Segunda, 5 de outubro de 2015 - parte 1



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mundo gaudério com fronteiras




DE MODELO A TODA TERRA? - 1




PRIVATIZAR O ZOO DE SAPUCAIA:
OS CARANGUEJOS ESBRAVEJAM



Um belo e decadente Parque, a 30 km do Centro de Porto Alegre



Para terem uma ideia, o melhor e mais completo zoológico do mundo é o de Berlim. Também é o que dispensa o tratamento ideal aos animais em cativeiro. São 1.600 espécies e mais de 17 mil animais. Foi criado por um capricho do Rei da Prússia, em 1844. Passou por vários reveses: durante a 2ª Guerra a maioria dos bichos foi dizimada.
A área total do Zoológico de Berlim é de 35 hectares.
São 3 milhões de visitantes por ano.
Pelo mundo são vários zoológicos fantásticos. Alguns:
- Pequim: 14.500 animais, com 450 espécies terrestres e mais de 500 marinhos. Está numa área de  89 hectares e o destaque são os pandas gigantes.
- Nova York: o do Bronx tem 107 hectares de parques e reproduções de habitats naturais para mais de 4 mil animais de 650 espécies diferentes, muitas delas ameaçadas de extinção.
- San Diego: um dos mais famosos do mundo, com 40 hectares. São 4 mil animais de 800 espécies. O clima da Califórnia contribui para atrair turistas. Se destaca por preservar espécies ameaçadas e, depois, devolvê-las para seus habitats
- Moscou: 21 hectares, com mais de 6 mil animais de cerca de mil espécies diferentes, incluindo um grande aquário e um aviário, que está dividido em duas partes conectadas por uma ponte..
Cinco exemplos de zoológicos exemplares pelo mundo. Poderiam ser mais, inúmeros que serviriam de MODELO A TODA TERRA.
Notaram o tamanho dos parques e o número de animais?
Dos citados, o maior é o do Bronx, com 107 hectares. E aquele com mais espécimes é o de Berlim, com 1.600 e incríveis 17 mil animais.
Não importa que tipo de administração é adotada nestes zoológicos. Importa, sim, o que eles oferecem aos visitantes. O produto final.
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No Rio Grande do Sul temos um zoológico a 30 quilômetros do Centro de Porto Alegre. Pode-se chegar a ele de várias maneiras, até em confortáveis trens e ônibus diretos.
Pelo que informa o site da Fundação Zoobotânica do RS, "formado por uma área total de 780 hectares, sendo 620 pertencentes a área da Reserva Florestal Padre Balduíno Rambo e 160 hectares pelo Zoológico propriamente dito. Abriga cerca de 130 espécies dentre aves, répteis e mamíferos que formam um plantel com mais de mil animais nativos e exóticos".
 De todos os listados acima, o de Sapucaia do Sul é o maior - não que seja o maior do mundo, porque o de Monarto, perto de Adelaide, na Austrália , tem 10 quilômetros quadrados, em que pese ser outro conceito. Não é um "parque urbano".
E, mais, o de Sapucaia do Sul é o que tem o menos número de animais, insignificantes 130 espécies.
Informa a administração pública que são 500 mil visitantes por ano, especialmente grupos de escolares.
O Zoológico é mantido com recursos próprios na parte de custeio. O Estado entra com os salários dos 78 funcionários, um total de 6 milhões de reais.  A receita é de R$ 3, 1 milhões.
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Não sei o que significa custeio para os que defendem que o Estado tem que administrar um parque zoológico.
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Nas últimas semanas, foi noticiado que animais foram levados e alguns bens materiais.
A segurança - será que está no custeio? - da área de incríveis 160 hectares é feita por singelos CINCO SEGURANÇAS, À NOITE. Além disso, câmeras de monitoramento e sistema de alarme dos prédios estão desligadas há anos. Sabem quanto custa a "segurança" do Zoo? Acreditem, 118 MIL REAIS POR MÊS!!
Os funcionários alegam que os criminosos, que invadem o parque, pertencem a uma "quadrilha especializada", que realizam "sucessivos assaltos, inclusive com extrema sofisticação a ponto de arrombarem locais protegidos".
Impressionante a especialização e sofisticação.
