Sexta, 21 de novembro de 2014 - parte 2



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ponto midiático especial



REZEM!!

APESAR DO ESTÚDIO MILIONÁRIO
E DA CONTRATAÇÃO DE "EXECUTIVAS",
COMEDORAS DE SUCRILHOS
COM NESCAUZINHO,
VEM AÍ UM PASSARALHO IMENSO NA RBS


O texto está no jornalja.com.br, editado pelo jornalista Elmar Bones.




RBS: nova tesourada já tem data


A tesoura que assombra há meses a RBS, com demissões em grupo e isoaladas, deve recrudescer dramaticamente na primeira sexta-feira de dezembro, dia 5.
Naquela data, entre 200 e 600 funcionários do grupo deverão ser demitidos. Será mais uma etapa do implacável plano de ‘reestruturação’ comandado pelo consultor Cláudio Galeazzi, que ganhou fama e reconhecimento no meio empresarial como Cláudio Mãos de Tesoura.
Uma lista já circula pelo sexto andar do edifício-sede da RBS, na avenida Ipiranga, em Porto Alegre, onde se aloja a diretoria comandada por Eduardo Sirotsky Melzer, mais conhecido entre os 6.500 funcionários do grupo como Duda.
Para evitar vazamentos, a lista não possui nomes, mas apenas cargos e funções dos futuros dispensados. Sabe-se que, entre eles, está a cabeça de um membro da diretoria executiva. A execução em massa confirma o que o Jornal JÁ informou em agosto passado, ao antecipar uma massiva política de demissões na empresa, confirmada pelo anúncio desastrado de 130 demissões no início do mês. Só não foram mais por conta  das eleições de novembro, que sustaram o corte ampliado.
Encerrado o pleito, a RBS recomeça sua política de enxugamento forçado pela recontagem de perdas e ganhos. A péssima repercussão das demissões em massa de agosto fez a empresa recuar, sem desistir da execução a conta-gotas, realizada semanalmente em todas as unidades do grupo.
Dessa vez, o corte será mais discreto, na medida do possível, bem diferente do atrapalhado anúncio público assumido pelo próprio Duda Sirotsky em carta-aberta e em videoconferência  (http://jornalja.com.br/a-tesoura-que-assombra-a-rbs/). Demissões isoladas  têm antecipado todo dia o terremoto que se aproxima.
O blogueiro José Luiz Prévidi (http://previdi.blogspot.com.br), dá quase todo dia notícias de demissões na rádio Gaúcha. Na terça-feira, 18, a rádio demitiu sua editora de geral, Rejane Costa, uma especialista no setor primário, ex-editora do programa ‘Campo e Lavoura’. Apesar disso, e de seus 30 anos de casa, Rejane foi tesourada.
Na quarta, 19, informou o atento Prévidi, a rádio Gaúcha demitiu o seu operador da central técnica, Leonardo Freitas, o primeiro de uma lista de seis demissões que continuará em dezembro. Na véspera, a rádio demitiu a telefonista da madrugada, que passou o encargo para sua colega do jornal Zero Hora.
No mês passado, a tesoura cortou as duas telefonistas da sucursal de Brasília, uma delas com 25 anos de casa. Junto, foi demitida a funcionária da copa, trocada por uma máquina de café, que é muda, barata e burra, pois não consegue fazer a mistura equilibrada entre pó, água e açúcar.
Na mesma quarta 19, a coordenadora de reportagem Rosângela Caino, conhecida como ‘Roc’, foi dispensada pessoalmente pelo diretor de Jornalismo, Marcelo Rech. O espanto se espalhou pela RBS, porque ‘Roc’ trocou Porto Alegre por Brasília para ocupar o segundo posto na redação da capital.
Quando a primeira leva de agosto podou os dois cargos mais importantes da sucursal — o diretor corporativo Alexandre Kruel Jobim e o editor-chefe Klécio Santos —, ‘Roc’ tornou-se a comandante virtual da equipe. Era uma figura festejada pela própria empresa que agora a demite, foi uma funcionária exemplar na RBS.
Em novembro de 2013, ela foi uma das nove pessoas agraciadas com o título de ‘Valeu’, um programa de reconhecimento que a RBS inventou para louvar “colaboradores que apresentam comportamentos, atitudes e contribuições significativas para o grupo”.
O prêmio tem duas modalidades: a ‘Valeu Líder’ e a ‘Valeu Colega’. Funciona como se fosse um ‘dedo-duro do bem’: um colega destaca uma ideia brilhante ou inovadora de um companheiro de trabalho e manda uma mensagem ao chefe, indicando: “Valeu”.
A soma de algumas indicações rende pontos que podem ser trocados, entre outros prêmios, por ingressos de cinema ou shows musicais. O inventor do programa ‘Valeu’ é o vice-presidente de Pessoas e Tecnologia, Deli Matsuo, formado em engenharia elétrica e tecnologia de informação, com MBA em administração de empresas.
A demissão da líder’ ‘Roc’, mais do que espantar seus colegas de trabalho, prenuncia a férrea decisão empresarial da RBS de reduzir a folha de funcionários, mesmo os mais antigos e reconhecidos, em nome do corte de gastos e da economia necessária para enfrentar os tempos de crise.
A obsessão pelos números é bem maior do que zelo pelo conteúdo jornalístico. Nada resume melhor esse quadro do que o desmonte da sucursal mais importante do grupo, a de Brasília, centro das decisões políticas e econômicas que trazem o Palácio do Planalto, o Congresso e a Esplanada dos Ministérios para dentro das redações de rádio, jornal e TV que a RBS possui no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. A sucursal, no auge de sua importância, há quatro ou cinco anos, chegou a ter 20 repórteres para atender seus diferentes veículos.
Hoje, atuam em Brasília apenas três repórteres – um para rádio, um para TV e outro para jornais. A sobrevivente mais ilustre da antiga equipe é a jornalista Carolina Bahia, que faz matérias para jornal, escreve uma coluna diária na Zero Hora, envia comentários para os jornais locais da RBS e participa todas as manhãs do programa ‘Gaúcha Atualidade’, na rádio.
Outro colaborador antigo cortado foi o editor de Arte Luiz Adolfo Lino de Souza, 54 anos, responsável por todas as reformas gráficas de Zero Hora e os outros jornais do grupo, onde trabalhava desde 1988. Na semana passada, Luiz Adolfo foi informado que já não servia mais à RBS.O mais experiente designer do Rio Grande, que em 2004 fez um mestrado em desenho jornalístico em Barcelona, agora sai silenciosamente da redação de Zero Hora para se dedicar apenas às suas aulas na PUC gaúcha.
Não mereceu nenhuma nota no jornal, nem alguma observação de algum executivo: “Valeu, Luiz Adolfo!”. Como tantos outros, ele vai acompanhar de longe o drama da tesourada programada para dezembro.


