Sexta, 1º de dezembro de 2017



Jamais troquei de lado.
Por quê? Eu não tenho lado.
Ou melhor, o meu lado sou eu





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O MITO GAUDÉRIO


Publiquei estes textos de 30 de junho a 4 de julho de 2014.
Atualíssimo, justamente quando, mais uma vez, o PT insiste em tê-lo como candidato.
Não modifico uma vírgula.






OLÍVIO, O BOM HOMEM. POLÍTICO MANIPULADO.
SERÁ QUE PODE EXISTIR UM BOM FANTOCHE?






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Antes que petistas despirocados comecem a enviar comentários anônimos escrevo com a maior tranquilidade que ajudei bastante para que o líder sindical Olívio Dutra tivesse um início de carreira política promissora. No início dos anos 80, quando sindicalistas começaram a criar o PT, eu fazia parte de um grupo de 4 ou 5 jornalistas de Porto Alegre que faziam de tudo para que ele ocupasse espaços na mídia. Ah, sim, o projeto do PT tinha um bravo jornalista, incansável, Remi Baldasso, que infelizmente não viu o triunfo da legenda. Hoje o partido está entupido de jornalistas, todos ocupando bons cargos nos governos, mas naquela época só fingiam "simpatia".
Quem viveu no final dos anos 70 no RS e tinha um pouquinho de tutano admirava muito o sindicalista Olívio Dutra. Para quem não sabe, ele liderou, em 1979, a histórica greve geral do funcionalismo público. Foi preso e perdeu o mandato de presidente do Sindicato dos Bancários - desde 1961 era funcionário concursado do Banrisul.
Em 1980, junto com Lula e outros sindicalistas, começou a difícil tarefa de criar um partido. Dificílima empreitada, porque na oposição aos milicos, o PMDB de Ulysses Guimarães e o PDT de Leonel Brizola monopolizavam a vida política nacional. Na primeira eleição o fiasco foi inevitável: Olívio, candidato ao Governo, fez pouco mais de 50 mil votos. Foram eleições praticamente gerais - de vereador a governador, menos nas prefeituras das capitais e nas chamadas "áreas de segurança nacional" e o nanico PT elegeu apenas um vereador em todo Estado: Antônio Hohlfeldt, em Porto Alegre.
Antes da eleição, Olívio e seus raríssimos companheiros - Clovis Ilgenfritz era um deles - percorriam, aos trancos e barrancos, o Estado. Um dia, na Serra - acredito que foi em Bento Gonçalves - ele deu uma entrevista para um jornal alternativo - na época, centenas de mensários, em todo país, imitavam O Pasquim. Reza a lenda que eles, antes da entrevista, se encharcaram de um bom vinho. E o ingênuo Olívio falou muita bobagem. Intimidades de adolescente, por exemplo. E a repercussão foi um desastre.
Óbvio que OD foi o primeiro presidente estadual do PT - até porque não tinha outro nome conhecido. Mas a estrutura que se formava era muito estranha. Quem começava a mandar, de verdade, era um professor universitário, carrancudo, que comandava uma "tendência interna", bem organizada, constituída basicamente por estudantes. Sim, Raul Pont, hoje o popular comandante Raul, era o poderoso da gurizada. Tão organizados que tinham até um jornal (Em Tempo) - o PT não tinha nada.
Pont controlava tanto o PT que foi o candidato a prefeito de Porto Alegre em 1985. Na primeira eleição nas capitais desde que os milicos tomaram conta. Evidente que Olívio deveria ter sido o candidato, mas o inexpressivo professor mandava mesmo. Também foi um fiasco a sua candidatura a prefeito, assim como tinha sido a sua candidatura a senador, em 1982, onde a sua principal proposta era a extinção do Senado.
Olívio continuou trabalhando na agência da Assis Brasil do Banrisul, andando de ônibus e organizando o PT.
Na eleição de 86 o partido realmente começou a existir. Bancada na Assembleia e na Câmara. Olívio foi eleito deputado federal constituinte com  55 mil votos e dividiu um apartamento em Brasília com Lula.
Em 88 nova eleição para a Prefeitura de Porto Alegre.
Nenhum aventureiro tentou disputar com Olívio a condição de candidato.
Durante toda a campanha, as pesquisas apontavam que novamente haveria um novo fracasso. São várias as histórias de manipulação de pesquisas, inclusive pelo dono de um grande jornal da capital. Mas isso não vem ao caso, porque o PT venceu.
Durante a campanha, Olívio falou várias vezes que  interviria nas empresas de ônibus. Ninguém deu bola.
Para lembrar: na real, ele estava coberto de razão, porque a inflação estava descontrolada e, por isso, o preço das passagens subia sem aviso. E as empresas não tinham o menor respeito pelos usuários. Não cumpriam horários e os ônibus eram um horror.
O PT venceu as eleições, enfrentando os poderosos PDT e PMDB.
Com a posse de Olívio uma série de equívocos começaram a acontecer.



