Quinta, 2 de fevereiro de 2017


PRÊMIO PRESS - JORNALISTA DE WEB 2016 - JL PRÉVIDI






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A ENTREVISTA DE 2016


EDUARDO SIROTSKY MELZER, O DUDA




segunda parte: Quinta, 1º de setembro de 2016



"Não que tu virou de lado, tu não tem lado,
nada disso, o teu lado é tu."








Continua a entrevista ou bate-papo com o Eduardo Sirotsky Melzer, o Duda Melzer, presidente do Grupo RBS.

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Imaginei que iria receber muita porrada, desaforo, xingamentos, essas coisas que estou acostumado.
Mas só que não. Todos gentis. Os irritadinhos não se manifestaram - por enquanto. Na real, uns ficaram loucos para me encher de desaforo, mas se seguraram.
A primeira mensagem que recebi foi do Fernando Seffrin Martins;
"Parabéns pela entrevista, li dentro do trem aqui em Dublin. Bem que te falei, tu não tem rabo preso nem vocação pra puxa-saco. Tô só esperando pra ler o resto amanhã."
O jornalista Auber Lopes de Almeida (sim, um primo distante do Coi) publicou no Facebook a foto que está na edição de ontem do Blog (Duda e eu) e escreveu:
Há algum tempo vínhamos brincando que uma foto como essa só poderia ser feita com o talento photoshopista do Linei Zago. Mas não é que a foto aconteceu de verdade? E sem que precisasse haver uma equipe do Samu de prontidão?
Parabéns, meu caro José Luiz Prévidi. Muito orgulhoso de ti por teu desprendimento e coragem de ficar diante do homem.
Pra quem não sabe, o moço da esquerda é o presidente do Grupo RBS, que há horas o Prévidi chama de comedor de sucrilhos.
Corrigi: ele é apenas o presidente dos comedores de sucrilhos com nescauzinho.
E mais dois, que não assino porque podem melindrar algumas figuras:
"Gostei do quebra gelo, das partes.
Algo como: O dia que Dorival encarou o guarda.
(ambos, cada um do seu lado do balcão)"
"Amigo, gostei muito da entrevista com o Duda Melzer. Papo legal, sem frescuras, com posições firmes de ambos os lados. Fizeste um bom jornalismo, mostrando o outro lado do Duda. Pessoas civilizadas sempre se entendem, sem que se faça qualquer tipo de concessão quando convicções são apresentadas e discutidas".

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Sabe como é a maioria dos filmes americanos?
O início e o fim têm uma velocidade intensa.
No meio, a história em si, a preparação para o final.
No início, invariavelmente, tem mulher ou homem pelado, uma cena de sexo, a explicação da história. E todos prestam muita atenção. Passa a primeira meia hora e as pessoas começam a abrir as balas, o chocolate e os mais moderninhos derrubam o saco de pipocas. Aí esquenta mesmo no final. Quase não tem cena de sexo, mas é aí que o mocinho triunfa e o bandido dança. Ou não.

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O roteiro do Duda e do Prévidi foi mais ou menos ao estilo de filme americano.
Início cheio de porradinhas verbais - e educadíssimas - e o meio, como aí embaixo, mais light. Afinal, não íamos aguentar no mesmo ritmo. Mas o Eduardo deu uma boa esquentada nos trechos finais da entrevista, que está publicada hoje,

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Amanhã? Ah, explico depois. Antes leia o que está aí.

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A segunda parte:


- Mudando de saco pra mala. Um dos meus ídolos empresariais é o Silvio Santos. Acho ele fantástico. Há poucos anos ele praticamente quebrou, por causa do Banco Panamericano. Deu a volta por cima com a Jequiti, um negócio que se tornou milionário. Não tem nada a ver uma coisa com outra, mas vejo como fantástico este investimento no Wine. Há pouco começaram as propagandas nos veículos. Por que essas propagandas não são mais massivas, usando, por exemplo, os comunicadores da RBS? Popularizar mais, ser a Jequiti da RBS.

- Essa não é a nossa visão, separamos os mundos, A nossa família tem duas características muito fortes: uma é a paixão pela comunicação, que vem lá do meu avô, e uma capacidade de empreender muito grande. Quando o meu avô comprou a rádio ele não ficou apenas como um comunicador de rádio, ele tinha uma visão de empreendedor. Se associou na TV, comprou o jornal, foi para outro Estado, e esse empreendedorismo foi passando para todos nós - o Nelson é um superempreendedor. Todos nós temos essa característica, de uma paixão pela comunicação e capacidade de empreender muito grande. Acreditamos que conviver com esses mundos não tem nenhum problema, ao contrário, as empresas que fazem parte desse grupo se fortalecem, elas têm mais informação, mais geração de caixa, de gente, que podemos jogar de um lado para outro. A Wine é uma empresa independente, como várias outras que tivemos aqui, ao longo de 60 anos, desvinculadas da comunicação. E a Wine é mais uma delas. Mas para manter a distância adequada, na nossa visão, que é diferente do exemplo do Silvio Santos, a gente acha que essas empresas tem que se relacionar de forma estritamente profissional. Todos os anúncios da Wine são da sua estrategia de comunicação. Se quiserem ter um testemunhal de um comunicador, é só negociar com a Rádio Gaúcha, por exemplo, como qualquer empresa. Não temos essa visão sinérgica, aproveita aqui, eu aproveito lá. A nossa visão sinérgica está por trás, quer dizer, empresas que fazem parte do mesmo grupo, cada uma com sua estratégia.

