ESPECIAL
VAMOS AJUDAR AO
NEWTON AZAMBUJA?
Não deu tempo de preparar uma página para que os amigos ajudassem ao Newton Azambuja. Eu sabia que a situação do "velho repórter esportivo" era muito delicada. O Marco Baggio foi quem me passava as informações sobre o estado crítico do Azambuja.
Como tinham dificuldade até para comprar as fraldas geriátricas, sugeri para organizarem logo uma Vakinha. E aí abriram uma conta, da cuidadora, para receberem as ajudas.
A partir daí começou uma rede de solidariedade entre jornalistas/radialistas para ajudar o Newton.
Nesse meio tempo ele foi internado no Hospital Vila Nova.
Ele queria ser internado na Santa Casa. Acredito que nesta semana a transferência de hospital poderia se realizar.
Mas os problemas do velho radialista eram gravíssimos - fígado, dores de cabeça crônicas e uma doença autoimune no sangue.
Não deu tempo de ajudar como queria. Sei que o organismo dele não resistiria muito tempo, mas queria que tivesse um final de vida digno.
Não deu tempo.
Nunca fui de acompanhar o futebol em detalhes. Mas sempre gostei de acompanhar o Internacional no Beira-Rio.
Trabalhei na Rádio Farroupilha, durante o período em que Flávio Alcaraz Gomes e Cândido Norberto estavam na emissora. No final dos anos 1970.
No programa do Cândido, dois repórteres de futebol: Valdomiro de Oliveira e Newton Azambuja.
Não tinha contato com eles, mas sei que a participação da dupla era sempre esperada.
Esta história contei aqui no Blog na edição de "Segunda, 10 de junho de 2024":
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Newton Azambuja |
- MEMÓRIA - O CONCURSO QUE
O PEDRO ERNESTO PERDEU
História contada pelo jornalista Rogerio Bohlke:
Em 1973, portanto, há 51 anos, a Rádio Gaúcha efetuou um concurso para Narrador Esportivo.
A emissora mesclava uma programação popular com a esportiva. Programas musicais, com a participação de ouvintes, promoções, sorteios de brindes, muita animação e tudo bem diferente do que é a rádio Gaúcha nos dias de hoje. Era, mais ou menos, como foi, depois, a Rádio Farroupilha, e é hoje a Rádio Caiçara.
Também havia programas esportivos e transmissões esportivas. Mas, a audiência da Gaúcha era infinitamente menor do que a da Guaíba, no segmento esportivo, pelo menos. A emissora da Caldas Junior, ainda colhia frutos do pioneirismo da transmissão da Copa do Mundo de 1958, na Suécia, além de uma continuidade que a Gaúcha não conseguiu ter, em termos de coberturas esportivas (havia parado ali, pelo final dos anos 60, voltando no início da década seguinte). Isso sem falar na qualidade da programação jornalística e musical. Mas aí para um público de outra classe, em relação a que a Gaúcha atingia.
Mas, precisando de mais um narrador esportivo, um terceiro, para narrar jogos de "segunda linha", num primeiro momento, como jogos do Cruzeiro, São José, futebol de salão, a Rádio Gaúcha promoveu um concurso de narradores.
Houve 28 inscritos e, após algumas eliminatórias, sobraram três candidatos: Newton Azambuja, Pedro Ernesto Denardin e Jorge Alberto Mendes Ribeiro Filho.
O chefe de Esportes da Gaúcha, na época, era o narrador Celestino Valenzuela, que não participou do processo de escolha, por ter um grau de parentesco com um dos candidatos, Newton Azambuja (era um grau de parentesco longínquo, apenas, tipo, a irmã de um era casada com o primo de outro).
Depois de várias eliminatórias, Celso Ferreira, diretor da rádio, anunciou o vencedor, com a seguinte observação: " Dentre os três finalistas, o menos ruim, é Newton Azambuja".
O PESQUISADOR EDU CESAR
CONTA O QUE ROLAVA EM 1973
Em 1973, havia como narradores na Gaúcha Luiz Carlos Prates (egresso da Guaíba), Carlos Moacir e Samuel de Souza Santos (primeiro apresentador de "Esportes ao Meio-Dia", estreado naquele ano). Entra para a história, inclusive, o jogo Inter 2 x 2 São Paulo no dia da morte do Pedro Carneiro Pereira, pois o Prates estava narrando e passou a chorar muito ao saber da morte do grande amigo dos tempos de Caldas Júnior, e aí o Samuel estava de folga e foi chamado às pressas para substituí-lo com a devida benção do Ranzolin, que já havia suspendido a transmissão da Guaíba e lhe disse: "o público precisa acompanhar este jogo, vá lá e dê andamento à jornada." Mais adiante quem regressa para sua terceira passagem pela Gaúcha é Willy Gonser, de duas na década de 60 (uma delas inclusive com a pouco lembrada primeira passagem do professor Ruy entre o fim de 1968 e o fim de 1969, quando a Gaúcha tentou contratar todo o trio titular da Guaíba e levou o Ruy, mas não Pedro e o então repórter promovido a comentarista Lauro Quadros) e que faz reportagem nos jogos do Brasil no "Comando Radiofônico da Copa" em 1970 com Waldir Amaral, da Globo, e Jorge Curi, da Nacional.
Willy em 1973 era titular da Jovem Pan de SP, na qual o nº 1 passou a ser Osmar Santos. E após a Copa de 1974 chega o Haroldo de Souza egresso da Itatiaia, convidado por Paulo Sant'Ana e Nelson Sirotsky - e Haroldo e Willy (que de 1979 a 2009 seria a voz do Atlético na Itatiaia) chegam a ser colegas por alguns meses, inclusive na apresentação do naquele 1974 surgido "Hoje nos Esportes" no fim de tarde. Inclusive, é Willy que ainda narra o Inter campeão gaúcho daquele ano, no 1 x 0 do Valdomiro sobre o Grêmio.
Neste sábado, dia 28 de dezembro, o Newton se foi.
Uma pena, um cara de 77 anos.
Que esteja com Deus.
"(que de 1979 a 2009 seria a voz do Atlético na Itatiaia)" - procede?
ResponderExcluirR.I.P.
ResponderExcluirLembro-me três coisas dele:
ResponderExcluir- Gremista fanático;
- Ter ganho a disputa com o Pedro Ernesto por uma vaga de narrador na rádio Gaúcha, evento bem descrito texto acima;
- Ótimo repórter na época da minha ex-Guaíba, dos tempos em que a rádio era para atender o interesse dos ouvintes e não de governos!
Aos familiares, um consolo: só Deus é eterno. Teve uma boa e longa vida - vencedor!
Alguém disse aqui no blog que o Montanha é comentarista na Grenal, aos sábados, já encaminhando sua eleição como senador 2026.
ResponderExcluirDigo eu: Montanha será tão senador quanto Maria Rivotril é prefeita de Porto Alegre.