7 comentários:

  1. RB$ seguindo os passos da VARIG!

    Trabalhei numa grande empresa de engenharia. Mais de 130 funcionários! E começou assim...corte atrás de corte, mas os caciques não caiam nunca! Uns porque eram parentes, outros porque eram peixes...até que não havia mais índio para ser cortado. Só caciques. Cortaram na carne. Amizades de uma vida desfeitas em um ato. Mas era tarde demais.

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  2. A Globo está com um plano de encampar a RBS. A venda já está sendo acertada em viagens dos dirigentes. A RBS passará a ser uma sucursal da Globo, em todos os sentidos, uma mera repetidora. Os gaúchos não aceitarão isso e migrarão para uma rede que saberá trabalhar para os gaúchos. Em Santa Catarina não há esse problema.

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  3. Impossível a Globo encampar ou comprar a RBS, pois a Constituição de 1988 regulamentou a outorga da licenças para radiodifusão de som e imagem definindo o prazo de validade das mesmas, a renovação e principalmente o número de detentores, sempre pessoas físicas, por licença, o que limita a expansão dos mesmos.
    Como exemplo a RBS domina RS e SC. No Paraná temos a RPC, a Rede Massa do Ratinho e a CNT da Família Martinez. Em São Paulo tem Globo,Record, SBT e Bandeirantes. No Rio a Globo. No Espírito Santo a Rede Gazeta da Família Café. Na Bahia a Rede Bahia na família Magalhães, em Goías o Grupo de Comunicação Anhaguera da família Jaime Câmara, no Pará a Rede Liberal da família Maiorana, no Ceará temos o Sistema Verdes Mares e a Rede União. E assim por diante, inclusive com emissoras locais independentes em várias localidades no interior deste vasto país.

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    1. Existem precedentes... O empresário Fernando Camargo, dono de emissoras afiliadas no interior de MG, comprou a TV Cabugi de Natal anos atrás...
      Quando o ACM morreu em 2007, houve um forte briga pelo controle da TV Bahia, afiliada da Globo: de um lado, ACM Filho e do outro lado o seu cunhado, dono da OAS, que queria também dar pitacos... Quase a Globo foi obrigada a se afiliar a TV Aratu... Qual a solução: os 30% da OAS foram vendidos à EPTV de Campinas...
      Até a RBS, entre 1980 e 1998, tinha participação de 30% na TV Gazeta de Vitória...
      Logo, é plenamente possível que um grupo de afiliados da Globo compre a RBS TV sim...

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  4. Anônimo, tu acha impossível fazer negociatas com concessões? Esses caras usam a Constituição (edição especial comentada) como papel higiênico.

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    1. Bom, depois que a Dilma fez o diabo para ganhar as eleições....Mas não se tem notícias de negociatas com consessões, ainda...

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  5. Prévidi, sugiro que faças uma espécie de "placar" com todas as demissões levadas a cabo pela RBS desde agosto, com nome, veículo e função, para que todos tenhamos uma boa ideia do que já aconteceu. Abraços!

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