Terça, 14 de abril de 2015



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ponto do dia




JORNAL IMPRESSO, COISA MAIS ANTIGA




Hoje, todos fariam esta manchete. Duvida?



No mesmo saco coloco os telejornais e os noticiários de rádio.
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Na semana passada, o diário impresso O Sul fechou e migrou para a internet. A Rede Pampa não pretende demitir e não vai vender o maquinário para impressão. A intenção é imprimir "jornais para terceiros". Aí eu pergunto: que jornais? Praticamente não existem mais jornais alternativos ou segmentados. Tenho fissura por fazer jornais - já fiz nove. No início do ano até pensei em fazer o décimo - Jornal do Blog do Prévidi. Mas me cheira a mofo esse negócio de jornal impresso.
No final de semana conversei com o Názaro Borges, que edita há quase 14 anos o Jornal da Restinga. Já imaginou? E ele ganha dinheiro! No entanto, vai também para a internet. Quem mais? O Danilo Ucha, com o Jornal da Noite. Outros? Agora não me lembro. Desculpem.
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Os diários gaúchos estão numa situação terrível.
Primeiro, pela redução do número de anunciantes. Esse é o maior problema.
A impressão que tenho é de que não fecham, como fez o doutor Gadret, porque os donos, cheios de soberba, morreriam de vergonha. Sabem qual o jornal que realmente ainda vende nas bancas de Porto Alegre? O Diário Gaúcho. Os demais é quase traço. TODOS OS DEMAIS. Não esqueça que o METRO é gratuito e distribuído apenas em Porto Alegre.
Outro dia perguntei para o Fausto, dono da Banca da República, se ainda existia classificados nos jornais.
Por incrível que possa parecer, ainda existe. Mas são irrelevantes.
Lembram como eram os classificados, primeiro, do Correio do Povo e depois do Zero Hora? Cadernos e mais cadernos.
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O que escrevo a seguir não é uma crítica específica ao Correio do Povo, mas a todos os jornais diários.
Na Rádio Guaíba, as chamadas para anunciar o CP são dignas de um "redactor" do início do século passado. Exemplo: Num domingo acontece um jogo do Grêmio contra o Internacional. Toda a gauchada sabe do resultado. Os brasileiros sabem do placar final. Na segunda, se escuta na Rádio Guaíba: "Grenal termina empatado".
E isso acontece no Zero Hora, também. Os coitados dos repórteres do jornal, que não estão acostumados com microfone, falam sobre suas matérias. Um negócio horroroso, incompreensível, na maioria das vezes assuntos que as pessoas estão carecas de saber.
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Os chefes e chefetes dos diários, assim como os jornalistas das rádios e TVs, não sabem mais o que é uma notícia relevante. O caso recente, emblemático, foi o vergonhoso noticiário sobre as iniciativas de um deputado estadual, que resolveu demitir CCs. Desde quando isso é notícia?
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Faça um teste: escute um noticiário de TV, como o Jornal Nacional,  ou de rádio, de uma emissora que se dedica a jornalismo, e me diga uma, apenas uma notícia que seja novidade. Eventualmente, até pode ser noticiada uma novidade, mas é cada vez mais rápido - bastam 15 minutos na internet - para saber de tudo o que está acontecendo, até no Burundi.
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Sabe quando foi a última vez que comprei um  jornal diário?
Não lembro. Sério!
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As revistas?
Trato amanhã.



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ponto midiático especial



MUITO LEGAL



Hoje fui na reunião do Clube de Opinião, que ouviu o secretário de Comunicação do José Ivo, Cleber Benvegnú, o diretor-geral Orestes de Andrade Júnior, e toda a equipe diretiva.
Muito legal, mas trato amanhã do encontro, porque já é mais de meio-dia e já devia estar no ar.



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ponto midiático




ISSO É GENIAL!!
OLHAÍ, COMEDORES DE SUCRILHOS COM NESCAUZINHO!!

Recebo:

Olha só a mensagem que aparece quando a gente preenche o simulador da Libertadores, publicado pela ZH online.
(vai a foto em anexo)
A página em www.clicrbs.com.br diz:

Ti fudeu mesmo;
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Isso seria sacanagem do Google ou de algum nerd da RBS???


