Sexta, 19 de agosto de 2022

 

NÃO LEVE A SÉRIO
QUEM NÃO SORRI!




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CHEGA DE MACHÕES ANÔNIMOS

Todos podem fazer críticas, a mim, a qualquer pessoa ou instituição. Desde que SE IDENTIFIQUE. Não apenas com o primeiro nome. Claro que existem pessoas que conheço e que não necessito dessas informações. MAS NÃO VOU PUBLICAR CR[ÍTICAS FEROZES OU BRINCADEIRAS DE PÉSSIMO GOSTO. NADA DE OFENSAS, NEM ASSINANDO!! 

E não esqueça: mesmo os "comentaristas anônimos" podem ser identificados pelo IP sempre que assim for necessário. Cada um é responsável pelo que escreve.



especial

Nesta sexta, uma cesta
de Ernest Hemingway! 



Poderia ter escrito apenas
O Velho e o Mar,
Adeus as Armas e
Por Quem os Sinos Dobram





Se conseguir, escreva histórias que sejam tão improváveis quanto um sonho, tão absurdas quanto a lua de mel de um grilo e tão verdadeiras quanto o coração de uma criança. 


Não há nada na escrita. Tudo que você precisa fazer é sentar-se diante da máquina de escrever e sangrar.

Algumas vezes um homem inteligente é forçado a ficar bêbado para passar um tempo com os burros.


A obra clássica é um livro que todo mundo admira, mas que ninguém lê.













Ernest Hemingway (Ernest Miller Hemingway) nasceu em Oak Park (subúrbio), Illinois, em 21 de julho de 1899. O pai era médico e a mãe era professora de canto e ópera. Uma família educada e respeitada na comunidade. Entre 1913 e 1917, Hemingway frequentou a Oak Park and River Forest High School, onde praticou boxe, atletismo, polo aquático e futebol. Destacou-se nas aulas de inglês e fez parte da orquestra da escola, com a  irmã Marcelline, durante dois anos. 


Quando a Grande Guerra (1914-1918) assombrava o mundo, decidiu ir à Europa pela primeira vez. Havia terminado o segundo grau e trabalhava como jornalista no The Kansas City Star. Tentou alistar-se no exército, mas foi preterido por ter um problema na visão. Decidido a ir à guerra, conseguiu uma vaga de motorista de ambulância na Cruz Vermelha.


Na Itália, apaixonou-se pela enfermeira Agnes Von Kurowsky, que viria a ser sua inspiração para a criação da heroína de Adeus às Armas (1929) – a inglesa Catherine Barkley.

Atingido por uma bomba, retornou a Oak Park.


Foi a Paris em 1921, recém-casado com Elizabeth Hadley Richardson, seu primeiro casamento, com quem teve um filho. Trabalhava para a revista canadense Toronto Star Weekly e, em início de carreira, se aproximou de outros principiantes: Ezra Pound (1885–1972), F. Scott Fitzgerald (1896–1940) e Gertrude Stein (1874–1946).


Hemingway era parte da comunidade de escritores expatriados em Paris conhecida como "Geração Perdida", nome inventado e popularizado por Gertrude Stein.


A vida e a obra de Hemingway têm intensa relação com a Espanha, país onde viveu por quatro anos. Uma breve mas marcante passagem para o escritor americano, que estabeleceu uma relação emotiva e ideológica com os espanhóis. Em Pamplona, em meados do século XX, fascinou-se pela tauromaquia, chegando a tourear como amador, experiência que abordaria no seu livro O Sol Também Se Levanta (1926).


O seu segundo casamento (1927) foi com a jornalista de moda Pauline Pfeiffer, com quem viria a ter dois filhos. Em 1928, o casal decidiu morar em Key West, na Flórida. Em Key West, no entanto, o escritor sentiu falta da vida de jornalista e correspondente internacional. Ao mesmo tempo, o casamento com Pauline se tornou instável.



 Nessa época, conheceu Joe Russell, dono do Sloppy Joe's Bar e companheiro de farra e pescarias.


Já na década de 1930 resolveu partir com o amigo para uma pescaria. Dois dias em alto-mar que terminaram em Havana, capital cubana, para onde passou a voltar anualmente na época da pesca ao marlim (entre os meses de maio e julho).


Na cidade, hospedava-se no Hotel Ambos Mundos, em plena Habana Vieja, bairro mais antigo da cidade, que se tornou o lar do escritor e o cenário que comporia sua história e a da própria ilha pelos próximos 23 anos. 


Em Cuba, se apaixonou por Jane Mason, que era casada com o diretor de operações da Pan American Airways. Hemingway e Jane se tornaram amantes.


