Sexta, 24 de out. de 2025

 


NESSA SEXTA
a cesta do João Paulo






JOÃO PAULO DA FONTOURA é de Taquari-RS. É escritor e historiador diletante, membro da ALIVAT – Academia Literária do Vale do Taquari, titular da cadeira nº 26.





Ulisses  - James Joyce 

  Ulisses é, complicado, brilhante, interminável, sublime, exaustivo, barroco, 
louco, valioso, um porre, uma leitura inesquecível



Há três anos, quando completou 100 anos do lançamento do livro Ulysses (foi lançado em dois de fevereiro de 1922, em Paris), obra maior do genial e controverso escritor irlandês James Joyce, a editora Companhia das Letras lançou por aqui uma edição especial, com tradução revisada de Caetano W. Galindo, 848 páginas, ao "módico" preço de 190 reais.
Há tempos eu queria atravessar esse oceano de palavras, mas não conseguia encontrá-lo com amigos ou em bibliotecas. Alguém já disse, "ler Ulisses equivale aos doze trabalhos de Hércules – juntos". Quando falava da minha intenção, só ouvia risos de escárnio seguidos de palavras pouco incentivadoras tipo, "duvido que passes da página 20!"
Consegui-o, usado, via internet.
Um calhamaço com 852 páginas, traduzido pelo nada mais nada menos que Antônio Houaiss, ‘o cara’, editado pela Abril em 1980. Paguei pouco. Reconheço, é uma leitura nada fácil. Mas segui firme e o abati em uns suados 20 dias.


(Eu sempre me invoquei com a letra doida – pero lindíssima – da música do grupo inglês Procol Harum, ‘A Whiter Shade of Pale’, composta por Gary Brooker, recém falecido, mas agora entendo – ele certamente leu Ulisses!)


Não sou um hermeneuta, e nem mesmo tenho uma exegese à altura da obra, mas, com meus (parcos) conhecimentos e (muita) ousadia, vamos lá a uma petite analyse da genial, confusa, e revolucionária obra do genial, confuso, alcoólatra e quase cego escritor irlandês.
Introduzo, dizendo que esse malucão é a mais completa enciclopédia humana em termos de literatura, teatro, canto, música, línguas, história, ciência, etc. O cara tudo leu e tudo conhece. Das línguas vivas (inglês, francês, italiano, espanhol, etc.) ele conhece mais de 20, além do latim, sânscrito e grego arcaico. Ele vai escrevendo, neologizando, contrapondo cognatismos com polissemias e mandando muitos termos chulos, senão pornográficos, como, por exemplo: "... Ela hesita em meio a fragrâncias, música, tentações. Ela o conduz para os degraus, atraindo-o pelo odor dos sovacos, o viço dos seus olhos pintados, o frufru de sua camisola em cujas pregas sinuosas se enrosca o fartum leonino de todos os brutos e machos que a possuíram."
E o incauto leitor que se vire.
Já na primeira página do primeiro capítulo ele tasca um "Introibo ad altere Dei". A complexidade da linguagem é tal que há na internet uma espécie de ‘busca’ que explica cada termo ou mesmo frase em que o leitor empaca desesperado. Como são vários os termos indelineáveis, essa busca tem mais que o dobro de palavras contidas no livro. Se a cada dúvida formos consultar esse compilado explicativo, esqueçam dos meus 20 dias, a leitura levará meses, ou mais!



O lançamento em 1922 foi uma loucura total.
Nos Estados Unidos, mais de 500 livros queimados, na Inglaterra, outros tantos.
A intenção do gênio era muito clara, provocar, instigar, chacoalhar a acomodada sociedade vitoriana e sua cínica moralidade – mas, convenhamos, não precisava tanto.
Teve o mesmo, ou maior, impacto do que o russo Igor Stravinsky com sua "Sagração da Primavera", ou o Cubismo de Picasso e Dalí, ou mesmo o "Encouraçado Potemkim" de Eisenstein.
Não havia meio termo, ou se amava ou se odiava.
Virginia Woolf, contemporânea de Joyce, sabe-se lá se por despeito, em seu diário registrou à posteridade: "Terminei Ulisses, acho que é um fracasso. Gênio, certamente, mas água menos virtuosa. O livro é difuso, lamacento, pretensioso e vulgar."
Acaba explodindo em termos de consagração mundial com sua liberação em 1933, 12 anos após seu tumultuado lançamento.



