.
Em respeito aos primeiros, é que respondo com a naturalidade de sempre:
Desvio de dinheiro público é sempre um delito grave, praticado contra o todo da sociedade. O dinheiro que corre pelo ralo da corrupção é dinheiro que falta na saúde, da educação, na segurança, etc.. Nesse contexto, apoio toda e qualquer operação que busque acabar com essa farra.
Espero da Zelotes o mesmo que espero da Lava-Jato e de qualquer outra operação semelhante: que as suspeitas sejam devidamente investigadas e os fatos esclarecidos, com a identificação e a punição de eventuais culpados.
Corrupção para mim é sempre corrupção. Não importa a origem. Políticos, funcionários públicos, empresas, partidos, governos... Todos que mexerem com o dinheiro do povo tem que responder diante da lei.
Não uso seletor de canais para tratar do assunto, ao contrário de uns e outros por aí, que só se escandalizam com as denúncias envolvendo desafetos políticos e ideológicos.
Podem ter a certeza de que jamais fecharei o punho e erguerei o braço para saudar corrupto como herói.
(Comentário feito durante o Gaúcha Hoje de 30.3.2015)

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O MAIS ENGRAÇADO DE TODOS!!

Claro, só podia ser o Paulo Pagodinho Sant'Ana!!
Na sua coluna de domingo, ele lascou: CADA VEZ ROUBAM MAIS
Hahahahahaha!!!!!!!!!
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Pérolas do texto.
(Sempre mal informado, não tinha ideia de nada)

Essa foi pros chefes dele:
A novidade é que antes só eram presos os propineiros, os que recebiam o dinheiro. E agora estão sendo presos os que pagaram a propina, os empresários que subornaram. Finalmente.
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Esse vai fazer o pepino aumentar:
Delação premiada tem por todo o lado. Verificando-se, por esse expediente, que quem roubou o dinheiro que foi flagrado não vai para a cadeia, calculo que o dinheiro que não foi flagrado continua em poder dos corruptos e eles podem viver à tripa forra com o dinheiro que lhes sobrou e a liberdade que lhes foi obsequiada.
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Hahahahaha!!! Parece até roteirista do Zorra Total!!

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POR QUE A RBS NÃO OFERECE O GIOVANI GRIZOTTI PARA SE INTEGRAR A BRAVA EQUIPE DE  INVESTIGADORES DA OPERAÇÃO ZHELOTES?



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ponto do dia - 3




DESCUBRA O QUE TEM EM COMUM
O GRUPO RBS E A GIGANTE BR FOODS

(Ele mesmo, o Mãos de Tesoura)



Leia estes trechos da matéria de Luiz Cláudio Cunha, publicado neste Blog e em outros veículos, com o título "A tesoura que assombra a RBS".

(...)
A aflição dos jornalistas nas redações da RBS aumenta quando cruzam, nos corredores, com uma jovem morena, de rosto redondo, cabelos pretos e sorriso doce, que nem todos conhecem pelo nome. É Telma Goulart, 42 anos, a tesourinha que Galeazzi levou de São Paulo para Porto Alegre como consultora encarregada de identificar e retalhar nos jornais da RBS os empregos pelos quais Duda têm menos apego. Graduada em Matemática pela USP e MBA em Gestão Estratégica, Telma foi uma eficaz gerente de análise de mercado do Grupo Folha/UOL por quase 19 anos. O fio agudo onde pisa Telma pode ser sentido pelo pensamento cortante de Galeazzi: “O erro é a contratação mal feita, que incha a empresa”.
O consultor é frio como a lâmina que usa para cortar custos, despesas e empregos na obsessão para salvar empresas pelo saneamento de suas contas: “Cortar é apenas uma parte da gestão. Não dá para cortar custos infinitamente. Mas, devem ser cortados sempre, como as unhas e os cabelos”. No conjunto, o currículo cabeleireiro-empresarial de Galeazzi rima com sucesso, apesar da inevitável e descabelada sangria que provoca nos salões que contrataram seu gume e talento, ambos temidos e festejados.
(...)
Em 2012, Pedro Grendene contratou Galeazzi para acertar o passo e calçar melhor o grupo Vulcabrás/Azaleia, que faturou no ano R$ 1,1 bilhão, mas devia outro R$ 1 bilhão. O consultor chegou afiado em julho e, até dezembro, 12 fábricas tinham sido fechadas na Bahia, produzindo 13 mil demissões.
A tesourada incluía os 800 trabalhadores da fábrica de Parobé, a cidade gaúcha onde nasceu a Azaleia. Galeazzi nunca se assume com um serial killer de empregos, mas como um executivo devotado ao mantra sagrado da reestruturação. Ele ensina: “O reestruturador precisa ser tático e ter um horizonte de até dois anos para empreender as mudanças necessárias”. É o tempo que Galeazzi terá, até 2015, para ‘reestruturar’ a RBS.
(...)
Em meados dos anos 2000, o grupo de supermercados Pão de Açúcar, maior rede varejista do país, estava perdendo a corrida para o concorrente que viera dos Estados Unidos, a rede Walmart. Abílio Diniz, dono do grupo, achou que essa era uma missão para Galeazzi Mãos de Tesoura. O consultor ganhou o crachá de presidente, em dezembro de 2007, e virou a empresa de 150 mil funcionários pelo avesso. Mudou a disposição dos produtos nas gôndolas das 1.800 lojas no País, trocou o mix de itens vendidos e suspendeu a agressiva política de descontos da empresa. Em poucos meses, demitiu 20 diretores e 300 empregados.
Entre janeiro e setembro de 2009, o amargo prejuízo do Pão de Açúcar se converteu num doce lucro de 162% em relação ao período do ano anterior. A tesoura é de Galeazzi, mas quem dá a tesourada é sempre o pessoal doméstico, lembrou ele em 2012 à repórter Vivian Soares, do Valor Econômico. “Os executivos da casa conhecem a empresa, sabem o que fazer e são parte ativa na reestruturação. Muitas vezes só faltava o pontapé inicial”, disse, lembrando do aviso que deu aos executivos do Pão de Açúcar quando assumiu a presidência: “Quem vai trabalhar aqui são vocês, e vão trabalhar como nunca. E o pior é que quem vai levar o crédito sou eu”.

