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especial paulo motta
Em agosto de 2013, o jornalista e amigo Flávio Difini Leite me mandou uma mensagem:
"Prévidi, tivesse o prazer de conhecer o Paulo Motta quando comemoramos no GNC Iguatemi, os 2 anos do Jornal CineSemana. Na época o Motta era o Gerente do Comercial Gráfico do Pioneiro, onde o jornal era impresso, e veio de Caxias especialmente para o evento. Na saída, no estacionamento do shopping, caiu e quebrou o braço. Deve ter sido pelo desnível do piso. Grande figura, excelente profissional e um grande amigo."
Claro que lembrava e o lia no Facebook. Eram textos maravilhosos. Só achava o cara "muito moderno", porque não usava parágrafo, não dava título aos textos e nem dava uma revisada. Mas o cara era genial.
"Prévidi, falei com o Motta e ele ficou mais assanhado do que china em bailão. E só combinarmos o dia. Ele também quer muito te conhecer. Alguma sugestão de dia nessa semana, a próxima? Fico no aguardo para confirmarmos e divulgarmos. Abraços
Marcamos o almoço numa quarta, no Komka, que fica perto da clínica onde estava "hospedado".
Ao meio-dia ele entra no restaurante em sua Ferrari vermelha.
4 de setembro de 2013 nos conhecemos e a partir daí consolidamos uma grande Amizade:
No dia 5 de setembro de 2013 escrevi no Blog do Prévidi:

O DIA HISTÓRICO QUE
ALMOCEI COM MEU ÍDOLO!
E NÃO PEDI AUTÓGRAFO!
Já escrevi várias vezes que não existe nos jornalões do RS um colunista que chegue perto do Paulo Motta, um cara que não terminou a faculdade de jornalismo. Também sempre escrevo que o Luis Fernando Verissimo não se enquadra na categoria de "colunistas locais" - é um nome nacional.
Sou mais um da legião de fãs do Paulo Motta.
E poucos tiveram até hoje o privilégio de privar de sua sabedoria por algumas horas.
Eu tive!!
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Quem armou o almoço foi o Flávio Difini Leite. Jogo rápido. Como o Paulo está vivendo temporariamente em uma clínica a alguns passos da churrascaria Komka, lá fomos nós. Antes do meio-dia lá estava. Sabe como são os rompantes desses gênios, né? O cara chega lá, não nos vê, vai embora. O Flávio, sabendo disso, foi buscá-lo.
O cara é impressionante.
Todos deveriam acompanhá-lo no Facebook. Três, quatro textos por dia. O mais interessante é que ele mistura assuntos e não se perde. Ao vivo, o cara é mais impressionante ainda, porque ele fala sobre cinco assuntos ao mesmo tempo. E não se perde! Jamais fala: "o que eu tava falando mesmo?".
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Para quem ainda não teve o privilégio de conhecer o Paulo Motta ele é o grisalho da mesa e por um tempo está sempre acompanhado do veículo de duas rodas. Agora, dia 23, passam a tramontina nele e aí vai abandonar essa encrenca. Ao meu lado está o Flávio Difini Leite.
Aperitivamos uma linguiça com pimenta média e aipim frito.
Depois, eles repartiram um entrecot acebolado, ovos e arroz; eu encarei um filé acebolado.
E evidente que não pedimos nenhum tipo de salada. Não é coisa de homem.
O tradicional sagu com creme do Komka e o Paulo sorveu duas latas bem cheias de guaraná zero.
Três horas de risadas.
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O próximo ágape será no final do mês, pós-cirurgia do Paulo, e esperamos que outros amigos se juntem a nós. Mais e mais risadas.
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Leiam o que o cronista Paulo Motta postou no Facebook:
O Gilnei Lima falou que iria aguardar o que eu teria de tão importante, hoje. Pois bem, contar-lhes-ei, sábios amigos e amigas: pela manhã foi encaminhada a minha aposentadoria; fui até o INSS - assessorado pela Ana Maria Madeira - para a perícia, e os médicos me recomendaram a aposentadoria. Significa que irei para o aposento, aposentar e tramitar como bem entender! Na verdade, sairei do aposento para cuidar da minha saúde, após a cirurgia do quadril, dia 23 de setembro.