Um pouco do livro, ou do que entendi
A ação do romance transcorre em um único dia em Dublin, Irlanda, numa quinta-feira de 16 de junho de 1904 (essa data, Bloomsday, é festejada anualmente há vários anos por milhares de admiradores do escritor e da sua obra maior, em todo o mundo).
Digamos ser uma paródia em forma de paralelismo com a Odisséia do grego Homero.


(Mas essa comparação, paralelismo, eu a repito aqui mais por comodismo, inércia, medo de querer parecer um expert no tema, coisa que certamente não o sou. A mim, o romance do irlandês Joyce nada tem a ver com o fio lógico dos mais de 12 mil versos da obra homérica!)

Na obra de Homero o personagem central, Ulisses, é o Leopold Bloom de Joyce; Penélope, a esposa casta de Ulisses, tem seu símile em Molly Bloom, a esposa não tão casta do Bloom, e, finalmente, Stephen Dedalus é o Telêmaco homérico. Há outros personagens interessantes, Buck Mulligan, um estudante de medicina, amigo e de certa forma rival de Dedalus, tem também uma participação importante no enredo. Os demais: May Dedalus, a mãe morta de Stephen; Haine, um estudante inglês, Simon, pai de Stephen, são secundários.
Joyce desenvolve seu romance em forma de um prelúdio tripartite, um núcleo em 12 capítulos, e um final também tripartido.
Inicia com o anti-herói Leopold Bloom, um fracassado vendedor de anúncios de jornais casado com uma mulher adúltera (em contraponto ao heroico Ulisses que no poema homérico luta contra tudo e todos no resgate de sua Ítaca onde sua amada Penélope, depois de 17 anos, ainda castamente aguarda seu herói.
A Ítaca do Bloom é sua casa dublinense à rua Eccles, nº 7), tomando seu café da manhã em sua casa, e, após, com seu amigo Stephen Dedalus, seguindo em sua mambembe odisseia de desilusões e fracassos.
Joyce, nessa caminhada de um dia de Bloom e de seu amigo Stephen, acaba por traçar uma espécie de linkagem com o mundo da época, relativamente moderno, suas novidades científicas, as questões sociais, os avanços das artes, os problemas religiosos, esotéricos, sociais, etc.

E o romance termina com o monólogo interior de Molly Bloom, sem pontuação, mas com redenção (aliás, da página 797 à 857 tudo é sem pontuação ou nova linha, loucura total): "... e como ele me beijou debaixo da muralha moura eu disse a mim mesmo atrás dele tão bem quanto qualquer outro e então pedi-lhe com os olhos para perguntar novamente sim e então ele me perguntou se eu queria dizer sim minha flor da montanha e primeiro ele colocou meus braços em volta dele sim e eu o puxei para mim para que ele pudesse cheirar meus seios perfumados sim e seu coração estava batendo feito louco e sim eu disse sim eu quero sim"
Finalizando, não dá para negar (remember, "João, tu não vais passar da página 20") que a leitura de Ulisses pode ser decepcionante para um incauto, não iniciado, um nêmesis literário muito difícil de ser vencido.
Eu estava preparado.
Antes da hercúlea tarefa, já havia lido a biografia de Joyce, um calhamaço de 916 páginas (obra de Richard Ellmann, publicada em 1959 e revisada em 1982, considerada por muitos a biografia definitiva do autor irlandês) que esmiúça ao limite essa extraordinária figura humana que, pra mim, sem um átomo de dúvida, foi o maior personagem da literatura do século XX.
Nesta biografia, é revelado que, finalizando sua obra, ele (Joyce) lança um repto provocativo aos intelectuais literatos tipo "quero ver vocês decifrarem este meu enigma!"
E de enigmas – literários, científicos, históricos, comportamentais – o romance é prenhe.
Acabo aqui essa minha resenha, ensaio, citando um (enigma) que, por eu gostar de história, consegui entender sem grandes esforços ou busca no google. Como já posto, ‘Joyce não explica as coisas, não pega ninguém pela mão e diz, é isso, ou, vai por aqui, o caminho é esse!’. De repente pinta como citação o ano 1849, claro que sem contexto. Saquei perfeitamente: este ano é o da grande fome na Irlanda, quebra da safra das batatas que provocou uma maciça migração de irlandeses aos Estados Unidos, entre eles um faminto Patrick Kennedy que vem a ser o bisavô do 35º presidente dos Estados Unidos, o primeiro católico, John F. Kennedy.