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Antes, uma correção, feita pelo jornalista Paulo Cesar Teixeira, no post de ontem:
Sem entrar no mérito do que está dito, há algumas incorreções no texto, como o trecho em que afirma não ter Olívio concorrente interno na indicação para a disputa pela prefeitura da capital gaúcha, no final dos anos 80. Houve, sim, uma disputa prévia, em que também concorreram Flavio Koutzii e Tarso Genro, vencida por Olívio. Lembro bem disso porque fiz a cobertura da disputa interna do PT pelo Diário do Sul.

Isto, a disputa Olívio/Tarso é mais antiga do que parece. Não lembrava desta.
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Simples, Olívio Dutra sempre andou de ônibus. Alguns diziam que era demagogia. Mas sei que não. Ele vivia de acordo como que ganhava. Uma vida de bancário, apenas.
Por isso que quando tornou-se prefeito de Porto Alegre sabia a esculhambação dos ônibus, do que os porto-alegrenses enfrentavam diariamente.
Tenho certeza de que ele queria realmente moralizar o transporte público.
O problema era apenas um: os companheiros que mandavam, de verdade, no PT. Gente que não queria moralizar o transporte público. Apenas queriam o confronto com o empresariado, "a burguesia". Nada além disso.
E estes foram os vitoriosos quando decidiram encampar as empresas. Queriam todas as empresas estatizadas.
O PT ordenou que Olívio autorizasse o confronto. E assim foi feito.
Em janeiro de 89, logo quer assumiu, a poderosa ATP, entidade dos empresários do setor, pediu um reajuste de 40 por cento no preço das passagens. Não conseguiram, é claro.  Um mês depois a "administração popular" decidiu intervir em três empresas. No final de fevereiro, a situação era essa: seis empresas sob intervenção e oito empresas privadas, além da Carris.
As pessoas responsáveis que cercavam o prefeito o convenceram de que havia sido uma grande idiotice a tal intervenção, mesmo que os porra-loucas quisessem continuar a aventura. Na real, a burrice estava feita.
Aí a Prefeitura concedeu um reajuste de 40 por cento nas tarifas. E foi cedendo aos poucos. Não tinha outra saída. Com o rabo no meio das pernas devolveu aos proprietários as empresas Nortran, São João e Sudeste. No ano seguinte devolveu a Trevo e a VTC. E foi além: fez um acordo para abrir mão da desapropriação da Sopal.
O confronto entre a Prefeitura e a ATP continuou até 1997, com batalhas judiciais terríveis. As Prefeituras do PT perderam todas as pendengas judiciais. Neste ano, a Prefeitura se rendeu, por um bom motivo: véspera da eleição ao Governo do Estado e justamente o "gestor" da desastrada intervenção nas empresas de ônibus era o candidato, que foio vitorioso.
Um ano depois da posse de OD, o então prefeito Raul Pont, quem diria, topou entregar os pontos aos "empresários burgueses".
As administrações petistas foram tão amigas dos empresários que implantaram o plus tarifário, ainda no período de Olívio. Através de um decreto, estipularam um valor adicional sobre a tarifa, com o simples objetivo de criar um fundo especial para renovação da frota.
Barbadinha para os donos das empresas, não?
Sabem quem pagou a renovação da frota, não?
Uma evolução magnífica para quem queria estatizar as empresas!!
Olívio, mais soltinho, deu plenos poderes para que a ATP administrasse os recursos, TIRADOS dos usuários.
O mais admirável: a ATP arrecadou, com a molezinha da "administração popular", quase 12 milhões de dólares. Com essa grana compraram 142 ônibus. Acreditem, 48 veículos novinhos foram destinados para uma nova empresa,  a Restinga, que foi oficializada em março de 1990. Quem eram os donos dessa nova máquina de fazer dinheiro? Ora, meu Deus, justamente os "burgueses" tão combatidos antes, os donos das 12 empresas de transporte de Porto Alegre. Casualmente, todos dirigentes da ATP (lembre que eles é que geriram o plus tarifário).
O resultado do plus tarifário e a sólida amizade entre os petistas e a ATP foi maravilhoso.
Olívio elegeu-se governador e o PT administrou a cidade por 16 anos, em total harmonia com o empresariado da "mobilidade urbana". A burguesia!!
Ah, ia esquecendo: a conta paga pela Prefeitura de Porto Alegre foi alta. A aventura estatizante foi terrível.
O acordo assinado pelo então prefeito Raul Pont e a ATP obrigou a Prefeitura a pagar 10,5 milhões de reais às empresas de ônibus, sendo que seis milhões de reais para Trevo, Sudeste, Nortran e Teresópolis, em 48 suaves prestações mensais de 125 mil reais .
Um dinheiro jogado fora.