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No detalhe:





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DESSERVIÇO "INTERESSANTE"

O Jornal do Almoço, da RBS TV, está mostrando comidas de botecos.
Poderia ser muito legal se falassem onde são servidas as iguarias.
Pra variar, não dão nem o nome do bar. NENHUMA INFORMAÇÃO.
Então, pra que serve a "matéria"?

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BOLSONARO RECLAMA DO ZH

Recebo:

Ontem mudando os canais à procura de um programa para assistir já que a Globo passava um filme que já vi e o CQC da Band anda muito fraco. Cheguei a Pampa, onde no programa da Luciana Gimenez entrevistava Jair Bolsonaro. O deputado amado por uns e odiado por outros tantos falava sobre vários assuntos principalmente as rusgas com Jean Wylllys e outros integrantes da esquerda. O programa seguiu até que Bolsonaro reclamou da edição de suas palavras em dois momentos pela imprensa. Em um caso citou o CQC e em outro para minha surpresa da Zero Hora. Segundo ele, perguntaram uma coisa e publicaram outra. O parlamentar acusou publicamente o jornal de "chapa branca". Será que a RBS vai deixar assim ? Afinal, ser chamada de manipuladora e chapa branca em rede nacional, mesmo que a audiência seja baixa é muito ruim.

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CP NÃO OUVE A GUAÍBA?

Recebo:

A operação Zelotes é um assunto pouco falado, escrito e televisionado no Rio Grande do Sul. E quando é falado, não repercute.
Ontem, ouvi uma entrevista com o procurador da república responsável pela Zelotes no programa do Felipe Vieira.
Hoje não encontrei nada no Correio do Povo.
Será que o pessoal do Correio não ouve a Guaíba ou não tem interesse em falar na Zelotes?
Ab,
Bruno / Viamão

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E AÍ, CATARINAS?

De O Burrista:

Causa profundo constrangimento abrir a página do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina e não ver uma única linha sobre a Operação Zelotes, que investiga o sumiço de débitos tributários, um desfalque homérico aos cofres públicos no qual está envolvida a mais importante rede de comunicação do estado: a RBS, afiliada da Globo.
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O original, publicado no Observatório da Imprensa.


JORNAL DE DEBATES
OPERAÇÃO ZELOTES & OS ‘MORALISTAS’


A RBS E O DRAMA DOS TRABALHADORES


Elaine Tavares, jornalista


Causa profundo constrangimento abrir a página do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina e não ver uma única linha sobre a Operação Zelotes, que investiga o sumiço de débitos tributários, um desfalque homérico aos cofres públicos no qual está envolvida a mais importante rede de comunicação do estado: a RBS, afiliada da Globo. Há suspeitas de que a empresa dos Sirotsky tenha pago cerca de 15 milhões de reais para que desaparecesse um débito seu com o Estado que pode passar dos 150 milhões de reais. É dinheiro demais da conta. Quem explica isso? E por que o sindicato dos jornalistas não abre a sua boca?

Lembro que durante a gestão do Rubens Lunge foi feito um importante trabalho de denúncia do oligopólio que é a RBS em Santa Catarina. Um trabalho difícil, na medida em que contou com um sistemático boicote. Naqueles dias, um procurador do Ministério Público Federal chegou a entrar com uma ação pedindo a investigação do oligopólio (que tratava da compra de vários jornais no estado), mas ele foi afastado da capital e as coisas esfriaram. Ainda assim, o Sindicato dos Jornalistas, à época dirigido por Rubens Lunge, fez vários atos públicos no centro da cidade, recolheu assinaturas para um abaixo-assinado, buscou apoio junto aos demais sindicatos. Mas pouca ajuda veio e, finalizada a gestão, os novos dirigentes não levaram adiante o trabalho de denúncia. O resultado foi que a ação acabou julgada improcedente pelo juiz Diógenes Marcelino Teixeira, da Terceira Vara Federal de Florianópolis. A justiça se rendendo ao oligopólio.

Agora, quando as notícias fervilham por todo o estado e até nacionalmente, com a RBS envolvida em corrupção – enquanto ela mesmo posa de vestal da moralidade denunciando a corrupção alheia –, o que faz o nosso sindicato de jornalistas? O mesmo que vê, todos os dias, trabalhadores sendo explorados e demitidos sem justa causa por essa empresa? Nada! Nem mesmo um texto de informe. É mesmo a morte do sindicalismo e da própria política nesse campo de luta. Será que os dirigentes do SJSC não percebem o tamanho da bomba que vem por aí? Porque certamente tudo isso vai explodir no lado fraco da corda, os trabalhadores. Certamente haverá cortes, demissões, mais exploração. Esse é um tema que deveria estar na pauta do dia. Lamentável.