That’s All, Folks!


Algumas frases, conceitos, observações sobre Joyce e Ulisses retirados da web:



- Intraduzível é o adjetivo mais comumente associado a ULISSES, romance que revolucionou a literatura com intrincados jogos de linguagem, fluxos de consciência labirínticos e um diálogo inusitado com a ODISSEIA de Homero;


- O poeta e tradutor Augusto de Campos, elogiou a disposição de Houaiss para "subverter o idioma para corresponder às invenções do original". Erudita, a tradução do filólogo já foi acusada de ser mais complicada do que o original em inglês;


- Ulysses é um romance cômico, dotado de uma capacidade quase infinita de ternura, que não dá as costas ao sofrimento. Escandalosamente carnavalizado, mudou a história da literatura ao afirmar o afeto e o riso. Não é pouca coisa. Ele nos propõe um muito menos trágico, pós-religioso, anárquico e pacifista, movido pelo interesse, pela curiosidade e pela tolerância. (Palavras do tradutor Caetano W. Galindo – Cia das Letras, lançado em 2012.);


- A narrativa do livro contém inúmeras referências à história, debates intelectuais e cultura irlandesa do século XIX, que podem (e são) ser difíceis de entender sem um conhecimento aprofundado do contexto;


- Muitos leitores que abandonaram a obra relataram sentir que Joyce se deleitava com a própria inteligência, tornando a leitura uma experiência árdua e frustrante, em vez de divertida.



Quinta, 23 de out. de 2025

 

SEGUINTE:

A ESBÓRNIA CONTINUA NO GOVERNO DUDU MILK!!

NO DIÁRIO OFICIAL DO RS DE HOJE, DIA 23 DE OUTUBRO DE 2025:

O DETRAN-RS ALUGOU UM ESTANDE no  Pavilhão  03  do  Centro  de  Feiras  e  Eventos  Serra  Park,  em  Gramado,  durante  o CONGRESSO NACIONAL DE TRÂNSITO E MOBILIDADE.

SENTE PARA NÃO TER UMA SÍNCOPE AO SABER DO VALOR PAGO:

R$ 381.600,00 (trezentos e oitenta e um mil e seiscentos reais)




LUIZ FUX, ao votar pela absolvição dos réus, discordante do urubu careca): "Um grupo de Whatsapp com 300 mensagens não é organização criminosa. Arma pressupõe porte, uso, disponibilidade. Não há uma pistola, um fuzil, uma granada nesta denúncia. Só há teclados. Crítica dura é protegida pelo artigo 5⁰, inciso 4 da Constituição".(postado pelo jornalista Tibério Vargas Ramos no Facebook)

MELHOR DO QUE POD
não pode

Nada como um bom papo.
O nosso limite é de 30 minutos. Mas pode continuar em outro dia.
O primeiro convidado é...

CALMA!!
Estamos ainda fazendo ajustes.
Enquanto isso, assista:

LULA INOVA E VAI INDICAR UM CONTÍNUO PARA O STF!!


PARA GUARDAR

   

DE TUDO
muito


DO PAULO CURSINO: Apenas a lógica, a mais cristalina das lógicas. Questionar urna eletrônica é um exercício de crítica e de liberdade de expressão e sempre foi permitido. Nada mudou, a não ser para gente que defende Alexandre de Moraes. Um juiz que solta estultices inconstitucionais como "questionar urnas é crime" apenas demonstra passapanismo e hipocrisia. E ainda que tudo seja um grande teatro, Fux está fazendo um bom serviço ali expondo a falta de coerência dos juízes do Ínfimo (chamar aquilo de Supremo é contrassenso). Quanto mais ele irritar Moraes e seus defensores no jornalismo – como a tia tetuda do Reinaldo Azevedo – melhor. Claro que tem eleitor que está gostando do autoritarismo da corte, afinal, canalhice grassa forte nas redes hoje e tem dondocas e artistinhas defendendo até censura do bem. São incuráveis, mas tudo bem. É gente que não vale a pena ser lida ou ouvida e que ainda tomará uma coça da história. Não demorará. Que Fux continue apontando os reis nus. Está divertido.

