PRÊMIO PRESS - JORNALISTA DE WEB 2016 - JL PRÉVIDI
Atualizado diariamente até o meio-dia.
Eventualmente, à tarde, notícias urgentes.
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Menos um
José Mitchell foi daqueles jornalistas de verdade.
Morreu ontem, aos 69 anos. Não sei se era feliz, mas tenho a certeza de que gostava muito de ser jornalista, daqueles que jamais se preocupou em cumprir horário, de "reivindicar direitos". Ou melhor, foi sempre repórter, mesmo quando ocupou chefias.
Isso era muito legal nele: sempre foi repórter. Ao contrário de vários, que foram bons repórteres e se tornaram péssimos apresentadores de rádio, editores relapsos, "executivos" e até mesmo comedores de sucrilhos.
Lembro bem dele do tempo em que era funcionário do Jornal do Brasil, final da década de 70. Eu, foca, sempre prestei muita atenção nas suas participações nas coletivas e sempre li o que escrevia no JB. Texto simples e direto, nada de firulas. O cara não era expansivo e dificilmente ria, como na foto aí - esta, pelo menos, era a minha impressão.
Coisas da vida: no início desse século fui jurado do Prêmio ARI. Não é que me cai nas mãos "analisar" uma série de matérias do Mitchell?
Depois que o JB faliu, Mitchell foi trabalhar na RBS TV, num tempo em que faziam por lá jornalismo de verdade. Por 10 anos criou grandes pautas e inclusive tornou-se apresentador de um programa, "História", na TVCOM.
Que fique o seu exemplo.
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"Tudo conversa fiada"
"A RBS não foi vendida, não está a venda e não será vendida".
Bati um papo hoje com o Duda Melzer, ou melhor, o Eduardo Sirotsky Melzer, presidente do Grupo RBS.
No início da semana, lhe mandei mais um anúncio da venda da RBS, feita pelo jornalista Vitor Vieira no Facebook: "Anotem e cobrem depois: RBS TV de Porto Alegre já foi vendida".
Falei a ele que praticamente todo dia me chegam notícias como esta - até um bilionário da Arábia Saudita teria comprado o Grupo.
Disse que não ligou antes porque estava numa região de Angra dos Reis em que não há sinal.
- Não tem nada. Inclusive na festa dos jubilados, agora há pouco, deixei bem claro a todos que não existe esta possibilidade. E o pessoal ficou tranquilo.
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Aos apressadinhos: se irritaram com a foto acima?
Então repito: não mudo em nada a minha maneira de elogiar ou criticar a RBS, o Conglomerado Midiático. Isso não quer dizer que não possa eventualmente falar com o poderoso, né?
O Duda não é meu inimigo, pelo contrário. Nos damos bem e fechamos em muitos pontos.
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Sabe o filme de final de ano da RBS, que elogiei na semana passada?
Pois foi o próprio Duda que coordenou o trabalho. Dez!
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duas historinhas
VIAGENS
Do estabanado jornalista Paulo Motta.
Quando trabalhava em Caxias, nas sextas feiras vinha de ônibus pra Porto Alegre e, de tanto frequentar a rodoviária, já conhecia seus personagens das sextas naquele horário.
Sentado, esperando o embarque, observava a menina com o namorado que estudavam na UCS - Universidade de Caxias do Sul - e iam pra São Sebastião do Caí.
Conhecia a professora que, cheia de pastas, pegava o mesmo ônibus e eu conhecia os funcionários, serventes, pessoal da limpeza; conhecia todos.
Mas uma figura, particularmente, chamava mais a minha atenção: era um baixinho, carregador de malas, num jaleco azul escuro que era a cara do Ron Jeremy, um ator pornô das antigas.
Cabelo grande e bigode, um tipo que passa despercebido em qualquer lugar. Numa daquelas noites aconteceu uma coisa diferente.
Percebi que uma mulher pequena, puxando duas crianças, atravessava a pista dos ônibus e se dirigia à plataforma de passageiros onde os esperava o Ron Jeremy.
Eles se abraçaram tão alegremente e as crianças - um casal com pouca diferença de idade - se agarravam ao pai numa festa que valia a pena assistir.
Em seguida se dirigiram a uma lanchonete, todos agarrados, e sentaram pra comer alguma coisa. Sozinho, ali parado, pensei: será isso a felicidade?
Comecei a imaginar a casinha deles, o aconchego do jantar simples e o movimento da esposa arrumando as roupas dos filhos pra escola, no outro dia.
Não precisava ninguém dizer que havia muito afeto naquela família de pequenos.
