Sexta, 9 de dezembro de 2022

 

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especial

Nesta sexta, uma cesta
de Erasmo Carlos!


O Tremendão -
O Gigante Gentil



Tudo que fiz, as coisas certas e as erradas, foram boas porque me formaram, e amo o homem que sou hoje


Como diz Leila Diniz,  homem tem que ser durão


Pode vir quente que eu estou fervendo


Tô sentado à beira de um caminho que não tem mais fim





O cara que acha que vai viver eternamente acaba amargo e sofre muito. Acaba consumido por ódio, ódio do mundo, ódio de Deus, ódio dele mesmo. Um sujeito assim acaba morrendo antes mesmo de morrer




Erasmo Carlos

Erasmo Esteves nasceu na Tijuca, Rio de Janeiro,  em 5 de junho de 1941.


Foi criado pela mãe, Maria Diva Esteves, que era assistente de enfermagem. O pai ele conheceu quando tinha 23 anos.


Erasmo conhecia Sebastião Rodrigues Maia – que mais tarde ficaria conhecido como Tim Maia – desde a infância, mas a amizade só viria na adolescência por conta do rock and roll.


Em 1957, Tim montou a banda The Sputniks, junto com Erasmo, Arlênio Lívio, Wellington Oliveira e Roberto Carlos. Após uma briga entre Tim e Roberto, o grupo foi desfeito. Wellington desistiu da carreira musical e o único remanescente era Arlênio, que no ano seguinte resolveu chamar Erasmo e outros amigos da Tijuca, Edson Trindade (que tocou violão no grupo Tijucanos do Ritmo, em que Tim Maia tocava bateria) e José Roberto, conhecido como "China", para formarem o grupo vocal "The Boys of Rock".


Por sugestão de Carlos Imperial, o grupo passou a se chamar The Snakes e acompanhava tanto Roberto quanto Tim Maia em seus respectivos shows. Roberto precisava da letra para a canção Hound Dog, sucesso na voz de Elvis Presley, e Arlênio Lívio apresentou Erasmo a Roberto, afirmando que este teria a letra, pois era um grande fã de Elvis. Roberto descobriu outras afinidades com Erasmo. Além de Elvis, ambos gostavam de Bob Nelson, James Dean, Marlon Brando, Marilyn Monroe e torciam para o Vasco da Gama.


Quando fazia parte do The Snakes, Tim ensinou Erasmo a tocar violão. O The Snakes chegou a acompanhar o cantor Cauby Peixoto em sua inusitada passagem pelo rock, na gravação de "Rock and Roll em Copacabana", de 1957, e no filme "Minha Sogra é da Polícia" (1958), em que o cantor interpreta a canção "That's Rock" composta por Imperial.


Nos tempos da juventude também conheceu, Jorge Ben, na época conhecido como "Babulina", e Wilson Simonal, que também foi agenciado por Carlos Imperial. Erasmo resolveu adotar o nome Carlos no nome artístico em homenagem ao Roberto Carlos e a Carlos Imperial, e com esse nome lançou o compacto que seria de grande sucesso, com a música "O Terror dos Namorados", com a novidade do Órgão Hammond, de Lafayette, que era seu amigo e da Turma do Bar Divino, na Tijuca.


Com a chegada da bossa nova, Erasmo também se deixou influenciar pelo gênero. Roberto chegou a se tornar crooner cantando bossa nova, influenciado por João Gilberto. Nesse período, Erasmo compôs "Maria e o Samba", cantado por Roberto.


Antes de seguir carreira solo, Erasmo fez parte da banda Renato e Seus Blue Caps.


Participou efetivamente junto com Roberto Carlos e com Wanderléa do programa Jovem Guarda, onde tinha o apelido de "Tremendão".


Seus maiores sucessos como cantor nessa fase foram "Gatinha Manhosa" e "Festa de Arromba".


Em 1966, Erasmo compõe com Roberto o sambalanço "Toque Balanço, Moço", gravado por Elza Soares.