DEPUTADO FEDERAL BIBO NUNES ALERTA



  100 MIL REAIS: esta é a quantia que a Secretaria de Turismo do RS deu para a realização da 7ª Etapa Brasil de Surf, em Torres, de 23 a 26 de outubro de 2025.

QUEM VAI APAGAR A LUZ NO PDT? - Matéria no ZH de hoje:

A candidatura de Juliana Brizola (PDT) ao Palácio Piratini sofreu uma avaria de impacto considerável com o indiciamento dela pela Polícia Civil. A repórter Adriana Irion, do Grupo de Investigação (GDI) da RBS, apurou que Juliana foi indiciada com base no artigo 102 do Estatuto da Pessoa Idosa, por supostamente se apropriar de dinheiro da avó materna, Dóris Daudt, de 99 anos. Juliana nega que tenha desviado dinheiro da avó e lamenta o vazamento de informações de um inquérito que teve origem em desavenças familiares.
Na origem do inquérito está uma ação movida pelo tio de Juliana, Alfredo Daudt Júnior, irmão de Nereida Daudt Brizola, que requereu a curatela da mãe no início deste ano alegando que a sobrinha estava negligenciando os cuidados com a idosa. Em fevereiro, a Justiça concedeu a curatela a Alfredo, que vive em Santa Catarina, e ele teve acesso à conta bancária da mãe, que é conjunta com Juliana.
Ao constatar que a conta estava negativa em R$ 44 mil, apesar de Dóris ter recebido em 2024 uma indenização de R$ 1,8 milhão e de contar com uma pensão mensal de R$ 25 mil paga pelo Estado brasileiro por ser viúva de Alfredo Ribeiro Daudt, excluído da Aeronáutica por seu envolvimento no movimento pela Legalidade, o filho entrou com uma notícia-crime na Polícia Civil. Anexou extratos que mostram empréstimos de R$ 100 mil e R$ 420 mil, feitos em nome da mãe, transferências para terceiros e pagamento de despesas que não se relacionam aos cuidados com a idosa, que tem sequelas de um AVC sofrido em 2021.
Mesmo que indiciamento não seja sinônimo de condenação e que Juliana tenha todas as possibilidades de se defender, do ponto de vista político a candidatura fica inviabilizada, porque o PDT não tem como bancá-la sem uma aliança.
Custeio da saúde vira maior pesadelo dos prefeitos do Interior
Cortejada pelo PT, que chegou a acenar com a cabeça de chapa, destronando Edegar Pretto, Juliana também vinha sendo cotada para encabeçar a aliança governista, caso  o vice-governador Gabriel Souza não decole nas pesquisas.
Tanto no PT como na base do governo Leite havia dúvidas sobre a capacidade gerencial de Juliana, por nunca ter ocupado cargos de gestão, mas o problema era considerado sanável com a justificativa de que bastaria montar uma equipe competente. O indiciamento e os termos usados pela delegada Ana Luíza Caruso no relatório do inquérito quebram a espinha dorsal da candidatura.

SEGURA ESSAS
quem se trumbica não comunica


Risadinha do Globo Esporte, da RBS TV, agora está sendo conhecida como RISADINHA ALMEIRÃO (foto).


Sinônimo de elegância na TV gaúcha? Um nome é imbatível: DANIELA UNGARETTI. É impressionante! Joga em todas as posições da emissora do Almirante Nelson. Um sorriso mágico!! De todas é a que está SEMPRE com conjuntos discretos e perfeitos.

Curioso para saber o que será SBT News. Começa em 15 de dezembro.

O RETORNO DO ROGÉRIO BÖHELKE, COM LÉO JORGE
Dei muita risada. Está sensacional!!

  

Um fenômeno atual? Leo Dias, o bambambã da fofoca!

