14 anos implicando
com um monte de gente
chata, incompetente ou bandida
SITE/BLOG DO PRÉVIDI
13 agosto 2003
Atualizado diariamente até o meio-dia.
Eventualmente, à tarde, notícias urgentes.
menos um
ELOIDY GARCIA RODRIGUES, O TÁTA
Difícil escrever hoje, mas vamos lá.
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Finalzinho dos anos 70, o Marçal convidou um pessoal que trabalhava no Diário de Notícias para um evento, provavelmente relativo a anistia, na Assembleia Legislativa. Uns quatro ou cinco e eu. Pouco antes de chegar no prédio da AL, o Marçal encontrou um amigo. Os dois tiveram uma rápida conversa, formal, e se despediram.
Continuamos conversando e o Maçal nos contou quem era o cara:
- Esse é o Eloidy, foi secretário de redação do Diarinho e não deixava passar nada das nossa matérias contra os milicos.
O Diário de Notícias fechou no dia 31 de deembro de 1979. Ficamos no pincel.
No começo de março de 1980, um amigo da faculdade, Carlos Sávio, me liga e diz que tem uma vaga de repórter na Zero Hora - Política. Fui lá conversar com o Terlera e no outro dia comecei a trabalhar.
A nossa base era na Assessoria de Imprensa da Assembleia e de cara vi aquele cara que era amigo do Marçal.
Tinha muita gente na Assessoria, porque lá ficavam também as cabines das rários, as assessorias do partidos, o pessoal que trabalhava na própria Assessoria e o pessoal da ZH - éremos cinco.
Uma esculhambação.
Tinha uma rivalidade terrível entre o pessoal do PMDB, PDT e PDS. Vez que outra dava até soco.
As discussões eram diárias. Eu ficava longe disso, porque tinha uma coluna que se chamava "Plenário", que registrava os discursos e as comissões do dia.
Pouco tempo depois, a Jandira César, que cobria o PDT, saiu e eu fui para o seu lugar. Além de cobrir o PDT cobria também o PT.
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Os pedetistas não gostaram da substituição da "companheira Jandira" por um cara "com toda pinta de PT". Meu maior detrator? Eloidy Rodrigues.
Comecei a percorrer os gabinetes dos deputados do PDT e não foi difícil fazer amizade com eles. Romildo Bolzan (o ídolo do Eoidy) João Satt, Porfírio Peixoto, Américo Copetti... toda bancada. Se não bastasse isso, tinha ainda os deputados federais e todo final de semana eu conversava com o doutor Leonel Brizola para saber como seria a sua semana.
Os pedetistas da Assessoria começaram a se aproximar e o Eloidy foi um dos primeiros. Parou com aqueole negócio de eu ser petista. Até porque consegui ser amigo de verdade do Romildo Bolzan - me contava tudo antes de todos os colegas.
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Senti que começava a entrar no jogo do Eloidy quando ele me convidou para tomar uma coisinha no Bar do Darci,o único da Praça da Matriz. Lá se reunia o pessoal do PDT - Seguranças, dos gabinetes dos deputados, a maioria brizolistas. E os próprios deputados.
Começamos a nos tornar amigos.
O Eloidy me contava os seus dramas e eu relatava os meus, bem menores do que os dele.
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De 80 a 83, quando fui morar no Rio, nos tornamos amigos de verdade.
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Em 1985 voltei do Rio e fui trabalhar na Assembleia.
Ele estava dispensado de cumprir as tarefas da Assessoria, porque estava fazendo um guia de todos os dirigentes municipais do PDT. Se alguém chegasse pra ele, e perguntasse:
- Eloidy, quem é o presidente do PDT de Arvorezinha?
Ele dava um grito:
- Túmulo!!
O "túmulo" era uma arquivo, com três gavetões, atrolhado de tudo que dizia respeito ao PDT. Tudo. As vezes ele custava a encontrar uma resposta.
Todos os dias ele chegava de manhã, pegava um cafezinho, olhava pro pessoal da Assessoria trabalhando, e falava alto:
- Eu fico perplexo!
E dava um gole no café.
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Em 80 e poucos ele inventou dois aperitivos no Bardo Darci. O Alpin e o Collares
O primeiro era uma dose de vodka com tônica; o Collares era cachaça com underberg.
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Como o Eloidy era muito implicante, o pesoal dos outros partidos não gostava dele. Mas o respeitavam.
Mas é incrível a quantidade de gente que ele fez processos de aposentadoria - era tmbém advogado.
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Não sei o que escrever sobre o Táta.
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Há alguns dias, um amigo comum, Edegar Bueno de Paula, me passou um vídeo do aniversário do Eloidy de 80 anos. Pelo jeito estava feliz, dançando com a Nádia.
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É isso, 80 anos bem vividos.
Vai com os teus Anjos da Guarda, Táta.
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Hoje o Bar do Darci não existe mais e nem a Assessoria de Imprensa da Assembleia, que virou Comunicação Social.
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Pra encerrar: eu sei que o Táta gostava muito de mim.
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