Também em 1966, Erasmo, Eduardo Araújo e Carlos Imperial foram acusados de corrupção de menores, sendo contudo inocentados. Com o término do programa, entrou em crise, mas conseguiu se recuperar com a ajuda de seu parceiro Roberto Carlos e de sua esposa, Narinha. Nessa fase de transição fez sucesso cantando "Sentado à Beira do Caminho" e "Coqueiro Verde", primeiro samba-rock gravado por Erasmo.

Roberto e Erasmo eram criticados por cantar e compor rock e de serem americanizados. Erasmo chegou a dividir uma apartamento no bairro do Brooklin em São Paulo com Jorge Ben, apontado como um dos criadores do estilo.


O disco Erasmo Carlos e os Tremendões já é um trabalho transitório na carreira do artista. O LP, de 1969, traz interpretações muito peculiares de canções de compositores da MPB, como "Saudosismo", de Caetano Veloso e "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso.


Esta foi lançada no filme Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-Rosa, em que Erasmo atua com Roberto e Wanderléa) e "Teletema" (canção originalmente interpretada por Regininha, sucesso por ter sido tema da novela Véu de Noiva, da Rede Globo), de Antônio Adolfo e Tibério Gaspar, além da primeira gravação de "Sentado à Beira do Caminho".


Na década de 1970, Erasmo assina com a Polydor. A primeira metade da década mostra o Tremendão num estilo bem diferente da Jovem Guarda. Influenciado pela cultura hippie e pelo soul, lança Carlos, Erasmo em 1971. O disco, que abre com "De Noite na Cama", escrita por Caetano Veloso especialmente para ele, traz um polêmica ode à maconha.

O existencialismo prossegue em seus outros LPs dos anos 70: Sonhos e Memórias, Projeto Salva Terra e Banda dos Contentes.


"Sou uma Criança, Não Entendo Nada", "Cachaça Mecânica" e "Filho Único" são algumas canções de destaque no período.


Pelas Esquinas de Ipanema, seu LP de 1978 inclui uma impactante canção que denuncia o descaso do homem com a ecologia: "Panorama Ecológico".


Participou do filme Roberto Carlos a 300 Quilômetros por Hora (1971), de Roberto Farias.


Também fo do elenco do sensacional Os Machões (1972), dirigido por Reginaldo Faria, que também atuou no filme.

Em 1975 apareceu em show ao vivo no documentário Ritmo Alucinante, registro do festival de rock Hollywood Rock, realizado no mesmo ano, no Rio de Janeiro.




Erasmo começa os anos 80 com um projeto ambicioso. Erasmo Convida é um pioneiro projeto no Brasil. Foram doze canções interpretadas em dueto com artistas como Nara Leão, Maria Bethânia, Gal Costa, Wanderléa, A Cor do Som, As Frenéticas, Gilberto Gil, Rita Lee, Tim Maia, Jorge Ben e Caetano Veloso. A faixa de abertura do álbum foi a que teve maior destaque nas rádios: a regravação de "Sentado à Beira do Caminho", com a participação do parceiro Roberto Carlos nos vocais.



No ano seguinte, o LP Mulher tem uma grande repercussão com as canções "Mulher (Sexo Frágil)" (escrita com sua mulher, Narinha), "Pega na Mentira" e "Feminino Coração de Deus" (de Sérgio Sampaio).


O sucesso na mídia, que continuou com Amar Pra Viver ou Morrer de Amor (1982), trouxe uma cobrança para Erasmo: assim como o parceiro Roberto Carlos (no auge do sucesso), ele deveria lançar um trabalho inédito todos os anos. "Lentinha, para tocar no rádio", como disse o cantor ao relembrar seus discos na época.


Embora seja a década com mais lançamentos de trabalhos novos, Erasmo tem algumas ressalvas sobre os seus discos a partir da segunda metade da década - Buraco Negro (1984), Erasmo Carlos (1985), Abra Seus Olhos (1986) e Apesar do Tempo Claro... (1988). O disco de 1988 seria seu último na Polydor (selo da Polygram, mais tarde Universal Music).

Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura, cantou, ainda que numa participação especial diminuta, no coro da versão brasileira de "We Are the World", o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África, ou USA for Africa.


