Sexta, 3 de fevereiro de 2017



PRÊMIO PRESS - JORNALISTA DE WEB 2016 - JL PRÉVIDI






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A ENTREVISTA DE 2016


EDUARDO SIROTSKY MELZER, O DUDA



terceira parte: Sexta, 2 de setembro de 2016




A selfie feita pelo Duda



"As vezes para escancarar uma realidade
se deixa muita gente triste."




Está aí a terceira e última parte da entrevista ou bate-papo com o Eduardo Sirotsky Melzer, o Duda Melzer, presidente do Grupo RBS.

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Gosto muito de fazer entrevistas, tanto quanto reportagens. Escrever.
Não faço mais estes filés do jornalismo por dois motivos: absoluta falta de tempo e de infra. Afinal, o Grupo de Comunicação Prévidi sou eu. Mesmo desorganizado tenho que ocupar bem o meu tempo.
Guardadas todas as proporções, mais ou menos o que faz o Eduardo Melzer. Ele é um cara mais do que ocupado e não pode ficar se preocupando com um blogueiro que nem eu, que eventualmente brinca com ele. E eu não posso ficar me preocupando com os meus "detratores". Já avisei inúmeras vezes que não dou bola para "ofensas", porque eu sei que é bobagem, nervosismos babaquaras.
Na real, nada que uma boa conversa não resolva.

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Correções? Já fiz várias, desde que me argumentem - claro que não basta o "não é isso".
Chamei o Duda, por um bom tempo, de "presidente jovem e tímido" e "presidente/chefe dos comedores de sucrilhos com nescauzinho". Imaginava que ele e outras pessoas não gostassem, mas jamais passou de uma brincadeira.
Era uma outra época e outro contexto, mas o Brizola chamava o Paulo Brossard de "Ruy Barbosa em compotas". O ex-senador e ex-ministro do STF jamais levou a sério o que o ex-governador falava. O Lula, Brizola apelidou de "sapo barbudo". Moreira Franco era o "gato angorá". O porta-voz Carlos Átila do general Figueiredo era o "porta-retrato".
Brizola, meu ídolo, até na arte de apelidar, queria tripudiar.
Eu não tinha e não tenho esta pretensão.

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Comedor de sucrilhos com nescauzinho.
E tem gente que fica furioso ou furiosa com essa brincadeira.
Antes era toddynho, mas como teve um probleminha com o líquido, passei para nescauzinho.
Ontem falei com um dos primeiros a brincar, e ele conta:
- Uma bobagem, porque se fazia tão somente uma brincadeira com os "meninos" com MBA que passaram a mandar na RBS. Seria como chamá-los de juniores ou um time dente de leite.

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Antes da parte final da entrevista, leia a abertura deste post no Blog em 22 de junho de 2016:

E NÃO É QUE O CARA ACEITA CRÍTICAS?




Critiquei poucas pessoas como o Duda/Dudu Melzer. Até quando publiquei a foto acima - Ronaldo Gordo estava visitando as obras da Arena do Grêmio e ele estava lá, "tímido, de mão no bolso". A partir daí comecei a chamá-lo de "presidente jovem e tímido". Nos passaralhos peguei pesado. Outro que brinquei bastante também foi o ex-governador Tarso Fernando, sugerindo que fosse candidato a secretário-geral da ONU.
Quando me encontrava com TF sempre dei muita risada, sempre mantivemos uma relação mais do que amistosa, muito em função de sua extraordinária secretária de Comunicação. Vera Spolidoro.
Sério, jamais pretendi conversar e muito menos me encontrar com o Duda/Dudu Melzer, porque sempre acreditei que o cara poderia ser imprevisível em um encontro.
Por que? Pessoas próximas a ele me diziam que ele me detestava, "vai te encher de porrada". Fora isso, alguns de seus funcionários, chefes ou chefetes, tomaram as dores e, pior, não admitiam qualquer tipo de crítica, ao ponto de me processar.
Mas vocês vão ler aí abaixo que o Duda/Dudu é um cara simples. Pena que alguns chefes e chefetes, que jamais serão comedores de sucrilhos com nescauzinho, jamais chegarão aos pés dele.
(...)
Eduardo Melzer foi convidado para um encontro do Clube de Opinião, na data do post. Na matéria que o Julio Ribeiro, presidente do Clube, distribuiu tem o tópico abaixo:

CADÊ O PRÉVIDI


Uma das primeiras coisas que Duda Melzer fez ao sentar à mesa com os membros do Clube de Opinião foi perguntar pelo jornalista José Luiz Prévidi, que em seu blog costuma se referir ao presidente da RBS como comedor de sucrilhos e tomador de nescauzinho. "Eu até ia trazer uma caixa de sucrilhos pro Prévidi, é uma pena que ele não esteja aqui, gostaria muito de conhecê-lo, porque ele fala muitas coisas a meu respeito, sem que nunca tenhamos nos apresentado".
Quando a reunião estava quase terminado, o presidente do Clube de Opinião, Julio Ribeiro recebeu uma ligação do José Luiz Prévidi e aproveitou a ocasião para colocar o Duda na linha. Eles conversaram sob o aplauso e as gargalhadas dos colegas jornalistas presentes.
"Eu faço questão de te conhecer e de conversar contigo, seja na RBS ou na tua casa, onde quiseres, pra que eu possa te responder a todos os teus questionamentos e aclarar o que for preciso a meu respeito e da RBS", propôs Duda.
Durante o encontro, ele informou o número do seu celular pessoal e seu email para que todos os jornalistas do Clube pudessem contatá-lo diretamente, quando precisassem. Ah, e pediu que o número fosse repassado ao Prévidi.

