Sexta, 5 de agosto de 2022


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especial

Nesta sexta, uma cesta
de Émile Zola ! 


O criador do
NATURALISMO



Prefiro morrer de paixão a morrer de tédio.


Se você me perguntar o que eu vim fazer neste mundo, eu lhe direi: eu vim para viver em voz alta.


Os governos suspeitam da literatura porque é uma força que lhes escapa.






Uma obra de arte é um canto da criação visto através de um temperamento.




Émile Zola (Émile-Édouard-Charles-Antoine Zola)  é natural de Paris, nascido em 2 de abril de 1840. Escritor, foi o  criador da escola Naturalista. 

Filho do engenheiro italiano François Zola (originalmente Francesco Zola) e sua esposa Émilie Aubert, cresceu em Aix-en-Provence, onde estudou no Collège Bourbon (atualmente conhecido como Collège Mignet). Aos 18 anos retorna a Paris para estudar no Lycée Saint-Louis. Devido às complicações financeiras por que passou após a morte do pai, Zola é levado a trabalhar em escritórios, ocupando cargos de pouca importância.


Escreve colunas para os jornais Cartier de Villemessant's e Controversial. Suas colunas não poupavam críticas severas a Napoleão III:

(…) meu trabalho torna-se a imagem de um reinado partido, de um estranho período de loucura e vergonha humanas - e à Igreja - A civilização jamais alcançará a perfeição até que a última pedra da última igreja caia sobre o último padre.


A obra de caráter autobiográfico La Confession de Claude (1865), um dos primeiros trabalhos publicados por Zola, atraiu atenção negativa da crítica especializada. O ainda mais criticado Thérèse Raquin, romance lançado no ano seguinte, apresentou uma abordagem inovadora em sua concepção: inspirado pelos estudos científicos da época, Zola propõe não um simples romance, mas uma análise científica pormenorizada do ser humano, da moral e da sociedade. Thérèse Raquin tornou-se marco inicial de um novo movimento literário, oriundo da análise científica e experimental do ser humano: o Naturalismo.


Em vida, Zola também demonstrou elevado engajamento político. Certamente, seu trabalho de maior influência política foi a carta aberta intitulada J'accuse (Eu Acuso), destinada ao então presidente da França Félix Faure. A carta, publicada na primeira página do jornal parisiense L'Aurore em 13 de janeiro de 1898, acusou o governo francês de antissemitismo por julgar e condenar precipitadamente o capitão Alfred Dreyfus, judeu e oficial do exército francês, por traição em 1894.


O texto conhecido como O Romance Experimental (1880) é o manifesto literário do movimento Naturalista.


Thérèse Raquin, seu primeiro romance com larga repercussão, apresenta inúmeras inovações que permitem classificá-lo como primeira obra naturalista. Pela primeira vez, Zola combina algumas das teorias mais polêmicas de sua época, tais como darwinismo, evolucionismo e determinismo científico, compondo o primeiro romance de tese já escrito ("um grande estudo fisiológico e psicológico", segundo ele).


Inspirado pela colossal obra A Comédia Humana (constituída por 89 romances, novelas e contos) de Honoré de Balzac, um dos mestres da literatura francesa, Zola iniciou, em 1871, seu grande projeto: a série Os Rougon-Macquart (Les Rougon-Macquart) à qual deu o subtítulo de história natural e social de uma família sob o segundo império, composta por 20 romances de cunho naturalista, escritas entre 1871 e 1893. No prefácio de A Fortuna dos Rougon (La Fortune des Rougon, 1871), primeiro volume da saga dos Rougon-Macquart, Zola justifica:

Eu desejo explicar como uma família, os Rougon-Macquart, um grupo reduzido de seres humanos, conduz a si mesma dentro de um determinado sistema social (…) dando origem a dez ou vinte membros, que, embora possam parecer, à primeira vista, profundamente divergentes uns dos outros, são, como a análise demonstra, mais intimamente ligados por meio da afinidade. Hereditariedade, como a gravidade, tem suas leis.


Entre os principais romances de Os Rougon-Macquart estão: O Ventre de Paris (Le Ventre de Paris, 1873), A Terra (La Terre, 1887), Nana (1880) e Germinal (1885).

