Segunda, 4 de dezembro de 2017



Jamais troquei de lado.
Por quê? Eu não tenho lado.
Ou melhor, o meu lado sou eu





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MONTEVIDEO


Ia começar hoje um ESPECIAL sobre Montevideo.
Mas olha esse texto do nosso amigo CLOVIS HEBERLE:

"Era proibido NÃO fumar na redação".

A frase é do Peninha, também conhecido como Eduardo Bueno, ao descrever seu primeiro dia de trabalho no jornal Zero Hora, em agosto dd 1976.
Até a informatização da redação, no fim da década de 1980, a situação continuava igual. Raros eram os repórteres que conseguiam escrever o lead de sua reportagem ou os editores que chegavam ao melhor título da matéria sem fumar um cigarro.
No início da noite, quando a pressão pelo fechamento aumentava, a fumaça formava uma nuvem junto ao teto do salão, mesmo com o ar condicionado funcionando. Fumava-se freneticamente, e o matraquear das máquinas de escrever tornava o ambiente insuportável para um ser humano normal.
Todos, fumantes ou não, saíam dali com as roupas fedendo.
De um dia para outro, tudo mudou. Os computadores não eram compatíveis com a fumaça, e as cinzas dos cigarros fatalmente danificariam os teclados. Fumar passou a ser proibido. A redação se tornou um lugar silencioso e já era possível voltar para casa sem estar cheirando a cigarro.
O fim daquele ambiente bagunçado afetou também o comportamento dos jornalistas. Cada um passou a se concentrar no seu terminal (era uma rede intranet), e as conversas, poucas, eram em voz baixa. Para fumar e fazer um lanche era preciso ir para o bar.
Mas houve alguns inconformados com a nova situação. Um repórter, recém chegado das grotas, entrou de botas embarradas, sujando o carpete recém colocado. A gerente administrativa, conhecida pelo seu pavio curto, correu com ele aos berros.
E, toda a semana, o colunista Melchíades Stricher chegava com sua página debaixo do braço - se recusava a usar o computador da redação para escrever - e, inconformado com tanto silêncio, bradava:
- Pandilha de pica-fumo, isto aqui parece o IML na hora do pique!


Um comentário:

  1. Sei não, mas por vezes desconfio que o talento dos jornalistas começou a decair quando as redações deixaram de ser o inferno(cigarro, lanches, voz alta, saidinha para tomar um trago, etc) para serem jardim de infância de anjinhos!!!!

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