Segunda, 18 de junho de 2012 - parte 2

A vida é uma passagem rapidíssima, amigones.
Sabem aquela prova que tinha nos programas B da TV em que o concorrente tinha que encher um carrinho no supermercado em um minuto?
É por aí, é muito pouco tempo pra aproveitar tudo que a vida oferece, entonces, sai do conforto e vai encher teu carrinho!
Zé Adão Barbosa
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Pela verdade e pela memória,
contra o oportunismo e o eleitoralismo
Calino Pacheco*

 
A criação da Comissão Nacional da Verdade suscitou uma série de discussões com consequências muito interessantes. Uma delas, sobre o seu caráter: investigar os “dois lados” ou apurar a responsabilidade do Estado no processo de perseguições prisões, torturas, sequestros, mortes, desaparecimentos e outras violações dos direitos humanos a partir da ditadura civil-militar imposta ao país em 1964.

Assim como a publicação do livro “Memórias de uma guerra suja”, baseado no depoimento do ex-delegado do DOPS, Claudio Guerra, que desnuda os meandros da estrutura repressiva montada, principalmente, a partir de dezembro de 1968 com a decretação do AI-5. O próprio depoente em recente entrevista garantiu: “Existem muitos outros Claudio Guerra por aí”.

No rastro da criação da Comissão da Verdade foram desencadeadas ações de agitação e propaganda de companheiros e companheiras do Levante Popular da Juventude, esculachando torturadores em todo o Brasil.

Porém, esse contexto abriu caminho para os oportunistas de plantão, principalmente em ano eleitoral, garimparem os seus votinhos. Aqui em Porto Alegre surgiu até um tal Comitê Carlos De Ré, “coordenado” pelo vereador Pedro Ruas do PSOL. Para começo de conversa, Carlos De Ré não tinha afinidades pessoais, políticas ou ideológicas com o nobre edil, muito antes pelo contrário. Portanto, trata-se de uma apropriação indébita da memória de um combatente de esquerda.

Conheci Carlos Alberto Tejera De Ré (foto), chamado pelos seus familiares, amigos e companheiros carinhosamente de Minhoca, nos idos de 1967. Ele com quinze anos, e eu com dezessete.

Conhecemo-nos em plena luta contra a ditadura civil-militar que se abateu no Brasil em 1964, tendo perpetuado um golpe contra as instituições democráticas, derrubando um presidente eleito democrática e constitucionalmente.

Minhoca, com apenas dezesseis anos, conheceu a prisão pela primeira vez, preso numa panfletagem contra a ditadura. Aí, ainda, sem sofrer a ira dos torturadores. Saiu da cadeia e no mesmo dia voltou às fileiras da militância. Agora, já no processo de resistência armada contra o sistema foi preso novamente e, naquele momento, sentiu todo o peso da violência do terrorismo de Estado.

Em 1971, estava na Ilha do Presídio já há algum tempo, quando atracou a barca da guarda com um grupo de presos que, após passar pela tortura na “fossa’ do DOPS, regressava de uma temporada de brutalidades em celas solitárias de quartéis do exército situados em cidades próximas da fronteira com a Argentina.

E ali, novamente reencontrei o companheiro Minhoca: debilitado, abatido, mais magro em sua magreza, porém altivo em sua moral e sempre com a sua costumeira afetividade que, até a morte, nunca o abandonou.

Fora da cadeia voltamos a nos encontrar em 1973. Novamente militando, com os ensinamentos de uma longa autocrítica feita na prisão e fora dela: revisando métodos, formas de luta, táticas, mas conservando a visão estratégica da construção de uma sociedade livre, sem explorados nem exploradores. De lá para cá, foram muitos anos de combate. Muitas vezes na mesma trincheira, às vezes, em trincheiras separadas. Sempre combatendo o inimigo comum, e buscando a utopia da qual compartilhávamos. Sempre acompanhada de uma camaradagem muito fraterna, nos bons momentos assim como nas épocas difíceis, nas festas, como nas agruras. Por tudo isso, posso dizer: até sempre meu irmão e camarada.

Após a morte do Minhoca aconteceram algumas homenagens em sua memória nem sempre muito adequadas, no meu entender, mas sempre com boas intenções. Porém, o que está acontecendo agora extrapola totalmente o terreno das boas intenções e se configura como uma utilização oportunista e eleitoreira da memória de um revolucionário que sempre se opôs a tais práticas personalistas.

* Calino Pacheco é economista. Este artigo foi publicado no http://diariogauche.blogspot.com.br/

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ADIVINHA
Claro, no clicRBS. De sábado:
Dia da gotinha
Vacinação contra a pólio começa neste sábado em mais de cinco mil pontos de vacinação no RS

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Jorge Loeffler envia
Operário morre após cair do detalhado de indústria em Marau
Acidente ocorreu quando homem de 36 anos fazia atividade de manutenção no teto da empresa

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Outra do Jorge
Adivinha:

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Um comentário:

  1. O Comitê Carlos de Ré, por acaso, não é o Núcleo de Estudos Carlos de Ré? Ou é outro. Me tirem a dúvida, porque se for o mesmo, já deletarei de meus amigos do face.

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