- Qual foi o último jornal que tu comprou em banca?

- Jornal que eu comprei? Eu leio todos os jornais...

- Não, tô perguntando sobre o último jornal que tu comprou, em banca...

- Eu compro, mas eu recebo em casa. Leio de 10 a 12 jornais todos os dias. Recebo todos os jornais do Grupo. Claro que depois do segundo que leio as notícias vão se repetindo e vai mais rápido. Leio primeiro a Zero Hora de cabo a rabo e os jornais do Grupo. Aí leio a Folha, o Estado, o Valor e O Globo. Acordo muito cedo, faço ginástica cedo, mando muitos emails...

(Aí ele pega o ipad e mostra como faz, diariamente. No dia da entrevista ele estranhou que uma colunista do agronegócio não estava assinando a sua coluna, justamente no período da Expointer. Enviou um email para a editora para saber o que aconteceu. Sabia, mas não lembrava, que ela estava em licença-maternidade).

- Leio o que tem de bom nos jornais. Na Folha de S. Paulo uma matéria sobre a eficiência dos municípios, justamente num período pré-eleitoral. A questão da "Segurança Já". No dia da notícia da morte daquela senhora na frente do Colégio eu estava de férias, com um fuso horário de cinco horas. Mandei um email para todos os editores e para o Marcelo Rech. Queria algo emergencial. O Marcelo também estava fora e se criou uma série de medidas, como o Painel RBS, uma Editoria de Segurança, um editorial de capa, movimentos que a tenologia propiciou e que mostram o nosso compromisso com o Estado
Vamos lá pro início. São coisas que valem ser ressaltadas, por quem? Por jornalistas de qualidade que tem compromisso com a qualidade e com o Rio Grande do Sul. Se é uma empresa descomprometida, que está aqui, só noticia os fatos. Nós, não, tivemos várias iniciativas, os colunistas envolvidos, editorial de capa, um negócio bacana. Gostaria que isso fosse mais valorizado pelas pessoas que cobrem o meio, que é o teu caso. Não que tu virou de lado, tu não tem lado, nada disso, o teu lado é tu. O teu lado é o jornalismo de qualidade.

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Estão aí mais 10 minutos de gravação.
Não tinha me dado conta do que ele falou. Só me flagrei quando estava tirando a gravação:

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"Não que tu virou de lado, tu não tem lado,
nada disso, o teu lado é tu."


Claro que eu poderia ter arrumado a frase, colocado em bom português, mas não. Assim é que está perfeita, em bom gauchês ou porto-alegrês.
Tenho muito leitores diários e uma boa parte não entende isso, que o "o meu lado é eu". Que eu não tenho lado.
Justamente um cara que, em tese, me detestaria, e que não me lê - apenas através de clipping - sabe justamente como é minha forma de agir por 13 anos no Blog. Ou será que ele falou sem querer?
Pode ser, mas encontrei uma nova forma de responder quando me encherem o saco.
Agora, vai ser assim:


"Eu não virei de lado, eu não tenho lado, nada disso, o meu lado É eu."


DUCA!! MUITO LEGAL!!
Não dou mais papo para patrulhas e para politicamente corretos. Muitos menos para petralhas ou coxinhas, colorados ou gremistas!
E para irritar, vou dizer que a frase é uma adaptação do que disse Duda Melzer, o presidente de um monte de comedor de sucrilhos com nescauzinho. HAHAHAHA!!!!!!
Como escrevi aí acima, Eduardo pode ter dito a frase sem querer. Mesmo assim, o cara que tem essa percepção não ocupa os cargos no Conglomerado Midiático apenas porque é neto do seu Maurício.

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IMPERDÍVEL!

Amanhã é a terceira e última parte da entrevista.
Adivinha o assunto?












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Pra encerrar nesta quinta:
Não entendo o motivo de alguns chefes e chefetes do Grupo - e até mesmo funcionários sem cargos relevantes - exageram na soberba, aquele sentimento de ser superior a tudo e a todos. Por isso não suportam a menor crítica.
Imagina se digo para um desses o que falei para o Eduardo: "...ser a Jequiti da RBS". Bah, os caras me processariam!!! Meu Deus, a Jequiti salvou o Grupo Silvio Santos e a minha pergunta poderia levar o cara a pensar  que estou dizendo que a Wine "salvaria o Grupo RBS". Mas não era a minha intenção. Repito: não é à toa que ele é o presidente duplo. O que é legal? Um dia os soberbos caem na real ou...



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