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- VIRAMOS CHACOTA MUNDIAL.
SÓ UM ENVIADO DOS DEUSES NOS SALVARÁ
"Vamos mostrar às outras nações que estamos dispostos a pagar qualquer preço, suportar qualquer peso, encarar qualquer dificuldade, apoiar qualquer amigo e enfrentar qualquer inimigo para garantir a sobrevivência e o sucesso da liberdade... Nunca negociaremos com medo, mas não teremos medo de negociar... "
John Fitzgerald Kennedy, um inserto do seu discurso de posse,
em 21 de janeiro de 1961, como 35º presidente dos Estados Unidos.
Completa nesta sexta-feira, 22 de novembro, exatos 61 anos do assassinato do 35º presidente dos Estados Unidos John Fitzgerald Kennedy, certamente o mais icônico entre todos os presidentes da Nação do Norte.
Tenho até hoje comigo uma revista Seleções do Reader’s Digest que narra o episódio sob o título de: quatro dias que abalaram o mundo.
Acho que, em todo o século XX, essa morte, por todas as circunstâncias envolvidas, foi o evento mais dramático, o que mais ressoou na imprensa mundial. Talvez a trágica morte da princesa Diana tenha chegado perto em termos de repercussão, pois ambos eram aquilo que hoje chamamos de ‘midiáticos’.
Kennedy era bonito, rico, inteligente, herói de guerra, nunca havia perdido uma só eleição, casado com uma mulher bonita, também rica, também inteligente... A princesa era muito próxima disso, talvez a questão da inteligência... bom, deixemos pra lá.
Nos três dias que antecederam o enterro, os Estados Unidos praticamente pararam. Tudo fechou: lojas, colégios, escritórios, cinemas, parques. Como isso pode ter acontecido, perguntavam as pessoas, pasmas, cabisbaixas a si mesmas.
Na Berlim Ocidental, a Berlim do triste muro, na qual Kennedy, então presidente, havia recentemente – 26 de junho – visitado e cometido a famosa frase ‘Ich bin ein Berliner’ (eu sou um berlinense) as pessoas manifestaram seu pesar colocando velas acesas nos beirais das janelas, às escuras.
Para mim, um gurizote de apenas 13 anos, foi extremamente impactante quando ouvi no velho rádio valvulado da nossa casa a música característica do Correspondente Renner e, em seguida, a voz do speaker Ênio Berwanger, num tom mais severo do que o cotidiano, diria até mesmo dramático, narrar: ‘atenção, atenção, aquui fala o correspondente Renner em edição extraordinária, atenção, atenção, segundo informações recém chegadas via teletipo da Associated Press o presidente norte-americano John Fitzgerald Kennedy acaba de ser assassinado em Dallas, Texas, atenção, atenção, vamos repetir, o presidente... ’
Por que, então, impactante a mim que tinha quase zero noção de política?
Explico: meu pai, um sindicalista presidente do sindicato dos trabalhadores na indústria de artefatos de borracha de São Leopoldo e região, tinha, quatro anos atrás, feito um curso sobre sindicalismo nos Estados Unidos, no contexto da Aliança para o Progresso, e havia trazido para mim e meus irmãos muito material sobre a sociedade americana, inclusive alguma coisa sobre o emergente senador Kennedy.
Morreu muito jovem.
Tinha somente 46 anos.
Kennedy foi o segundo filho do casal de descendência irlandesa Joseph e Rose Kennedy.
Nasceu em 29 de maio de 1917 em Brookline, Massachusetts.
Igual ao personagem Brás Cubas do romance ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’, do genial Machado de Assis, a ele ‘coube a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do seu rosto’: nasceu nababo, pois sua família era extremamente rica e poderosa. Cada filho nascido recebia um milhão de dólares do velho Joseph Kennedy para se preocupar apenas em vencer na vida, ser o melhor.
A um Kennedy, numa competição, cabia só a primeira colocação.