O projeto Nordeste Já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções "Chega de Mágoa" e "Seca d'Água". Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi, no entanto, criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro.


Em 1989 gravou o álbum ao vivo Sou uma Criança, com participações de Leo Jaime e dos grupos Kid Abelha e João Penca e Seus Miquinhos Amestrados, lançado pela pequena gravadora SBK.


Nos anos 90, o trabalho de Erasmo apareceu de forma bissexta na canção. Além de sempre assinar com Roberto Carlos as canções feitas para seus discos anuais, ele lançou dois discos. Homem de Rua, lançado pela Sony Music em 1992, chegou a ter repercussão com a faixa-título, que fez parte da trilha da telenovela De Corpo e Alma, mas a canção era tema do personagem Bira de Guilherme de Pádua, que, ao lado da esposa Paula Thomaz, assassinou a atriz Daniella Perez, filha da autora da novela Glória Perez. Por conta desse acontecimento, Erasmo em respeito a atriz, nunca mais cantou essa música. Outra gravação de destaque foi "A Carta", que teve a participação de Renato Russo.

Em 1995, ele voltou a ter destaque nas comemorações dos trinta anos da Jovem Guarda, que rendeu discos e shows. No ano seguinte, Erasmo gravou o álbum É Preciso Saber Viver, com regravações de canções de seu repertório.


O destaque foi para "Do Fundo do Meu Coração", dueto com Adriana Calcanhotto.


Em 26 de dezembro de 1995, sua ex-esposa Sandra Sayonara Saião Lobato Esteves, a Narinha, morreu de parada cardiorrespiratória, aos 49 anos, depois de ingerir cianeto. Narinha tinha uma ponte de safena e havia tentado o suicídio duas vezes. A primeira, com um tiro, e outra, ao ingerir uma alta dose de tranquilizantes. Narinha era paisagista e morava sozinha num apartamento em São Conrado, no Rio de Janeiro. O casal estava divorciado havia quatro anos, depois de um casamento de treze.


Somente em 2001, Erasmo voltaria a lançar um disco novo. Pra Falar de Amor traz interpretações dele para canções apenas suas, além de canções de Kiko Zambianchi e Marcelo Camelo. O destaque é "Mais um na Multidão", dueto com Marisa Monte e de autoria de Erasmo Carlos, Marisa Monte e Carlinhos Brown. No ano seguinte, ele lançou seu primeiro DVD ao vivo, além de um CD duplo.


No início de 2004, ele lançou seu trabalho mais autoral: Santa Música, com doze canções de autoria apenas de Erasmo. Além da faixa-título, destaca-se a faixa "Tim", feita em homenagem a Tim Maia.


Em 5 de fevereiro de 2004,   sua mãe Maria Diva Esteves faleceu aos 83 anos devido a complicações de diabetes e isquemia.


Em 2007, Erasmo novamente lançou um disco no qual recebe convidados. Erasmo Convida, Volume II apresenta novos encontros musicais em que Erasmo interpreta parcerias dele com Roberto. Adriana Calcanhotto, Lulu Santos, Simone, Marisa Monte, Milton Nascimento e as bandas Skank e Los Hermanos estão entre os convidados.


A faixa de maior destaque nas rádios é "Olha", cantada com Chico Buarque, e tema da novela das 21 horas, Paraíso Tropical, da Rede Globo.

Também em 2007, Erasmo compôs a faixa de abertura de SóNós, o segundo disco-solo da vocalista do Kid Abelha, Paula Toller.


No dia 5 de junho de 2009, no dia em que completou 68 anos, Erasmo lançou, pela sua gravadora Coqueiro Verde, o CD Rock 'n' Roll, uma homenagem ao gênero que mais o influenciou, com doze composições próprias, sendo sete em parceria: Nando Reis (em "Um beijo é um tiro" e "Mar vermelho"), Nelson Motta (em "Chuva ácida" e "Noturno Carioca"), Chico Amaral (em "Noite perfeita" e "A guitarra é uma mulher"), e Liminha e Patrícia Travassos (em "Celebridade").


