10 PRAZERES QUE NÃO TEREI MAIS

 primeiro levantamento em 10-7-25

Quando digo que fiquei 45 anos sem me preocupar com a rubrica Saúde algumas pessoas me olham com desconfiança. Acreditem, fiz uma cirurgia na perna, em 1974, e há pouco, neste século, briguei com uma bactéria que se instalou num dedo do pé.

Depois das broncas neste primeiro semestre tenho que ser um senhor responsável e não fazer mais aquelas merdas que acumulo por décadas. Vocês podem ter uma noção clara dessa nova "realidade" quando saibam que estou usando uma cadeira de rodas por tempo limitado e só consigo descer ou subir as escadas do edifício com a ajuda do Gustavo, o meu gurizinho de 36 anos.

Como estou melhorando - as pernas já começam a dar uma tímida resposta - o cabeção começa a buscar "alternativas". Há alguns anos não vou a Montevidéu, tenho passagens para o Rio (novembro) e já me sinto em Oeisis International no início do verão.

Acontece que tudo não continua simples. Não sei ainda as consequências da longa cirurgia que fiz - um dos médicos me disse que no final do ano estarei bem. Afinal, sou um velhinho de 71 anos, com broncas acumuladas. Estou, agora, com uma galeria de "obras de arte" no peito, que me lembram as pontes inauguradas no tempo em que os milicos mandavam.

Ontem, me enchi de coragem e comecei a escrever aquilo que imaginava proibido para o vovô.

Ixperto, escrevi no Facebook sem salvar. Resultado? Perdi tudo. Agora tento reeditar, contando com uma combalida memória.

Vamos lá!!

1 - O MEU ESPORTE PREDILETO - Depois de ensinar filhos, sobrinhos, primos e amigos decidi abandonar a prática marítima do Jacaré, nas ondas fabulosos de Oeisis International. Não posso dar chance para o azar. Imagina se numa onda mais rebelde, meu novo tórax desliza na aspereza das areias límpidas daquele paraíso? Ou se esbarro numa pedra ou numa outra impureza? Nem pensar, imagine se quebra uma ponte, uma obra de arte torácica?
Estou pensando em registrar a Fundação Jacaré de Oeisis, para formar legiões de Jacaresistas!!

2 - NEM EM SONHO - Num final de tarde, no Othon-Rio, sair da suíte calmamente, caminhar até o bar do térreo, pedir um copo alto com bastante gelo e nem se preocupar com o absurdo do preço da dose de um scotch?

3 - EM SÃO PAULO - Jamais fui e/ou irei ao Café Photo!!

4 - MINHA LINDA - Nas duas semanas que fiquei exilado na emergência do Hospital Nora Teixeira pensei muito em Montevidéu. Me sentia caminhando pelo Centro, pela Orla, no Paque Rodó, nos centros comerciais, por tudo!! E sempre me angustiava: será que voltarei? E Punta? E aquelas pizzas maravilhosas?

5 - E O MEU CARRO? - É uma das minhas paixões. Hoje é praticamente inútil, porque há alguns anos não dirijo em Porto Alegre - no máximo pego a Castelo Branco para encarar a friuei. Existe uma tendência forte para que venda o bruto, parado numa garagem da avenida João Pessoa a 300 paus por mês. Quero estar melhor de resistência para chamar um amigo mecânico e colocá-lo de novo na ativa. Aí pretendo levá-lo para Oeisis e utilizá-lo apenas para compras no súper e me carregar para a beira da praia.

6 - SHOWS - Sempre escrevi que queria assistir a dois shows: Fábio Jr. e Ivan Lins. Meu maior ídolo, Ray Charles, tive o privilégio de assistí-lo. O primeiro conferi no ano passado, numa apresentação pra lá de mixuruca. O outro, sei lá, sumiu.

7 - TRANSPLANTE - Ainda não sei se é possível, mas estou pensando em entrar na fila para um transplante de rim. Sem delírios. De repente, com essas obras de arte no peito, consigo entrar no páreo e aí... BINGO!! Sei lá, delírio, vontade de ficar uma semana, duas em Oeisis. Nada além disso.