Do Paulo Cursino: Viver na China é como trabalhar no meio artístico brasileiro: só há  liberdade de expressão para quem concorda com meia dúzia de pessoas da elite, ninguém diz a verdade a ninguém, e só se fala de política para elogiar um partido ou o enaltecer o país.

Maurício Saraiva, com a mania de imitar o Professor Ruy, está destoando do "time" do Globo Esporte, TODOS de inspiração Tiktokers.

Aguardo para novembro diversos espaços no Globo Esporte para tratar daquela doença que não escrevo o nome de próstata. Na mesma proporção do que falaram em outubro para a doença nos seios.  Sugestão aquele repórter imenso deveria colocar o seu corpinho para um exame de próstata AO VIVO.

CONVITES


DOIS MINUTOS
com o PRÉVIDI

A BANDIDAGEM VENCEU, NÉ LULA?



PORTO ALEGRE É ASSIM!

PAISAGISMO NO CENTRO


A Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura concluiu o serviço de paisagismo na avenida Borges de Medeiros, no calçadão dos Andradas e na rua Uruguai. Em cerca de 20 floreiras, foram plantadas mudas de bougainville, dinheiro-em-penca, triális e caliandra.

As plantas fornecidas pelo Viveiro Municipal são adaptadas às condições dos locais, resultando em baixa necessidade de manutenção e facilidade de reposição imediata, quando necessário. Os arbustos florescem em diversos momentos do ano. O plantio foi realizado em parceria com a Coordenação de Arborização Urbana, da Diretoria de Áreas Verdes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade.

“Com o paisagismo, concluímos mais uma etapa importante da revitalização do Quadrilátero. A intenção é a de proporcionar mais conforto e bem-estar à população nos espaços coletivos e valorizar, ainda mais, o Centro Histórico”, explica o titular André Flores.

As vias integram o chamado Quadrilátero Central que passa por revitalização. As três ruas também receberam 39 bancos em concreto. Está prevista, ainda, a instalação de 25 bicicletários.

RECREIO


OLIMPO
a morada das deusas do século 21



PIADINHA
sem nome feio, sem política e sem futebol







Quarta, 22 de out. de 2025

 

SEGUINTE:



Ele ficou ali, por 11 dias.
Era uma segunda-feira quando passei pela primeira vez naquela estrada. Eu estava voltando do trabalho, cansado, com a cabeça cheia de problemas. Mas algo me fez olhar para o acostamento.
Um cachorro magro, sentado, olhando fixamente para os carros que passavam. Como se estivesse procurando alguém.
Pensei: Deve estar esperando o dono voltar. E segui meu caminho.
Na terça, ele ainda estava lá. Mesma posição. Mesma expressão. Olhando cada carro que passava com aqueles olhos cheios de esperança que ia morrendo a cada veículo que não parava.
Quarta-feira. Lá estava ele. Só que agora mais magro. Sujo de terra e molhado.
Eu parava às vezes, mas ele não se aproximava. Apenas olhava para mim, depois voltava a olhar para a estrada. Como se dissesse: Não é você que eu estou esperando.
Deixei comida e água. Ele comia, mas nunca saía daquele lugar. 
Quinta. Sexta. Fim de semana inteiro. Ele ali. Chovesse ou fizesse sol. Ele não se movia. Apenas esperava.
Na segunda semana, conversei com moradores da região. Foi quando descobri que o dono dele tinha morrido em um acidente de moto, ali mesmo, há 11 dias. Exatamente onde o cachorro estava.
Ele não estava perdido. Apenas aguardava.
Esperando por alguém que nunca mais voltaria.
Tentei pegá-lo, levá-lo para casa, tirá-lo daquela espera dolorosa. Mas ele resistia. Chorava. Uivava. Como se ir embora fosse trair a memória de quem ele esperava.
Foi preciso a ajuda de uma ONG de proteção animal. Eles vieram com equipamentos, experiência, paciência. E mesmo assim, levou horas. Ele lutou até o último segundo para ficar.
Porque para ele, aquele não era apenas uma estrada. Era o último lugar onde seu amigo esteve vivo. 
Hoje, dois meses depois, ele está aqui em casa. Eu o batizei de Fiel. Porque não consegui pensar em nome melhor.
Ele se adaptou bem. Come, brinca, dorme na minha cama. Mas toda vez que saímos de carro e passamos por aquela rodovia, ele fica inquieto. Olha pela janela com aquela mesma expressão.
Sempre procurando.
As pessoas me dizem: Que sorte ele teve. A verdade é outra. A sorte foi minha. Porque Fiel me ensinou algo que eu tinha esquecido: o que significa amar alguém de verdade. Sem condições. Sem desistir.
Mesmo quando a única coisa que resta é esperar.
E se você acha que isso é "só um cachorro de rua", então você nunca viu amor de verdade.
Amor de verdade fica. Mesmo depois que tudo acabou. Mesmo quando não há mais esperança.
Amor de verdade espera 11 dias debaixo de sol e chuva por alguém que nunca mais vai voltar.