CAINDO NA TABELA

No caso da RBS, isso quer dizer que Galeazzi como de hábito traz a tesoura e leva o ‘crédito’, mas a tesourada, insinua ele, será sempre de Duda e dos executivos sobreviventes da RBS. Apesar de Duda tentar exalar perfume em sua ‘carta-bomba’, negando a crise, os números contam outra realidade. Em 2008, o caixa da RBS ganhou um sopro com a venda de 12,64% do capital à Gávea, o banco de investimento de Armínio Fraga, presidente do Banco Central no Governo FHC e anunciado como futuro ministro da Fazenda de um (muito) hipotético Governo Aécio Neves. A ponte entre o banqueiro e a família Sirotsky foi construída pelo então vice-presidente executivo da RBS, Pedro Parente, ministro do Planejamento e colega de Armínio no Governo FHC.
Na versão oficial da RBS, os recursos da capitalização seriam utilizados não em jornais, mas em aquisições na área de internet e em conteúdos para telefonia móvel, expandindo as ações da RBS além das fronteiras do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em 2007, a RBS renegociou o contrato com a Globo, liberando suas ações em novas mídias do Paraná para cima, desde que não fosse competir com o império global em mídias tradicionais — como jornais, rádios, TV e revistas.
(...)
O segundo maior da lista é um gigante pouco citado de Concórdia, a cidade catarinense onde funciona a sede da BRF Brasil Foods, filhote gerado em 2012 pela fusão da Sadia com a Perdigão, marcas tradicionais de salsicha, frango, carne de porco e embutidos. Com 50 fábricas no Brasil, nove na Argentina e duas na Europa (Inglaterra e Holanda) e um exército de 110 mil funcionários, a pujante BRF morde quase 10% das exportações mundiais de aves e proteína animal. Em 2012 a BRF começou a construir uma fábrica no reino encantado de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, e fechou uma joint venture com a Dah Chong Hong Limited (DCH), que vende no varejo e no trepidante negócio de food services da China. E o que tem a ver toda essa salsicha com a RBS?
(...)
Simples. Ele mesmo, Galeazzi Mãos de Tesoura. Preocupada em ampliar os limites de seu voo de galinha, a BRF entregou a presidência do grupo a Cláudio Galeazzi em agosto de 2013, um mês após o consultor fechar sua parceria com a RBS. Ele chegou exibindo o velho estilo, anunciando implacáveis tesouradas em granjas, florestas e prédios não administrativos, cortes anunciados como meros ‘desinvestimentos’ na amena novilíngua dos modernos ‘reestruturadores’ como Mãos de Tesoura.

“Desinvestimento vai ser considerado, sim”, anunciou Galeazzi na posse como presidente, sem negar o voo transatlântico de longo curso que imagina para seus frangos congelados: “A BRF será a Ambev dos alimentos”, diz, sonhando com a cervejaria que se tornou a maior empresa da América Latina, com valor de mercado de US$ 120 bilhões — maior do que o da Petrobrás —, e que tem como principal acionista Jorge Paulo Lemann, o homem mais rico do Brasil, com uma fortuna estimada em R$ 49, 8 bilhões, segundo a revista Forbes.

Em agosto passado, a BRF anunciou a compra por US$ 160 milhoes de 75% da Alyasra Food Company, que distribui seus alimentos congelados no Kuwait. Galeazzi, fiel ao seu ‘horizonte tático’ de dois anos para chegar, tesourar e concluir o serviço, assumiu a BRF em agosto de 2013 e já anunciou que sai da presidência em dezembro próximo. Terá mais tempo, então, para voltar os olhos e afiar o gume na RBS, para desconsolo de muitos. No ranking das 100 maiores empresas do Rio Grande do Sul, segundo a revista Amanhã, a involução da RBS também chama a atenção. De 2012 a 2013, o império dos Sirotsky caiu da posição 24 para 27, numa lista liderada pela Gerdau, como sempre, e pelo Banrisul. A receita bruta do líder de aço (R$ 45,7 bilhões) é quase 45 vezes maior do que o do grupo de mídia (R$ 1,3 bi).
Na sua avaliação sobre o balanço da RBS, a Amanhã registra que, em 2013, “a empresa teve um aumento de apenas 1,3% na receita bruta. Já o lucro foi de R$ 75 milhões, o que equivale a 5,9% da receita líquida — um índice modesto”. A analista Luísa Vilhena, da agência de risco Standard & Poor’s, explicou para a revista a raiz das dificuldades da RBS. “O grupo tem um perfil de liderança na região. Por outro lado, acaba exposto a uma volatilidade maior do que se estivesse no país inteiro”.
O engessamento imposto pelo draconiano contrato com o Grupo Globo limita a expansão nacional da RBS, confinada à fronteira de Santa Catarina com o Paraná. Isso explica os novos negócios que começam a mudar o perfil de uma empresa que há meio século nasceu pelo jornalismo e hoje tateia por nichos inovadores e rentáveis de mercado, que têm de tudo — menos jornalismo.