Uma moral de cueca

E já que o SJSC não faz seu trabalho, a gente ajuda. A Operação Zelotes tem uma característica que escapa aos “moralistas” de plantão. Ela não envolve políticos – os que são alvos fáceis e preferidos. Ela envolve o sacrossanto setor empresarial. São os bonitinhos e engravatados executivos das empresas que estão dando o calote no Estado brasileiro, deixando de pagar impostos. Não é só a RBS envolvida, não. Estão sendo investigadas a Ford, a Mitsubishi, a BR Foods, a Camargo Corrêa, a Light, a Petrobras e pasmem, também os bancos. Estão na lista o Bradesco, o Santander, o Safra, o BankBoston e o Pactual. Segundo os informes iniciais, essas empresas teriam deixado de pagar aos cofres públicos a bagatela de 5,7 bilhões de reais. Eu disse bilhões.

Esse é um escândalo que está sendo investigado pela Polícia Federal, a Receita Federal, o Ministério Público Federal e a Corregedoria do Ministério da Fazenda. Por certo haverá funcionários da Receita envolvidos, pois o esquema de sumiço dos débitos se dava desde dentro, no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), mas é importante lembrar que não há corrompidos sem um corruptor. Há notícias de que existam pessoas – lobistas – especializadas nesses esquemas de contestação administrativa de débito e as empresas se utilizavam deles para fazerem os débitos desaparecer do sistema.

Conforme as investigações que estão sendo feitas desde 2013, dos 70 processos investigados junto ao Carf, o total de tributos devidos chega a 19 bilhões de reais, sendo que 5,7 comprovadamente foram “desaparecidos” de forma ilegal. Em alguns casos já está acontecendo até a apreensão de bens, como carros de luxo importados. Todas as empresas envolvidas responderão a inquérito administrativo aberto pelo Ministério da Fazenda. A rede da Zelotes pegou gente demais. E o que é mais incrível, gente que até ontem estava nas passeatas gritando contra a corrupção. São os que têm, como popularmente chamamos, uma moral de cueca. Gritam contra seus inimigos e não se preocupam com as travas que têm no próprio olho. Na verdade, é uma gente que nada de braçada no mundo das finanças, certa da impunidade.

Haverá choro e ranger de dentes

Assim, agora, junto com a operação Lava Jato, que investiga o rombo na Petrobras e envolve PSDB e PT, as “renomadas” empresas e bancos privados terão de prestar contas de seus malfeitos. Em Santa Catarina, a RBS tem uma história de expansão vertiginosa. Em pouco tempo de ação no estado foi aos poucos acabando com praticamente toda a imprensa regional. Comprou o Santa, de Blumenau, e A Notícia, de Joinville, que eram jornais de circulação estadual, e os transformou em tabloides locais sem que houvesse qualquer chance do aparecimento de uma voz dissonante no estado. A RBS passou a ser a única voz de circulação estadual a partir do Diário Catarinense. Não bastasse isso, foi estendendo os tentáculos também na televisão e hoje abrange todo o estado com emissoras em cidades-chave. É um oligopólio e oferece ao estado um pensamento único, sempre ancorado nos interesses da classe dominante, reservando aos sindicatos, movimentos sociais e lutas populares a alcunha de baderneiros, bagunceiros e criminosos.

A comunicação em Santa Catarina está sob o controle majoritário dessa empresa que, além de não pagar os tributos corretamente, como agora se anuncia, ainda lucra sobre os trabalhadores, no geral superexplorados. A multifunção é uma realidade denunciada todos os dias, com trabalhadores tendo de cumprir jornadas exaustivas, cumprindo funções de quatro ou cinco pessoas.

É fato que a categoria dos jornalistas é de difícil abordagem e de pouca participação nas lutas corporativas. No geral existe muito medo – e não é para menos quando se vive num estado no qual praticamente todo o mercado de trabalho é dominado por uma única empresa. Aquele que reclama ou que luta fica marcado e as pessoas precisam ganhar a vida. Por isso o trabalho de um sindicato é importante. Porque o sindicato pode falar, denunciar, mostrar. Um sindicato tem as condições de atuar sem medo. Infelizmente não o faz. Nem mesmo agora, quando a denúncia já circula em nível nacional.

