Sexta, 16 de maio de 2025

 



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- MUJICA




a cesta do
j.p. da fontoura

TEXTOS DE
JOÃO PAULO
DA FONTOURA*






- Dom Pedro II - O Magnânimo Itinerante


   

‘Se não fosse imperador, gostaria de ser um professor. Não conheço tarefa mais nobre do que direcionar as jovens mentes e preparar os homens de amanhã’.

Frase cometida no contexto do seu objetivo de criar um sentimento de identidade nacional brasileira.


Agora, em 21 de abril deste corrente ano de 2025, completamos exatos 32 anos do plebiscito que confirmou o vigente constitucional sistema de governo republicano presidencialista, em contraponto ao sistema monárquico. Mas não foi uma decisão folgada, apenas 56% dos eleitores que comparecem às urnas optaram por manter o atual sistema republicano.

Para mim, como historiador diletante e curioso, considerei muito interessante termos em terras brasilis tantos eleitores amantes deste sistema de governo tão pouco presente nos dias atuais nas nações do mundo. Sinceramente, nem lembro em que sistema votei, nem mesmo se compareci às urnas. 

Para mim, como cidadão eleitor, o melhor sistema de governo é a República Parlamentarista – sistema que aliás tivemos por um curtíssimo período em 1961, mas não por uma fé política do eleitor brasileiro, mas, sim, apenas para ‘solucionar a grave crise política de agosto de 1961 derivada da renúncia do presidente doidivanas Jânio Quadros. Os militares, à época, aceitaram  que o vice-presidente constitucional João Goulart assumisse a presidência, desde que se alterasse o sistema para ‘parlamentarista’. E foi o que houve. Dois anos após, em 1963, o sistema, via plebiscito, retornou ao clássico presidencialismo por quase 80% dos votos, após uma massiva campanha no rádio, tv e jornal pró-presidencialismo.

 

Resumo biográfico



Dom Pedro II ou ‘Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga’, nasceu no Palácio de São Cristóvão na Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro, no dia 02 de dezembro de 1825.

Foi o quarto filho do primeiro Imperador do Brasil Dom Pedro I e da Imperatriz Dona Maria Leopoldina. Mesmo não sendo o filho mais novo do casal real, ele tinha a prioridade na sucessão porque os seus dois irmãos mais velhos haviam morrido ainda crianças. Suas irmãs tinham o direito de assumir o trono, mas a Constituição de 1824 determinava que ‘mulheres fariam isso somente se não houvesse nenhum homem herdeiro.’

O menino Pedro de Alcântara não teve uma infância fácil. Infante/bebê, com apenas um ano, perde sua mãe, Dona Leopoldina, morta em 11 de dezembro de 1826, decorrente de um aborto espontâneo. Seu pai, o Imperador Dom Pedro I, por questões políticas e dinásticas envolvendo Brasil e Portugal, em 1931 abdica do trono e embarca para Portugal, deixando aqui seu filho, com seis anos, como príncipe herdeiro do trono brasileiro. Pouco anos após, em 24 de setembro de 1834, com apenas 35 anos, seu pai morre em Portugal em doença pulmonar (tuberculose)

O jovem Pedro, no entanto, foi criado com o maior cuidado possível, pois ele era o herdeiro do trono brasileiro. A responsável por sua educação foi escolhida por seu pai, Dom. Pedro I,  e chamava-se Dona Mariana Carlota de Verna. Ela foi aia do herdeiro e manteve-se próxima dele por toda a vida. Pedro de Alcântara nutria por ela grande carinho e admiração, considerando-a sua segunda mãe, chamava-a por apelidos carinhosos.

Um dia antes de abdicar o trono, em 6 de abril de 1831, o pai de Dom Pedro II, Dom Pedro I, nomeou José Bonifácio de Andrada e Silva – um dos brasileiros mais culto da época, o ‘Patriarca da Independência’ – como tutor do príncipe e das irmãs. Por questões políticas ligadas à regência, essa tutoria durou apenas dois anos, mas muito produtivos: José Bonifácio optou por uma abordagem educativa baseada na observação e na experiência direta.
O jovem príncipe aprendeu idiomas e desenvolveu um fecundo amor pelo conhecimento e aprendizado de tudo, característica/idiossincrasia que permeou toda a sua vida.