Não havia carrões anabolizados ou celulares pirotécnicos, apenas muito carinho e uma cumplicidade entre os quatro, de fazer inveja a qualquer mortal com um pouco de sensibilidade. Certamente nenhum deles fez curso com o Shiniashiky ou aprenderam a fórmula do amor em cursos-relâmpago.
Sinceramente, quando alguém me perguntou e certamente, no futuro, perguntará: tu me ama? Não sei. Pode ser.
Pode ser que te ame até o dia em que o meu futebol do sábado, que me acompanhavas, passe a ser um motivo de discussão. Que eu precise pedir um abraço quando chegar em casa de saco cheio do mundo.
Pode ser que, o que chamávamos de amor, não resista ao desemprego. Pode ser, ainda, que amor seja apenas tolerância até um determinado limite, onde cada um tem o seu próprio limite.
Pra mim, o amor foi pro beleléu quando o abraço, o beijo e aquela frase tão boa de ouvir "senta aqui, me conta o que tu fez hoje!", viram protocolo, uma coisa plástica. Sem contar o brilho dos olhos que não brilham mais.
Pois é, senhores ouvintes, o bicho humano é complicadinho!
Boa noite que amanhã tem missa, sacripantinhos e sacripantinhas!
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Na semana passada encontrei um bom amigo, Marco Poli, no almoço de final de ano do Clube de Opinião. Lá pelas tantas ele me disse que está fazendo tudo com muita calma, sem pressa.
Lembrei a ele que até escrevi sobre isso e está no livro 10 Anos às Ganhas.
Olha:
EU JAMAIS TENHO PRESSA
Tenho a impressão de que isso é hereditário.
Meu pai era tranquilão, sempre na dele. Criança, olhava pra ele, mais de um metro e oitenta, e parecia que andava em câmera lenta. Até quando corria numa pelada na praia. Em compensação trabalhava pra burro, daqueles que levava serviço para casa no final de semana. Minha mãe, ao contrário, era pura agitação. Sempre a milhão. Eram completamente opostos – e talvez por isso tenham se dado sempre bem.
Herdei esta aparente calma do meu pai.
Não me lembro de caminhar rápido, mesmo na adolescência. Até há pouco caminhava muito, por toda a cidade, mas sempre no mesmo passo. Me chamavam até de dromedário. Jamais tentei furar fila em supermercados, bancos, cinemas, nada disso. Quando tenho um compromisso com hora marcada, sempre – sempre mesmo – chego adiantado. Se eventualmente me atraso, me sinto mal. Afinal, é um desrespeito.
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A desculpa dessas pessoas que estão sempre apressadinhas é "a agitação do mundo moderno".
Escuto há décadas essa bobagem. Este mesmo tipo é aquele que diz assim: "A mulher moderna, neste mundo agitado, está sempre apressada". Isso chega a me doer no ouvido. Mulher moderna? Mundo agitado? Apressada?
Por favor!
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Experimente fazer, pelo menos por uma semana, as coisas com calma.
Tem que sair de casa às 8 da manhã?
Acorda 20 minutos antes da hora rotineira, dá uma olhada na janela, escuta rádio, come uma fruta; dá uma conferida nos e-mails, por aí.
Está num bairro e tem hora com alguém no Centro? Sai 40 minutos, uma hora antes e vai a pé, conferindo os prédios pelo caminho, olhando para as pessoas – se for o caso, dá uma olhada para trás para conferir a retaguarda –, compra um picolé, é isso. Certamente, a gente chega antes no local e sem estar suado.
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"Não tenho tempo para nada!!!" é uma frase muito comum.
Bobagem.
De manhã, na hora em que estiver na janela ou na sacada, que é o meu caso, faz o roteiro do dia. Se é meio esquecido, coloca os compromissos num bloquinho. Simples. E não foge daquilo. Claro, às vezes aparece uma chance e, aí sim, faz de tudo para não perder. Na real, tudo se ajeita.
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Olha, tem gente que é apressadinho até mesmo quando vai ao cinema ou a um estádio de futebol.
Pra quê?
Calma que o mundo é nosso!!
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Não gosto de dar palpites na vida das pessoas, mas falo de cadeira.
Todo santo dia bato o escanteio e vou na área cabecear.
Evidente que tem dias que deixo de fazer alguma coisa.
No stress.
Conserto no dia seguinte.
É isso.
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piadinha
O Natal foi ruim para o comércio
Já que abordastes o fator "calcinhas", quero - aproveitando para te desejar um Ano Novo bem melhor do que 2016, mas não tão bom quanto 2018 - reclamar que as fotos de mulheres bonitas andam sumidas do blog!
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