Em sua obra (especialmente em Rougon-Macquart), Zola tentou empregar o método científico vigente em seu tempo, apresentando a influência da hereditariedade e do meio na formação da personalidade individual (determinismo científico). Tal rigor científico aliado a sua habilidade de criar textos documentais, confere veracidade a seus romances.


Zola escreveu uma segunda série intitulada As Três Cidades, sobre problemas religiosos e sociais. Atraído pelas teorias socialistas e depois evoluindo para uma visão messiânica do destino humano, escreveu uma terceira série, Os quatro evangelhos, que ficou incompleta, com a sua morte.

Apesar da qualidade literária de seus escritos e de sua obstinação, nunca integrou a Academia Francesa de Letras. Sua candidatura foi apresentada 24 vezes.

Amplamente considerada a obra máxima de Émile Zola, Germinal (1885) elevou a estética e a descrição naturalistas a um novo patamar de realismo e crueza. O romance é minucioso ao descrever as condições de vida subumanas de uma comunidade de trabalhadores de uma mina de carvão na França. Após ter contato com ideias socialistas que circulavam pela classe operária europeia, os mineradores retratados na obra revoltam-se contra a opressão e organizam uma greve geral, exigindo melhores condições de vida e de trabalho. A manifestação é reprimida e neutralizada, entretanto permanece viva a esperança de luta e conquista.


Para compor Germinal, o autor passou dois meses trabalhando como mineiro na extração de carvão. Viveu com os mineiros, comeu e bebeu nas mesmas tavernas para se familiarizar com o meio. Sentiu na carne o trabalho sacrificado, a dificuldade em empurrar um vagonete cheio de carvão, o problema do calor e a umidade dentro da mina, o trabalho insano que era necessário para escavar o carvão, a promiscuidade das moradias, o baixo salário e a fome. Além do mais, acompanhou de perto a greve dos mineiros.


Em 1898, Zola tomou parte no aceso debate público relativo ao caso Dreyfus, publicando artigos em jornais e revistas onde tornou claro aquilo que mais tarde se viria a provar definitivamente: a inocência de Dreyfus. O seu famoso artigo J'accuse (Acuso), com o subtítulo Carta a Félix Faure, Presidente da República, publicado no jornal literário L'Aurore, era tão incisivo que levou à revisão do processo, dando uma nova dinâmica ao processo que terminaria anos depois da morte de Zola, com a reabilitação do oficial Alfred Dreyfus em 1906, injustamente acusado de traição.

Após a publicação de J'accuse, Zola foi processado por difamação e condenado a um ano de prisão. Ao saber da condenação, Zola partiu para o exílio na Inglaterra. Após o seu regresso, quando já não corria o risco de ser preso dada a evolução positiva do processo, publicou, no "La Vérité en marche", vários artigos sobre o caso.

Zola também tentou difamar as aparições da Virgem Maria em Lourdes. Mas chegando a Lourdes em 1892, assistiu a duas curas instantâneas, que relatará em sua novela, intitulada «Lourdes», sustentando, contudo, que «as duas pessoas que experimentaram o milagre morreram pouco depois e que, portanto, a suposta cura teria sido breve e sobretudo ilusória». Porém, uma das duas mulheres curadas não se rendeu e continuou protestando nos jornais, dizendo que estava tão viva e saudável como o autor.

A 29 de Setembro de 1902, morreu misteriosamente em seu apartamento da rue de Bruxelles. A causa da morte: inalação de uma quantidade letal de monóxido de carbono proveniente de uma chaminé defeituosa. Muitos estudiosos não descartam a possibilidade de Zola ter sido assassinado por inimigos políticos, entretanto, nada foi provado.


Foi enterrado no cemitério de Montmartre em Paris. As suas cinzas foram transferidas para o Panthéon a 4 de Junho de 1908, dois anos depois de Dreyfus ter sido reabilitado. No trajeto, um fanático nacionalista e anti-semita, Louis-Anthelme Grégori, dispara contra o comandante Alfred Dreyfus e o fere no braço.



