Sexta, 31 de março de 2023

 

NÃO LEVE A SÉRIO
QUEM NÃO SORRI!

 


RESISTA À TENTAÇÃO
DE SER IGUAL AOS OUTROS




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=





FORA LULA!!
FORA DILMO!!




especial

Nesta sexta, uma cesta
de
 A CASCATA DO ANO!  


O ano começou há pouco
e já temos um cascateiro master!!


O maior jornalista do BR é
apenas um: ALFREDO OCTÁVIO

(alguns são tentativas pífias de imitá-lo)



Nesta semana, recebi mais de 30 e-mails e mensagens com um currículo, que certamente daria inveja ao Alfredo Octávio - se tudo fosse realmente comprovado. Não coloco os nomes dos envolvidos porque hoje tudo pode estar envolto nas tais fake news. Apenas o identifico como "cascateiro".

Alfredo Octávio é uma lenda do jornalismo mundial.
De nada adianta quererem copiá-lo. Para quem não leu o livro acima, saboreie alguns parágrafos - reproduzidos em tinta vermelha:

– Em 1965 – não me peça detalhes como dia e mês! – acompanhei Che e um grupo de cubanos que foram lutar no Congo. Foi um fracasso, porque ele acreditava que a revolução se fazia em qualquer parte do mundo, do mesmo jeito. Na África Central as coisas não funcionam como na América.
Fracassou redondamente.
– Na real, era um aventureiro.
– Posso dizer que sim. Aí o acompanhei até a Bolívia. Ernesto era turrão. Colocava uma tese na cabeça e não tinha jeito de rever. Sabe qual era o plano dele? “Simples”: iria unificar os países da América Latina, de onde partiria para invadir a Argentina. Só isso. Tenho a certeza de que acreditava que seus planos dariam certo, por causa da vitória em Cuba.
– Cuba foi uma exceção, não?
– Pois bem, não vou entrar em detalhes. Mas te digo que não conseguiu gerar nenhum sentimento de confiança com os camponeses que viviam na região que escolheu para o acampamento e, pior, não tinha como se comunicar com os índios locais, por causa da língua. Foi capturado em outubro de 1967. E assisti quando foi assassinado. Claro que estávamos muito bem escondidos, sem resistir. O que ele não admitiu – tentou enfrentar o exército boliviano.
– Que loucura!
– Adivinhe de quem é a única foto de Ernesto Guevara morto? Modestamente, calo-me.

O cascateiro master do ano ataca imitando o lendário AO (o cascateiro é reproduzido em tinta preta):

"...dirigiu-se à América Central, onde atuou correspondente das guerras civis da Nicarágua e El Salvador."

Outra passagem de Alfredo Octávio:

 – Sempre tive a “sorte de repórter”. Em maio de 1968 eu estava em Paris!

Um dia depois de me instalar em nosso apartamento, fui acompanhar uma manifestação comandada por Daniel Cohn-Bendit. Todos que o escutavam ficavam apaixonados, com o ineditismo de suas doces palavras – jamais vou esquecer desta frase: "O mundo nos pertence, somos capazes de governar nossas vidas e o planeta de forma diferente".

– Conhecia esse pensamento.

– Daniel falava que tudo girava em torno do desejo de liberdade. A grande matriz era o espírito da liberdade e independência. Um negócio muito diferente para a época. Nesse dia, quando voltava para casa, tomei mais uma decisão: iria entrevistar Daniel, ou melhor, Dany, le Rouge.

– Missão impossível!

– Em tese, sim, mas aí tive que me tornar um manifestante. Comprei roupas adequadas, passei a frequentar o  Quartier Latin, onde jamais tinha colocado os meus pés. E fui me inteirar de tudo na Université Paris-Sorbonne (Paris IV). Lá fervia! Descobri que para chegar em Dany deveria ter a confiança de outros dois líderes, Alan Geismar e Jacques Sauvageot. Foi o que fiz. Não foi difícil me aproximar dos dois, porque me apresentava como jornalista brasileiro free-lancer, exilado em Paris.

Mais uma do cascateiro:

"...consequente indicação como Porta-Voz do governo dos EUA, sob a presidência de Ronald Reagan."

Essa não tem nem parecida, mas garimpar uma que possa quase se igualar ao cascateiro:

– Me convidou para ir ao Rio de Janeiro conhecer as pessoas da organização e participar de uma missão. A viagem seria de carro. Imagina, eu, Alfredo Octávio, viajar de carro. Coisa mais pobre… Fui com Max e mais dois subversivos. Viagem horrorosa! Só paramos para abastecer. Apesar de ir no banco da frente, minhas pernas formigavam num prosaico Volkswagen.

– HAHAHA!!!

– Conheci uma figura carismática, com um rosto muito estranho. Era o capitão Carlos. E junto a ele estava Vanda. Notei que os olhos de Max brilharam quando cumprimentou a companheira Vanda.

– Era bonita a Vanda?

– Olha, te digo que Vanda era uma mulher muito feia. Mas uma personalidade poderosa. Apaixonante. O capitão me convidou para participar de uma ação. Participar, não, acompanhar e depois, “se tivermos sucesso”, comunicar à imprensa burguesa. Não me disseram do que se tratava.

– E...

