Fim de Semana do Prévidi - 27-28/9/2014


Atualizado diariamente até o meio dia.
Eventualmente, a tarde, notícias urgentes.









ponto especial



AINDA BEM QUE NÃO
PRECISO ESQUECER NINGUÉM



Assisti na quinta passada ao The Voice Brasil sem o menor saco. Até que apareceu Edu Camargo, um  paulistano, cantando uma belíssima música da Cláudia Telles. Meu Deus!! Ganhei o dia!!
Se conseguir abrir, confere:
http://gshow.globo.com/programas/the-voice-brasil/terceira-temporada/participante/edu-camargo.html#video-3654981
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Aliás, desde gurizão gosto de cantores ceg... deficientes visuais. Não sei se os mais velhos vão lembrar de um, Jean Carlo, que cantava, lá pelas tantas, "o sol nasceu para todos / mas não nasceu pra mim".
Aí, logo descobri o meu maior ídolo Ray Charles. E mais tarde Stevie Wonder
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Mas pode dar uma olhada aí, na original.
Cláudia Telles e o sensacional Eu preciso Te Esquecer



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E essa?
Outro clássico, de um autor, hoje, desconhecido, Fernando Mendes.
Caetano Veloso soberbo.
Você Não Me Ensinou a Te Esquecer




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Bem, aí o mestre dos malandros.
Tim Maia canta outro clássico, Telefone (Eu Bem Que Te Avisei).
De um desconhecido, Laire Moraes.




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Pra encerrar, meu ídolo!!
(Essa é de guardar)



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Um texto de final de semana.

SEU NOJENTO 

Paulo Motta, jornalista

Lá pelos anos setenta, em São Borja, havia um cara que consertava os recém-chegados televisores em nossas casas; tinha feito um curso por correspondência e trabalhado numa estação retransmissora - acho que estação de trens da Viação Férrea do Rio Grande do Sul, a VFRGS - e meu tio em pó - foi cremado - Demêncio Ventana, apelidou-o de Seu Nojento.
Segundo Tio Demêncio, ele tinha aquela cara de arroto do Victor Mature, ator hollywoodiano, e olhava pra gente como se dissesse "Que nojo!".
Quando dava alguma porcaria com os televisores do tamanho de uma usina nuclear, chamávamos o Seu Nojento.
Ele examinava a engenhoca enquanto esperávamos, angustiados, seu veredito que era, quase sempre, o tubo de imagem e tinha que levar para o conserto em sua oficina.
Aquele ente querido era transportado na kombi esverdeada do Seu Nojento quase às lágrimas de toda a família. E o Flávio Cavalcanti? E o Zorro sacaneando o Sargento Garcia? Só o Seu Nojento saberia. Ele e Deus.
Dias depois estacionava a kombi verde musgo esburacada do Seu Nojento com a Colorado RQ - com reserva de qualidade, uia! - e seu assistente, o Fuinha, trazia até a sala e fazia funcionar. Era o tubo de imagem. Um primo dele que morava em Santa Maria conseguiu um tubo de outra tevê e colocou na nossa, vejam só! Nunca consegui entender como o Fuinha, mirradinho, carregava, sozinho, aquela tonelada de televisor.
Naquela época não havia informação imediata e as novelas passavam antes no Rio de Janeiro e depois por aqui. Muitos colegas burgueses poderosos capitalistas nojentos passavam as férias no Rio e voltavam garganteando os finais das novelas Cavalo de Aço, Irmãos Coragem e Vitória Bonelli, os viadinhos.
Mas era uma época em que o meu colégio estadual Grupo Escolar Getúlio Vargas tinha um consultório dentário lá dentro, torcedor de futebol era apenas um entusiasmado pelo esporte e assaltante era preso, não aplaudido e os professores eram respeitados, acreditem, seus fariseus!
Mas eram outros tempos.

2 comentários:

  1. O texto é um primor. Os tais consertadores de TV tinham um poder incomensurável antigamente. É como se fossem os entendidos em informática recentemente. Quase deuses!

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  2. No bairro Partenon tinha um consertador que demorava muito pra arrumar as Tvs e, quando a gente ia lá ver, ele respondia: "está pronta, mas não está montada".
    Paulo Fachel

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