É hora dos jornalistas cobrarem ação, se juntarem, participarem da vida sindical. Nos tempos difíceis que virão, não será fácil enfrentar sozinho. Haverá choro e ranger de dentes, mas isso não acontecerá nas salas acarpetadas da empresa de comunicação. Se a RBS tiver de devolver aos cofres o que tem sonegado, é na carne dos trabalhadores que haverá o corte.

É hora de pensar sobre o caso e começar a se mexer.



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ponto do pensamento




Sou tão contra a corrupção que
pagaria propina pra acabar com ela.


(Eduardo Escobar, via Facebook)



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ponto do paraíso



GAUCHADA NÃO SABE O QUE ESTÁ PERDENDO


Fui quinta-feira para o litoral, passei por Xangri-Lá, Atlântida, Capão, mas na sexta acabei ficando mais tempo entre as pequenas praias que ligam Arroio do Sal e Torres, passeando de uma praia para outra.
O Sábado eu dediquei o dia a Itapeva e estava perfeito, sem vento, mar calmo, claro como nunca, enfim, melhor que o que encontrei durante o verão todo. Domingo retornei a Cachoeirinha ainda pela manhã.
Te conto isso para concordar contigo de que o nosso povo não sabe o que está perdendo, não só em abril, mas em outros meses que acabam tendo dias de muito sol e calor e o mar está colaborando bastante nos últimos anos.
Abraço,
Luciano Ramos – Cachoeirinha/RS.



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ponto g




ENCONTREI UM FORTE ARGUMENTO!
ELA MERECE, MESMO, O IMPEACHMENT!!





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JUREMIR MACHADO DA SILVA SURPREENDENTE!

No seu blog, no site do Correio do Povo:


Justiça gaúcha veta ar em todos os ônibus

A justiça adora legislar. Só não legisla contra ela mesma. Quando se trata de auxílio-moradia, o mais escandaloso e imoral privilégio de uma corporação brasileira, a justiça sempre se dá ganho de causa. É um conforto que ela não se nega.
A Câmara de Vereadores de Porto Alegre decidiu que todos os ônibus da capital deveriam ter ar condicionado.
A Prefeitura Municipal, para encanto dos donos de ônibus, recorreu à justiça para invalidar a decisão dos vereadores.
A justiça fechou com a Prefeitura.
No conforto do seu ar geladinho, o juiz decidiu que a plebe pode esperar mais alguns anos. Afinal, está acostumada a sentir frio, calor, pressão e tudo mais. No Rio de Janeiro, o rei do ônibus, Jacob Barata, vive reclamando das imposições do legislativo. Por coincidência, ele é também um dos reis do dinheiro nas contas do HSBC da Suíça. Pobrezinho desse empresário abnegado.
Já podemos fechar a Câmara de Vereadores de Porto Alegre.
O TJ pode tomar o lugar dela. A alegação do juiz é que não seria atribuição de vereador propor tal medida, exclusiva do executivo. Por quê? Não convence. Não cria despesa direta para a prefeitura, salvo como dona de empresa de ônibus, o que já é uma situação indireta. Além disso, a Carris está muito bem no quesito ar. O juiz considerou também que haveria impacto no preço das tarifas e prejuízo às empresas, que teriam de comprar ônibus novos. Não é atribuição do juiz decidir sobre impacto nas tarifas nem sobre investimentos das empresas. O cidadão togado abusou das suas funções e usurpou poderes dos vereadores.
A explicação é uma só: juiz não anda de ônibus.
Os empresários de ônibus agradecem de olhos molhados.
A plebe usuária de ônibus pensa na sua insignificância: eles podem tudo, não são eleitos.
Podem até ter mais de uma residência e ainda receber auxílio-moradia.
A Índia é aqui. Vivemos num sistema de castas.