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ponto do dia - 4



A RBS PODERIA ESPERAR UNS DIAS
PARA LIBERAR ESTA "INFORMAÇÃO"



Poderiam esperar alguns dias para se exibirem. Sério, não é o momento mais adequado para dar a entender que "tudo está normal".
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Na coletiva.net (o Blog do Prévidi não recebe os releases do Grupo RBS):

Primeiros balanços mostram crescimento de empresas do Grupo RBS


A velha e boa soberba.
Eles não têm mais jeito.
A casa caindo e eles se "achando".



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ponto midiático



AS ENCRENCAS DA RBS DESDE A SUA FUNDAÇÃO

Recebo:

Teve a bronca da Zero Hora com o Ary de Carvalho, que era o dono.
O caso da TV Caxias, da família Rizzo, que foi a primero afiliada da Globo no RS porque Maurício Sirotsky não quis aceitar o primeiro convite do Roberto Marinho para iintegrar a Rede Globo. Depois virou sócio dos gringos e ficou com tudo.
Teve o da ambição do filho do Maurício que queria ser governador do RS e acabou quase falindo o grupo no negócio da privatização da CRT, e levou uma rasteira dos espertos espanhóis da Telefónica - que ficaram hospedados em hotéis 5 estrelas, alimentação em restaurantes finíssimos e até alguns serviços inconfessáveis tudo pago pela RBS.
Depois da rasteira, o grupo balançou. De lá pra cá, inventa-se de tudo.
Até que surgiu um "sócio estratégico" para salvar o grupo. A Gávea injetou dinheiro na empresa para dar liquidez, mas exige contrapartida pesada. Até aí, o negócio complica. O dono da GÁvea, Arminio Fraga, ex-presidente do BACEN do FHC, também está envolvido no escândalo Swissleaks do HSBC.
E agora um "suposto" envolvimento nas investigações da PF.

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FEIO ISSO

Depois de bater o carro e dos agentes de trânsito constatarem que ela estava alcoolizada, uma jornalista da TV Record tentou se livrar da encrenca dizendo que trabalhava no Balanço Geral.
Recebi a notícia hoje de manhã e fiquei triste, porque qualquer pessoa pode fazer uma - ou mais - burradas na vida.
O pior é que tem até uma gravação.
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Virou notícia nacional.
Quem quiser conferir: http://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/televisao/funcionaria-da-record-da-carteirada-no-transito-e-vai-presa-por-racismo-7189

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18 ANOS DA PRESS ADVERTISING






Já está circulando a edição de aniversário de 18 anos da revista PRESS ADVERTISING.
Uma edição com muita coisa boa para ler, a começar pelas duas entrevistas de capa. Na PRESS, o advogado, jornalista e cozinheiro, José Antonio Pinheiro Machado, o Anonymus Gourmet, que desfila elegância, erudição e simplicidade, em seis páginas, falando de vários temas, da gastronomia, obviamente, à cultura, política e as “belezas das coisas simples”.
Na ADVERTISING, o diretor regional do SBT, o jornalista e publicitário Luis Cruz fala do desafio de comandar a rede de Silvio Santos num mercado pequeno e tão disputado quanto o mercado do Rio Grande do Sul e revela a estratégia da emissora de conquistar o público infantil e adolescente e fidelizar a sua audiência.
As matérias de capa de ambas as revistas relacionam o número de anos da revista para relembrar o passado e antecipar o futuro. Na PRESS, são listados 18 acontecimentos que impactaram o Brasil e o mundo, desde a criação da revista. Na ADVERTISING, são projetadas 18 inovações que poderão impactar a comunicação até 2033.
Na seção Grandes Nomes da AD, uma homenagem ao publicitário Julio Ribeiro, que acaba de deixar a Talent, tendo se tornado, um dos principais nomes da propaganda brasileira, nos últimos 40 anos. Na PRESS, relembramos o texto, a carreira e a obra de Erico Verissimo.
Artigos, noticias e o resgate de trabalhos históricos de jornalistas e publicitários completam a edição, que já está chegando às bancas e aos endereços dos leitores gaúchos e brasileiros.

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ESCOLINHA ZH. GENIAL!!


Educação  31/03/2015 | 07h07

Muro de escola de Porto Alegre ameaça desabar

Arrombamento na Escola Estadual de Ensino Fundamental Doutor Martins Costa Junior, no Bairro Partenon, expôs problema no muro do colégio. Aréa está interditada desde 2012 mas, até o momento, nada 
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PRA QUÊ REVISÃO?
ORA, NEM O ZH TEM!