Em 1936, novamente se apaixonou: desta feita pela destemida jornalista Martha Gellhorn, motivo do segundo divórcio, confirmando o que predissera seu amigo, Scott Fitzgerald, quando eles se conheceram em Paris: "Você vai precisar de uma mulher a cada livro".

Assim, Hemingway partiu para a Espanha, onde Martha já estava, e, em meio à guerra, os dois viveram um romance que resultou no seu terceiro casamento. Ao cobrir a Guerra Civil Espanhola como jornalista do North American Newspaper Alliance, não hesitou em se aliar às forças republicanas contra o fascismo, o que viria a ser o tema do livro Por Quem os Sinos Dobram (1940), considerada sua obra-prima. Quando a república espanhola caiu e a Europa vivia o prenúncio de um conflito generalizado, Hemingway retornou para Cuba com Martha.

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Em Cuba, durante a Segunda Guerra Mundial, Hemingway montou uma rede de informantes com a finalidade de fornecer, ao governo dos Estados Unidos, informações sobre os espanhóis simpatizantes do fascismo na ilha. Também passou a patrulhar o litoral a bordo de seu iate Pilar na busca de possíveis submarinos alemães. Porém a Agência Federal de Investigação estadunidense via com desconfiança a colaboração de Hemingway, por considerá-lo um simpatizante do comunismo.


Em 1946, o escritor casou-se pela quarta e última vez: desta vez com Mary Welsh, também jornalista mas tímida e disposta a viver ao lado de um Hemingway cada vez mais instável emocionalmente. Levando uma vida turbulenta, Hemingway casou-se quatro vezes, além de ter tido vários romances. 

Em 1952, publicou "O Velho e o Mar", com o qual ganhou o Pulitzer de Ficção (1953).  Ganhou o Nobel de Literatura de 1954 devido ao seu "domínio da arte da narrativa, mais
recentemente demonstrado em O Velho e o Mar, e pela influência que exerceu no estilo contemporâneo".

Ao longo da vida do escritor, o tema suicídio aparece em escritos, cartas e conversas com muita frequência. Seu pai suicidou-se em 1929 por problemas de saúde e financeiros. Sua mãe, Grace, dona de casa e professora de canto e ópera, o atormentava com a sua personalidade dominadora. Ela enviou-lhe, pelo correio, a pistola com a qual o seu pai havia se matado.

 O escritor, atônito, não sabia se ela queria que ele repetisse o ato do pai ou que guardasse a arma como lembrança. Aos 61 anos e enfrentando problemas de hipertensão, diabetes, depressão e perda de memória, Hemingway decidiu-se pela primeira alternativa.

Era também portador de hemocromatose, a qual está relacionada à depressão, hipertensão e diabetes.


Todas as personagens de Ernest se defrontaram com o problema da "evidência trágica" do fim. Hemingway não pôde aceitá-la. A vida inteira jogou com a morte, até que, na manhã de 2 de julho de 1961, em Ketchum, em Idaho, tomou um fuzil de caça e disparou contra si mesmo. Encontra-se sepultado no Cemitério de Ketchum, no Condado de Blaine, em Idaho, nos Estados Unidos.



A coragem é dignidade sob pressão.


CURIOSIDADES SOBRE
A VIDA DE ERNEST

“Hemingway” é o nome de uma categoria de bêbado

Psicólogos da Universidade de Missouri publicaram, em abril do ano passado, um estudo na revista científica Pesquisa e Teoria do Vício que confirmou um fato já conhecido dos frequentadores mais assíduos de bares e botecos: há mais de um tipo de bêbado.

Surpreendente mesmo é que, na hora de dar nome a cada grupo de ébrios, a categoria dos bêbados impassíveis – aqueles que viram uma garrafa de uísque e continuam agindo como se nada tivesse acontecido – , ganhou justamente o nome de Ernest Hemingway. Gênio literário, repórter de guerra e, além de tudo, referência científica em cara cheia.


Há um asteroide chamado Hemingway

Se você gosta de literatura porque está sempre com a cabeça nas nuvens, fique de olho nas redondezas. Hemingway está no céu, e isso não é um eufemismo para sua morte. Em 1978, o astrônomo soviético Nikolai Chernykh batizou um asteroide que orbita o sol de 3656 Hemingway.


Havia um concurso de paródias de autor

Foi no inverno frio de 1949 que o célebre autor americano escolheu uma mesa de estimação no Harry’s Bar, em Veneza, na Itália, para dar os toques finais no romance Na Outra Margem, Além das Árvores. O estabelecimento, mencionado diversas vezes ao longo da obra, ganhou projeção internacional, e se tornou um dos pontos turísticos favoritos dos fãs do escritor.