8 - PICOLÉS - Dentro dessas novas realidades, nas duas semanas que fiquei na emergência, sonhei muito em estar saboreando um picolé de manga. Ou abacaxi. Morango. Cheguei a sentir o gosto na boca de uma espiga de milho com os grãos brancos, brilhosos. E um copo de Coca estupidamente gelado!!
Aquelas batidas de abacaxi são coisas de um passado remoto.
E um pastel de queijo?

9 - NÃO ABRO MÃO - De estar ao lado das pessoas que admiro. Posso até ajudar, desde que isto não ultrapasse a barreira do bom senso. Tenho prazer de estar ao lado das pessoas que gosto, que me fazem bem. Acreditem, ajudo até mesmo a pessoas que não conheço. Vou ser sempre assim.

10 - ESCREVER, ESCREVER - Não decidi, não sei o que fazer do Blog do Prévidi. São 20 anos escrevendo diariamente e tenho a impressão de que a forma se esgotou. Logo que estiver melhorzinho vou recomeçar a escrever o próximo livro, "Algumas Vidas". Vai ser uma trabalheira danada. O Blog? Estou pensando em uma nova fórmula - quem sabe, um tema diferente a cada dia. Uma ou duas vezes por semana uma gravação. Sei lá. Sério, aceito sugestões.
Escrever é como uma doença.
Voltei para casa dia 26 de junho. Não consigo fazer nada direito, mas, bem ou mal, estou no terceiro texto. Os dois anteriores estão em minha página no Facebook.

A medida que for me lembrando de "prazeres proibidos" vou escrevendo, tentando alguma relação com "novos prazeres". Também aceito sugestões de novos prazeres.