Destaque também para "Olhar de Mangá", na qual Erasmo cita nomes de 52 personalidades femininas (reais ou fictícias). A canção é inspirada nas expressões faciais usadas nos quadrinhos japoneses (os chamados mangás).


No mesmo ano, publicou a autobiografia Minha Fama de Mau publicada pela Editora Objetiva. O livro seria adaptado em um filme homônimo em 2019, com Erasmo interpretado por Chay Suede.

Em 2010, Erasmo compôs em parceira com Eduardo Lages e Paulo Sérgio Valle um samba enredo para a GRES Beija-Flor, que anunciou um enredo sobre Roberto Carlos para 2011. Porém, o samba composto por Erasmo não passou nas eliminatórias, a canção escolhida foi "A Simplicidade de um Rei", que tem como um dos co-autores, JR Beija-Flor, filho do intérprete da Escola, Neguinho da Beija-Flor.


Erasmo lançou um novo disco intitulado Sexo em agosto de 2011. Em 2013 a faixa "Além do Horizonte" foi tema da novela homônima das 19 horas, também da Rede Globo.


Em 2014, é lançado Gigante Gentil, seu terceiro disco consecutivo só com músicas inéditas. O disco venceu o Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock Brasileiro.



Em 14 de maio de 2014, seu filho Alexandre Pessoal, também cantor e compositor, morreu aos quarenta anos de idade, vítima de morte cerebral causada por um acidente de moto em 7 de maio. Ficou em coma induzido, porém não resistiu ao tratamento e faleceu.

Em março de 2015, o deputado federal Tiririca foi condenado a pagar uma indenização a Erasmo e Roberto Carlos por parodiar a música O Portão, nas eleições de 2014. Em junho do mesmo ano, Erasmo lançou o DVD Meus Lados B, só com músicas "lado B" de seu repertório.

No dia 29 de agosto de 2018, Erasmo foi indicado ao Grammy Latino: Prêmio Excelência Musical da Academia Latina de Gravação. Já no dia 13 de novembro de 2018, em Four Seasons Hotel, em Las Vegas, foi homenageado e então recebeu o prêmio, insigne de "à excelência musical". Ganhou também o prêmio UBC em 9 de outubro em 2018, pela "União Brasileira dos Compositores", como o "compositor brasileiro do ano". Foi feita também uma homenagem em forma de documentário, em que vários artistas atuais e clássicos compareceram, como Gilberto Gil, Ludmilla, entre outros.


Seu álbum "... Amor É Isso" foi eleito o 10º melhor disco brasileiro de 2018 pela revista Rolling Stone Brasil, e um dos 25 melhores álbuns brasileiros do primeiro semestre de 2018, pela Associação Paulista de Críticos de Arte.


Em dezembro de 2019 lançou o EP Quem Foi Que Disse Que Eu Não Faço Samba..., dedicado a canções de samba, sambalanço e samba rock compostas ao longo de sua carreira.


Em 2020 assinou contrato com a Netflix para ser o protagonista no longa-metragem Modo Avião, juntamente com Larissa Manoela. Em fevereiro de 2021 lançou o álbum "O futuro pertence à... Jovem Guarda", com oito canções dos anos 60.

Erasmo Carlos morreu no dia 22 de novembro de 2022, no Rio de Janeiro, em um hospital na Barra da Tijuca, um dia após ser internado. A causa da morte foi uma paniculite complicada por sepse de origem cutânea.


Um dia após seu falecimento, o prefeito do Rio Eduardo Paes publicou decreto alterando o nome do Largo da Segunda-Feira, localizado na Tijuca, passando a se chamar Largo da Segunda-Feira Erasmo Carlos.



A vida foi me mostrando que ela é bonita, sempre nasce e renasce


Discografia

1965 - A Pescaria

1966 - Você Me Acende

1967 - Erasmo Carlos

1967 - O Tremendão: Erasmo Carlos

1968 - Erasmo

1970 - Erasmo Carlos e os Tremendões

1971 - Carlos, Erasmo

1972 - Sonhos e Memórias

1974 - Projeto Salva Terra

1976 - Banda dos Contentes

1978 - Pelas Esquinas de Ipanema

1980 - Erasmo Convida

1981 - Mulher

1982 - Amar pra Viver ou Morrer de Amor

1984 - Buraco Negro

1985 - Erasmo Carlos

1986 - Abra Seus Olhos

1988 - Apesar do Tempo Claro...