Recebo:

Ganhamos essa amostra grátis sábado no Bourbon... justamente no dia 28/03, dia do diagramador e do revisor.
Ciência inovadora que REVOLCIONA... inclusive no português.






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ponto dos "magistrados"



A DIÁRIA DA SUMIDADE


O presidente do STF,  Ricardo Lewandowski - entrou para a História do Brasil por ser um dos "defensores" de Zé Dirceu & cia. -  teve em fevereiro uma audiência com o papa Francisco no Vaticano. Bateu um papo ainda com o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin.
Depois foi para a Inglaterra. Em compromisso oficial, o presidente do STF foi recepcionado, em 23 de fevereiro, no Palácio de Buckingham.
As diárias foram de pouco mais de 30 mil reais.
Legal, né?



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ponto dos animais



TAMBÉM SOU CONTRA A MORTE DE GALINÁCEOS
PARA QUE AS PESSOAS SE EMPANTURREM. POBRES PENOSAS!! "GALINHA" SÓ SE COME VIVA, PÔ!!



Que posição constrangedora!!


A deputada Regina Becker Fortunati formalizou, na sexta passada, proposta para a convocação de plebiscito, com o objetivo de que a sociedade gaúcha possa se manifestar favorável ou contrária à exclusão do Parágrafo Único do Artigo 2º do Código Estadual de Proteção aos Animais, que permite às religiões de matriz africana usarem animais em seus cultos e liturgias.
Ou seja, um plebiscito para que se decida se as religiões afro-brasileiras podem ou não matar animais - galinhas, galos, cabras, cabritos, etc.
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Está no release:
A iniciativa surgiu a partir de aconselhamento do experiente jurista e deputado Ibsen Pinheiro e leva em consideração que o Projeto de Lei nº 21/2015, que propõe alteração no Código, divide opiniões. “Estaremos usando um instrumento legal, no âmbito das competências do Legislativo, para que a decisão sobre este tema venha da voz do povo”, ponderou Regina.
Conforme a parlamentar, após a tramitação regimental, a proposta para realização do plebiscito deverá ser apreciada em plenário. “Promulgada a convocação do plebiscito pela presidência da Casa, será suspensa a tramitação do PL 21/2015, até a proclamação do resultado da consulta”, explicou.
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Olha, como está no título, eu defendo o fim dos matadouros de animais. Qualquer animal.
Viram que foto constrangedora que ilustra este post?
Defendo que aviários devem existir apenas para que a população possa consumir ovos.
NADA DE MORTANDADE!!
Os animais sofrem muito para que as pessoas se empanturrem de carnes.
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Aliás, a deputada Regina não é vegetariana.
Adora, pelo que me contam, carne bovina e gosta muito de uma galeteria.
Aí fiquei em dúvida quando vi esta foto aí de baixo.

ONDE FOI PARAR ESTA GALINHA QUE O CASAL FORTUNATI CAÇOU NUMA RUA DE PORTO ALEGRE? 
NUMA PANELA OU VIVE NO APARTAMENTO DO CASAL?






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ponto g




MARCAS

Na sexta, 27 de março, fiz dois comentários sobre o Top of Mind Porto Alegre:

Pelo menos para a pesquisa Top of Mind Porto Alegre, divulgada ontem.
Sim, senhores e senhora, o narrador e apresentador de futebol da RBS TV venceu na categoria "Comentarista de Futebol".
Quem deve estar feliz da vida é o Maurício Saraiva.
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Na pesquisa Top of Mind Porto Alegre, divulgada ontem, aparece como melhor colégio o Julio de Castilhos.

Acontece que a pesquisa respeita o que o entrevistado fala primeiro. Não tem explicação do entrevistador.
Por exemplo, "Julio de Castilhos" é a MARCA de colégio que mais veio na cabeça do pesquisado. Assim como o Paulo "AO VIVO" Brito entrou como "comentarista.

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OI A MIL!






A Oi inaugurou na semana passada, com coquetel para mais de 100 pessoas entre clientes, parceiros e imprensa, a sua sétima loja própria no RS. A nova loja Oi funciona no Shopping Iguatemi e conta com atendimento especializado e oferta de serviços convergentes da Oi: telefonia fixa, móvel, internet e Oi TV. Com um design arrojado e inovador, a nova loja da Oi proporcionará aos seus clientes experiências de alta qualidade tanto no atendimento quanto na oferta de aparelhos e produtos da companhia.
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As novas lojas têm foco na oferta de soluções completas, que incluem atendimento, vendas e pós-vendas, estabelecendo um canal próximo e direto. No Estado, a Oi conta com uma variada gama de atendimento aos seus clientes. São sete lojas próprias, nove Oi Atende, 19 franquias, 53 agentes autorizados e mais de 8.900 pontos de venda distribuídos pelo estado.
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Para o diretor de Varejo da Regional Sul da Oi, Giovani da Silva, a região metropolitana de Porto Alegre é estratégica para a empresa. “A abertura de mais essa loja própria da Oi reflete a importância do mercado local para o crescimento e consolidação regional da Oi nos mais diversos serviços oferecidos. As reformas nas lojas melhoram o fluxo de clientes, pois ficam mais atrativas e dão um retorno maior num menor espaço de tempo, com ganhos na produtividade. Em média uma nova loja produz 20% acima do que produzia antes", afirma. Nos nove primeiros meses de 2014, a Oi investiu R$ 200 milhões no Rio Grande do Sul, totalizando mais de R$ 1,2 bilhão nos últimos cinco anos, o maior investimento entre todas operadoras. A companhia vem priorizando investimentos em suas redes de telecomunicações, com foco no tripé Operações, Engenharia e TI, para melhoria da qualidade do serviço aos clientes em todas as regiões.
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Atualmente, a Oi tem cobertura móvel em todo o RS e conta com aproximadamente 5 milhões de clientes, sendo 2,7 milhões na telefonia móvel, 1,6 milhão na telefonia fixa, 500 mil em banda larga fixa e 115 mil em TV por assinatura, além de 45 mil telefones públicos espalhados por todo o estado.
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A nova loja do Iguatemi e algumas outras lojas da Oi no Estado já estão com a promoção de Páscoa ”Ação de Compre e Ganhe”, onde todo o cliente que adquirir um Plano Pós Conectado 50 ganhará um voucher das Lojas Americanas no valor de R$ 20.00 para comprar ovos de páscoa. A ação ocorre entre os dias 20/03 a 05/04/2015.
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Plano de melhorias 2015
A Oi conseguiu reduzir em 53% as pendências de serviços aos clientes gaúchos de janeiro a março de 2015, entre outros resultados obtidos com um plano de melhorias que engloba diversas áreas da companhia no Rio Grande do Sul.