Durante a menoridade do jovem Imperador, o Brasil viveu um curto período/experiência republicana de nove anos, que se estendeu de 1831 até o Golpe da Maioridade de julho de 1840.
Nossa primeira experiência republicana não foi gloriosa, muito pelo contrário: só aí tivemos nada menos do que cinco revoltas, sendo que uma destas chegando mesmo às raias de Guerra Civil: A Cabanagem; a Sabinada; a dos Malês; a Balaiada; e a nossa Farroupilha que derivou para uma Guerra Civil.
O 2º Reinado, extremamente longo, de 1840 a 1889, foi relativamente tranquilo, pela capacidade de Dom Pedro II contemporizar as situações, com algumas crises administráveis como, por exemplos, a questão religiosa, as querelas militares, mas também com questões externas como a intervenção brasileira no Uruguai e a (terrível) Guerra do Paraguai.

(Em minha opinião, a Guerra do Paraguai mostrou claramente o despreparo do nosso Imperador e do regime para administrar uma crise mais grave: a nomeação do seu inepto genro Conde d’Eu, casado com a princesa Isabel, para substituir o Duque de Caxias no comando do Exército em Guerra - de março de 1869 a março de 1870, com a morte do ditador López e o fim do terrível gesta nada épica. Por favor, marechal do Exército com 27 anos? Isso pode? Quando morre um protegido dele (vamos deixar aqui bem claro, provavelmente o Conde era homossexual) ele age tresloucadamente numa matança terrível de crianças e velhos, sem fim, até que um oficial, inferior, o chame a atenção com rispidez e autoridade, dando-lhe um basta à carnificina!
E este imaturo seria, como príncipe consorte num terceiro reinado, quem ‘reinaria de fato no Brasil’. Cruzes, vade retro!

Portanto, a Proclamação da República, mesmo sendo claramente um golpe de estado, foi a melhor solução. Monarquia boa é monarquia constitucional, o que a nossa não chegava nem perto, vide o famigerado ‘Poder Moderador’ que o Imperador tinha – uma excrescência que nos remetia aos reinados absolutistas dos Czares russos e dos Luíses franceses do século 18. 




 ·          Alguns fatos curiosos sobre o D. Pedro II em seu (longo) reinado:

+ Em uma viagem ao interior de Minas, Dom Pedro II observou, no meio da multidão, uma negra que fazia grande esforço para se aproximar dele, mas as pessoas à sua volta procuravam impedi-la. Compadecido, ordenou que a deixassem aproximar-se.

“Meu senhor, eu sou Eva, uma escrava fugida, e venho pedir a Vossa Majestade a minha liberdade.”

O Imperador mandou tomar as notas necessárias, e prometeu dar-lhe a liberdade quando regressasse. E efetivamente entregou à cativa o documento de alforria.

Algum tempo depois, indo a uma das janelas do Palácio de São Cristóvão, viu um guarda tentando impedir que uma preta velha entrasse.

Sua memória prodigiosa reconheceu imediatamente a ex-escrava de minas, e ele ordenou: “Entre aqui, Eva!”

A preta precipitou-se porta adentro, e entregou ao seu protetor um saco de abacaxis, colhidos na roça que plantara depois da liberdade.

 

+ Fernando Henrique Cardoso, presidente do Brasil entre 1995 e 2003, era caricaturado pelo Casseta e Planeta da TV Globo, um megassucesso da TV dos anos 1990 até 2010, como ‘Fernando Viajando Cardoso’, pois estava sempre em viagens pelo mundo. Mas não foi o primeiro: o nosso D. Pedro II fez diversas viagens pelo mundo, por pura curiosidade, o que fragilizou um pouco sua imagem.

Jornais, na época em que ele viajou ao Oriente Médio, em 1876, o diagnosticaram com a ‘doença da mala’;

 

+ Apaixonado pelas Exposições Universais, Dom Pedro II patrocinava e fazia a curadoria dos estandes brasileiros, onde se exibiam produtos agrícolas e máquinas fabricadas no país. Foi na Exposição da Filadélfia, em 1876, que Dom Pedro II ajudou a impulsionar uma invenção que revolucionou as comunicações. Na época, ninguém ouvia falar de Alexander Graham Bell, muito menos de sua criação: o telefone. Presente na feira, o imperador compareceu ao estande de Bell e ficou encantado com o aparelho. Tornaram-se amigos e, em menos de um ano, o Brasil foi o segundo país do mundo a contar com uma linha telefônica (a primeira linha oficial, que ligava o palácio aos gabinetes ministeriais).

