Quarta, 21 de novembro de 2012
BELCHIOR
COMO O TEMPO PODE SER CRUEL
Ruy Gessinger - ruygessinger.blogspot.com.br
Se você tem menos de 100 anos talvez não se lembre de PARALELAS.
Dentro do carro
Sobre o trevo
A cem por hora, ó meu amor
Só tens agora os carinhos do motor
E no escritório em que eu trabalho
e fico rico, quanto mais eu multiplico
Diminui o meu amor
Em cada luz de mercúrio
vejo a luz do teu olhar
Passas praças, viadutos
Nem te lembras de voltar, de voltar, de voltar
No Corcovado, quem abre os braços sou eu
Copacabana, esta semana, o mar sou eu
Como é perversa a juventude do meu coração
Que só entende o que é cruel, o que é paixão
E as paralelas dos pneus n'água das ruas
São duas estradas nuas
Em que foges do que é teu
No apartamento, oitavo andar
Abro a vidraça e grito, grito quando o carro passa
Teu infinito sou eu, sou eu, sou eu, sou eu
--
Corta para 1973.
Estava eu no saguão de um Hotel em Porto Alegre, quando apareceu Belchior, também ali hospedado. Eu, com meu violino no estojo. Disse-lhe que a música que não me saía da cabeça era Paralelas. Ele pediu para eu tocar. Toquei.
--
Abre a câmera 2 para 2013. Capa de Zero Hora.
Aquele cara é o Belchior?, balbucio eu.
Bueno, se ele me visse e ainda se lembrasse do episódio, coisa impossível, diria:
- Aquele ali era o altão, fininho, que tocava violino?
Tempo, tempo, tempo, tempo.
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ResponderExcluirA Globo chegou ao fundo do poço fazer esse circo em torno do Belchior.
E o pior que agora a RBS entrou na onda e está persegindo o sujeito em Porto Alegre.
Deveriam perseguir os Deputados Estaduais. Saber quantos dias vão trabalhar por semana.