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Olívio Dutra sempre administrou bem a sua imagem, de um homem bom, simples, do interior, mesmo que várias pessoas que o cercassem lhe compelissem a fazer disparates. Muitos.
Na Prefeitura ele foi muito diferente do OD sindicalista.
A impressão que deixou é que todo o empenho era para destruir tudo o que os seus antecessores fizeram.
Especialmente o que o prefeito anterior, Alceu Collares, realizou ou não conseguiu terminar em três anos.
O prefeito Olívio Dutra foi obrigado, pelas tais tendências internas do partido, a nomear uma secretária de Educação, que se notabilizou por pintar os cabelos de roxo e distribuir merengues em reuniões de trabalho.
Chamava-se Esther Pillar Grossi.
 Ah, sim, detestava as escolas de turno integral. E fez de tudo para extingui-las - e conseguiu.
Todos sabem que nas escolas de turno integral as crianças tinham atendimento completo. Um projeto implantado por Leonel Brizola no Governo do Rio de Janeiro e que Collares trouxe para a cidade. Aulas, esportes, saúde, alimentação e, no final do dia, como Brizola dizia, "vão para casa de banho tomado".
A sensacional "educadora de cabelo roxo" vaticinou, com total apoio de  Olívio:
"A preocupação por ingressar na escola os que nela não estão tem ao menos que vir acompanhada, se não precedida, pela preocupação de que a escola ensine. Nós não vamos nem aventar a hipótese de escola-restaurante, ou escola-posto de saúde ou escola só para guarda da criança, porque isto nos rebaixaria tanto que não poderíamos aguentar a humilhação. Um país que não pode se ocupar senão das necessidades biológicas dos seus filhos, está reduzindo-os a irracionais e isso não podemos admitir."
Genial a política educacional de Olívio, não?
Como educadora, dizem que os merengues de dona Esther eram sensacionais.
Foi tão admirável a política educacional de Olívio que hoje os seus correligionários, o governador Tarso Fernando e a presidente Dilma estão empenhados em implantar escolas de turno integral.
Olívio e dona Esther também não gostavam de outros projetos que na época chamavam de "assistenciais".
Há décadas, a Prefeitura repassava verba para creches mantidas por associações, entidades religiosas, etc. Lembro muito bem do deputado estadual Raul Pont, o comandante Raul, chefe da tendência que dominava o PT gaúcho, discursar dizendo que o PT não admitia o assistencialismo!!
(Hoje, não sei o que o veterano trotskista acha do bolsa-família.)
O que Olívio determinou?
O cancelamento de todos os repasses para a manutenção das creches.
Terminou também com outro projeto, a Casa da Criança, creches que seriam implantadas em bairros populares. Lembro bem de uma que estava sendo construída na Lomba do Pinheiro. Desapareceu.
Aí leia o que dizia, nessa época, a "educadora":
"O Brasil precisa de escolas infantis, muitíssimas, por uma razão fundamental: para a aprendizagem das crianças, que será enriquecida pela atuação profissional da mãe, liberada enquanto seu filho está na escola desde cedo. Uma mulher que contribui para a construção do mundo, além de proporcionar cuidados maternos, pode ser mais mãe do que aquelas que não trabalham fora.
Aprende-se desde que se nasce e sempre. Aprende-se o lógico e o afetivo, o social e o ético, o imaginativo e o belo."
Ah, mas Olívio implantou o orçamento participativo.
Por favor, me nego a tratar disso. Os números são muito desfavoráveis!



