Jamais troquei de lado.
Por quê? Eu não tenho lado.
Ou melhor, o meu lado sou eu
Atualizado diariamente
até o meio-dia
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SABE QUEM GANHOU O
"DEBATE" DE ONTEM COM
OS CANDIDATOS A PRESIDENTE?
O MEU SACO,
QUE RESISTIU ATÉ O FINAL.
BAH, QUE GENTE CHATA!!
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especial
Nesta sexta, uma cesta dupla!
CLOVIS HEBERLE
GLAUCO FONSECA
O DIA DA PENITÊNCIA
Clovis Heberle, jornalista - http://clovisheberle.blogspot.
Aprenderam nas aulas de catecismo dadas pelos missionários católicos que Deus habitava o céu e o diabo as profundezas da terra. Concluíram que com uma mãozinha do senhor das trevas tudo seria mais fácil - achar bons veios de ouro, prata ou cobre, ou pelo menos não morrer num desmoronamento. E assim surgiu a diablada.
Desde o século 16, na época do carnaval, os moradores de Oruro dançam e cantam com os rostos encobertos por máscaras medonhas representando a imagem de satanás. A tradição de homenagear o diabo perdura até hoje, e virou atração turística internacional. Mas, terminada a festa, correm às igrejas para pedir perdão a Deus e à Virgem e serem perdoados deste pecado.
É o dia da penitência.
No Brasil, em agosto, a Rede Globo e a Mc Donalds também fazem a sua penitência.
A Globo satura os lares brasileiros com violência, futebol, sexo e besteirol. As crianças são as maiores vítimas, submetidas a programas que estimulam a erotização precoce, a alimentação à base de doces, refrigerantes e salgadinhos e a solução de seus problemas na base da pancada, da intriga e da fococa. As menininhas, para estarem na moda, usam baton, se pintam, calçam sapatos de salto e usam roupinhas justinhas. Beijar, namorar e conspirar contra coleguinhas, como nas novelas, se tornam as prioridades numa fase de suas vidas em que não têm condições de avaliar o certo e o errado.
Mas, um dia por ano, há o Criança Esperança. Os funcionários da empresa são convocados a pedir dinheiro para obras em favor das crianças. É o dia da penitência.
A Mc Donalds, que durante 364 dias por ano entope seus clientes com alimentos à base de carbohidratos, gorduras e refrigerantes (água carbonada com xaropes), tornando-os obesos e desnutridos, criou o Mc Dia Feliz. Com a ajuda de jornalistas, atores de TV e artistas conhecidos, recolhe dinheiro doado posteriormente a entidades dedicadas ao tratamento do câncer infantil. Um dia de penitência pelo dano que causam, principalmente, a meninos e meninas.
Mas, ao contrário dos índios bolivianos, os pecados destas duas megaempresas são reais, e não fruto da imaginação dos padres que acompanhavam os conquistadores espanhóis.
E não é com um ato penitencial por ano que eles serão perdoados.
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O PRIMEIRO ACARAJÉ
Clovis Heberle, jornalista - http://clovisheberle.blogspot.
O branquela, jogando bola com baianos, é o Clovis, em 1970 |
A turma do Jornalismo da Ufrgs de 1970 era diferente - bem diferente - das outras. Todos queríamos o diploma de jornalista, claro, mas havia em nós uma inquietação incomum, que extrapolava as disciplinas do currículo. Tínhamos sede de cultura, de arte, de novas tecnologias, de vida. Lust for life.
Não terminou a primeira semana de aulas e lá estávamos, numa baita festa, na casa da Magda von Brixen und Montzel, no Alto Petrópolis. Foi o primeiro de tantos encontros em que, mais do que colegas, nos tornamos bons amigos.
No segundo semestre, o curso de Jornalismo foi transferido da Faculdade de Letras, no Campus Central, junto à Reitoria, para a Faculdade de Biblioteconomia, na rua Ramiro Barcelos, perto do Planetário. Diziam, na época, que era para afastar os estudantes de jornalismo daquele "antro de comunistas" que se reuniam em locais como o bar da Filosofia, o Centro Acadêmico da Arquitetura, o Alaska e os outros bares da Esquina Maldita, na rua Osvaldo Aranha com a Sarmento Leite.
No novo prédio passamos a ser vizinhos, além das futuras bibliotecônomas (que nos olhavam como ETs), dos estudantes de Odontologia, de Medicina e de Farmácia. E eles não estavam nem aí para a ditadura militar, então em seu auge. A nova Unidade ganhou o nome de Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação. A sigla, Fabico, apesar de ridícula, continua sendo usada até hoje.
Quando apresentamos à diretora, uma senhora franzina e antipática, o projeto do Salão de Arte e Comunicação, o SACO 70, ela torceu o bico, digo, o nariz. Mas tudo que queríamos era a cedência de um salão do térreo, então sem utilidade. Ela acabou concordando. Trabalhamos como loucos, e o salão foi um sucesso. Teve dança, artes visuais, palestras e performances, executadas por alunos e professores da Universidade.
No mesmo ano, mesmo duros, mesmo jovens demais, embestamos de participar do Congresso Nacional de Jornalistas, em Salvador. E fomos, de ônibus. Na rodoviária da capital baiana, um grupo liderado pela Liana Milanez tomou conta do posto telefônico e, guia na mão, passou a ligar para todas as empresas gaúchas com filiais na Bahia suplicando auxílio para pagar a estadia.