E almocei com o Flávio Difini e o José Luiz Prévidi no Komka, com direito àquele sagu inigualável e muitas risadas resultantes das pândegas e galhofas que rolaram no festim. Maria Cristina me conduziu aceso e assemelhado até local do encontro com muitas recomendações, que guardei no bolso e as entreguei ao garçom, todas foram muito bem guardadas num local seco e longe da luz solar. O Flavio contou que o médico - pois é, ele também vai ao médico - recomendou-lhe vitamina D, então ele toma Dimple escocês 15 anos. Me surpreende sua seriedade quanto ao tratamento!
Comecei a ler Cágada, do Glasdstone O. Mársico, que ganhei do Prévidi, hoje, e me encantei. Na orelha de apresentação, Gladstone fala uma coisa que repasso a vocês:
"Fazer história com açúcar é tarefa de abelhas. Nada como uma pitada de sal para zangar-se a verdade. Escrever é como subir telhado de feno. Poucos chegam na cumeeira sem derrubar a casa".
Vou dar uma paradinha e molhar meu canteiro de garatujas, que estão secas e rabiscadas, precisam de um cuidado especial, vou adubá-las com pó de providência, depois volto. E ninguém me tira da cabeça que o logotipo do PSOL foi baseado no da Skol! Até depois!
Sobre este histórico dia em que nos conhecemos, escrevi no prefácio do último livro do PM:
(...)
Meu Deus, o cara não parou mais de falar.
Emendava dois, três assuntos, ia e vinha com detalhes em cada um e ainda respondia as nossas perguntas. A mim restou apenas escutar e dizer ao garçom que queria um filé acebolado.
Enquanto ele triturava um naco de carne, consegui perguntar quando ele escrevia.
O Paulo passava a maior parte do dia deitado na clínica e só pensando bobagem. Aí, lembrou do notebook. Erguia um pouco a cabeça com travesseiros, o dito se equilibrando na barriga, e em poucos minutos colocava um texto no Facebook.
Claro que eu não falei, mas tudo o que escrevia era genial! TUDO!
Nos tornamos “velhos amigos”.Tanto que, na primeira reunião da Confraria do Cachorro Quente, que foi na Princesa da Rua da Praia, ao final, uma comitiva foi até a clínica levar quatro cachorrinhos para o Guru.
Sabem por que o Motta é genial?
Porque ele não pode ser mais simples. Aceitava todos os palpites. Lembro que disse a ele para fazer parágrafos, que facilitava a leitura; o Paulo Palombo Pruss “reclamou” da falta de títulos.
É uma obviedade o que repito, mas o Paulo Motta é genial, brilhante e certeiro porque é simples. Os grandes escritores são simples. Sem salamaleques, sem palavras que a pessoa disfarça e vai no Google ver o que significa.
Leiam mais este livro do Paulo Motta. Se não gostar, paciência. Um dia vai saber o que é perfeito.
Abaixo desse texto, olha um dos comentários:
Claudinho Pereira / 5 de setembro de 2013 às 15:45
"Neste almoço de feras, se entre eles um for espiritualista, pode crer que tinha mais gente almoçando junto,´só não saíram na foto.. Adoro esses caras Abçss"
O Rei de Bulhufas, Pândegas & Galhofas e As Crônicas da Pílula Lilás são os três livros excepcionais que o PM deixou para a posteridade. Quem tiver vontade de conhecer os escritos, basta tentar comprar em (51) 99361-8138 ou editora@editoraescuna.com.br
Participou da coletânea DezMiolados, em 2017, e Todos Por Um, em 2019.
A partir de setembro de 2013 passamos a ser amigos de verdade.
Altos papos regados a vinho (ele) e uísque (eu). No extinto Van Gogh, no Tapas e no Pancho que tinha na frente do Zaffari da Lima e Silva. Nos encontramos em todas as reuniões da Confraria do Cachorro Quente.
Ao menos uma vez na semana nos falávamos. No dia do meu aniversário em 2022, Paulo me mandou uma mensagem que guardei:
"Te desejo, do fundo do meu fígado, os melhores votos nesta data, meu amigão!
Que Deus abençoe a ti e tua família, querido bandalho!
Te amo!"
Num final de ano, uma mensagem gravada, que também está nos meus arquivos (e não sei como reproduzir aqui...).
Pensei que escrevendo iria amenizar a minha tristeza.
Mas, não.
Nesta sexta vou me despedir do meu amigo. Infelizmente no Cemitério João XXIII.