10 PRAZERES QUE NÃO TEREI MAIS primeiro levantamento em 10-7-25 Quando digo que fiquei 45 anos sem me preocupar com a rubrica Saúde algumas pessoas me olham com desconfiança. Acreditem, fiz uma cirurgia na perna, em 1974, e há pouco, neste século, briguei com uma bactéria que se instalou num dedo do pé. Depois das broncas neste primeiro semestre tenho que ser um senhor responsável e não fazer mais aquelas merdas que acumulo por décadas. Vocês podem ter uma noção clara dessa nova "realidade" quando saibam que estou usando uma cadeira de rodas por tempo limitado e só consigo descer ou subir as escadas do edifício com a ajuda do Gustavo, o meu gurizinho de 36 anos. Como estou melhorando - as pernas já começam a dar uma tímida resposta - o cabeção começa a buscar "alternativas". Há alguns anos não vou a Montevidéu, tenho passagens para o Rio (novembro) e já me sinto em Oeisis International no início do verão. Acontece que tudo não continua simples. Não sei ainda as consequências da longa cirurgia que fiz - um dos médicos me disse que no final do ano estarei bem. Afinal, sou um velhinho de 71 anos, com broncas acumuladas. Estou, agora, com uma galeria de "obras de arte" no peito, que me lembram as pontes inauguradas no tempo em que os milicos mandavam. Ontem, me enchi de coragem e comecei a escrever aquilo que imaginava proibido para o vovô. Ixperto, escrevi no Facebook sem salvar. Resultado? Perdi tudo. Agora tento reeditar, contando com uma combalida memória. Vamos lá!! 1 - O MEU ESPORTE PREDILETO - Depois de ensinar filhos, sobrinhos, primos e amigos decidi abandonar a prática marítima do Jacaré, nas ondas fabulosos de Oeisis International. Não posso dar chance para o azar. Imagina se numa onda mais rebelde, meu novo tórax desliza na aspereza das areias límpidas daquele paraíso? Ou se esbarro numa pedra ou numa outra impureza? Nem pensar, imagine se quebra uma ponte, uma obra de arte torácica? Estou pensando em registrar a Fundação Jacaré de Oeisis, para formar legiões de Jacaresistas!! 2 - NEM EM SONHO - Num final de tarde, no Othon-Rio, sair da suíte calmamente, caminhar até o bar do térreo, pedir um copo alto com bastante gelo e nem se preocupar com o absurdo do preço da dose de um scotch? 3 - EM SÃO PAULO - Jamais fui e/ou irei ao Café Photo!! 4 - MINHA LINDA - Nas duas semanas que fiquei exilado na emergência do Hospital Nora Teixeira pensei muito em Montevidéu. Me sentia caminhando pelo Centro, pela Orla, no Paque Rodó, nos centros comerciais, por tudo!! E sempre me angustiava: será que voltarei? E Punta? E aquelas pizzas maravilhosas? 5 - E O MEU CARRO? - É uma das minhas paixões. Hoje é praticamente inútil, porque há alguns anos não dirijo em Porto Alegre - no máximo pego a Castelo Branco para encarar a friuei. Existe uma tendência forte para que venda o bruto, parado numa garagem da avenida João Pessoa a 300 paus por mês. Quero estar melhor de resistência para chamar um amigo mecânico e colocá-lo de novo na ativa. Aí pretendo levá-lo para Oeisis e utilizá-lo apenas para compras no súper e me carregar para a beira da praia. 6 - SHOWS - Sempre escrevi que queria assistir a dois shows: Fábio Jr. e Ivan Lins. Meu maior ídolo, Ray Charles, tive o privilégio de assistí-lo. O primeiro conferi no ano passado, numa apresentação pra lá de mixuruca. O outro, sei lá, sumiu. 7 - TRANSPLANTE - Ainda não sei se é possível, mas estou pensando em entrar na fila para um transplante de rim. Sem delírios. De repente, com essas obras de arte no peito, consigo entrar no páreo e aí... BINGO!! Sei lá, delírio, vontade de ficar uma semana, duas em Oeisis. Nada além disso. 8 - PICOLÉS - Dentro dessas novas realidades, nas duas semanas que fiquei na emergência, sonhei muito em estar saboreando um picolé de manga. Ou abacaxi. Morango. Cheguei a sentir o gosto na boca de uma espiga de milho com os grãos brancos, brilhosos. E um copo de Coca estupidamente gelado!! Aquelas batidas de abacaxi são coisas de um passado remoto. E um pastel de queijo? 9 - NÃO ABRO MÃO - De estar ao lado das pessoas que admiro. Posso até ajudar, desde que isto não ultrapasse a barreira do bom senso. Tenho prazer de estar ao lado das pessoas que gosto, que me fazem bem. Acreditem, ajudo até mesmo a pessoas que não conheço. Vou ser sempre assim. 10 - ESCREVER, ESCREVER - Não decidi, não sei o que fazer do Blog do Prévidi. São 20 anos escrevendo diariamente e tenho a impressão de que a forma se esgotou. Logo que estiver melhorzinho vou recomeçar a escrever o próximo livro, "Algumas Vidas". Vai ser uma trabalheira danada. O Blog? Estou pensando em uma nova fórmula - quem sabe, um tema diferente a cada dia. Uma ou duas vezes por semana uma gravação. Sei lá. Sério, aceito sugestões. Escrever é como uma doença. Voltei para casa dia 26 de junho. Não consigo fazer nada direito, mas, bem ou mal, estou no terceiro texto. Os dois anteriores estão em minha página no Facebook. A medida que for me lembrando de "prazeres proibidos" vou escrevendo, tentando alguma relação com "novos prazeres". Também aceito sugestões de novos prazeres.

