Sexta, 17 de junho de 2016




Atualizado diariamente até o meio-dia.
Eventualmente, à tarde, notícias urgentes.










SIMPLES, BEM ASSIM


Agora, quando perguntam a minha profissão, não titubeio:
- Blogueiro.
Quem me conhece estranha:
- Tu és jornalista, fez faculdade.
Explico:
- Hoje, jornalista não é mais profissão. Qualquer semi-analfabeto, desqualificado pode ser jornalista, tem registro. Não me equiparo a ineptos.
A boçalidade é a principal característica do "novo jornalismo" tupiniquim.


(clica em cima que amplia)







mundo midiático



 A ATIVIDADE MAIS DESRESPEITADA.
JÁ FOI UMA PROFISSÃO MUITO DIGNA 


Gilmar Mendes foi quem determinou o fim da profissão


É muito pior do que qualquer pessoa que não é do meio pode imaginar.
No ano passado, assisti a uma conversa entre três pessoas que estavam próximas a mim em um evento.  Uma delas era uma guria de pouco mais de 20 anos, vestida de forma despojada, puxando para piriguete. Eu ali, escutando o papinho deles. Ela era uma figura. Falava daquele jeito usual, comendo uma das consoantes finais do gerúndio - "caminhano", ganhano", "vendeno". Lá pelas tantas ela se exibe:
- Vocês sabiam que sou jornalista? Ééééé!! Jornalista profissional!
E os dois babaquaras ficaram olhando, admirados. Não sabiam que qualquer imbecil, escroque, analfabeto pode requerer o registro de jornalista, praticamente sem burocracia. Com base na decisão do STF, do Gilmar Mendes, basta apresentar na Delegacia Regional do Trabalho o RG, CPF, PIS, carteira de trabalho e  comprovante de endereço.
Fiquei 4 anos numa faculdade paga (PUC - Famecos) e até hoje tem gente que gasta tempo e dinheiro com "estudo".
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O mais interessante é que logo depois da decisão do brodi Gilmar, os diretores, chefes e chefetes de jornais, rádios e TVs juraram que jamais contratariam pessoas não habilitadas. Sentenciaram: Jornalista só com Diploma!
Os anos foram passando e, hoje, na imensa maioria das redações, o que se vê é uma quantidade absurda do que chamam de "estagiários". Funciona assim: Quem insiste em cursar uma faculdade de Jornalismo tem alguma chance de ser contratado pela metade de um salário mínimo. Agora, os guris com mais chance são aqueles que apenas passaram na frente de uma faculdade ou que pensaram em ser jornalista. Ah, esses são os preferidos, porque quando se tornam úteis são promovidos e viram estrelas, ganhando pouco mais do que um salário mínimo.
Tem coisa melhor para um patrão? Por que contratar "jornalista diplomado"?
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Devem ter visto, na ilustração lá em cima, o dia em que o meu registro profissional foi assinado: 21 de agosto de 1980. Mas eu trabalhava desde abril de 1978. Era uma bronca, porque o Sindicato dos Jornalistas - na época era sério e respeitado - não permitia que estudante trabalhasse. Os diretores dos veículos batiam pé e bancavam as contratações. E pagavam para os estudantes rigorosamente o mesmo salário dos profissionais.
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Fico muito puto quando vejo qualquer discussão sobre "jornalismo" e "jornalistas".
Tipo carga horária e "liberdade de expressão".
Como é que se tenta discutir coisas desse tipo, a partir de uma profissão que não existe?
As tais entidades do setor são as primeiras a desmoralizar ainda mais a atividade. Basta conferir o "evento" que vão realizar, agora neste mês, em Caxias do Sul.
Não tinham que fazer mais nada, além de lutar e lutar pelo restabelecimento da profissão. Pela obrigatoriedade do diploma para o exercício do Jornalismo.
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Chega!