Mas nem sempre foi assim. O primeiro da dinastia (o bisavô do John) foi Patrick Kennedy, camponês irlandês que, em 1849, juntamente com um milhão de patrícios, migra para a América fugindo da terrível fome provocada pela crise da perda de toda a colheita de batatas do ano.
Foram mal recebidos, pois eram católicos, pobres e famintos em uma Boston de fanáticos protestantes endinheirados.
Patrick e seus descendentes lutaram muito para vencer, nada foi fácil. Mas venceram.
Daí, talvez, a idiossincrasia/arrogância do velho Joseph.
John era o segundo na hierarquia estabelecida por Joseph. Ao primeiro, Joseph Kennedy Jr., dois anos mais velho, estava destinado o bastão da herança política.
Mas John, mesmo com uma saúde frágil desde sua juventude, possuía uma enorme determinação que o faria superar seu irmão na corrida pelo pódio.
Com 23 anos lança um livro que se torna best-seller em seu país e manchete nas capas dos grandes jornais, ‘Por que a Inglaterra Dormia’.
Em 1942, com a ajuda do seu pai, já que havia sido rejeitado nos exames médicos, alista-se no exército e vai como marinheiro à guerra.
Em 1943, seu barco torpedeiro PT-109, em atividade no Pacífico, envolve-se num grave acidente no qual John, como oficial comandante, sobressai-se salvando a maioria dos tripulantes. Torna-se herói condecorado e novamente manchete em jornais.
Seu irmão, que buscava desesperadamente protagonismo, acabou morto numa missão aérea de alto risco, se não, suicida.
Agora era tudo com John Kennedy. Sua carreira (e ascensão) foi muito rápida. De deputado, passando por senador, até a presidência foram apenas 15 anos.
Com apenas 43 anos, em 21 de janeiro de 1961, torna-se o mais jovem presidente eleito dos Estados Unidos. (Theodore Roosevelt tinha apenas 42 anos quando assumiu a presidência, em 1901, mas não havia sido eleito para o cargo. Ele substituiu o presidente William McKinley assassinado no exercício do cargo.)
A morte do jovem e carismático presidente, como dito adrede, foi um dos eventos de maior repercussão do século XX. Das inúmeras dúvidas e controvérsias que envolveram (e ainda envolvem) sua vida, é em relação ao seu brutal assassinato que elas se multiplicam exponencialmente.
Há publicações nas modernas mídias eletrônicas que afirmam haver mais de 35 mil livros versando sobre a sua morte.
Como sempre fui um doidivanas seguidor de tudo que se relaciona a esse ícone do século XX, apresento abaixo ao discernimento do caro leitor minhas razões, resumidas, pelas quais concluo não ter havido um complô, mas sim um ato isolado de um fanático comunista anti-Kennedy, um sujeito extremamente inteligente e louco por notoriedade:
1) Lee Harvey Oswald, 24 anos à época, era um comunista de carteirinha, daquele tipo de maluco que saía a panfletar pelas ruas e que, de tão apaixonado pelo sistema, foi viver na antiga União Soviética, onde, inclusive, casou-se com uma moça operária local.
(um parêntese aqui para marcar um fato interessante, talvez hilário. Oswald era motivo de desconfiança dupla: dos americanos, por razões óbvias, mas também dos russos que temiam ser um agente infiltrado pela CIA para espionar por dentro locais de interesse dos inimigos americanos. Os russos colocaram inclusive fones, potentes, internamente nas paredes do apartamento do casal, para captar tudo que era falado. Há metros de fitas com gravações de gritinhos e urros dos conúbios sexuais entre o casal.)
