Sexta, 28 de setembro de 2018




Jamais troquei de lado.
Por quê? Eu não tenho lado.
Ou melhor, o meu lado sou eu
...
ANDO DEVAGAR
PORQUE NÃO TENHO PRESSA







Atualizado diariamente
até o meio-dia





Escreva apenas para

Ou






SABE UM GOLPE TÃO ANTIGO
QUANTO O "BILHETE PREMIADO"?
POIS É, A GRANDE JORNALISTA ROSANE DE OLIVEIRA CAIU!!



PAULA LATEJANTE????







especial

Nesta sexta, uma cesta de
JAIME CIMENTI
PAULO MOTTA





Jaime Cimenti é advogado,
jornalista e escritor.
Colorado.
De Bento Gonçalves, mas 
criado na Felipe Camarão.
Meu amigo há quase 40 anos.







RATEADA NO SHOW DO BOCELLI

Foto Mariana Carlesso - Jornal do Comércio 

Show impecável de Bocelli (e Maria Rita) no Beira Rio, Meca dos grandes espetáculos, tipo Paul McCartney, Elton John e James Taylor. Normal, sorry periferia. Mas a produção deu uma rateada. O Bocelli estava de casaco azul, camisa branca e gravata-borboleta preta.
Imortal tricolor.
Doeu  nas retinas coloradas, ah, doeu muito. Bocelli, inocente, não sabia. Mas acho que ele é colorado.
Antes do show, em São Paulo, ele teria atuado como bandeirinha, no jogo do Inter, ajudando no gol do Damião, que disseram, injustamente, que estava impedido...
Pois é, mas quando Pelé veio ao Beira Rio entregar a taça - aquela verdadeira - do Mundial para o Glória do Desporto Nacional, Campeão de Tudo, ele, o Rei Pelé, estava usando um elegantíssimo  e fulgurante casaco vermelho. Bom, andaram dizendo que o casaco vermelho era por causa do Banco Santander, mas não se sabe ao certo. Si non è vero, è ben trovato...
Era casaco vermelho, pronto.


-


ELEIÇÕES


Eta stress pós-moderno, cheio de acordes dissonantes, milhões de opiniões de 140 milhões de presidentes-eleitores, grosserias de tamanho amazônico e tal. Democracia é pracinha livre, livre escolha, alternância no poder, troca de ideias e apresentação de  projetos, de preferência para o bem comum e não para interééésses pessoais.
E voto secreto, para quem não quiser abri-lo. Antes a gente dizia que de barriga de grávida, urna e cabeça de juiz não se sabia o que vinha. De barriga de grávida hoje dá para saber , de urna e cabeça de magistrado é meio difícil.
De mais a mais, andam dizendo por aí que  pesquisas eleitorais e pareceres jurídicos são a favor de quem paga... papo velho. Democracia é aceitar a derrota e tentar ajudar os eleitos, ou, ao menos, fazer oposição razoável, sadia, construtiva  e produtiva.
Aquela história de que o importante é competir é mentira, mas, também é bom lembrar que depois do jogo, rei, rainha,bispos, cavalos, torres e peões vão todinhos para a mesma caixa... vaidade das vaidades..está lá na Bíblia e nos humanos...


-



ORLA DO GUAÍBA



Para não dizer que não falei de flores, falo da Orla do Guaíba.
Orla é palavra chique, antes era margens, beira, praia.  Os porto-alegrenses, especialmente os da zonas central e norte e uns vizinhos de outras cidades, poluíram o Guaíba, aterraram um monte, ergueram um muro, acabaram com o porto, que navegou em direção a Rio Grande e ficaram dando as costas para as águas não muito translúcidas do nosso lago.
Bonito ver agora as pessoas se aproximarem e abraçarem o Guaíba, coisa que já tinha ocorrido um pouco com os parques da Harmonia e Marinha. Mar, água, rio, lago, sempre sensibilizam mais as pessoas. Disso  precisamos , nesse tempo em que os postes fazem xixi nos cachorros e saem voando em direção ao Beira Rio, o estádio mais bonito do mundo, brilhando na beira do rio, lembrando Manhattan,  Nova York, que parece um diamante...

Foto Luis Adriano - Correio do povo

-


Paulo Motta é jornalista
e escritor.
De São Borja.
Sua mãe é a Norma e tem
um filho, o Lobo, paraquedista.
É fundador de um país,
Bulhufas.








VIAGENS





Quando trabalhava em Caxias, nas sextas feiras, vinha de ônibus pra Porto Alegre e, de tanto frequentar a rodoviária, já conhecia seus personagens das sextas naquele horário.
Sentado, esperando o embarque, observava a menina com o namorado que estudavam na UCS - Universidade de Caxias do Sul - e iam pra São Sebastião do Caí.
Conhecia a professora que, cheia de pastas, pegava o mesmo ônibus e eu conhecia os funcionários, serventes, pessoal da limpeza; conhecia todos.
Mas uma figura, particularmente, chamava mais a minha atenção: era um baixinho, carregador de malas, num jaleco azul escuro que era a cara do Ron Jeremy, um ator pornô das antigas.
Cabelo grande e bigode, um tipo que passa despercebido em qualquer lugar. Numa daquelas noites aconteceu uma coisa diferente.
Percebi que uma mulher pequena, puxando duas crianças, atravessava a pista dos ônibus e se dirigia à plataforma de passageiros onde os esperava o Ron Jeremy.
Eles se abraçaram tão alegremente e as crianças - um casal com pouca diferença de idade - se agarravam ao pai numa festa que valia a pena assistir.
Em seguida se dirigiram a uma lanchonete, todos agarrados, e sentaram pra comer alguma coisa. Sozinho, ali parado, pensei: será isso a felicidade?
Comecei a imaginar a casinha deles, o aconchego do jantar simples e o movimento da esposa arrumando as roupas dos filhos pra escola, no outro dia.
Não precisava ninguém dizer que havia muito afeto naquela família de pequenos.
Não havia carrões anabolizados ou celulares pirotécnicos, apenas muito carinho e uma cumplicidade entre os quatro, de fazer inveja a qualquer mortal com um pouco de sensibilidade. Certamente nenhum deles fez curso com o Shiniashiky ou aprenderam a fórmula do amor em cursos-relâmpago.
Sinceramente, quando alguém me perguntou e certamente, no futuro, perguntará: tu me ama? Não sei. Pode ser.
Pode ser que te ame até o dia em que o meu futebol do sábado, que me acompanhavas, passe a ser um motivo de discussão. Que eu precise pedir um abraço quando chegar em casa de saco cheio do mundo.
Pode ser que, o que chamávamos de amor, não resista ao desemprego. Pode ser, ainda, que amor seja apenas tolerância até um determinado limite, onde cada um tem o seu próprio limite.
Pra mim, o amor foi pro beleléu quando o abraço, o beijo e aquela frase tão boa de ouvir "senta aqui, me conta o que tu fez hoje!", viram protocolo, uma coisa plástica. Sem contar o brilho dos olhos que não brilham mais.
Pois é, senhores ouvintes, o bicho humano é complicadinho!

Boa noite que amanhã tem missa, sacripantinhos e sacripantinhas!


-

PIADINHA





Nenhum comentário:

Postar um comentário