1992 - Homem de Rua

1996 - É Preciso Saber Viver

2001 - Pra Falar de Amor

2004 - Santa Música

2007 - Erasmo Convida, Volume II

2009 - Rock 'n' Roll

2011 - Sexo

2014 - Gigante Gentil

2018 - Amor é Isso

2019 - Quem Foi Que Disse Que Eu Não Faço Samba...

2022 - O futuro pertence à... Jovem Guarda

Ao vivo

1975 - Hollywood Rock (dividido com Raul Seixas, O Peso, Rita Lee e Tutti Frutti)

1989 - Sou uma Criança

2001 - Ao Vivo

2012 - 50 Anos de Estrada

2015 - Meus Lados B


"O IRMÃO QUE EU ESCOLHI"



A grandeza do amor é sempre se tornar inteiro mesmo perdendo uma grande parte


Texto de Fernanda Passos, viúva de Erasmo Carlos, logo depois de sua morte:


Vivi, você está me lendo, amor? Você consegue me ouvir?

Eu acordei e você não estava aqui, eu renovei a assinatura do jornal para você na semana passada… hoje ele chegou com você na capa! Amor, não era a capa que você merecia, você não podia dividir espaço com ninguém!!!

Amor, o jornal da semana, do mês, do ano tem que falar de você… você tem vida e amor para falarem de você todos os dias.

Vido, tá doendo tanto! Você nunca reprimiu as minhas dores, sempre disse que eu podia chorar, sofrer… eu não entendia, achava que você não estava se importando, mas eu notei que você estava me permitindo crescer, você estava ali garantindo a minha segurança, por perto para que eu rompesse a casca do ovo sozinha, mas preparado para intervir caso eu me machucasse.

Neném, eu tô fazendo tudo sozinha, como a gente era, só você e eu! Você está cuidando daí e eu daqui. Você sempre disse: trabalho com produção, as coisas são rápidas, diretas!

Tô fazendo a produção direito, amor? Tô?

Liguei para quem você queria? Confortei seus amigos? Seus filhos? Seus netos? Seus fãs?

Eu sei que se eu falar chorando você não entende… eu não tô chorando mais, amor, eu não vou falar chorando para que todos possam ouvir, para que você me ouça.

Você dizia que gostava da melancolia que eu trazia no olhar, mas que eu sorria com os olhos. Vido, como eu vou sorrir? A melancolia tomou conta, o sorriso se afogou da dor, nas lágrimas, no pesar.

Pra finalizar, eu sou Fernanda Esteves, como você queria e fez!


Apesar de todo progresso, conceitos e padrões atuais, sou do tipo que na verdade sofre por amor e ainda chora de saudade



Quando a gente é jovem, não tem medo de nada. Você se joga de uma montanha porque, se alguém diz que vai criar asas no meio do caminho, você acredita




ENTREVISTA ND RÁDIO E JORNAL - FLORIANÓPOLIS - 07/03/2013

Afinal por que a fama de mau? Você foi e é sempre gentil e simpático.

Essa fama vem primeiro por causa da música, “Minha Fama de Mau”, gravada num dos meus primeiros discos. Nunca fui muito santo, era o mais bandido de todos.

A fama de namorador faz sentido, então? Continua até hoje?

O mais namorador? Eu, eu e eu. As moças todas queriam casar, tinha toda aquela pressão dos pais. Mas nunca fui muito de namoricos, e a música “Minha Fama de Mau” reforçou muito isso. A fama de namorador continua, é claro. A gente muda muita coisa, mas essas permanecem.

Você sempre foi muito aberto a novidades e vanguardas. Continua? O que acha que é careta hoje em dia?

Eu ‘encaretei’ um pouco, isso porque a idade obriga a ‘encaretar’. O mundo, na minha opinião, “involuiu”. Todos os avanços conseguidos nos anos 1960 retroagiram. O “politicamente correto” veio para matar em termos sexuais. A Aids, por exemplo, freou o mundo. Hoje em dia se fala menos em sexo que nos anos 1980. O sexo tem que ser discutido em casa, na escola. Hoje os jovens descobrem tudo na internet.