Mais de quarenta anos depois, um anúncio de uma página na revista New Yorker de novembro de 1991 trazia o seguinte título: “Mais uma vez, uma página muito boa de Hemingway muito ruim vai levar você e um amigo à Itália para um jantar”.

Era o chamado para décima segunda edição do Concurso Internacional de Imitações de Hemingway. O objetivo? Escrever uma página de paródia perfeita do estilo do autor, mas com muito bom humor. O prêmio? Duas passagens de ida e volta à Itália para jantar na filial de Florença do lendário Harry’s Bar. O concurso, cuja primeira edição foi organizada em 1977, financiada pelo próprio bar, acabou em 2005, quando a United Airlines, que nos últimos cinco anos forneceu as passagens para a Itália e publicou as melhores paródias em sua revista corporativa, desistiu do patrocínio.Se alguém comemorou o fim da brincadeira, foi o próprio Hemingway, que afirmau que “para o escritor de paródias, escrever na parede do mictório é um passo além”.


Ele sobreviveu a duas quedas de avião

É um desafio encontrar alguma parte do corpo que Hemingway não tenha fraturado. Em um voo de observação sobre o Congo Belga, atual República Democrática do Congo, em 1952, o avião em que o escritor estava caiu, e ele feriu a cabeça. Tentou pegar um segundo avião para buscar resgate na cidade de Entebbe, mas ele explodiu na decolagem. O saldo final, segundo sua esposa, foram rupturas nos rins e no fígado, o crânio quebrado, um ombro deslocado e duas vértebras fraturadas. As dores da recuperação agravam o alcoolismo do autor, que cometeria suicídio em 1961.


PARA LER E ASSISTIR

E Foram Todos Para Paris — um guia de viagem nas pegadas de Hemingway, Fitzgerald & Cia., de Sérgio Augusto (Casa da Palavra)

Os Anos Loucos — Paris na Década de 20, de William Wiser (José Olympio)

Conto Babilônia Revisitada, no livro 24 Contos, de F. Scott Fitzgerald (Companhia das Letras)

Esta valsa é minha, relato semi autobiográfico de Zelda Fitzgerald (Companhia das Letras)

Paris é Uma Festa e O Sol Também se Levanta, de Ernest Hemingway (Bertrand Brasil)

Meia noite em Paris, de Woody Allen (2011)


OS MELHORES LIVROS

O Velho e o Mar

Por Quem os Sinos Dobram

Paris É Uma Festa

Adeus às Armas

O Sol Também Se Levanta

As Ilhas da Corrente

Do Outro Lado Do Rio, Entre As Árvores

Verdade Ao Amanhecer



POR QUE TODO HOMEM DEVERIA LER (E RELER) ERNEST HEMINGWAY

Texto de Paulo Nogueira

Quando comecei a escrever, queria ser como ele. Ernest Hemingway.

Hemingway tinha a prosa viril, enxuta. Era amado pelas mulheres e admirado pelos homens. E viveu uma vida tão movimentada quanto a que você lê em sua ficção. Com seu porte de pugilista, Hemingway destruiu o estereótipo do escritor fisicamente frágil. Gostava de tudo que fosse áspero e trouxesse risco.

Caçou, pescou, foi correspondente de guerra, lutou boxe. Teve muitas mulheres. Foi valente no sentido mais nobre, e ainda assim escreveu páginas dotadas de um lirismo impressionante.

Em “Por Quem os Sinos Dobram”, para mim e muitos seu melhor romance, a despedida do herói Robert Jordan de Maria é de fazer um cigaro búlgaro se enternecer. Jordan, americano, estava na Espanha lutando por seus ideais na Guerra Civil vencida pela direita de Franco.

Leva um tiro e fica impedido de fugir com o grupo com o qual estava, cercado pelos vilões franquistas. Faz Maria, apaixonada, ir embora e atrasa os atacantes com o sacrifício da própria vida. “Viverei em você”, diz Jordan a Maria. Um bom filme foi feito do grande romance.

Hemingway viveu na plenitude o Século Americano. Foi contemporâneo do surgimento do carro e do avião, e usou-os com frequência em sua vida de globetrotter. Sobreviveu a duas quedas de avião e a batidas sérias de automóvel.

Respirou o ar provocador e culto de Paris nos anos 20, e mais tarde foi viver perto dos pescadores de Cuba, de onde acabou saindo no final da vida por causa da Revolução de Fidel.

