Quarta, 1º de fevereiro de 2017



PRÊMIO PRESS - JORNALISTA DE WEB 2016 - JL PRÉVIDI






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A ENTREVISTA DE 2016


EDUARDO SIROTSKY MELZER, O DUDA



primeira parte: Quarta, 31 de agosto de 2016








Duda, 44 anos, é presidente do Grupo RBS e desde o início deste ano é presidente do Conselho de Administração da RBS, substituindo o tio Nelson Sirotsky. É formado em Administração de Empresas, pela PUC-RS e tem MBA pela Universidade de Harvard.
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Antes, conto que jamais tinha visto a figura. E sempre dei um jeito de não dividir o mesmo espaço com ele. Simples, um amigo comum me disse, há tempo, que na primeira oportunidade me daria uma porrada. Basta ver pelas fotos: o cara é grande e esportista. Eu fora!
Até que neste ano ele foi a um encontro do Clube dos Jornalistas de Opinião e obviamente não fui. Curioso, logo depois do meio-dia liguei para o Julio Ribeiro, presidente do Clube, para saber como tinha sido:
- Estamos aqui ainda com o Duda.
Mais alguns segundos e o telefone do Julio estava no viva-voz e conversei com ele "publicamente".
Passou o email e telefone, que estava sempre a disposição, tal e coisa. Mais do que cordial.
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Alguns meses depois resolvi abrir esta série de bate-papos com o cara que achei que queria me encher de porrada.
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Cheguei no prédio da RBS, na avenida Erico Verissimo, pouco antes das 15 horas de ontem. A Caroline Torma, gerente de Imprensa, me levou até a sua sala. Salão.
O Duda é uma gentileza e ainda bem que não é invocado - é forte pra cacete.
Tinha voltado das férias.
Café? Chá? Água?
Bah, a garrafinha de água e um copo com o logo do Grupo.
Para quem não sabe, coleciono copos com "propaganda". Tenho algumas centenas.
Na saída, fiz uma onda:
- Vou tirar uma foto do copo, porque sou o único do mundo que faz coleção de copos com marca.
- Para com isso, leva esse aqui.




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Antes de gravar, conversamos com a maior sinceridade. Tenho certeza de que falou tudo que tinha vontade de dizer para o autor do Blog do Prévidi. Alguns elogios, "levanta a bolinha", e falou daquilo que, de certa forma, o incomodava. Tipo "só porrada" e nada "que prestasse". Gostou que eu me defino como "ombudsman" de algumas empresas de comunicação, mas ressaltou que em algumas críticas parto para "a ofensa". Opinião dele.
Ressaltou que elogio pouco.
Disse  a ele que gosto de elogiar especialmente aqueles que não conheço.
Ele deixou claro que não lê o Blog, que acompanha só através do clippintg que recebe diariamente. Tudo bem. Mas todas as várias vezes que falou isso, vinha na cabeça a cara do jornalista Sebastião Nery. Conto para quem não sabe. Em 1978, o jornalista denunciou que as sinopses que o general-presidente Geisel recebia, da Agência Nacional, todos os dias de manhã, eram falsas.
Não interpretem! Apenas lembrei que a sinopse/clipping que os executivos da RBS recebem pode ter alguns tópicos dos posts do dia. Claro que sem manipulação, mas fora do contexto das notícias do dia.
Não sugeri, mas ele poderia "perder" alguns minutos de alguns dias do mês, para ver o que escrevo, antes de um juízo de valor.
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A questão é que o Duda tem foco apenas em seus veículos.
Com toda razão.
Falei pra ele, mais ou menos, como a coisa funciona. Assim: Posso elogiar uma atração ou um profissional 30 vezes. Na primeira crítica o cara opta por uma dessas opções:
- Não me cumprimenta mais;
- Começa a espalhar "segredos" sobre mim;
- Ou joga como todo canalha: me "ofende" através de perfis falsos no Facebook e Twitter, emails me achincalhando e telefonemas anônimos com ameaças, das mais variadas. Fora informações falsas.
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Gostei muito que ele fala com orgulho de seu avô, Maurício Sirotsky - e mostra as fotos. Claro que me desmanchei em elogios ao avô - "Cara, sei tantas histórias dele" - e ao tio Jayme Sirotsky. Pessoas maravilhosas e diferenciadas. "O doutor Jayme é a pessoa mais cordial, gentil, que conheço, um diplomata de verdade", disse a ele.
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Desde que assumiu como presidente que as pessoas botavam mais fogo, contando o que eu escrevia. A reação dele? "Deixa ele escrever o que quiser, um dia vai terminar, não dou bola!". Evidente, tinha mais com que se preocupar. E não respondia com toda essa delicadeza.
Afinal,o cara não estudou em Harvard para dar bola para um blogueiro gaudério e ainda por cima nascido no Rio.
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Meia hora de papo e começamos a gravar.
O legal é que eu já tinha feito a entrevista. Mas vamos lá!
Na primeira meia hora fiquei com a impressão de que ele tem uma bronca danada com o que escrevia e até certo ponto escrevo. Ressentimento? Pode ser. Tipo: É só pau, é só porrada, será que não fazemos nada certo? Não foram estas palavras, mas é isso.
Contive a minha sinceridade cavalar e não falei da tradicional soberba de alguns chefes e chefetes dos veículos. Os sabichões. Lá pelas tantas só lembrei a ele que um jornalista que faz pós na Espanha ou nos Estados Unidos não o credencia para ser um tremendo profissional. "Pelo contrário, 90 por cento não sabe nada".