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TARSO FERNANDO ESTÁ BRABO!

Em O Estado de S. Paulo:

O ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-ministro da Educação e da Justiça Tarso Genro (PT-RS) criticou nesta quarta-feira, 25, a "inércia" de seu partido e do governo Dilma Rousseff na questão das dívidas dos Estados e municípios. No Twitter, Genro afirmou que o PMDB, que controla o Congresso Nacional, tem projeto próprio e disse que a sigla deixou o governo federal sem alternativas. O PT, por outro lado, "emudeceu", segundo o ex-governador.
"Reestruturação da dívida dos Estados é a determinação de lei duramente conquistada. Não fazê-la é obrigar os Estados a uma austeridade inviável", escreveu. "O PT ficou inerte total e o PMDB, 'aliado' já com projeto próprio e claro, 'esnucou' o governo, na questão da dívida dos Estados", acrescentou Genro, que foi ministro no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e governador do Rio Grande do Sul de 2011 a 2014.
Genro concluiu: "Resultado: em face desta inércia, aliado 'mui amigo' desgasta governo que não reestrutura dívida e partido da presidenta que emudeceu". Segundo ele, o desgaste do governo Dilma e do PT poderia ser resolvido com uma "concertação" com forças sociais e políticas que "não querem o quanto pior melhor".
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Nessa terça, a Câmara aprovou o projeto que dá 30 dias para a presidente Dilma Rousseff a regulamentar a lei que reduz a dívida de Estados e municípios, sancionada em novembro. Horas antes, em resposta à liminar judicial que permitia à cidade do Rio quitar a dívida já pela nova regra, a presidente afirmou que admitir essa despesa, em meio ao ajuste fiscal, seria em "inconsequente". O texto com a exigência, aprovado até com aval do PT, seguiu para avaliação do Senado.

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PT NAS RUAS?

Diretório nacional e representantes dos 27 diretórios regionais decidiram que o PT tem que sair dos gabinetes e voltar às ruas.
Tá bem.
Vai ser difícil deixar o ar-condicionado, cafezinho, essas coisas, para empunhar bandeiras e gritar "palavras de ordem".



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ponto da memória



31 DE MARÇO / 1º DE ABRIL:
A "REVOLUÇÃO" DOS MILICOS


Meus Deus, já se passaram 51 anos e não esquecemos dessa encrenca.
No livro "A Revolução da Minha Janela" conto como vi a tal "revolução". Tinha 9 anos.
Acompanhe:


A REVOLUÇÃO DA MINHA JANELA


Lembro que me criei vendo, no Rio de Janeiro, na TV, Carlos Lacerda dando longos discursos sobre alguma coisa. Sim, porque tinha sete, oito anos. Os olhos de meus pais  brilhavam vendo o líder falar. Não entendia nada, e ficava meio irritado porque os programas de Bossa Nova eram interrompidos por causa de Lacerda. É, eu gostava muito daqueles trios de Bossa Nova.
Quando vínhamos a Porto Alegre, minha mãe discutia muito com seu irmão, que era brizolista e cada vez que ia ao Rio, e parava lá em casa, visitava João Goulart, “meu primo’, dizia ele, e minha mãe o contestava dizendo que não era prima de comunista. Mas o levava sempre de carro à casa de Jango e o esperava o tempo necessário.
Tinha sempre na minha cabeça de criança aquela coisa de Lacerda e Jango e nunca gostei das brigas deles porque achava uma coisa séria.
Nessa época fomos morar na rua das Laranjeiras, ao lado do Parque Guinle. O edifício era muito legal e nos fundos tinha um play-ground e uma imensa garagem, para os carros de todos os apartamentos, onde mais de 40 crianças passavam os dias brincando.
Olhávamos para cima, no sentido oposto ao edifício, e lá estava majestoso o Palácio Laranjeiras, residência oficial do Presidente da República. Sempre planejamos escalar aquele pequeno morro e encarar o presidente, vê-lo, essas bobagens de crianças.
Comecei a me dar conta que aquelas brigas de minha mãe com seu irmão estavam tomando conta de todos os lugares em que ia. Não estava preocupado, mas como toda criança não suportava aquele clima de discussão permanente.
Íamos na  casa de um alto dirigente da Marinha, amigo de meu pai, e eu ficava de longe, escutando o assunto deles. Meu irmão chamava-se Paulo César e em tudo que era dele ele colocava um PC – de Partido Comunista, uma bobagem de um adolescente de 16 anos. Esse amigo do meu pai, pedia sempre que ele parasse com aquela mania.
Estamos em 64 e me preparava para me formar no primário, queria entrar logo para o ginásio. Deixaria de ser criança. Definitivamente – pelo menos na minha cabeça. Logo no início do ano, indo para o colégio, na rua Gago Coutinho, vi o carro de Jango. O presidente tinha um sorriso que me fascinou. Minha mãe nem o olhou. Eu ainda dei um abano pra ele. Legal, o cara.
Com o passar dos dias, aquele negócio de comunista, comícios, lacerdista, brizolista, militares foi aumentando. Até que um dia a coisa ficou séria: não tive aula por causa da esculhambação que tinham armado. Não sabia como aquela história tinha sido armada. Mas, para minha tristeza, os programas de Bossa Nova tinham praticamente terminado. Na TV era só política, comunicados, uma chatice. Restavam apenas os desenhos do Popeye e do Pica-Pau.
Fazia judô no próprio colégio, o Franco-Brasileiro, na rua das Laranjeiras. O professor era um militar. Faixa preta. Nos primeiros dias de março o cara desapareceu e ficou o Augusto, um aluno faixa roxa, dando as aulas. Perguntei a ele onde estava o mestre. “Não sei, está escondido porque querem pegá-lo”. Não entendi nada e perguntei ao meu pai, à noite. “Ele deve ser do time do Jango e os militares, contra o Governo do Jango, devem querer a cabeça dele”, foi a resposta enigmática do meu velho, que me confundiu mais ainda.
Como disse antes, teve um dia que não tive aula. Uma quarta-feira. Era séria a coisa. Minha mãe tinha ido ao mercado, comprar comida para guardar, e meu irmão e eu resolvemos dar uma volta pelo bairro. Olha, era de assustar. Muitos sujeitos com camisas claras e um lenço azul e branco no pescoço, tipo escoteiro. Lembro que o azul e branco eram as cores da bandeira da Guanabara. Todos com mosquetões que nunca tinha visto de perto. E alisavam aquelas armas com uma flanela. E as balas ali, enfileiradas em cima de caixotes. Estava extasiado com aquele clima de guerra. Discussões era o que mais se via em toda a rua. Lógico, os janguistas paravam para desancar com os lacerdistas e vice-versa. Bem Rio de Janeiro.
Depois de nossa banda, chegando em casa, levamos a maior bronca da mãe por termos saído, “com uma revolução a caminho”. Meu irmão chegou a levar uns puxões de cabelo.
Almoçamos, tal e coisa, e a tarde ia rolando normal, com uma movimentação diferente. Acho que pela primeira vez tinha visto meu pai almoçar em casa durante a semana. Disse que os escritórios da avenida Rio Branco estavam todos fechando e ele não seria bobo de ir contra a correnteza.
No final da tarde, fui na janela e aí não entendi mais nada. Estavam colocando caminhões de lixo atravessados na rua das Laranjeiras. Chamei aos berros todos lá de casa. Bem na frente do nosso edifício. Quatro caminhões. “Vai começar”, disse a minha mãe, com cara de apavorada.
O edifício em que morava tinha quatro apartamentos por andar e, claro, dois eram de fundos. As janelas ficaram tomadas pelos vizinhos do fundo. Todas as janelas dos prédios estavam tomadas de gente. Era uma gritaria danada: “Jango, Jango!!”, “Lacerda, Lacerda!!”. Que nem programa de auditório. Os caras que tinha visto de manhã, com as armas, estavam todos na caçamba dos caminhões, mirando num inimigo invisível. Uma cena muito cômica.
Lá pelas tantas, desce pela rua Gago Coutinho um tanque. Os janguistas aplaudem, gritam. Lá em casa tínhamos três janelas para a rua. Numa ficaram minha mãe e os lacerdistas. Na do lado um vizinho do primeiro andar, que tinha nove filhos e todos janguistas. Na sala fiquei eu e meu pai.
Aí vem aquele tanque, meio combalido, e um gaiato, daqueles de lencinho azul e branco, pega o mosquetão e vai enfrentar o tanque. Silêncio geral. Lembro que ele estava num vermelhão incrível e suava muito. Muito, mesmo. Mas o vermelhão é que me chamou a atenção.
O cara vai marchando, com a arma apontada pro bruto e o bruto vindo. Uma cena inimaginável. Até que o tanque pára. E o sujeito também parou. Abre-se aquela portinha de cima e sai um milico. Jovem. Dá a mão pro cara do mosquetão e os dois se abraçam.
Não entendi nada. As janelas lacerdistas explodem em gritos.
Coisa mais sem graça, pensei.
Na quinta-feira ainda não tivemos aula. À noite, fomos na casa daquele amigo do meu pai que era da Marinha. Fiquei brincando de autorama com o filho dele, mas prestava atenção no que falavam. O cara estava muito triste. Numa hora chegou a chorar. Falava que havia morrido muita gente nos quartéis da Marinha, pois lá estavam os principais focos de resistência ao golpe. Ele havia tomado a decisão de entrar para a reserva.
Na semana seguinte, a situação voltou ao normal, pelo menos pra mim. Aulas normais e caminhando para a minha formatura. Como havia visto Jango, vi o novo presidente num dia. O general Castelo Branco estava numa Mercedes e, desta vez, minha mãe chegou a abanar para ele. Não gostei da cara dele – o sujeito não tinha pescoço.
Apesar de torcer pelo Botafogo, minha família era toda Fluminense. E, lógico, era sócio do clube, até porque era próximo lá de casa. E ia a jogos com meu pai. Num domingo fomos assistir a uma partida do tricolor e ele encontrou um amigo. O cara estava entusiasmado com o golpe, dizia que logo iríamos ter eleições gerais, tal e coisa. Lembro que meu pai o olhou e fez apenas um comentário: “Os militares não saem mais do poder. Conheço eles”. Conhecia, mesmo. Era diretor da Metalúrgica Abramo Eberle e fornecia tudo que era de metal para as três armas.