MELHOR DO QUE POD
não pode

Nada como um bom papo.
O nosso limite é de 30 minutos. Mas pode continuar em outro dia.
O primeiro convidado é...

CALMA!!
Estamos ainda fazendo ajustes.
Enquanto isso, assista:

DUDU MILK BALAQUEIRO!!



MORO RECORDA PORQUE LULA FOI SOLTO

   

DE TUDO
muito

O BANDIDO E O OTÁRIO


MAIS UMA PIADINHA DO ANO
O desocupado João Pedro Stedile, chefe do mst, prometeu que "o povo brasileiro estará ao lado do povo venezuelano para enfrentar os exércitos de Trump.
Que leve todo o mst para a Venezuela e que fiquem por lá.
Só deixe o povo brasileiro fora dessa roubada.


BIBO NUNES, DEPUTADO FEDERAL: Mesmo com os protestos da oposição nos EUA, Donald Trump continua sendo uma das lideranças mais respeitadas do mundo!
Trump criticou as atitudes de Alexandre de Moraes, que já foi sancionado pela Lei Magnitsky e pode entrar na lista da Interpol — ficando impedido de sair do país sob risco de prisão!


ESSA JUSTIÇA...

QUEM IRÁ APAGAR A LUZ?
"É com enorme tristeza que me dirijo ao companheiro com a finalidade de solicitar minha desfiliação ao PDT. Não desejo reproduzir neste documento as razões que me levam a esta dificílima decisão. Boa parte delas o companheiro conhece muito bem e nada pode fazer para removê-las. Agradeço os quase dez anos de militância em conjunto com nossa militância a quem especialmente renovo meu carinho e profundo respeito“. Ciro Gomes em carta ao Carlos Lupi pedindo a desfiliação do PDT.

SEGURA ESSAS
quem se trumbica não comunica

A Risadinha do Globo Esporte protagoniza mais um fiasco. 
Ontem, no Jornal do Almoço, a mocinha disse que não sabia que existia algo chamado almeirão. Sempre com o sorrisinho, "disse":
- Prazer, almeirão. Nunca ouvi falar em almeirão.
As vezes, na TV, é melhor ficar quieta, Risadinha.
---
Depois vai reclamar que o filho sofre bullying no colégio:
- A mãe do Fulaninho é burra!! Não sabe o que é almeirão!!

Curioso para saber o que será SBT News. Começa em 15 de dezembro.

O RETORNO DO ROGÉRIO BÖHELKE, COM LÉO JORGE
Dei muita risada. Está sensacional!!

  

Um fenômeno atual? Leo Dias, o bambambã da fofoca!

Do Paulo Cursino: Viver na China é como trabalhar no meio artístico brasileiro: só há  liberdade de expressão para quem concorda com meia dúzia de pessoas da elite, ninguém diz a verdade a ninguém, e só se fala de política para elogiar um partido ou o enaltecer o país.