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mundo midiático militante


O jornalista militante e o militante jornalista



No final dos anos 70 consegui uma vaga de repórter no Diário de Notícias. Tive como chefe de reportagem um cara chamado Renan Antunes de Oliveira, um dos melhores repórteres produzidos aqui no RS. A editora era outra fera, Leila Weber. Lá pelas tantas, foram contratados 3 estagiários, estudantes de Jornalismo. Um deles era o Élvio.
Era uma época de muita agitação política, com passeata e atos praticamente diários e as greves estavam recomeçando. Lembro de duas que cobri: Vigilantes e médicos residentes. O Élvio sempre pedia pro Renan cobrir as passeatas e atos. Ele não saída da redação conosco. Ia com a sua motinho e apenas combinava com o fotógrafo onde se encontrariam.
Ele era, se não me engano, da Convergência Socialista, um grupo de esquerda que depois se incorporou ao PT e na estrutura tinha importância. Algo como uma "sub-liderança". O problema é que quando tinha uma passeata grande e a Brigada ou mesmo o Exército intervia, baixando o cacete, o Élvio não voltava para a redação. A editora ficava desesperada,porque tinha as fotos e nada de texto. Aí ela tinha que se grudar no rádio e ligar para os amigos para fazer uma matéria.
No outro dia, ele aparecia na maior cara-de-pau, sempre com uma desculpa:
- Nem te conto, Renan, a correia da moto estragou e eu fiquei na mão.
Ou então:
- O pneu da moto furou e eu tava duro.
Sempre tinha uma desculpa, mas todos sabíamos que ele não "se sentia" jornalista, porque era "militante 24 horas".
Não durou muito no jornal.
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Não sei se esse é o caso do jornalista Matheus Chaparini, preso, junto com estudantes que haviam invadido o prédio da Secretaria da Fazenda do Estado. Quando ouvi a notícia de que todos os repórteres estavam aguardando na frente do prédio e apenas ele estava lá dentro, pensei: "Bah, esse cara vai escrever um baita depoimento!". Claro, os demais iriam ficar com a versão oficial. Ele, não, estava no "olho do furacão".
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O jornalista Elmar Bones, diretor do Jornal JÁ, onde Matheus trabalha, conta:
O repórter Matheus Chaparini, de 26 anos, era o único jornalista dentro do prédio da Secretaria da Fazenda do Estado, no centro histórico de Porto Alegre, às 9h da manhã, da quarta-feira, 15 de junho de 2016.
Há quase uma hora, o prédio estava “ocupado” por mais de 40 estudantes, que exigiam uma audiência com o governador Ivo Sartori.
Do lado de fora, um comando especial da Brigada Militar preparava a invasão do prédio para desalojar os invasores.
Chaparini há um mês faz cobertura do movimento de estudantes que ocupam escolas.
Ficou sabendo pelo face que um grupo dissidente, contrário ao acordo firmado com o governador, decidira ocupar a Secretaria da Fazenda.
Correu para lá, quando chegou os estudantes estavam entrando, ele entrou junto.
Filmou, fotografou e anotou toda a operação para retirar os estudantes. Foi punido com a prisão e a imputação de quatro crimes,  inclusive corrupção de menores.
Pior: muitos colegas tentaram desqualificá-lo, por sua militância. Mas, a verdade é que só ele estava lá e se portou como um repórter. As imagens e seu relato dizem tudo.
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Pois é, uma pena, Chaparini preocupou-se com os holofotes.
Ontem ouvi duas entrevistas com ele, li matérias. Foi a bola da vez.
Tudo sobre a sua prisão, inclusive no Jornal JÁ: http://www.jornalja.com.br/da-ocupacao-ao-presidio-central-o-relato-do-reporter/
Prisão e prisão.
Mas eu queria ler o trabalho do repórter, o seu relato sobre o tempo em que conseguiu ficar dentro do prédio, junto com os estudantes!!
Jornalista desmoralizado e preso? Isso não é novidade!.
Processado? Eu respondo a dois processos e já sobrevivi há vários!!
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Ontem me mandaram uma foto do jornalista. Em plena bronca:




E também recebi uma outra foto do Matheus.
O mais incrível é que está na sua página do Facebook.
Olha só o detalhe:

Maio de 2011: foto editorial da edição 1 deste Tabaré (um jornal)




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Pô, Matheus!!



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mundo empresarial/midiático


A mais poderosa do RS






Algumas pessoas acham que tem poder, que estão fazendo a coisa certa.
Isso, apenas acham.
Karim Miskulin, publisher da revista VOTO, faz tudo certo e tem poder. Como pouquíssimos que chegam a este patamar, a Karim é uma das pessoas mais simples que conheço. E iluminada!
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Olhem o que ela postou no Facebook:

Ontem à noite foi de muito charme e notícias boas para o Rio Grande do Sul. Tive a alegria de receber, juntamente com minha equipe, um seleto e importante grupo de 30 empresários gaúchos, o governador Sartori, os secretários Fábio Branco e Ernane Polo para um jantar com o CEO do Grupo Carrefour Charles Desmartis, o vice-presidente Stéphane Engelhard e para o presidente do Atacadão Roberto Mussnich. A fala de Desmartis parecia música aos ouvidos dos convidados, tamanha a grandeza dos números e o potencial de novos investimentos no Estado. Existe vida na crise.





Te mete!!



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mundo em festa


JÁ É UMA VIDA, HEIN?

O texto abaixo é de 17 de junho de 2014.
Não alterei nada. Apenas a idade - de 73 para 75.



Não vou dizer que ele é um mito do jornalismo. Nada disso.
É uma pessoa normal. Um cara muito engraçado, com sacadas ótimas. A primeira impressão, ao conhecê-lo, pode parecer "pouco simpática", mas em poucas horas não tem quem não se "apaixone" por ele. (a Ana que o diga).
Claro, falo do João Carlos Machado Filho, o Machado, o Machadinho, o Velho e, para irritá-lo, a "bicha velha".
Sabe? 75 anos a mil, cheio de gás. Uma cabeça muito legal e cada vez mais convicto de suas ideias.
Somos amigos há décadas. Sério, poderia fazer um pocket muito legal de todas as histórias que vivemos juntos. Eu sei, Machado, algumas impublicáveis, como "vilê", "marisa pneus", etc. E essas acredito que nem o Julio Ribeiro sabe. Hahaha!!!
Velho, como desejo a todos os aniversariantes amigos, "mais sucesso, saúde, grana e muita risada!!!!!!'.



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mundo das piadinhas







Um comentário:


  1. Estás bastante amargo hoje e nos últimos dias. Penso que já basta o frio que está retornando. Vem pra praia ‘véio’. As águas do mar acabam com essas bactérias que tanto de maltratam. Te apresento ao meu amigo e colega, Jaco Canterji, mais vizinho teu do que eu. É ele ‘mais grande’ do que tu. Em seguida te repasso uns ‘retratos’ dele com alguns ‘filhotinhos’ de Papa Terra pescados por ele.

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