Tempo para o futuro: em 83 morava em Porto Alegre e fui ao Rio de Janeiro cobrir a posse de Leonel Brizola no Governo do Estado. O edifício em que morava na rua das Laranjeiras tinha o número 130. Depois tinha um edifício e passando a Churrascaria Gaúcha, onde íamos pelo menos um vez na semana. Pois não é que o almoço da posse do Brizola foi na Churrascaria, 50 metros onde se deu o desfecho do golpe, 19 anos atrás? O governador assumiu e sua residência oficial era o Palácio Laranjeiras. Bem, no final do ano fui trabalhar no Governo do Rio e uma semana depois fui morar num anexo do Palácio Laranjeiras. Da janela do meu apartamento, via a garagem do edifício em que morava.
Esse mundo...
Voltando.
Dois anos depois o velho morreu e fomos morar em Porto Alegre. Em 68 fomos morar em São Paulo e aí com uma família mais reduzida ainda – minha mãe e eu. No dia em que chegamos a São Paulo um carro havia sido jogado contra a Assembléia Legislativa – e eu não havia a menor idéia do que era Assembléia. “Coisa de terroristas”, disse a mãe. Em São Paulo não haviam programas na TV de Bossa Nova e aí fui obrigado a aderir a Jovem Guarda. Vez que outra aparecia um cara na TV dizendo que era terrorista e estava arrependido. Lembro de vários orientais fazendo essa confissão.
Numa noite estávamos saindo de um centro espírita, era quase na frente de um quartel do Exército. Passa um caminhão, numa velocidade não permitida. Os soldados disparam centenas de balas de metralhadora, o caminhão desgoverna e bate num poste. Não fomos ver o que tinha acontecido.
Em 69 voltamos a Porto Alegre. Vida normal.
Estudava num colégio marista. Sempre tive problemas com dentes e o meu dentista, já falecido, era uma figura maravilhosa. Comunista roxo. Conversava muito com ele e me ensinou muita coisa. Me dava livros pra ler. Tornei-me um comunistinha amador.
Os anos foram se passando e em 72 precisava de aulas particulares para passar de ano. Um primo indicou dois colegas para me ensinaram matemática e física. Casualidade ou não, os dois militantes – claro, clandestinos – do PC do B. Terminado a período em que eram pagos, ficávamos horas lanchando e batendo papo. Me falavam da guerrilha do Araguaia, da cartilha de Mao, e eu cada vez mais fascinado com aquele mundo.
Traziam panfletos e eu os distribuía no colégio para amigos fiéis.
No ano seguinte, iria estrear como vendedor de anúncios numa rádio. Saí de casa por volta das oito horas para pegar o carro num edifício ao lado onde morava. Dois caras me abordam:
– José Goulart?
– Não, sou José Luiz Gulart Prévidi.
– Nos acompanhe. Polícia Federal.
E já foram, um de cada lado, pegando no meu braço. Não entendi nada.
No caminho até a sede da PF me encheram de perguntas e sempre me tratando de José Goulart. E eu insistia no meu nome certo. Chegando lá, me botaram numa sala e um cara me vigiava com uma metralhadora sempre apontada. Porra, o que tinha feito de errado? Ninguém me dizia nada. O meu negócio, além de estudar – no terceiro ano do científico – era andar atrás de meninas. E ler muito.
Ao meio-dia me trouxeram um prato de comida, que não consegui engolir. Na sala onde estava apareceram mais dois sujeitos e ficaram trocando passes com uma bola de futebol de salão com o cara da metralhadora. Eu ali, parado. Um tocou a bola em minha direção e, instintivamente, devolvi. O cara me deu um esporro danado e senti que a coisa não estava legal pro meu lado. Lá pelas tantas tiveram o seguinte diálogo:
Vai ter banheira de gelo para ele?
Não me falaram nada ainda. E nem encomendaram o gelo.
Me imaginei pelado dentro de uma banheira coberta de gelo.
No final do dia me levaram até o diretor da PF. Pediu que escrevesse sobre a minha vida. Em duas folhas escrevi o que me veio na cabeça e achei que ia ser liberado. Que nada.
Dormi no térreo, num colchonete, porque nesse tempo as celas estavam ainda sendo construídas – para minha sorte.
É bom lembrar que passei um dia inteiro lá sem saber a razão da minha, digamos, prisão.
Na manhã seguinte, me acordam com um prosaico café da manhã – copo de café com leite e um pão com margarina, que não tomei nem comi. Lá pelas dez, me levaram para uma outra  sala. Está lá um negro alto e diz ser o doutor Murilo, diretor do Dops do Paraná. O cara da metralhadora pergunta se precisa ficar.
Só se esse marginal se atirar pela janela.
Rapaz, eu era um marginal!
Depois de muitas horas de conversa, o doutor me conta que em Curitiba, no depósito da empresa de transportes Penha, havia sido descoberto um grande pacote com panfletos, cartilhas do Mao, para um José Goulart, e endereçado para o edifício em que morava, sem o apartamento.
Os malucos tinham me mandado material para distribuir aos colegas. Vê só o amadorismo dos nossos contra-revolucionários
No final da tarde eles se deram conta que eu era um bobalhão e me liberaram.
Registro obrigatório foi o trabalho da minha mãe, Etna. Quando ela saiu de casa depois de mim, quando me pegaram, o dono de um bar disse a ela que eu tinha sido levado por uns caras com jeito de polícia. Não teve dúvida: foi direto no Palácio Piratini, sede do Governo do Estado. Para entender: o governador Euclides Triches tornou-se amigão de meu pai quando morou no Rio de Janeiro. A minha mãe era muito metida e conseguiu logo uma audiência. Triches assegurou a ela que eu não estaria no Dops. “Só pode estar na Polícia Federal”, disse ele. “A senhora vá lá na avenida Paraná e fale com o superintendente. Leve esse cartão”. Aí, acho, os policiais se deram conta que eu não passava de um bobalhão, mesmo, filhinho de mamãe.
Fui buscado em casa várias vezes depois, por pura implicância. Uma vez, chegaram lá em casa no final de uma sexta-feira, quando me preparava para ir a aula. Embarquei numa boa. Acontece que o doutor Murilo tinha pedido uma foto minha. Um agente foi no fotógrafo quer atendia a PF e ele já tinha encerrado o trabalho.
Olha, José, vais ter que ficar o final de semana aqui de molho.
Era muita sacanagem. Pedi pra ligar pra minha mãe e ela meia hora depois aparece com dez fotos minhas, desde bebê. O delegado olha pra ela e dispara:
A senhora ta debochando de mim?
– Não, delegado. Trouxe fotos de todas as fases do rapaz.
Minha mãe era uma figura.
Estavam sempre me seguindo. Sabia quem eram e achava até graça, porque os cumprimentava. Patético, mesmo. Em 74 tive um sério acidente, o que me levou a ter que viver em cima de uma cadeira de rodas. Vez que outra saia com amigos e até mesmo ia para a noite com a minha mãe. Uma vez estava num restaurante onde um conjunto de gaúchos, nossos amigos, tocavam. E lá estava um brutamontes me cuidando. Fui encarar o cara.
– Olha aqui, meu, me larga de mão. Fala lá pro teu chefe que eu to de cadeira de rodas e não sou terrorista porra nenhuma. Nem trepar estou podendo.
Nunca mais vi o sujeito.
Todos sabemos que muita gente sofreu com o golpe de 64, de todos os lados. Mas para a imensa maioria do povo brasileiro o golpe significou pouca coisa.
Ainda mais para uma criança que queria mesmo era se formar no primário.