O JORNALISTA RICARDO AZEREDO
TRATA DE UM TEMA QUE IRRITA MUITA GENTE:
OS CERTINHOS DO POLITICAMENTE CORRETO

(Crônica de Ricardo Azeredo, publicada no Livro "Crônicas para ler com Calma 4", recém lançado pela Editora Escuna)

O MELÔ VIVE!
Não sei se a coisa desapareceu por conta da chatice do politicamente correto e suas imposições gosmentas. 
Mas houve um tempo em que a gente se divertia pra valer com as bobagens ingênuas e inocentemente (ou quase) maldosas daqueles dias em que a nossa imaginação não era fustigada pela patrulha neurótica dos malas certinhos e seu mimimi rançoso. 
Brincadeiras mais ousadas e sem agressividade eram apenas brincadeiras, e humor negro não era um traço maléfico do racismo estrutural. 
Ninguém aporrinhava com bandeiras de “minorias” ultra-sensíveis ofendidas nem ameaçava com processos ao menor sinal de agressão identitária contra tribos urbanas exóticas ou siglas que lembram a fórmula de Báskara. 
Aliás, naqueles tempos ninguém ouvia falar nestas expressões que hoje soam como decretos implacáveis, mas que não passam de pura ranhetice de mentes ociosas.
As pessoas simplesmente sabiam que aquelas brincadeiras não passavam de traquinagens verbais e não perdiam tempo “problematizando” qualquer chiste. 
Uma marca daqueles tempos era o que se chamava de “melô”, uma paródia tosca de trechos de músicas famosas. Um remix do povão debochado. 
Trocadilhos bobocas, mas espirituosos, fruto da prodigiosa imaginação popular e do prazer de brincar sem frescura, animando desde rodas de boteco até festinhas de família. Eram versões simplórias, mas com muito mais charme que a odiosa piadinha do tio do pavê. 
Os alvos preferidos dos melôs eram cantores famosos e seus sucessos mais conhecidos.
Roberto Carlos era o campeão absoluto na parada de sucessos subvertidos pelos pândegos. O Rei fornecia munição praticamente inesgotável para longos duelos de asneiras. 
O sujeito chegava desafiando:    
- Ô meu, sabe qual é o melô do piolho? 
E cantava: “Debaixo dos caracóis, dos teus cabelos...”. 
O outro devolvia no ato: 
- Ah é? Então diz qual é o melô no gago na parada de ônibus? 
E aí entoava a introdução de outro clássico: “Pára, p-pára, p-páaara...” 
O desafiante não se entregava:
- Ah tá! E o melô do sovina?
- Te peguei: “Amanha de manhã, vou pedir um café pra nós dois...” 
- Agora te ganho: manda aí o melô do encosto!
- Putz...
- Não adianta nem tentar me esquecer, durante muito tempo em sua vida eu vou viver...
E o embate terminava com todos abatidos por gargalhadas de doer a barriga.
Os “mimizentos” de hoje surtariam se soubessem que Tim Maia foi contemplado com o melô do leproso: “Jogue suas mãos para o céu, e agradeça se acaso tiver...”.  
A hanseníase musical também pegou Lulu Santos: “Já não tenho dedos pra contar...”. Lulu ainda ganhou o melô do surfista tarado, “como uma onda no mar...”  
Milton Nascimento foi alvejado pelos endiabrados com o melô do neto desalmado: “Solto a vóóó, na estrada, já não posso parar...”
Um dos hits melosos da cantora Joanna virou melô da pulga: “Vou te caçar na cama, sem segredos...” E outro sucesso mela-cueca, este da Simone, inspirou o melô do “numero 2”: “Você foi saindo de mim, devagar e pra sempre...”. Também fizeram Ivan Lins a ir aos pés: "Com força e com vontaaade..."   
Sidney Magal viu seu maior sucesso cair – ainda mais – na boca do povo, com o melô da caravela: “caravela sorrir, caravela chorar...”
E as gargalhadas ecoavam livres, leves, soltas e sem culpa. Outros tempos. 
Este país contaminado pela babaquice corretinha precisa urgentemente resgatar esta verdadeira instituição da cultura popular! Precisamos de um levante em nome da galhofa nacional! 
Já pensou quantos melôs maravilhosos não sairiam do chororô descornado das sofrências perpetradas pelas milhares de duplas sertanejas esganiçadas que hoje infestam a nossa música?  
Pândegos deste Brasil chato e mal humorado, uni-vos! O melô vive!

DOIS MINUTOS
com o PRÉVIDI

A BANDIDAGEM VENCEU, NÉ LULA?



PORTO ALEGRE É ASSIM!

CONHECEU O RESTAURANTE LEBLON, EM BELÉM NOVO?


RECREIO


OLIMPO
a morada das deusas do século 21




PIADINHA
sem nome feio, sem política e sem futebol