“O Velho e o Mar”, que valeu a ele primeiro o Pulitzer e em seguida o Nobel de 1954, é a história de um pescador cubano. Ele dizia que “O Velho e o Mar”, um romance curto ou um conto longo, era um livro cubano, e não americano.

Ernest Hemingway foi ainda mais influente que o outro grande escritor americano de seu tempo, F.S. Fitzgerald, autor de “Gatsby” e “Suave é a Noite”. Não tanto pelos méritos literários, em que ambos se equivaliam a despeito de suas diferenças de estilo, mas pela vida de mocinho de filme que levava.

Fitzgerald foi demasiadamente consumido pela insanidade mental da mulher,  Zelda, e nisso acabou centrando sua vida e sua obra. Hemingway, neste sentido, foi muito além. Você podia até se perguntar como diabos ele arrumava tempo para ler e escrever em meio a tanta coisa que fazia.

Seu maior seguidor foi Norman Mailer, um escritor interessante e que deve ser lido apesar de ser bem menor que seu ídolo.

Hemingway encarnou os Estados Unidos no que o país teve de melhor antes de se tornar uma superpotência arrogante e militarista depois da Segunda Guerra Mundial.

Se você tivesse que dar um rosto para os Estados Unidos no Século Americano, ele teria talvez o de Ernest Hemingway: olhos que brilham e captam tudo ao redor, magnetismo, charme másculo e singular que parece tornar pequeno tudo ao redor.


Um gato tem honestidade emocional absoluta: os seres humanos, por uma razão ou outra, pode esconder os seus sentimentos, mas o gato não.


16 LIVROS
E UM CONSELHO DO MESTRE

Da revista Cult

O jornalista Arnold Samuelson tinha quase 22 anos quando, na primavera de 1934, leu o conto One trip across na revista Cosmopolitan. Aspirante a escritor, ficou impressionado com o texto e decidiu partir em busca daquele autor, um certo Ernest Hemingway (1899 – 1961). De carona, viajou da Dakota do Norte até a Flórida – e chegou sem um tostão à casa de Hemingway, que acabou dando conselhos de escrita e leitura ao rapaz.

“O ensinamento mais importante sobre literatura é nunca escrever muito de uma vez só. Nunca seque sua fonte criativa. Deixe para o dia seguinte”, teria dito o escritor, segundo Samuelson, que conta essa história no livro With Hemingway: A year in Key West and Cuba (1988), sem versão brasileira.  

O mais importante, segundo Hemingway, seria saber quando parar de escrever: “O momento de parar é quando você sente que está indo bem e chega em um lugar interessante, a partir do qual você sabe para onde ir. Pare aí, deixe a escrita para lá e nem pense nela; permita que seu inconsciente faça todo o trabalho. Na manhã seguinte, depois de uma boa noite de sono, reescreva o que redigiu no dia anterior e, quando chegar ao ponto interessante em que parou antes, continue dele e pare em outro ponto de interesse. Assim, quando terminar, sua escrita estará repleta de pontos interessantes e você nunca se sentirá preso”.

Depois, segundo Samuelson, o autor falou da importância da leitura para a escrita e perguntou se o jovem já havia lido Guerra e paz (1867), de Liev Tolstói, “um livro bom pra burro”. Ele negou, e Hemingway o levou até seu escritório, onde escreveu uma lista de títulos e escritores essenciais enquanto separava os volumes para emprestar ao garoto. Um deles era seu último exemplar de Adeus às armas (1929), romance de sua autoria. 

No dia seguinte, o jovem voltou à casa do autor de O velho e o mar apenas para devolver os livros, e acabou sendo convidado a viajar à bordo do Pilar, que precisava de mais um membro na tripulação.  

The blue hotel (1898), de Stephen Crane

The open boat (1897), de Stephen Crane

Madame Bovary (1856), de Gustave Flaubert

Dublinenses (1914), de James Joyce

O Vermelho e o negro (1830), de Stendhal

Servidão humana (1915), de Somerset Maugham

Anna Karenina (1877), de Liev Tolstói

Guerra e paz (1867), de Liev Tolstói

Os Buddenbrook (1901), de Thomas Mann

Hail and farewell (1911), de George Moore

Os irmãos Karamazov (1880), de Fiódor Dostoiévski

The oxford book of english verse

O quarto enorme (1922), de E.E. Cummings

O morro dos ventos uivantes (1847), de Emily Brontë

Longe e há muito tempo (1918), de W.H. Hudson

O americano (1877), de Henry James


Um idealista é um homem que, partindo do fato de que uma rosa cheira melhor que uma couve, deduz que uma sopa de rosas teria também melhor sabor.