Sábado, 05/07/2025 - Irmãos, amigos e torcedores

 Não foram fáceis ou últimos 40, 50 dias. Imaginei que já tinha passado por tudo, mas me enganei feio. Tão enganado que comecei a escrever um livro, "Algumas Vidas", sobre períodos maravilhosos da minha vida e outros nem tanto.
Babaquara, não reparei que este ano começou com sinais estranhos no meu dia-a-dia. Vários exemplos. Há muitos anos que não era mais o dromedário, que tinha prazer em caminhar por toda Porto Alegre. MEU!! Eu não estava caminhando 200 metros!! Conseguia me sentir mal numa sessão santa de hemodiálise. Dor nas pernas constante. E uma maldita anemia que não me largava.
Entrei em maio acreditando que os 71 estavam chegando para me revigorar. Mais enganos. Estava dormindo mal, ainda mais cansado do que nos meses anteriores e estava sempre brigando com meus fantasminhas. Estava tudo errado.
Resolvi voltar ao setor de Transplantes da Santa Casa para tentar um transplante de rim. Baterias de exames. Sem comentar com ninguém, fui perdendo o que me restavam de forças. Estava com a agilidade de um velhinho que vai namorar na Praça da Alfândega.
A degringolada se deu na terceira sexta-feira de maio. Estava feliz por fazer a diálise, mas eufórico demais. A Santa Doutora Juliana estranhou o meu comportamento e pediu que o técnico de enfermagem Juliano tirasse os meus sinais.
Não lembro detalhes, mas em questões de minutos estava conhecendo a Emergência do Nora Teixeira. Tentaram um cateterismo - e as tais molinhas. Nem tentaram porque o coração do vô estava em frangalhos.
Veio um cara falar comigo:
- Teu caso é de cirurgia complexa Vão abrir o teu peito de cima a baixo.
Tentei argumentar: me liberem agora que volto na segunda.
Risadas.
Quando me dei conta estava de avental, deitado numa maca e entrando numa grande sala vermelha.
Bah, uma velharia... não era um bom sinal. De repente começaram a tirar os velhos da sala. E eu fico lá num campo. E entra uma velhinha respirando muito mal.
Poucos minutos depois uma mulher diz:
- Ela não tem batimentos.
O médico puxa uma cortina e isola a coitada.
Me levam para Emergência.
Comecei a receber injeções, comprimidos, oxigênio e me perguntam se estou com fome. Comecei a chupar um canudinho e identifiquei um sabor de infância. Era café com leite. Uns 30 minutos depois tive a mais violenta diarreia da minha vida.
Acreditem, minha barriga sumiu.
Fralda. Não havia a menor chance de sair da maca. E falei pra todos que não usaria papagaio ou comadre.
Fiquei um pouco mais feliz porque estava me sentindo  vivo de novo.
Apareceu um médico, a cara do Tulio Milman, com uns 20 anos a menos. Uma grande figura.
Na primeira noite saí da maca e fui caminhando ao banheiro. Uma enfermeira só faltou me surrar.
Bem, foram duas semanas na Emergência.
Indescritível.
Aí fui para um quarto do Hospital São Francisco. E me arrumarem para a cirurgia que seria se segunda seguinte.
Algo como 10 horas de cirurgia.
Fui feliz para a encrenca.
Acordei na UTI e não podia me mexer. Mais uma semana. Até que um médico me mandou para o quarto e mesmo sem caminhar fui para casa.
Ninguém consegue imaginar o que é a alegria de ir para casa.
Não desejo que um inimigo passe por isso porque tenho a pretensão de não ter inimigos.
Não quero provar nada com esse relato. Apenas não sei se suportaria sem o carinho da Rute, Gustavo e Xuly. E o apoio de todos os que são próximos a mim.
Estou um fracote. Sem forças nas pernas, mas já estou tratando da anemia. E tomando uma
quantidade enorme de remédios.
Pelo que dizem os médicos vou estar em forma em novembro.
Não sei o que  farei até lá. Talvez volte a escrever o Outras Vidas. Não sei.
Quando estava na Emergência, fiquei sabendo que meu último vídeo no YouTube já tinha passado de 60 mil views. UAUUUU! Descobri a pólvora!!
Pode ser que escreva um texto por dia e grave um ou dois vídeos por semana.
Sei, sim, que quero continuar trabalhando (ajudando) meus irmãos, amigos e torcedores. E sempre agradecido pelas orações e torcidas.
Continuo cada vez mais fiel a Iemanjá e Pai Ogum, meus protetores. Meus Anjos da Guarda.
MUITO OBRIGADO a todos.
Vocês me inspiram a viver!!
Beijos!!