Sexta, 17 de dezembro de 2021

 

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especial

Nesta sexta, uma cesta 
de Dilamar Machado
!




O poeta que foi o maior fenômeno
do rádio no Rio Grande do Sul



Comecei com os problemas comunitários. Eu me lembro que durante uma semana critiquei o prefeito Célio Marques Fernandes, porque a Vila Santa Rosa não tinha saneamento básico, água potável e pavimentação. Até que o prefeito não aguentou e foi no meu programa dizer que já havia providenciado água para a vila. Aquilo me mostrou a força que o rádio tinha. Esse fato popularizou muito o programa.





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Dilamar Machado (Dilamar Valls Machado)  nasceu em São Luiz Gonzaga (RS), em 27 de outubro de 1935 . Era filho de  João Carlos Machado e Célia Valls Machado. Jornalista, radialista, advogado, poeta e político, Dilamar foi casado com Lea de Lourdes Melo Machado e teve quatro filhos: Alceu, Álvaro Luiz, André Luiz e Anderson.

Vida política - Elegeu-se vereador para a VIª Legislatura da Câmara Municipal de Porto Alegre, período de 1969-1972, pelo MDB, mas teve o mandato cassado e os direitos políticos suspensos, por 10 anos, conforme decreto do Ministério da Justiça publicado no Diário Oficial da União de 24 de outubro de 1969.

Foi eleito deputado, pelo PDT, para a 46ª Legislatura, período de 31 de janeiro de 1983 a 31 de janeiro de 1987, da Assembléia Legislativa.

Retornou à Câmara Municipal de Porto Alegre, eleito vereador pelo PDT, para a Xª e XIª Legislaturas, respectivamente, períodos de 1989-1992 e 1993-1996.

Presidiu a Câmara Municipal de Porto Alegre de 6 de janeiro a 31 de dezembro de 1992.

Para a XIIª Legislatura, período de 1997-2000, elegeu-se como suplente de vereador.

Ainda, exerceu os seguintes cargos: diretor-geral do Departamento Municipal de Habitação – DEMHAB; secretário extraordinário de Comunicação Social do Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

No rádio - sempre gostou e escutou rádio na infância. Veio para Porto Alegre trabalhar junto com o seu amigo, o radialista Silva Filho, apresentador da popular Rádio Itaí, em programas intitulados Café da Tarde e A Musa dos Meus Cantares. Dilamar escrevia poemas, os quais eram lidos pelo seu colega. Em agosto de 1960 foi trabalhar como repórter na Rádio Gaúcha onde foi colega de Carlos Nobre e Cândido Norberto.


Depois, no auge da ditadura em 1967, assumiu o comando do programa Vozes da Cidade, substituindo Cândido. O programa era um espaço democrático para a população expressar de forma livre a sua opinião.

Dilamar tornou-se um dos precursores do jornalismo popular em Porto Alegre. O programa teve grande repercussão pois o público ouvia as denúncias e as reclamações feitas diretamente. Muitas pessoas necessitadas faziam seus apelos através do programa. As informações eram trazidas por um repórter que frequentava áreas pobres de Porto Alegre ou pelas próprias pessoas que se dirigiam à rádio.

Apesar de ser “um grito de revolta contra a miséria” o programa conseguia driblar a censura do período militar. Em 1969, Dilamar foi para a Rádio Difusora, mas foi proibido pela antiga emissora de utilizar o nome Vozes da Cidade no seu novo programa. Surgiu o Programa Dilamar Machado, mas manteve-se semelhante ao que apresentava na Rádio Gaúcha. Em poucos meses tornou-se líder de audiência.

Depois de três anos na Difusora foi para uma decadente Rádio Farroupilha, onde trabalhou até 1977 e foi um dos responsáveis pela sua total recuperação. Lá, no mesmo esquema dos outros programas anteriores, apresentou e modificou bruscamente o tradicional Rádio Seqüência.

Transferiu-se para a Rádio Capital na qual foi colega de Cidinha Campos, Hebe Camargo e Nei Gonçalves Dias. Ficou lá até 1982 para depois ingressar na política, largando o rádio. Nesse ano Dilamar tornou-se o deputado estadual mais votado do Rio Grande do Sul com mais de 100 mil votos pelo MDB e por isso foi logo cassado. Foi também professor de direito criminal na Ulbra.

Homenagem - Os cantores e compositores Formiguinha e Gildo de Freitas fizeram uma música para o jornalista e político, intitulada “Homenagem a Dilamar Machado”.

“Rio Grande tu és poderoso/És o meu torrão amado/A capital Porto Alegre/ Rainha do nosso Estado/Tem a TV Difusora com seu elenco afamado/Eu quero destacar um/Que ajuda os necessitados/Saúde, vida e progresso para o Dilamar Machado/Pois este sagrado nome merece o meu elogio/E Deus do céu permitiu/Salvar o necessitado/de fome miséria e frio/Um que queimou a casa/outro porque decaiu”.

(Falado) “Tens razão em dizer isso/Reconheço que é verdade/ Ele mesmo na Gaúcha/Mantinha a “Voz da Cidade”/Com o microfone na mão/Provando a sua bondade/E o povo lhe confessando a sua necessidade/Pelo bem que praticaste”.

“Cantando agradeço a ti/Eu mesmo sou testemunha/Do que tu fez eu já vi/Quantas crianças com fome/ E sem roupa pra vestir/Sem ter onde morar/Sem ter onde dormir/Só o senhor meu amigo/Tudo pode conseguir/

Alô povo rio-grandense/A minha voz é que chama/Não esqueçam de ligar/O radio pra esse programa e escutar o Dilamar/Que é muito senhor da fama/Com ele já conseguiram/morada, colchão e cama/E o pagamento é saúde, para aqueles que mais ama”.

Um poema, de 1960

A esplêndida expressão da natureza/
Soluça no esplendor da madrugada,
E um cálido murmúrio de tristeza
Apaga a última luz na alma cansada.

Vaguei por tantos mundos na incerteza,
E a derradeira noite está guardada
Na sensação de que não há mais nada
Nesta paisagem plena de beleza.

Dentro do olhar que recolhi sorrindo
Há um sol caindo, e, neste sol caindo
Desmoronou-se o derradeiro mal

Tudo é sereno como um céu de inverno,
Creio estar morto, mas não vejo o inferno!
− A vida é mesmo um triste carnaval!...






ISSO É IMPERDÍVEL!!

Dilamar fala sobre Israel

https://www.facebook.com/watch/?v=676071613050374

2 comentários:

  1. Muito bom o resgate do famoso, diria até mesmo icônico Dilamar Machado, o Seu Delamar.
    O rei do rádio popular da década de 60 do século passado em nosso estado era primo do também político Ibsen Walls Pinheiro, também nascido em 1935, mas, este, em São Borja, e o 'Delamar' em São Gabriel.
    Interessante que o nome Walls vem de Wall, inglês, que mistura legal, inglês com açoriano.

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  2. Muito obrigado, Prévidi, por sempre nos ajudar a manter viva a memória de meu pai. Já se vao 20 anos de saudade

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