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CONSELHOS DE ERNEST

Escrevo uma página maestral para cada noventa e uma de merda. Tento jogar toda a merda no lixo. O presente mais essencial para um bom escritor é ter um detector de merda interno. É o radar do escritor e todos os grandes têm tido isso. Se você vai escrever, você precisa descobrir o que não funciona para você.

O importante é trabalhar todos os dias. Trabalho das 7 até o meio dia. Então vou pescar ou nadar ou qualquer outra coisa que eu queira.

Pelo amor de Deus, escreva e não se preocupe com o que os outros vão dizer, ou se será uma obra-prima ou o quê.

Escreva frases breves. Comece sempre com uma oração curta. Utilize uma linguagem vigorosa. Seja positivo, não negativo.

Às vezes, quando tenho dificuldades em escrever, leio meus próprios livros para levantar o ânimo, e depois recordo que sempre foi difícil, às vezes quase impossível escrevê-los.

Quando as pessoas falam, você deve escutá-las completamente. Não fique pensando no que vai responder, no que deve dizer a seguir. A maioria das pessoas não ouve. Você deve estar capacitado para entrar numa sala e, quando sair, saber tudo o que ali viu e não só isso. Se essa sala lhe despertou algum sentimento, deverá saber exatamente o que foi que lhe deu esse sentimento.

Escrever bem é escrever sinceramente. Se um homem está escrevendo uma história, será verdadeiro e sincero em proporção à soma de conhecimentos da vida que ele possui […]. Se ele não souber como muitas pessoas agem e pensam, como se processam os seus pensamentos e ações, a sua boa estrela poderá poupá-lo por algum tempo ou talvez possa escrever histórias da carochinha. Mas se continuar escrevendo sobre aquilo que não conhece, acabará por descobrir que não passa de uma fraude, de uma mistificação.


6 comentários:

  1. Prévidi,
    Parabéns, na mosca!
    Este Ernest Hemingway é simplesmente g e n i a l !
    (Interessante que quase todos os gênios da literatura são de viés esquerdistas. As únicas duas exceções que conheço são o argentino J. L. Borges e o peruano Vargas Llosa. O Hemingway, inclusive, participou da revolução espanhola, claro que pelo lados dos republicanos apoiados pela URSS. No final da sua vida, vivia em Cuba, regime que apoiou integralmente. Eles são assim, almas livres, gauches na vida, pois do contrário não conseguem produzir. E quando em seus países o comunismo vence, eles são os primeiros a serem eliminados ‘fisicamente’. Na repressão, brutal, da tentativa de tomada do poder na França em 1848, o critério para fuzilar era ter mãos ‘lisas’, os intelectuais, artistas, escritores.)
    Li praticamente tudo que ele escreveu, um melhor que o outro, com um única grande exceção, inclusive várias biografias dele.
    A exceção, ao menos a mim, é O Velho e o Mar, um conto muito chato, entediante e angustiante (mas que foi premiado!).

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    1. Creio que estejas falando de escritores da primeira metade do século XX, quando o comunismo gozava de boa aceitação no meio literário e ainda mantinha certo frescor de novidade transgressora. Concordo com sua descrição do que ocorre em países que adotam esse regime, e quais são os primeiros sacrificados. Isso demonstra também como os ditos intelectuais são ingênuos em termos de política. Detalhe: Hemingway não viveu o suficiente para ver em que se tornou a Cuba que tanto amava. Tenho dúvidas se honestamente ainda manteria a visão romantizada que tinha da revolução.

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    2. "Interessante que quase todos os gênios da literatura são de viés esquerdistas."

      Ter viés esquerdista é um passaporte para a ampla divulgação pela imprensa, pela crítica, pela academia. Se essa inclinação é sincera ou um meio de obter popularidade e - vejam só - sucesso financeiro, são outros quinhentos.

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  2. Excelente matéria! Caro Prévidi, apesar de não conhecê-lo pessoalmente, leio sempre teu blog e teus comentários. Sobre este em questão, pouco sabia a respeito deste célebre escritor. A aproximação dele e tantos outros com o comunismo, creio que sejam as utopias, os devaneios da juventude, etc... Mas voltando a este brinde que nos presenteaste nesta "cesta", o resumo da vida dele, suas obras, seus romances, que espetáculo! Fico no aguardo de um resumo seu sobre Frederick Forsyth, se já o fez, deixe um link aqui. Um abraço e mais uma vez parabéns pelo blog!

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  3. Parabéns pela escolha e pelos textos

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