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Olívio Dutra assumiu o Governo do RS surpreendendo.
Na cerimônia de posse seus amiguinhos colocaram na sacada do Palácio Piratini uma imensa bandeira de Cuba. Sensacional!!
Como na Prefeitura de Porto Alegre, as "tendências" formaram o secretariado do governador. Na grande maioria de atuação pífia. Um bom exemplo foi a nomeação de um "especialista" em camelôs de Porto Alegre para tratar da indústria e do comércio do Estado. O ponto alto de sua administração foi a suspensão do acordo, feito pelo governo Antonio Brito, para instalação de duas montadoras no RS, a GM e a Ford. A renegociação do acordo foi aceito pela primeira, mas a Ford foi para a Bahia. Dois pontos: os articuladores de Olívio não aceitavam: isenções fiscais e empréstimos com juros abaixo de mercado.
O curioso é que hoje, os maiores defensores do fim dessas isenções fiscais mudaram de opinião. A bancada petista na Assembleia acaba de aprovar as chamadas "renúncias fiscais" para grandes empresas. E proposta pelo governador Tarso Fernando. E Raul Pont, mesmo não tendo ido à tribuna para defender os "grandes empresários", aprovou feliz da vida o projeto.
O governo olivista também notabilizou-se por processar jornalistas que não o apoiavam. Vários sofreram muito com a ira dos amigos de OD. Virou moda processar quem não o apoiava. Os mais novos devem se lembrar como agia o "presidente" falecido da Venezuela, Chapolim Chávez.
Na Comunicação... Bah, nem vou tratar, porque, sem dúvida, foi a área mais trapalhona.
Por falar em trapalhões, os assessores mais próximos de Olívio no Palácio Piratini eram muito engraçados. Tinha um, por exemplo, chefe de alguma coisa, que caminhava nos salões do Piratini fazendo muito barulho - os saltos de seu sapatos não eram de borracha. Anunciava quando estava chegando. Uma autoridade.
Uma vez acompanhei uma comitiva que foi levar um convite ao governador e esta sumidade foi quem recebeu o pessoal. Depois de ouvir, sem paciência, disse:
- O Olívio não vai.
Pasmo, um dos caras da comitiva não se conteve:
- O senhor não pode consultar o governador?
- Não precisa. O Olívio não vai. Boa tarde.
A impressão que sempre tive é de que o governador era mandado pelo grupo que o cercava e que o governador de fato era o vice, Miguel Rossetto. Olívio fazia muitas viagens, ia a eventos, essas coisas. O tal do arroz de festa. Mas isso é apenas uma impressão, nada mais do que isso.
Olívio também enfrentou graves acusações de esquema de desvio de verbas. Grana grande do jogo do bicho para o PT.
Antes que mais uma vez queiram contestar lembro que se o Governo Olívio fosse acima da média seria candidato à reeleição.
Mas, não.
Nas prévias do partido, Olívio foi derrotado por Tarso Fernando para concorrer ao Piratini. TF renunciou à Prefeitura de Porto Alegre. Mas o eleito foi Germano Rigotto, do PMDB.