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Simples, não?

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A TERCEIRA E ÚLTIMA PARTE DA ENTREVISTA:


- Tu não te importas de ser chamado de comedor de sucrilhos com nescauzinho? Tu gostas de sucrilhos?

- Não como sucrilhos, não...

- Mas tu não morou nos Estados Unidos?

- Não sabia que tinha essa correlação direta, morar nos Estados Unidos e comer sucrilhos. A Carol (Torma, gerente de Imprensa do Grupo), sabe, a minha alimentação é muito saudável. Nunca entendi esse assunto...

- Os comedores de sucrilhos são os caras que vão fazer pós-graduação, doutorado fora, e surgiu aqui dentro da RBS essa brincadeira.

- Tá bom. Se o cara que vai se especializar, curioso, que busca inovação e crescimento, e esse é o comedor de sucrilhos, beleza, quero ter um monte de gente assim.

- No Jornalismo, não acredito que um cara que vai fazer um doutorado na Espanha, nos Estados Unidos possa chegar aqui sabendo tudo...

- Não, ninguém.

- Mas esse cara que chega da Espanha ou dos Estados Unidos vira gestor, conhecedor de tudo no Jornalismo. Não gosto de cifras, mas 90 por cento desses caras não sabem porra nenhuma de Jornalismo. Mas acho legal o cara querer conhecer, aprender.

- Eu sei o repertório que Harvard me deu, acadêmica e pessoal, segurança, visão de mundo, entender as coisas como funcionam. Agora, o que eu aprendi nos últimos anos aqui é mais do que aprendi no meu mestrado lá. Mas consegui absorver esse aprendizado aqui porque tive uma base lá. Sou inquieto, curioso, e quero aprender muito mais. E daqui a 2, 3, 4 anos vou olhar pra trás e dizer: como aprendi nos últimos anos! E deve ser uma característica que inspire todo mundo. Tu disse há pouco que com 62 anos não vai começar... claro, não tem disso. Sempre foi assim, mas hoje em dia estávamos falando em tecnologia... podemos nos desenvolver, aprender... Acho que no final do dia temos que deitar na cama e dizer: fiz a coisa certa. Tô fazendo a coisa certa, cumprindo a minha obrigação. Não sou obrigado a agradar a todos, Não vou gerar paixão... não é esse o nosso negócio, não é o teu negócio. O negócio é informar, construir, fazer jornalismo de qualidade. Isso muitas vez vai de encontro a paixão. As vezes para escancarar uma realidade se deixa muita gente triste. Muita gente insatisfeita com a nossa posição, mas esse é o nosso compromisso. Nada de "as pessoas me amam", nada disso. Todo mundo erra, mas a gente quando deita  tem que dizer: fiz o melhor que pude, o máximo que tinha que fazer. Tomara que dê certo...

- Pois é, questão de visão, não tenho essa pretensão...

- De quê?

- De querer fazer alguma coisa para ajudar. Nunca tive. Comecei o Blog de uma forma que não foi pensada. Mas tu falasses que tem que falar mal e bem. Mas tem duas pessoas que não falo mal, jamais. Uma é o teu tio, o doutor Jayme, uma das melhores pessoas que conheço, um diplomata, cordial, uma rara pessoa tão maravilhosa. Olha, nesses 13 anos de Blog conheci muita gente legal, mas o teu tio não tem igual. E o seu Maurício, como todos chamavam e eu também. Um cara maravilhoso. São diferentes entre si e diferentes de todos.

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Uma vez, um repórter foi entrevistar um ícone do agronegócio e combinaram antes.
- Quando eu falar que é para desligar, tu desliga. Se eu disser liga, tu liga.
Tudo combinado.
Só que o repórter fazia justamente o contrário. Ele ligava quando tinha que desligar e desligava quando o ícone mandava ligar.
O resultado foi uma matéria antológica.

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Não foi o caso do Duda.
Mas, na nossa conversa inicial. de meia hora, por ser completamente descontraída, várias revelações interessantes.
Conto apenas uma.
Lá pelas tantas, disse a ele:
- Fico louco quando vocês anunciam demissões, não consigo aceitar!
- Tu achas que eu gosto disso? Eu choro!

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Já entrevistei muito bambambã em quase 40 anos de jornalismo.
A maioria nem lembro mais. Algumas permanecem vivas até hoje, mesmo tendo sido feitas há 20, 30 anos.
Alguns políticos e jornalistas.
Políticos: Leonel Brizola, Luiz Carlos Prestes, Jair Soares, José Paulo Bisol, Alceu Collares, Nelson Marchezan, José Mujica, Mário Soares.
No jornalismo: Sérgio Zambiasi, José Barrionuevo, Paulo Gasparotto, Lasier Martins, Flávio Alcaraz Gomes, Augusto Nunes, Moacir Scliar, Ruy Ostermann, Cândido Norberto.
Acreditem, nesta minha "galeria" estará o Duda. Ou melhor, O Eduardo Sirotsky Melzer.






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