– Fui no banco traseiro de um fino Aero-Willys Itamaraty. Seguíamos uma camionete. Não sabia direito por onde andávamos, mas tinha o palpite de que estávamos chegando no bairro de Santa Teresa. Vi inclusive um bondinho.

Paramos perto de um suntuoso portão, obviamente de um palacete. Todos saltaram, apressados, e me mandaram ficar dentro, com os vidros fechados. Não demorou muito e entrou no carro uma mulher com uma arma e granadas. Uiii! “Poderia me dizer o que estamos fazendo aqui?”, arrisquei. Ela: “Vamos roubar o cofre do doutor Rui”. E pediu silêncio. Que raio era esse doutor Rui? Rui Barbosa?

O cascateiro não tem limites!!

"...correspondente da Agência Reuters de Notícias para o Mercosul"

Alfredo é muito modesto perto do cascateiro:

"… Mas não posso deixar de te dizer que a grande entrevista que fiz com Ieda Maria Vargas foi reproduzida em todo o mundo. Sabe o diferencial? Fiz um box com uma entrevista com o ator Peter Sellers. É interessante: ele havia combinado com outros jurados que a dinamarquesa iria vencer, por ser linda e, especialmente, por ser loira. Mas aí quando ele viu a Ieda, enlouqueceu com sua beleza, deu nota máxima para a brasileira e tirou pontos da dinamarquesa. Foi Peter Sellers quem elegeu Ieda Maria Vargas – na verdade, é isso. Poucos sabem disso.

O cascateiro é insaciável:

Filiou-se à National American TV Producer Executives (Natpe), maior feira mundial de programas de TV, sediada nos EUA e à Miptv, maior feira europeia do setor. 

Se vivo estivesse, Alfredo Octávio sentir-se-ia um grão de areia:

"Pra te resumir, entrevistei  o líder Yasser Arafat, da Organização da Libertação da Palestina. Visitei os campos de refugiados, um horror, muita pobreza e promiscuidade. Pude concluir que os judeus transferiram o ódio pelos alemães aos palestinos. 

– E Arafat?

– Um gentleman! Finíssimo. Um inglês quase perfeito. Mas não gosto de me lembrar daquele tempo. Uma tristeza danada daquele povo libanês. Mas não quero mais falar disso. Só lembro que os generais, amigos de mamãe, não gostaram das minhas posições contra os judeus. Danem-se, aí descubro o Burundi."

Sim, senhores e senhoras, o cascateiro continua:

"...e, no início deste milênio, criou o primeiro portal de notícias na internet do RS..."; "... não mais abandonou a grande rede mundial, especialmente as redes sociais, com as quais opera desde 2002, momento em que iniciou a produção de podcasts via Rádio"

Tento uma reação do AO:

Numa tarde ensolarada fui novamente à mansão da mãe do Alfredo Octávio. Uma empregada abriu a porta e me conduziu ao segundo andar – jamais tinha subido aqueles degraus. Várias portas fechadas. Num dos corredores, uma nova escada, poucos degraus, e chegamos ao que hoje se chamaria de “laje” – mas, claro, em se tratando de gente rica, o nome é outro. AO me disse que aquele espaço chamava-se “solário”.

Não me contive:

– Gostei dos teus trajes na laje!

Imagine: Alfredo Octávio é muito magro. Muito. Não tem a mínima barriga e a sua quantidade de gordura no corpo deve ser zero ou quase zero. Estava com uma sunga de croché, verde musgo.

– Ganhei esta sunga do Fernando, lembra do sucesso que ele fez com uma semelhante?

O cascateiro não tem limites:

Ao celebrar meio século de vida em Roma, teve de abandonar o turismo pois, no dia seguinte ao aniversário, aconteceu o terremoto que devastou a cidade de L’Aquila. Foi o único repórter sul-americano correspondente a publicar notícias do local.

Se Alfredinho fosse vivo já teria uma síncope:

– Te interessa saber da minha aventura no Vietnã?

– Vietnã? Claro!!

– Já  te contei que em 1968 estava em Paris, acompanhando a efervescência política e social que estava mudando o primeiro mundo. Aí um amigo da France Press me disse que um amigo comum estava me procurando, o Zé. Tremendo repórter, um pouco mais velho do que eu. O francês me passou o telefone dele e no dia seguinte liguei.

– Nem imagino.

– Estava me convidando para ir ao Vietnã, se eu estava disposto, porque ele faria reportagens para uma revista muito famosa na época, Realidade. Claro que não pensei duas vezes. Foi um sacrifício entrar no país, via States, em função da própria guerra. O encontrei quatro dias depois. No outro dia, uma tragédia: eu estava a alguns metros do pessoal que estava com ele. Aí a tragédia: ele pisou numa mina terrestre e se salvou com a ajuda dos santos! Mas perdeu a perna. Uma lástima! Acredite que vários estilhaços marcaram o meu rosto. Fiquei com as cicatrizes por vários meses. Dei até entrevistas sobre essa minha ida ao Vietnã.

– Não tinha o que fazer, né?

– Infelizmente, não. Só me restou voltar a Paris, via States.


PRA ENCERRAR:

Alfredo Octávio é um personagem de um livro de ficção.

O autor do dito currículo é um personagem de uma peça de ficção.

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