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Claro que recebi dezenas de comentários sobre os posts do Olívio Dutra, que começaram na segunda.
Anônimos. Cheios de xingamentos. Nenhum com argumentos. Só aquilo que estamos acostumados a ver em tudo que é lugar, quando alguém não puxa o saco de algum petista.
Recebi apenas um email de uma figura, assinado e inclusive com a sua fotinho. Mas uma figura mais do que bisonha. Incrível, um médico, derrotado em duas eleições para vereador, em uma grande cidade do interior, petista. Nenhum argumento, só escrevendo coisas como "burguês fascista", etc. Sé respondi aconselhando-o a chupar um carpim sujo e que buscasse votos para se eleger. Queria que colocasse seu nome, é claro, mas não vou dar chance para fracassado.
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No Facebook alguns comentários relevantes.
Como o do Cezar Arrué, funcionário da Prefeitura de Porto Alegre e petista.
Ainda hoje o Governo Olívio segue insuperável na Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Era um prefeito de verdade, sem transigir com a corrupção na Procempa, na Saúde, na Carris, na Fazenda, por exemplo.
Toda a cidade se engajou na intervenção das empresas mafiosas de ônibus, porque viram ali uma ATITUDE. Bem ao contrário do que há hoje, quando TODAS as atitudes do governo municipal são para tergiversar ou mesmo tomar o partido do poder econômico (Vide o caso da licitação). Pela ótica de algumas pessoas, a intervenção é 'fracassada', mas ao final do ciclo do PT o transporte NÃO ERA problema para a população, e a Carris era a MELHOR empresa de ônibus do país (tanto pública quanto privada).
Bem diferente de hoje, né? Não deve ser por seus 'fracassos' que Olívio é hoje o político mais admirado do RS. Olívio não era prefeito de si mesmo. Era apenas a frente de um projeto para a PMPA que resistiu 16 anos ao ataque dos 'poderosinhos' chinelos de Poa, tipo a RBS e o inútil do Renato Ribeiro que, contrariado, proibiu que no seu jornaleco fosse CITADO o nome do PT.
Sobre as escolas de turno integral, elas nunca funcionaram plenamente em Porto Alegre. Houve um debate sobre se era pra investir o escasso orçamento em escolas-modelo para uma minoria ou tentar qualificar toda a rede. Este debate AINDA existe, mas hoje tem muito mais grana.. Outro grande debate foi sobre o 'assistencialismo', a história de dar o peixe ou ensinar a pescar. Assistencialismo era, no PT, palavrão pior que 'burguês'. Mas a beleza do PT é justamente essa: o dinamismo de questionar dogmas e, eventualmente, derrubá-los. O pessoal se convenceu de que 'ensinar a pescar' sem a vara, sem o rio e sem o pesqueiro seria impossível. Mas uma das coisas que NÃO mudaram foi a principal diretriz do governo Olívio - inverter as prioridades, olhando para a parte de baixo da pirâmide. Quem faz isso hoje? Atualmente, é normal achar que pobre tem mais é que pegar ônibus sujo, calorento, lotado e atrasado.
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Tem também uma matéria no Sul21, sobre uma entrevista que OD concedeu a Ulbra TV, já como candidato ao Senado.
Selecionei alguns trechos, mas o link é esse: http://www.sul21.com.br/jornal/acho-que-faltou-maior-radicalidade-diz-olivio-dutra-sobre-intervencao-no-transporte-coletivo-de-poa/.
- ...entende que a intervenção promovida nas empresas de ônibus da Capital durante sua gestão deveria ter sido ainda mais profunda ... o petista disse que se orgulha de ter tomado essa medida.
- “Eu não fui o primeiro. O Brizola e o Ildo Meneghetti também fizeram intervenções. Nossa intervenção quis pegar mais na raiz os problemas do transporte coletivo. Até acho que faltou maior radicalidade para aquela intervenção ter um desenvolvimento melhor”, pontuou.
Destaquei estes pontos porque são os abordados até quarta-feira, dia 2
Duas coisas:
Legal, se orgulha de ter feito a população de Porto Alegre pagar a renovação da frota, com o plus tarifário.
Brizola não fez uma "intervenção" e muito menos arrependeu-se. O então governador do RS encampou duas multinacionais, dando origem a CRT e CEEE