Duda e Carol Torma


Para esclarecer: as embalagens aí da foto, a esquerda, não são de sucrilhos.
Comentei que em casa todos gostamos muito desse Cookies Quaker. Me segurei para não comer um pacotinho.
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A primeira pergunta foi óbvia:

- O que tu achas do previdi.com.br?

- Acho que é um canal de comunicação bárbaro, um canal contemporâneo que é a internet, a capacidade que as pessoas têm de acessar em qualquer hora e lugar o teu conteúdo. Acho que tu és um jornalista importante, experiente, pode ter boas fontes, ótimas fontes, e quando tu pensares o teu projeto de futuro...

- Vai ser difícil, com 62 anos!

- Quantos empresários de comunicação começaram...o Roberto Marinho começou a Globo com 60 anos. Tem que olhar pra frente e se tu colocares o teu talento a serviço do bem, da construção, do compromisso com o jornalismo, o previdi.com.br pode ser uma plataforma de comunicação bacana para a comunidade do Rio Grande do Sul.

- E o que te aborrece?

- Não acesso diretamente, com frequência. Recebo o clipping quando falas alguma coisa da RBS e como falas com frequência... O que eu ouço é que há um exagero... desde pequeno ouço  - estão aqui as fotos do meu avô, Maurício Sirotsky - de que o jornalismo de qualidade é o que ouve todos os lados, é o que faz as críticas, que tem a contundência, mas tem o compromisso com a qualidade, que ouve todos os lados. As vezes a gente não acerta, como tu, mas quando se erra se fala que errou. Eu acredito que é fundamental a qualidade da informação, compromisso . Ouvimos todos os lados. Nós fazemos aqui nos nossos veículos críticas diárias e somos incansáveis nesse sentido. Quando erramos é dito que se errou, se dá espaço. Esse é um componente para agregar na tua estrategia. Muitas vezes tu falas da gente e pergunto se alguém falou contigo... Não.

- Tem uma coisa. Muitas cabeças daqui não falam (chefes e chefetes) e aí as pessoas que me informam são funcionários daqui.

- Como todos os veículos, tu tens aqui uma abertura total, vais ser atendido para qualquer checagem de informação.

- Bom ter o canal da Carol. Mas tenho certeza de que se eu ligar para um dos veículos jamais vão me atender.

- Se cada um sai falando, de forma descoordenada, podem não sair bem. Mas os nossos profissionais dão entrevistas... Bom é a gente estar conversando para estabelecer uma nova era. Parte dessa animosidade... Tu dizes que não és atendido e tem gente aqui que se queixa de ser mal tratado, de forma mal educada, de forma agressiva. Exagerada.

- É recíproco.

- A RBS tem um papel de liderança na comunicação aqui no Estado e tem total abertura para críticas. Quando a crítica é construtiva podemos recuar, tudo bem, mas quando começa a ser mal educada, ofensiva, até pessoalmente, com apelidos e inverdades, isso pode gerar uma situação.

- Tem gente aqui que se invoca com uma bobagem que é o comedor de sucrilhos com nescauzinho. Uma expressão mais antiga do que tu...

- Nem sei o que é...

- É o executivo da RBS, uma expressão que surgiu aqui mesmo, do pessoal daqui. Tu falas nessas ofensas. Eu uso palavras mais do que normais, basta ver no dicionário, e alguns se invocam. Te chamava de presidente jovem e tímido. Isso é ofensivo?