Mas como esse assunto deveria ser tratado, então? Há muitas letras de canções que enaltecem o sexo, principalmente alguns funks e as canções de sertanejo universitário.

O sexo é uma coisa maravilhosa. Lindo, divino. O sexo nos deu a vida. Ninguém para para falar de sexo como essa coisa divina que é. A abordagem é pornográfica.

Nesse sentido, você acha que há um empobrecimento nas letras das canções atualmente?

O problema é a popularização desse tipo de música. As boas canções ficam perdidas no mundo alternativo. E infelizmente a internet dissemina o tosco. Agora, a música de qualidade não usa esses meios.

E como você descobre músicas novas e boas?

Eu? Eu não procuro. Eu faço. Eu tenho que fazer. Outro dia li que um músico fez uma letra em dez minutos. Eu levo uma semana, 15 dias, às vezes um mês para elaborar uma canção. Tem gente que trata a música como entretenimento.

Para você qual a função da música, então?

A função da música não é mero entretenimento. É fazer as pessoas pensarem, refletirem. Que bonito quando as pessoas conseguem se emocionar, quando são atingidas pelo sentimento. Agora tem umas músicas novas aí que são mero entretenimento.

E o que tem te inspirado para compor, que temas permeiam suas criações hoje em dia?

Eu em geral faço várias músicas, e depois vou procurando temas. Abordo o amor, sempre, mas de diferentes formas. Perco muitas noites sem dormir para encontrar as palavras certas. E isso não é só qualidade minha, mas de todos os compositores de bom gosto.

De que forma você acredita que a parceria com músicos da nova geração contribuem também para a evolução do seu trabalho?

Minha avó já dizia: “junte-se aos bons e serás um deles.” Essa diversificação de parceiros me fascina. Eles contribuem muito para meu trabalho. Deixo muito as coisas acontecerem, nunca é por motivo puramente comercial. E, além disso, tenho que conhecer a pessoa primeiro, nenhuma parceria é assim, de graça. Com Arnaldo Antunes, por exemplo, já o conhecia antes, nos encontramos muitas vezes. Com Adriana Calcanhotto e Nelson Motta foi assim.


8 comentários:

  1. A obra doTremendão
    é magnífica, genial, saborosa. E ele, o cara !!

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  2. Alguém sabe se vai ser feriado na terça? Tá confirmado o jogo da seleção? Vai sair o churras?? Vai ter expediente na repartição?? Não? Péra lá, cadê a minha festa????

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  3. Obra genial em qualidade e quantidade.

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  4. Um treinador medíocre e demagogo ficar 8 anos no comando da seleção brasileira só demonstra como a bajulação da imprensa é lucrativa. O que vimos nesse período foi uma sucessão de afagos entre ambas as partes, de modo a encobrir os reais problemas que se apresentaram. Os tais "números de Tite" foram construídos no confronto com equipes do baixo escalão do futebol. Tratam-se, portanto, de uma estatística vazia, usada para enganar incautos. Como toda farsa, um dia ela vem à tona. Mas, convenhamos, demorou demais.

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    1. Ainda pior é o comenarista-mala, da rádio líder, afirmar que Tite deixa um belo trabalho, um legado interessante. kkkkk...não vejo tudo

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    2. Dali não sai nada que preste.

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  5. A seleção do Tite me lembrou a trajetória do boxeador Maguila. Enfileirou vitórias perante adversários medíocres, mas quando teve que enfrentar adversários de escalões mais altos perdeu de forma vergonhosa.
    O que sempre me chamou a atenção foi o apoio massivo da imprensa, que sempre enfatizou "os números de Tite", omitindo que eles foram construídos em cima do atualmente deplorável futebol sul-americano.
    Hoje em dia o futebol brasileiro está no terceiro escalão mundial. Ele continua fornecendo atletas ao futebol europeu, mas sem o protagonismo que era comum décadas atrás.

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