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Depois de ter sido impedido pelo próprio PT de concorrer às eleições de 2002, Olívio Dutra ganhou um prêmio de seu amigão Lula, no ano seguinte: foi nomeado ministro da Cidades. Ficou dois anos e foi apeado sob a alegação de que deveria dar o lugar para um filiado ao PP, novo aliado do presidente da República.
Mas Olívio sabia que não era bem-vindo à Brasília.
O poderosíssimo Zé Dirceu foi contra a nomeação do ex-sindicalista. Lula passou por cima, mas na primeira oportunidade Zé deu o troco. E OD voltou a Porto Alegre disposto a não entrar mais em disputas. Afinal, o cara foi deputado federal, prefeito de Porto Alegre e governador do Rio Grande do Sul.
Não é para qualquer um.
No entanto, a companheirada insistiu e ele concorreu novamente em 2006 ao Governo.
Sofreu nova derrota que a imensa maioria dos petistas não admitem até hoje: foi nocauteado no primeiro e segundo turno por Yeda Crusius. Teve a oportunidade de participar de um movimento oposicionista jamais visto no RS.
Depois disso, o ex-governador jamais admitiu concorrer de novo.
Sentiu-se tranquilo dentro do PT.
Até para atacar companheiros que detestava.
Zé Dirceu e os demais mensaleiros foram o alvo predileto de Olívio. Na primeira oportunidade saiu dando porrada.
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Na ISTOÉ:
Fiel aos princípios éticos abandonados por setores do PT depois da ascensão ao poder, o ex-governador do Rio Grande do Sul e petista histórico Olívio Dutra bateu de frente com integrantes do próprio partido ao defender a prisão dos mensaleiros, pedir que o ex-deputado José Genoino não assumisse o cargo na Câmara enquanto réu no mensalão e criticar o enriquecimento súbito de Antonio Palocci quando este era ministro da Casa Civil. Olívio não ficou só na retórica. Nos últimos tempos, ele se tornou mais do que uma voz dissonante no PT.
Diferenciou-se também nas práticas. Enquanto muitos enriqueceram e passaram a desfrutar uma vida de luxos, Olívio, cuja aposentadoria soma R$ 18 mil mensais, continuou a morar no velho apartamento de 60 m2, localizado de frente para uma avenida barulhenta na zona norte de Porto Alegre. Sem carro próprio, também não se constrangeu em usar diariamente um ônibus para se locomover. Num momento de total descrédito da população com a classe política em geral, as atitudes de Olívio o credenciaram fortemente para um retorno à política.
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Quando OD desancou o pau nos mensaleiros, a mídia nacional o aplaudiu.
Por declarações como esta:
Até pode ser questionado, mas as instituições (STF) têm seus funcionamentos. O que não se pode admitir é o toma-lá-dá-cá nas práticas dos mensalões de todos os partidos, nas quais figuras do PT participaram.
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Sobre as vaquinhas organizadas pelas famílias dos condenados no processo do mensalão para pagar as multas, foi na pleura:
– Essas pessoas não foram julgadas pelo seu passado, mas por suas atitudes no presente. Foram julgadas, condenadas e presas. As campanhas que as famílias estão fazendo, se estiverem dentro da lei, tudo bem. Eu não participo e acho que não pode ser uma orientação partidária fazer isso.
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Olívio volta, agora, à vida pública, depois de ter anunciado a aposentadoria.
Foi pressionado pelos companheiros e pelos dirigentes partidários. Como "homem de partido" topou concorrer ao Senado. Vai tentar ajudar na reeleição de Tarso Fernando ao Governo do Estado.
Será que vai se esforçar? Depois de tantas disputas internas? Será que OD já esqueceu de 2002, quando não pode concorrer a reeleição ao Governo, porque Tarso cismou de ser o candidato (e foi derrotado)?
Assim como Lula, Olívio não se deu bem na atividade parlamentar.
Os dois amigos não gostaram da Câmara federal.
Senado, Olívio?


3 comentários:

  1. Caro Prévidi,

    Um) Eu, particularmente, procuro separar as coisas. Uma coisa é eu não ser simpático, ideologicamente, a determinado político. Outra, bem diferente, é a pessoa em si. Duvido que alguém disgoste das pessoas do Olívio, do Tarso, do Vanazzi e outros petistas. São seres humanos extraordinários. O problema é a ideologia que eles professam, obviamente com todo o direito. Pra mim, governar a partir de ideias que já eram atrasadas em meados do século passado, dá no que deu, quebra do nosso estado. Não respeitar os limites fiscais, contratar funcionários a rodo, dar gordos reajustes a funcionários, manter estatais deficitárias e ainda abrir permanentemente novas, é bulir com o desastre!.

    Dois) Hoje, pela manhã, ouvindo a rádio Grenal - abandonei completamente a comunista Guaíba do 'voz fina' - o Flávio DalPizol, troçando com o Reque, disse: 'uma coisa que tu não és é tucano', deixando a entender a opção socialista, petista do Reque. Eu sai da Guaíba, por que não suportava os 'cacos' esquerdistas em programas esportivos do tipo, 'Fora Temer', 'Como a Dilma é linda' e blá blá blá. Não gostei da fala do Flávio. O Flávio, quando na Guaíba, acho que pra agradar os donos da rádio 'Juremir e Nando' e pra se manter no emprego, várias vezes explicitou ter votado no PT. Espero que o Paulo Sérgio não tolere tais absurdos. Programa de esporte, seu Flávio 'babo ovo' petista, é para debater esporte. Se tu queres fazer proselitismo esquerdista, peça emprego na Guaíba, pode ser que te aceitem de volta. Acho que não, por tu seres muito, mas muito fraquinho, sem opinião própria, tipo 'bobão alegre'.

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  2. Ao meu ver um excelente balanço do OD. Parabéns! 👏👏😧

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