+ Em suas viagens internacionais, Dom Pedro II fazia questão de conhecer as sumidades locais em cultura ciência. Além de grandes escritores e intelectuais como exemplos, Victor Hugo,  Friedrich Nietzsche.  Trocou correspondências com o químico Louis Pasteur, o inventor do telefone, Alexander Graham Bell (já destacado acima), e o naturalista Charles Darwin. Este último, certa vez falou sobre Dom Pedro II: "O imperador faz tanto pela ciência, que todo sábio é obrigado a demonstrar a ele o mais completo respeito”.

+ Dom Pedro II foi o primeiro fotógrafo do Brasil. Adquiriu um daguerreótipo aos 14 anos, em 1840, menos de um ano após o anúncio da invenção de François Aragno. A partir de então, entusiasmou-se com a nova forma de registrar imagens, ajudando a difundir a fotografia por aqui. Quando foi banido do país, após a Proclamação da República, doou à Biblioteca Nacional seu acervo com mais de 25 mil fotos.

+ Dom Pedro II era maçom?

Bem, essa é uma questão que gera muita polêmica, mas tudo nos indica que, embora cercado por auxiliares no topo do poder pertencentes à maçonaria, o segundo imperador do Brasil não era maçom.

Alguns teorizam sobre ele ter pertencido a alguma loja maçônica, mas muito mais pela Questão Religiosa de 1870, na qual ele acabou apoiando o Visconde do Rio Branco, seu colaborador e amigo, que era, esse sim, Grão-Mestre da Maçonaria.

Quem certamente era maçom foi o seu pai, Dom Pedro I – sobre isso não há dúvidas, usando inclusive o codinome Pedro Guatimozim.

 

+ Dom Pedro II, igual ao seu pai que inclusive fundou o Imperial Observatório, no Rio de Janeiro, em 1827, era um amante da astronomia.

É considerado oficialmente como o ‘Patrono da Astronomia Brasileira’.

Também foi apaixonado por ciência em sua totalidade e, também, por antropologia.

Com relação à astronomia, ele chegou a possuir um observatório de uso pessoal que ficava localizado no terraço do palácio de São Cristóvão, onde frequentemente recebia estudantes interessados na observação dos astros. Além de equipamentos essenciais para observação do céu, contava, também, com equipamentos que marcavam o tempo precisamente utilizando a luz solar, como um relógio de sol e canhão do meio-dia. Seu objetivo era compreender o funcionamento do universo, desenvolvendo, então, inúmeras anotações e pesquisas sobre eclipses, cometas, meteoritos, estrelas e vários outros assuntos de cunho astronômico.

 

+ Um dos momentos mais inusitados da vida de Dom Pedro II foi seu casamento. Assim que ele se tornou imperador do Brasil, seu matrimônio passou a ser questão de Estado. Apesar da timidez de Dom Pedro II em tratar do assunto, logo emissários do país foram ao continente europeu à procura de uma princesa para casar-se com o imperador. A questão não era muito fácil, principalmente porque a família real brasileira estava com sua imagem prejudicada depois de Dom Pedro I. Por fim, os emissários de d. Pedro II conseguiram a princesa do reino das Duas Sicílias, Teresa Cristina Maria, como possível esposa para o imperador. Um retrato dela foi enviado para Dom. Pedro II, e ele aprovou a união. O casamento foi realizado, por procuração, na cidade de Nápoles, na Itália, em 30 de maio de 1843, e a imperatriz só chegou ao país em três de setembro do mesmo ano. Ela estava a bordo da fragata Constituição, e a ansiedade de Dom Pedro II, em conhecer sua esposa, era tão grande que ele entrou a bordo da embarcação. Os dois cumpriram todo o ritual para aquele dia, mas muito se comentou sobre a reação do imperador ao conhecer a imperatriz. Os relatos da época dão conta da frustração de Dom Pedro II em relação a sua esposa. Eles mencionam que Teresa não era bonita e que ainda era obesa e um pouco manca. Isso teria desagradado a Dom Pedro II, que se sentiu enganado. Mesmo a contragosto, Dom Pedro II cumpriu com sua obrigação no casamento.

That’s, All, Folks!

(Este texto foi escrito por solicitação do meu amigo Adriano Turelli Spezia, colega na ALIVAT, morador de Lajeado e digno nativo da sua amada Ilópolis – a terra da erva-mate.)