Já informaram a Polícia, por exemplo, que dois porcos-selvagens foram levados e que foram abatidos, porque havia sangue no local. Quer dizer, os "sofisticados bandidos" mataram o porco para comer, mesmo.
Levaram ainda carrinho de mão, ferramentas, facões e um botijão de gás, além de gaiolas vazias. Uns chinelões sofisticados.
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Acredito que se aparecer alguém com disposição - e dinheiro - para administrar o Parque Zoológico de Sapucaia do Sul a população irá ganhar. Sem a burocracia imposta pelo Estado, a aquisição e troca de animais será facilitada e os investimentos em equipamentos para os 160 hectares disponíveis serão possíveis.
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Hoje, dê apenas uma razão para que uma família volte pela segunda vez ao Parque.
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Os caranguejos estão enlouquecidos!
Para a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, a ideia é fazer a concessão de certas áreas de uso público previamente definidas nos planos de manejo de cada unidade.
Segundo matéria do jornalismoambiental.uniritter.edu.br, o presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), Alfredo Gui Ferreira, acredita que a Secretaria Estadual do Meio Ambiente só irá com este projeto favorecer alguns capitalistas que estão visando exclusivamente o lucro e não o bem público. “Acho que todos deveriam ter recebido antes o que se pretendia fazer para poder discutir. Eu solicito aos senhores deputados que não se privatize o zoológico, mas que ele sirva a toda população”, pediu Ferreira.
Um primor de bobagens o que diz o deputado estadual Altemir Tortelli, do PT, na mesma publicação:
- O negócio arquitetado pelo governo estadual pode vir a monetizar mais de mil animais nativos e exóticos. A área total é de 780 hectares, estratégica para a preservação ecológica na Região Metropolitana. Entre as dúvidas que surgem, também está o futuro dos cerca de 80 funcionários do quadro do Zoo, composto por técnicos, auxiliares, tratadores, atendentes e serventes, além de 25 funcionários terceirizados.
Outra:
- Dito pelo próprio Governo do Estado, o Zoológico não gera prejuízos. As mais variadas desculpas surgem quando se quer entregar à iniciativa privada o que é da população por direito. Sua renda, de R$ 3 milhões, vem dos 500 mil visitantes anuais. O valor é suficiente para pagar as despesas da manutenção. A folha de pagamento dos funcionários custa o dobro – R$ 6 milhões -, sendo oriunda do Estado, via Fundação Zoobotânica.
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Essa é a melhor parte da entrevista do caranguejo parlamentar:
- Na sua opinião, por que o governo estadual quer privatizar o Zoológico de Sapucaia do Sul?
Tortelli: Durante a audiência pública ocorrida no dia 3 de junho na Assembleia Legislativa foi confirmado que o governo José Ivo Sartori (PMDB) pretende ceder à iniciativa privada a parte comercial do Zoológico de Sapucaia e explorar comercialmente as 23 Unidades de Conservação existentes no Rio Grande do Sul, todas por meio do mecanismo de concessão. A atitude retira do Estado sua responsabilidade sobre essas importantes unidades do ecossistema gaúcho. Ganha apenas a iniciativa privada, que tem como foco a lucratividade. Os grupos corporativos são motivados pela busca incessante de dinheiro, o que, muitas vezes, não coincide com o interesse da coletividade. Vale lembrar que o Zoo pertence a uma valorizada área de terra localizada nas proximidades da BR-116. Seguramente, ela interessa à especulação imobiliária, que pode dar múltiplas finalidades ao local, como shopping centers, condomínios fechados, instalação de hotéis e empresas.
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"Privatizar" ou não os 160 hectares?
Sim, privatizar, com um bem elaborado contrato, que seja vantajoso para a população e para os investidores. E, claro, para os animais existentes e aos que poderão vir.
É possível?


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