Quarta, 29 de novembro de 2017




Jamais troquei de lado.
Por quê? Eu não tenho lado.
Ou melhor, o meu lado sou eu





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EM MONTSERRAT,
UMA NOVA POMPÉIA





Texto do jornalista Clovis Heberle 

Imagine um show com Paul Mc Cartney nos vocais e piano, acompanhado por Phil Collins na bateria, Sting e Elton John nos vocais, Eric Clapton e Mark Knopfler (Dire Straits) nas guitarras. George Martin, o produtor e maestro dos Beatles, conseguiu o milagre, numa apresentação histórica realizada em 15 de setembro de 1997, no Royal Albert Hall, em Londres, para a reconstrução de Monserrat, uma pequena ilha do Caribe de 11 por 16 quilômetros pertencente à Comunidade Britânica, devastada três meses antes pela erupção de um vulcão.
Os músicos pagaram suas despesas e tocaram de graça... em estado de graça. Interpretando Brothers in Arms, Knopfler parecia levitar, com sua guitarra mágica.
Antes de começarem os seus números, os artistas falaram sobre suas recordações das temporadas que costumavam passar na ilha. Todos eles viajavam até o Caribe com o mesmo objetivo: gravar nos estúdios de George Martin, o Air Records, longe do inverno europeu, de suas casas, da rotina. Lembraram daqueles dias com saudade e emoção.
O DVD gravado naquela noite rende recursos para obras de reconstrução - inclusive um auditório para promoções culturais. Mas, mais do que isso, divulgou para o mundo o drama do povo daquela ilha, até então só conhecida pela banda Arrow, que na década de 80 explodiu com Hot, Hot, Hot, música dançante em ritmo soca (conhecido no Brasil como Lambada), indispensável nas danceterias de sul a norte do continente americano e da Europa. É claro que a Arrow estava presente na celebração musical.
Participaram do show, por ordem de entrada:
Phil Collins, Arrow, Carl Perkins, Jimmy Buffett, Mark Knopler, Sting, Elton John, Eric Clapton e Paul Mc Cartney.



Montserrat foi descoberta por Cristóvão Colombo em 1493. Deu este nome à ilha por ter ficado impressionado com a semelhança entre as montanhas que avistava e a serra que emoldura Barcelona, na Espanha. Colonizada pelos britânicos, recebeu milhares de presos políticos e refugiados irlandeses, entre os séculos 17 e 18. Com mão de obra escrava, mantinham cultivos de cana, lima e algodão. Abolida a escravidão em 1830, Montserrat continuou nos séculos seguintes exportando produtos agrícolas e, mais recentemente, água mineral, uma das melhores do mundo.
George Martin inaugurou os estúdios Air em 1979, gravando discos de Paul McCartney, Elton John, Stevie Wonder e Eric Clapton.
Em 1989 o furacão Hugo destruiu 90 por cento dos prédios de Montserrat. Em 1995, o vulcão Soufrière entrou em erupção, lançando enorme quantidade de cinzas, e em 24 de junho de 1997 explodiu, soterrando de lava sua capital, Plymouth. Dois terços da população da ilha foi evacuada. Dos 13 mil habitantes, só moram lá atualmente menos de cinco mil. Os demais, como cidadãos britânicos, emigraram para outros territórios do Império.



O vulcão continua em atividade. Por isso, todo o sul do território - inclusive a antiga capital - continua sendo zona de exclusão. Um novo porto e aeroporto foram construídos em Little Bay, ao noroeste, e o governo funciona numa capital provisória, em Brades.
Só em 2009 uma empresa local reativou uma linha aérea regular, ligando Montserrat à ilha de Antigua, situada a 48 quilômetros de distância, onde há vôos internacionais. Os moradores têm agora o turismo como principal atividade econômica. Por trilhas, barcos ou sobrevôos, levam os turistas para verem, de longe, os estragos causados pelo Soufrière.





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