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OI T: UAUU!! GAME OF THRONES EM HD NA HBO

A Oi TV foi líder em variação de market share de acordo com o último relatório da Anatel, referente ao mês de fevereiro. O serviço de TV por assinatura da Oi cresceu 1,8 p.p. no comparativo com o fevereiro do ano anterior. A operadora presta serviço de TV por assinatura para todo o Brasil, menos para o estado de São Paulo, e teve ganho de market share no comparativo desse período em doze estados do país (AL, AP, DF, ES, GO, MG, PR, RJ, RO, RS, SC e TO). Além disso, a Oi TV encerrou o ano de 2014 com 1,247 milhão de clientes, o que representa um crescimento de 50,5%, com relação ao ano anterior. A recorrência dos bons resultados do serviço de TV por assinatura da Oi é fruto da estratégia de investimento no satélite SES-6, o de maior capacidade do mercado, o que permite a entrega de um produto com alta qualidade de som e imagem, o de maior resistência na recepção do sinal em caso de mal tempo, o de maior variedade de canais em alta definição (HD) já no pacote de entrada. Tudo isso aliado às ofertas mais competitivas do mercado, que mantém o mesmo valor em toda a vigência do contrato, e ainda oferecem vantagens para quem tem outros serviços da Oi.

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NÃO TEM JEITO


Cabeleireiro e dentista no gabinete da ministra

Na insuspeita Isto É:

Algumas nomeações feitas pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu causaram estranheza entre os funcionários mais antigos da pasta. Um exemplo é seu cabeleireiro de Tocantins, Célio da Costa, agora assessor no gabinete de Kátia. Também provocou incômodo a indicação de Tânia Mara Garib para chefe da Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério. Amiga da ministra, Tânia é odontóloga e, no final de abril, vai viajar para Austrália e Nova Zelândia para visitar áreas de ovinocultura e bovinocultura.
Kátia Abreu defende a nomeação de Tânia Mara Garib. Diz que ela ocupa cargos públicos desde 1996 e que ela já foi secretária de Desenvolvimento Social do Mato Grosso do Sul. A viagem, assegura, será sem ônus para o governo. Em relação a Célio da Costa, a ministra afirma que os funcionários são escolhidos por “confiança” e “competência”.

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EU SOU MAIS EU

Sérgio Augusto - O Estado de S. Paulo


Obsessão globalizada, o selfie atende à vocação do ser humano para fazer papel de bobo

