Sexta, 8 de abril de 2022

 

ANDO DEVAGAR
PORQUE JÁ TIVE PRESSA






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especial

Nesta sexta, uma cesta
de Paulo Motta! 


VIAGENS


Quando trabalhava em Caxias do Sul, nas sextas-feiras vinha de ônibus pra Porto Alegre e, de tanto frequentar a rodoviária, já conhecia seus personagens das sextas naquele horário.

Sentado, esperando o embarque, observava a menina com o namorado que estudavam na UCS - Universidade de Caxias do Sul - e iam pra São Sebastião do Caí.

Conhecia a professora que, cheia de pastas, pegava o mesmo ônibus e eu conhecia os funcionários, serventes, pessoal da limpeza; conhecia todos.

Mas uma figura, particularmente, chamava mais a minha atenção: era um baixinho, carregador de malas, num jaleco azul escuro que era a cara do Ron Jeremy, um ator pornô das antigas.

Cabelo grande e bigode, um tipo que passa despercebido em qualquer lugar. Numa daquelas noites aconteceu uma coisa diferente.

Percebi que uma mulher pequena, puxando duas crianças, atravessava a pista dos ônibus e se dirigia à plataforma de passageiros onde os esperava o Ron Jeremy.

Eles se abraçaram tão alegremente e as crianças - um casal com pouca diferença de idade - se agarravam ao pai numa festa que valia a pena assistir.

Em seguida se dirigiram a uma lanchonete, todos agarrados, e sentaram pra comer alguma coisa.

Sozinho, ali parado, pensei: será isso a felicidade?

Comecei a imaginar a casinha deles, o aconchego do jantar simples e o movimento da esposa arrumando as roupas dos filhos pra escola, no outro dia.

Não precisava ninguém dizer que havia muito afeto naquela família de pequenos.

Não havia carrões anabolizados ou celulares pirotécnicos, apenas muito carinho e uma cumplicidade entre os quatro, de fazer inveja a qualquer mortal com um pouco de sensibilidade. Certamente nenhum deles fez curso com o Shiniashiky ou aprenderam a fórmula do amor em cursos-relâmpago.

Sinceramente, quando alguém me perguntou e certamente, no futuro, perguntará: tu me ama? Não sei. Pode ser.

Pode ser que te ame até o dia em que o meu futebol do sábado, que me acompanhavas, passe a ser um motivo de discussão. Que eu precise pedir um abraço quando chegar em casa de saco cheio do mundo.

Pode ser que, o que chamávamos de amor, não resista ao desemprego. Pode ser, ainda, que amor seja apenas tolerância até um determinado limite, onde cada um tem o seu próprio limite.

Pra mim, o amor foi pro beleléu quando o abraço, o beijo e aquela frase tão boa de ouvir "senta aqui, me conta o que tu fez hoje!", viram protocolo, uma coisa plástica. Sem contar o brilho dos olhos que não brilham mais.

Pois é, senhores ouvintes, o bicho humano é complicadinho!

Boa noite que amanhã tem missa, sacripantinhos e sacripantinhas!

-

SOLTEIRO

 


Cristóvão Colombo descobriu a América porque era solteiro. Sim, parece piada, mas é verdade!

 Recentes pesquisas científicas comprovam que Colombo só descobriu a América porque era solteiro. Porque, se ele fosse casado, teria desistido da viagem ao ouvir coisas como estas:

– E por que é você que tem de ir?

– Por que não mandam outro?

– Você não conhece nem a minha família e quer ir descobrir outro mundo?

– E só vai homem nessa viagem? Acha que sou idiota?   

– E por que eu não posso ir, se você é o chefe?

– Você não sabe mais o que inventar pra sair de casa?

– Até parece! Você no bem-bom da viagem e eu aqui, “ralando” e ficando doida pra pagar as contas!

– Se cruzar esta porta, eu vou embora pra casa da minha mãe!

– Quem é Pinta? E quem é essa tal de Nina? E essa Maria, fiadaputa, que ainda se diz Santa?

– Tinha tudo planejado, né?

– Já me disseram que você vai mesmo é se encontrar com umas índias! Pensa que me engana?

– A rainha Isabel vai vender as próprias joias pra custear sua viagem? Acha que sou idiota ou o quê? O que é que você tem com essa  rainha de uma figa que quer bancar a sua viagem? Safada, dando em cima de homem casado!

– E vai viajar a serviço com essa roupa cheia de rendado e esse chapéu ridículo com penacho? Me engana que eu gosto!

– Cristóvão! Cristóvão! Eu estou avisando! Não me provoque!

– E essa tal de América? É mais uma das suas “amigas”? De onde você a conhece? O que é que ela faz?

– Eu sou muito boba mesmo! Você sabe planejar direitinho!

– E que missão secreta é essa?  Pode tirar o seu cavalinho da chuva! Você não vai a porra de lugar nenhum

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2 comentários:

  1. Bah, muito boa reflexão do Paulo Motta!

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  2. Bom texto do Paulo Motta, mas creio já o ter lido, ao menos em parte, e acho que por aqui mesmo.

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