- Prévidi, a entrevista é tua, mas reflete sobre isso: quando tu falas essas coisas, os adjetivos, a tua intenção é falar coisas boas ou de jogar para baixo, denegrir? Não me responde.

- Claro que respondo! Te digo com toda sinceridade. É brincadeira! A minha intenção é brincar. Nesta semana eu fiz uma brincadeira com a roupa da Dilma, quando foi no Senado. Tem que ver o que ouvi de desaforo. Uma brincadeira, nada mais do que isso! Por que eu não posso brincar com o Inter que está para ser rebaixado?

-  A beleza do processo da liberdade de expressão é que a publicação é tua e tu escreves o que quiser. Estamos batendo um papo. Se as brincadeiras todas forem negativas, o tempo inteiro, criam um padrão. Se as vezes tu brincares de forma positiva, elogiar, acho que talvez tenha mais credibilidade, porque ninguém é de todo ruim ou de todo bom. Se tu pegares os últimos 24 meses, o teu espaço. talvez, 95 ,5 por cento é de críticas a RBS.

- Mas tu não lê o Blog, não pode afirmar isso.

- Não estou afirmando, estou dizendo "eu acho". Mas leio pelo clipping, não acesso. Dar um incentivo, falar bem, ser querido com uma pessoa...

- Eu faço isso. Então a Carol não te passa. 

- Que bom.

- Faço isso seguidamente. E gosto mais ainda quando não conheço a pessoa. Agora mesmo, elogiei uma menina da Record, a Vanessa Pires, que é uma tremenda repórter e apresentadora, dá de 10 em todas essas apresentadoras de TV. Nunca a vi na vida, nunca falei com ela. Sem o menor problema

- Que bom.


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Aí estão os 13 minutos iniciais do papo com Duda Melzer, que eu de BRINCADEIRA já chamei de "Dudu" e de "presidente jovem e tímido".
Olha, acredito que errei no "tímido". O cara não tem nada de tímido, apesar de em algumas fotos passar esta ideia.
É um cara legal, simples, tem muito da personalidade do seu Maurício e do doutor Jayme.
Nada a ver com a soberba de alguns de seus funcionários que são chefes ou chefetes.
Não é, definitivamente, um comedor de sucrilhos com nescauzinho. Não tem o espírito desse tipo. Isto não quer dizer que o Grupo não esteja tomado por este tipo de executivos.
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Não lê o Blog do Prévidi, tudo bem. Mas ao final, quando ele me acompanhou até uma outra sala do salão presidencial, ele dispara:
- Olha aí, Marcelo Rech, o Prévidi!
Para os que não sabem: Marcelo Rech é um bambambã do Grupo e o conheço desde a década de 80, do tempo em que trabalhava na Agência Nacional (atual EBC). Fomos amigos. Ele se irritou comigo por uma bobagem - sempre é assim, mas não vem ao caso.
Aí o Duda me sai com essa:
- Como é que tu chamas o Marcelo? Homer,né?
E eu, o cumprimentando:
- Isso, Homer Simpson. E vai dizer que ele não é parecido com o Décio Piccinini? O Décio Piccinini dos Pampas!
- Eu mereço, resignou-se o Marcelo.
Risadas.
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Foi um bom papo com o Duda. Mais ou menos como já tive com outros responsáveis por veículos e até mesmo grupos de comunicação. Como critico e elogio, gosto também de críticas e elogios. E nos 13 anos que me dedico a este espaço sempre publiquei as críticas e alguns elogios.
No entanto, não significa que acato as críticas.
Acreditem, meus leitores, não estou atrás de informações que as "políticas de comunicação" das empresas definem como "divulgáveis". Pelo contrário, vou sempre publicar informações inéditas, mesmo que ocorra uma ou outra incorreção, o que é mais do que normal.
Existem veículos que são especialistas em publicar releases das empresas - não é o caso do Blog do Prévidi. Que façam bom proveito.
Gosto, na verdade, de informações "proibidas", como a do início desse ano, quando antecipei o dia e a hora em que o Grupo RBS iria anunciar oficialmente a venda do controle acionários dos veículos da RBS de Santa Catarina.
Mais recentemente, a contratação do narrador/apresentador Paulo Brito pela Band e a ascensão do Luciano Perico como narrador de futebol da RBS TV.
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Acredito que os 13 anos do Blog do Prévidi me dão razão.
Afinal, tenho quase 40 anos de jornalismo. E o Duda nem sabia o que era Harvard! HAHAHA!!!
É brincadeira, Duda!!

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A ENTREVISTA CONTINUA AMANHÃ



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