Pensavam que seria moda passageira, como o bambolê, o frisbee, a calça boca de sino e o surfe de trem, mas até onde a lente alcança o selfie parece que veio para ficar. Respire fundo e vá em frente.
Dia desses uma atriz de telenovela, agastada com o assédio permanente de fãs, de celular em punho e ávidos por aquilo, desabafou: “Não aguento mais essa mania”. Príncipe Harry, herdeiro da Coroa Britânica, foi mais longe: ao chegar à Austrália, no fim da semana passada, pediu que só lhe tirassem “fotos normais” e tornou pública sua ojeriza ao selfie; justo na terra em que a palavra foi usada pela primeira vez, num fórum online, já lá se vão 13 anos.
Os australianos se amarram em diminutivos terminados em “ie” e preferem dizer “barbie” em vez de barbecue (churrasco) e “firie” em vez de firefighter (bombeiro). E assim foi que self-portrait (autorretrato) virou selfie uma década antes de se transformar numa obsessão globalizada e onipresente, num brinquedinho viciante sem fronteiras, cuja história está intrinsecamente ligada à evolução do telefone e da câmera fotográfica, à popularização da telefonia móvel e da internet e à vocação do ser humano para fazer papel de bobo.
Em 2013, a revista Time elegeu selfie a “palavra do ano”. No ano seguinte, foi a vez do Oxford Dictionary. Em outras plagas a praga consagrou-se como o maior fenômeno cultural deste início de milênio. O jornalista londrino Jonathan Jones, avesso como a maioria dos ingleses ao contato físico com estranhos, compulsório no selfie, revelou já ter sonhado com uma edição de fim de ano da revista Time, com a seguinte chamada de capa: “R.I.P., selfie”. No meu sonho só muda a revista.
Quase ao mesmo tempo em que o caçula de Lady Di desqualificava o selfie na Austrália, outro súdito de sua avó, o consagrado historiador Simon Schama, o reduzia à condição de idiotice instantânea (“quick dumbness”), em entrevista ao Guardian. Não foi uma espinafração gratuita. Schama prepara uma exposição de retratos, em fotos e quadros, para a National Portrait Gallery, em Londres, e faz questão de demarcar com rigor os limites entre o self-portrait (“a mais intensa e neurótica das artes”) e o selfie (“jubilosa e superficial perversão da arte de fazer retrato”). Rembrandt, Van Gogh e Picasso fizeram autorretratos, selfies até crianças podem cometer. “Selfie é ruído branco, retrato é música”, fulminou o historiador.
O selfie é um registro egocêntrico, desprovido de espontaneidade e visualmente limitado desde o enquadramento, que só não constrange quem faz o clique. Com o celular empinado por um pau de selfie, constrange muito mais.
Quando os celulares ainda não eram inteligentes, as pessoas se distraíam e se deleitavam trocando impressões e mensagens entre si; agora, munidas de smartphones, saturam seus semelhantes com imagens de si próprias, em geral com um sorriso alvar estampado no rosto e um dos braços obrigatoriamente torto. A paulatina proibição do “pau de selfie” em lugares públicos como templos, museus e restaurantes (o Kentucky Derby, a maior competição do turfe americano, foi a última instituição a aderir ao boicote na semana passada) só em parte atenuará o nosso desconforto. Pois uma câmera sem o stick é como um cigarro cujo filtro o fumante jogou fora antes de acendê-lo na sua presença.
E se o selfie tiver algum mérito? Para algumas mulheres, tem. Seria especialmente benéfico para as moças, um estimulante à sua autoestima, argumentou Rachel Simmons, na revista eletrônica Slate, ao fechar com uma tese da jornalista Jenna Wortham, que na BBC News Magazine defendera o selfie como uma espécie de psicotônico digital.
No dia seguinte, na revista eletrônica Jezebel, a feminista Erin Gloria Ryan aderiu à polêmica. Entrou rachando: “Corta essa. Selfies não fortalecem mulher alguma, são um estímulo high tech à preservação do primado da atração física”. A pornodiva Kim Kardashian, rainha do exibicionismo glúteo (sem desdouro do pubiano), talvez seja a prova mais notória do mal que o selfie pode causar à psique feminina.
Na ala masculina, o mais destacado defensor do selfie que conheço é o crítico de arte Jerry Saltz, da revista New York. Em janeiro do ano passado, escrevendo na eletrônica Vulture, elevou-o à categoria de “novo gênero visual”, um tipo de autorretrato formalmente distinto de todos que o antecederam, especialmente porque praticado não por artistas mas por amadores, que transformaram fotos em diálogo, em conversação digital, com repercussões sobre o comportamento individual, a interação social, a linguagem corporal, a noção de privacidade e o senso de ridículo. 
Schama não discordaria dessas observações, somente das conclusões complacentes de Saltz. Que teorias Roland Barthes (morto antes do telefone sem fio) e Susan Sontag (morta antes do celular inteligente) nos teriam a oferecer sobre o atual frenesi fotográfico, a que nem o papa (e muito menos Obama) conseguiu resistir?
Por ora, contentemo-nos com o escritor e ensaísta argentino Ariel Dorfman. Sua leitura do que quer que seja é sempre política. Sim, foi ele quem nos anos 1970 enquadrou Pato Donald como um agente cultural e econômico do capitalismo americano. A seu ver, o atual surto de autorrepresentação digital não só tem a ver com o descontrole da vaidade e do narcisismo proporcionado por uma economia de mercado igualmente descontrolada como facilita o trabalho das agências de espionagem governamentais e dos Big Brothers corporativos. Com tanta privacidade espontaneamente exposta, nem precisam arrombar a porta.




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ponto da piadinha




AOS COXINHAS ENFURECIDOS
E AOS MIMADINHOS PETRALHAS





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13 comentários:

  1. Prévidi, depois de intensa campanha da RBS, os poderes e órgãos do Estado divulgaram na internet os ganhos de seus membros e servidores, com exceção do Poder Executivo.
    A argumentação principal dos jornalistas da RBS era de que sendo pagos com dinheiro público a privacidade do agente público poderia ser invadida por qualquer um.
    Bem chegou a hora de colocarem na internet os salários pagos pela RBS, porque há muito anos estão se utilizando de dinheiro sonegado para custear a sua folha de pagamento, conforme descoberto na operação Zelotes.
    Um abraço.
    Paulo M. Soares

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  2. Uma sugestão mezzo slogan, mezzo logo:

    PRÉVIa do
    DIa

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  3. Além de sonegado, há isenção fiscal... só por este motivo, deveriam publicar, com nome, CPF, etc, o contracheque de todos na RBS (e outras empresas que recebem isenção fiscal)

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    1. Não há isenção fiscal. O papel para a produção de jornal é IMUNE de TRIBUTOS de acordo com a COSTITUIÇÂO FEDERAL desde o tempo de Getúlio Vargas.
      Vai estudar e se informar petralha.