Caricatura de Emile Zola "rei dos porcos" na série Musee des Horreurs, em resposta ao caso Dreyfus.
yfu.


A Vida de Émile Zola, de William Dieterle


TRECHOS

"O sol surgia no horizonte glorioso, era um despertar de regozijo por toda a extensão do campo. Uma vaga de ouro rolava do oriente ao ocidente, sobre a imensa planície. Esse calor de vida avançava, estendia-se num estremecer de juventude, e nele vibravam os suspiros da terra, o canto dos pássaros, todos os murmúrios das águas e dos bosques. Era bom estar vivo, o velho mundo queria viver mais uma primavera."
Émile Zola, em Germinal.


"Foi num sábado, às seis horas da manhã, que morri, após três dias de enfermidade. Minha mulher remexia há alguns instantes na mala, procurando roupa de cama. Quando se endireitou e me viu rígido, os olhos abertos, sem respirar, acorreu, achando que se tratava de um desmaio, tocando-me as mãos, inclinando-se sobre meu rosto. Em seguida foi tomada pelo terror; e, transtornada, gaguejou, explodindo em lágrimas:
- Meu Deus! Meu Deus! Ele está morto!
Eu ouvia tudo, mas os sons esmaecidos pareciam vir de muito longe. Só meu olho esquerdo ainda enxergava um clarão confuso, uma luz esbranquiçada onde os objetos se fundiam; o olho direito encontrava-se completamente paralisado. Acontecera uma síncope de todo o meu ser, como que um raio me aniquilara. Minha vontade morrera, nem uma fibra de minha carne obedecia-me. E, nesse vazio, acima de meus membros inertes, apenas o pensamento permanecia, lento e preguiçoso, mas com perfeita nitidez.”
Émile Zola, em A morte de Olivier Bécaille. 



Etienne era todo ouvidos. Tinha sede de saber, de compreender esse culto de destruição, sobre o qual o mecânico não dava senão detalhes obscuros, como se estivesse guardando mistério para si.
 - Explica-te, homem. Qual é a finalidade de vocês?
- Destruir tudo... Exterminar as nações, os governos, a propriedade, Deus e o culto.
- Estou entendendo. Mas a que leva isso?
- À comuna primitiva e sem forma, a um mundo novo, ao começo de tudo.
- E os meios de execução? Como é que vocês vão fazer?
 - Pelo fogo, pelo veneno, pelo punhal. O salteador é o verdadeiro herói, o vingador popular, o revolucionário em ação, sem frases tiradas dos livros. É preciso que uma série de horríveis atentados aterre os poderosos e acorde o povo.
Falando, Suvarin transformava-se, ficava terrível.
 Em êxtase, erguia-se da cadeira, uma chama mística incendiava-lhe os olhos pálidos e suas mãos delicadas comprimiam a borda da mesa a ponto de quebrá-la. Cheio de medo, o outro o fitava, pensando nas histórias de que conhecia trechos vagos, mediante confidências entrecortadas: tesouros abarrotados por baixo dos palácios do czar, chefes de polícia abatidos a punhaladas como javalis, uma amante dele, a única mulher que amara, enforcada em Moscou numa manhã de chuva, enquanto ele na multidão beijava-a com os olhos, despedindo-se.
Émile Zola, em Germinal.


O sofrimento é o melhor remédio para acordar o espírito.


No decorrer dos séculos, a História dos povos não passa de uma lição de mútua tolerância, e assim, o sonho último será envolvê-los todos numa ternura comum para os salvar o mais possível da dor comum. No nosso tempo detestar-se e ferir-se porque não se tem o crânio construído exatamente da mesma maneira, começa a tornar-se a mais monstruosa das loucuras.





ZOLA E "FAMÍLIA" EM 1899


Com a esposa Alexandrine não teve filhos. Jacques e Denise são de sua amante, 
Jeanne Rozerot. Mais tarde, Alexandrine os aceitou.

Alexandrine, a oficial





A costureira de sua esposa, Jeanne Rozerot, de 21 anos, era a amante. 


A conduta humana é determinada pela herança genética, pela filosofia das paixões e pelo ambiente.


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