ESPECIAL



mundo crítico


AMOR E MORTE
POR JOSÉ LUIZ PRÉVIDI


Jaime Cimenti assina a coluna Livros no Jornal do Comércio de Porto Alegre



Quer fazer um programa? (Núcleo de Comunicação, 102 páginas, telefone (51) 9179-7449), romance, é o 12º livro do consagrado e premiado jornalista e escritor José Luiz Prévidi, que publica há muitos anos o famoso Blog do Prévidi. O livro marca sua estreia na literatura de ficção, depois de 12 publicações dedicadas a histórias de jornalistas; busca de felicidade; histórias de Porto Alegre e de praia; piadas; personagens do Centro da capital e casos com celebridades que circularam por aqui.
Os poetas dizem que a vida se resume em nascer, amar, procriar e morrer. Os franceses usam a expressão "la petite morte" (a pequena morte) para falar da ejaculação ou se referir ao orgasmo. A mesma expressão em inglês - the little death - já foi título de longa metragem e, dizem, teria sido usada pela primeira vez em 1572, como breve perda de consciência, e em 1882 teria sido associada ao orgasmo. Há quem prefira não pensar em tristeza depois do coito e achar melhor a conclusão de que onde nasce um orgasmo, morre o tédio. Questão de gosto e opinião.
Esses pensamentos vieram logo depois da leitura de Quer fazer um programa? que, segundo o autor, tem como tema predominante a morte. Prévidi disse que para escrever o romance teve que se despir de todo dogmatismo que ainda restara nele a respeito da morte, em vista dos tempos do catolicismo.
O protagonista da narrativa enxuta e veloz de Prévidi, com suas frases, períodos e capítulos curtos, é um homem de uma geração nascida lá por 1950-1960, quando incertezas, pecados e outros mistérios envolviam o sexo, o amor, os adolescentes e os jovens adultos, especialmente os homens. Muitos se apaixonavam só até levarem a guria para a cama. Percorrer fases da vida, curtir o primeiro beijo, sentir a primeira vez com uma mulher, aceitar o amor, conseguir levar as mulheres para a cama, sossegar, casar, ter filhos, trabalhar, acumular dinheiro. Muitas dessas experiências são relatadas pelo personagem principal do romance, que, de certa forma, sintetiza os comportamentos dos homens que hoje têm 50 ou 60 anos. Com sinceridade absoluta, ele conta sobre as mulheres de sua vida, que não foram poucas, e como foram os encontros e desencontros, felizes e infelizes.
Acho que o tema principal da obra, que pode ser classificada como um romance de geração, não é bem a morte, como está na contracapa, embora ela esteja bem presente no clima da narrativa. O personagem, do início ao fim, mostra a importância vital do sexo para ele e de como a vida pode estar no corpo e na alma de uma mulher, mesmo quando os encontros se dão de forma rápida, por pouco tempo, interrompida, sem maiores explicações e, em alguns casos, sem a presença do amor.
Lembrando, depois de morto, das mulheres que marcaram sua vida, mesmo as que não se apaixonou, o protagonista questiona porque os livros não falam em sexo e amor depois da morte e recorda, recorda.

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a propósito...

Prévidi pede aos leitores que, antes de lerem o livro, abram mão de suas verdades inabaláveis, aquelas que a gente não admite discutir nem em mesa de bar, já que ele se despiu delas para escrever o romance. Pedido interessante e necessário, para conhecer e aproveitar melhor um personagem, que, de início, pode parecer estranho, sedutor e obsessivo. No fundo, ele é assim mesmo, como todos nós, meio estranho, obsessivo, sedutor e múltiplo, claro. Quem não for assim, pode ir atirando a primeira pedra. Alguém aí está livre de pecados e não tem telhado de vidro? (Jaime Cimenti)




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