Entre vinícolas e metalúrgicas conseguimos o suficiente para quase 20 guris e gurias ficarem uma semana em pousadas sem estrelas, mas que para nós eram tudo de bom. Depois conseguimos casas de família para ficar, e alguns de nós se hospedaram no alojamento dos oficiais de um quartel do Exército localizado no centro da cidade.
A nossa intenção era participar das discussões do Congresso Nacional de Jornalistas, no Teatro Castro Alves, mas só algumas dezenas das 1.554 poltronas estavam ocupadas pelos congressistas.
"Os outros? Ah, estão na programação turística", explicou um dos organizadores do encontro.
E foi assim, integrados às caravanas que partiam diariamente, a convite das secretaria do turismo do Estado e do município, que conhecemos a cidade sem gastar nenhum tostão: Lagoa do Abaeté, Itapuã, Mercado Modelo, Igreja do Bom Fim.
Numa noite fomos levados a uma sessão de candomblé. Aquela batida hipnótica dos atabaques, as negras incorporando, o calor e a eletricidade do ar me deixaram assustado. Fiquei com medo de, eu também, entrar em transe.
E todo dia surgiam novos quitutes baianos. Provamos de tudo: o acarajé, o abará, muqueca de peixe e de camarão, carne de sol e frutas de nomes, formas e cores nunca vistas. A baiana da tenda de acarajé ao lado da igreja de São Francisco, no Centro Histórico, gordíssima, se jactava, entre risadas: "sou uma máquina, uma máquina do sexo". Não cheguei a testar as suas qualidades sexuais, mas o acarajé, ah, o acarajé. Muuuuuito gostoso!
A última tarde foi de praia, no Jardim de Alá. Dormi e sonhei ao sol, entre os coqueiros, e no outro dia, cedinho, embarcamos no ônibus para voltar, todos felizes depois de tantas emoções e descobertas. Mas eu tinha um problema: branquela como sou, estava assado, torrado do sol.
Voltei gemendo de dor...
Cada vez que volto à Bahia - e isto tem acontecido bastante - , não consigo resistir ao apelo do azeite de dendê e peço um acarajé. Mas nenhum teve, até agora, o gostinho daquele. O primeiro acarajé a gente nunca esquece.
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EM DEFESA DAS PUTINHAS ABORTEIRAS
Glauco Fonseca, consultor
Antes de mais nada, uma explicação: As Putinhas Aborteiras são um grupo musical aqui de Porto Alegre, composto de 20 a 60 meninas que cantam mal pra caramba. Quem quiser conhecer melhor seu enorme talento, que fique à vontade no youtube.
Pois ontem à tarde passei os ouvidos num programa de rádio e escutei 4 homens, comandados por um jornalista também homem, tratando sobre aborto. Foi a mais intensa situação onde vi que somos – todos nós – diferentes. Pouca coisa existe de tão inadequado quanto um bando de homens tratando sobre uma questão tão complicada e tão feminina quanto o aborto.
Necessário que eu diga, antes de mais nada, que as mulheres são os seres mais espetaculares sobre a terra. É isto. Não tem “mas”, nem “porém”, “contudo” ou “entretanto”. São elas que devem tratar do assunto aborto. Não é a lei, não é a “sociedade como um todo”, como costuma dizer o idiota de plantão. Outros tão idiotas quanto dizem “o aborto é uma questão de saúde pública”. É mesmo????? Puxa! Saúde de quem mesmo, cara-pálida? Das MULHERES e não da sociedade.
Já a tal sociedade também é estranha. Inventou a religião e, em seguida, a norma escrita para promover várias coisas importantes e outras nem tanto. A tal sociedade diz que o salário-mínimo deve se uma quantia suficiente para uma família de 4 pessoas viver com dignidade um mês inteiro. A mesma sociedade também proclama que todos são iguais perante a lei, mas se for do PT e roubar muitos milhões, pode ficar numa chiquérrima sala com banheiro privativo na carceragem da Polícia Federal. É esta a sociedade que quer regular se o aborto deve ou não ser permitido? Ora, que petulância.
Aborto é problema grave das mulheres. Elas sofrem, elas têm de suportar em seus corpos tanto a beleza do prazer, do engravidar e do parir quanto a dureza da supressão do prazer e de uma gravidez amplamente indesejada. Homem irresponsável, que trepa sem camisinha, é que deveria ir preso, isto sim. Trepou com alguém e engravidou? Multa de ter de sustentar o rebento pelo resto de sua vida, querendo ou não. Ué, não gostou da minha proposta, certo?
Então por que o homem, que não tem responsabilidade alguma sobre o que acontece no corpo e na cabeça de uma mulher, tem de dar pitaco no assunto?
Aborto é problema de mulher e elas têm todo meu apoio, seja qual for a decisão que tomarem. O Vaticano e os padres que se preocupem com seus problemas, muitos a ver com o abuso de crianças já nascidas. Os governos que se preocupem com segurança, educação e saúde. Se concentrarem suas energias na solução de problemas de saúde pública de verdade, tanto quanto fazem em suas sendas corruptas, ganha muito a tal sociedade.
Eu amo as mulheres. E as respeito por serem tão maiores, tão melhores, mais fortes e mais bonitas. É delas a cruz que não invejo e que sei que Deus, injustamente, não deu pra mim.
Eu amo as putinhas. Eu amo as aborteiras.
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PIADINHA
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