4 comentários:

  1. Hoje o 'brogui' tá recheado. Como tenho compromissos em Terra de Areia e Osório lerei tudo no retorno. Sugiro aumento de salário para os "dois paiaços" caçando galinha no meio da rua à noite, pois assim não pagam mais um mico como esse. Hahaha...

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  2. Previdi, tu reparou que o Fabiano Viegas nunca foi substituído? Nunca contrataram ninguém para o lugar dele.
    Às vezes o locutor aqui de SC faz alguma chamada, mas, na maioria das vezes são os apresentadores que as fazem.
    Meu Deus, é uma emissora SEM LOCUTOR!!!!!!!!
    Pode-se admitir uma emissora de TV sem nenhum locutor em seu quadro de funcionários????
    É o fim!!!!!!!!!!!1

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    1. Anônimo, além da RBS TV, também a Rádio Bandeirantes AM 640 não tem voz-padrão própria há muito tempo. Praticamente todas as vinhetas dos programas locais são gravadas há quase 15 anos pelo Dimas Aguiar, excelente locutor da matriz de São Paulo (e voz-padrão principal desde a saída de Walker Blaz em 2013) e algumas poucas, além de praticamente todos os oferecimentos nas chamadas, são gravados pelos próprios jornalistas da casa - ou que nela estavam até recentemente. Já ouvi locuções do Haroldo Santos, do Cláudio Andrade, do Ribeiro Neto, entre outros. Salvo engano da minha parte, a última voz-padrão própria da RB 640 foi a de Davis Wagner na metade da década de 2000, ou seja, há quase 10 anos.

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    2. Alô Edu Cesar, quando o teu blog voltará?

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