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    2. Amigo, take it easy, please: vergonhosamente, e este é um dos inúmeros problemas de carácter dos políticos e das autoridades brasileiros, há, sim!, isenção fiscal na compra do papel imprensa. Fui proprietário de gráfica; falo com vivência: o "jornal" ( jornal?) Diário Gaúcho, prenhe de fotos de mulheres peladas tanto na cara ( capa) quanto em seu intestino, as revistas "culturais" tipo Playboy e outras, são adquiridos pelos grandes impressores ISENTOS de impostos ( todos: ipi, icms, pis, confins, etc.). O feijão, no mercadinho da esquina, o medicamento para uso contínuo, pego na farmácia também na esquina, e outros itens indispensáveis à vida, NÃO! Estes pagam,pagam, e voltam a pagar, pesadíssimos, impostos!

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  4. Previdi. Vi (li) que o Jardel assumiu . Sabe me dizer se o Lasier também? ?

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  5. Acho que em breve a ZH será distribuída gratuitamente nos semáforos, e vai perder prá concorrência.

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  6. Oi prévidi, vc tem toda razão na parte que te referes a vergonha do dono ter que dizer que vai fechar seu jornal.
    Quanto ao correio do povo há dois grandes problemas que eles não querem resolver ou fazem que não vê: diagramação socada sem espaços e a qualidade de impressão, um jornal todo borrado, assim fica difícil.

    tiago
    novo hamburgo

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  7. Sobre a RBS, comecei a ler o artigo da jornalista, acabei fazendo leitura dinâmica. Distorce a realidade como boa esquerdalhopata. Há sim concorrentes a RBS, pois todas as tvs nacionais estão aqui, possuem afiliadas em todo o estado, etc e etc. O mesmo ocorre com os jornais. Não suporto a RBS, como todos, mas temos que reconhecer que em termos de qualidade supera seus concorrentes, até pelo fato de ser retransmissora da Globo, que também supera qualquer concorrente em tudo, ou quase tudo. E é isso que incomoda. Esses esquerdalhos primeiro queriam fecham a RBS sob a acusação de oligopólio ou monopólio. Não vingou, porque não confere com a realidade. Agora, que ela passa por dificuldades, acusam-na de estar demitindo. Como leitor, estou tentando entender. Mas está dificil.

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    1. Tem outra, caro Anônimo: graças a RBS TV, o "estado pode se ver na TV". Parece mentira para quem está em Porto Alegre, mas aqui no interior, sem a RBS, provavelmente muita gente não faria nem idéia do que está acontecendo na capital. Tem uma cidade no sul do Estado, segundo a Anatel, com três canais de TV concedidos a emissoras privadas: só dois funcionam: a RBS e uma outra emissora que, de certo, tão boa que deveria ser, se desfiliou da Record e prefere ficar passando clipes musicais. O terceiro canal é do "cidadão Kane da Orfanatrófio", mas está fora do ar há muito tempo, e muita gente nem faz idéia de que este canal está concedido.

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  8. Rádio Gaúcha, programação de 2ª a 6ª feira:
    Das 11:30 às 14:30 = FUTEBOL
    Das 17:30 às 22:00 = FUTEBOL
    Quando é que o pobre ouvinte da Gaúcha vai saber sobre o que realmente importa na vida dele, se nas poucas horas livres só tem futebol ???

    E no fim de semana, então, é aquela overdose de programas-chuteira, quase 48 horas diretas de futebol ... Por isso que o RS se tornou um Maranhão de grife !!!

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  9. Olha, li no CP a seguinte matéria sobre a Zelotes, da tal entrevista do procurador.
    http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/553770/Primeiras-denuncias-da-Zelotes-devem-ocorrer-em-tres-meses,-diz-procurador

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  10. Quando os órgãos de imprensa começam a associarem-se aos gângsters da maracutaia, chegamos a conclusão de que a vaga não está INDO para o brejo; já chegou lá. Caindo a imprensa, deixando de ser séria e independente, cai a nossa esperança de ajeitar nosso País.
    Lamentável.
    Nós, jornalistas antigos, sentimos vergonha, não só pela rendição das empresas ao errado, bem como pela qualidade profissional e mental dos atuais jornalistas(nem tanto p-or culpa deles, mas pela má formação a que são submetidos nas faculdades caça-níqueis).

    Carlos Mota

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