 *João Paulo da Fontoura é escritor e historiador diletante, membro da ALIVAT – Academia Literária do Vale do Taquari, titular da cadeira nº 26.


21 comentários:

  1. Dom Pedro II o maior brasileiro de todos os tempos.

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  2. Caros amigos leitores: nós estamos com problemas com aplicativos de conversão de texto que têm alterados algumas coisas do original: neste presente texto, tenho dois casos:
    1) Logo na 2ª sentença, o termo 'folgado' foi trocado por 'relaxado';

    2) Na parte da biografia, quando, entre parênteses, opino sobre a não qualificação de Dom Pedro II para o cargo, toda um texto longo foi omitido: (...) Quando morre um protegido dele (vamos deixar aqui bem claro, provavelmente o Conde era homossexual) ele age tresloucadamente numa matança terrível de crianças e velhos, sem fim, até que um oficial, inferior, o chame a atenção com rispidez e autoridade, dando-lhe um basta à carnificina!
    E este imaturo seria, como príncipe consorte num terceiro reinado, quem ‘reinaria de fato no Brasil’. Cruzes, vade retro!

    É isso, desculpem-nos pelas falhas. São máquinas alterando o que estamos escrevendo!!

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    1. O nosso caro Prévidi corrigiu os problemas e repostou texto, agora integral, em tempo. Gracias!

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    2. Quem con seguiu corrigir foi o Gustavo Previdi, que entende disso. Tinha um corretor que fazia mudanças no texto e ainda acredito que aconteceu uma interferência do Blogger. Eu apenas faço o copia/cola. E o corretor fazia "o serviço" - esculhambava o texto do João Paulo. Entenderam? NÃO? Nem eu... HAHAHA!!!

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    3. Correções automáticas são perigosas.

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  3. O SENADOR FANTASMA...
    Por onde anda O Senador Paulo Paim?
    Vamos fazer uma campanha espírita:

    Agora, todos juntos:

    "Aparece Senador, sei que você está entre nós... apareça Senador... apareça Senador..."

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    1. O autoproclamado "senador dos aposentados" é contra a instauração de uma CPMI para investigar o roubo dos aposentados. Não é uma gracinha?

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  4. Minhas felicitações caro João Paulo , texto magnífico de sua maestria inconfundível. Uma resenha muito bem elaborada sobre o imperador clareando a abrangência de seu legado. Parabéns 👏👏👏

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    1. Toda lembrança ainda é pequena diante da magnitude da figura de Pedro II. Já tivemos um governante de alto nível, e essa memória nos é sonegada pelos historiadores e nas salas de aula.

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  5. Rogério Vaz Karabichewski17 de maio de 2025 às 01:11

    Nesses momentos o senador Paim é fake. Baita vaselina, engana bôbo.

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  6. PAIM PARASITA ENROLÃO. ESPERTALHÂO.....

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  7. De D. Pedro II ao Barba. Como pudemos cair tanto?

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  8. Bons mesmo são os ilustres senadores Hamilton Mourão e o Alemão do Povo, Luiz Carlos Heinze..

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    1. Na falta de argumentos para defender o "briliantchi cenador", o descerebrado esquerdopata se limita a jogar o que tem na cabeça (aquela massa marrom e malcheirosa) nos adversários político-ideológicos. Nada mais petralha do que isso...

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    2. Isso é uma crítica, 18:35? Ora, ora.

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  9. Paim seria um Senador Reborn ???

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  10. Empreendedorismo: primeira creche para bebê reborn do Brasil
    Aumento de pais de bonecos realistas cria demanda para novos negócios e empreendedores lucram alto


    FONTE:
    https://entretenimento.r7.com/prisma/melhor-nao-ler/empreendedorismo-primeira-creche-para-bebe-reborn-do-brasil-07052025/

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  11. "Fraude no INSS: governo avalia uso de recursos do Tesouro para ressarcir aposentados"

    - É preciso lembrar como o "Tesouro" consegue seus recursos financeiros? De onde sai o dinheiro que está lá no Tesouro?

    É através da arrecadação dos impostos. E quem paga os impostos? Na sua maioria os trabalhadores assalariados e também os aposentados. Porque os Bancos, as Igrejas evangélicas, e o setor exportador estão isentos de impostos. E tem ainda os sonegadores e aqueles que colocam seus milhões nos paraísos fiscais...

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  12. No Brasil, o VAR se tornou mais uma instância de corrupção.

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