Emocionalmente problemático, era um leitor voraz. Questionado se era cristão, se já tinha lido a Bíblia, afirmava de pronto que a única bíblia que lera fora ‘O Capital’ de Karl Marx;
2) O fuzil utilizado por Oswald – do qual negou ser dono –, apreendido pelos policiais, era exatamente igual ao que ele portava em fotos e que havia sido por ele recentemente comprado via correio com um nome falso, porém entregue na sua caixa-postal;
3) Oswald, na manhã do crime, tinha pego uma carona com um colega e havia consigo um pacote delgado e comprido. Alegou ao colega serem paus para uma cortina (era seu rifle);
4) Nos dois dias em que ficou em poder da polícia de Dallas, não houve a menor dúvida entre os policiais locais de que ele, e somente ele, tinha atirado no presidente. Tentaram de tudo para que confessasse as duas mortes: do presidente Kennedy e, em sequência, do policial que o havia abordado. Debochadamente negava tudo;
5) Havia em seu bolso um tíquete para ônibus até o México, onde ele tentaria, na embaixada cubana, conseguir autorização para migrar a Cuba. Já havia tentado antes, sem sucesso. Agora, com ‘seu feito’ creia que não lhe negariam;
6) Oswald teve dois dias para ligar para seus supostos ‘protetores’ – se o caso fosse de uma conspiração. Ligou para sua esposa e para uma mulher, sua amiga, para que esta conseguisse contato com um famoso advogado de uma entidade americana dos direitos humanos. Nada mais;
7) A hipótese de Jack Leon Ruby ter matado Oswald a mando do interesse de terceiros (Máfia, cubanos anti-Castro, cubanos pró-Castro, governo cubano, governo soviético, etc.) com o objetivo de apagar um arquivo, não tem a mínima procedência.
O feito de Ruby, dono de boate, foi absolutamente casual e randômico.
Ruby estava deitado em seu quarto assistindo TV quando, sem esperar, recebeu um telefonema de uma das suas strippers pedindo que lhe conseguisse 25 dólares, urgente.
Demorou ainda um pouco mais na cama, pegou dois mil dólares que tinha para depositar e colocou sua arma no bolso da calça.
O Banco Postal ficava bem em frente ao local onde Oswald aguardava para ser transferido da custódia municipal para a estadual.
Ruby depositou sua grana, separou os 25 para a stripper e saiu.
Viu todo um alvoroço no prédio da cadeia municipal, e foi entrando por uma porta lateral, cujo guarda havia saído justo um minuto antes para direcionar a camioneta que conduziria Oswald.
Ninguém o parou.
Chegou à sala das fotos, viu Oswald a um metro dele já se retirando, puxou o revólver, e disparou.
Simples assim. Mas, por quê?
Como não tinha respostas, disse: para provar que os judeus valem alguma coisa!
(Aqui um parênteses. Mandei este texto para um amigo escritor aí de Porto Alegre, o médico Paulo Fabris, dar uma olhada e criticada. Ele me retornou com algumas dicas e uma dúvida: por que (na real) o Ruby matou o Oswald?
A minha tese é simples: de dez americanos comuns colocados na mesma situação do dono de boate, cinco fariam a mesma coisa, puxariam o revólver e matariam o Oswald.
Importante: a transferência estava programada para as 10h; atrasou pelas fotos solicitadas pela imprensa. Ruby se liberou pouco antes das 11h dos depósitos feitos. Se tivesse uma clara intenção de matar, tinha de ter alcançado o prédio antes das 10h. Isto é fato. O resto ‘now belongs to the eges’ e aos apologistas de teses conspiratórias, que, como sempre, são muitos (inclusive diretores de cinema famosos!);
8) Houve a mais abrangente, a mais prestigiada, a mais vigiada CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito – que uma nação civilizada já cometeu, a famosa Comissão Warren, um trambolho com mais de 8.000 páginas, um ano de trabalho, e que reuniu deputados e senadores sob a liderança do presidente da Suprema Corte, o Juiz Earl Warren, que afirmou (no relatório) ser um ato isolado do insano Lee Oswald.
Esse Juiz tinha o poder de inquirir quem bem entendesse.
Nada, absolutamente nada escapou à lupa do Juiz Warren e dos parlamentares.
Nada de conspiração da máfia, nada da Indústria armamentista, nada dos cubanos pró-Fidel, nada dos cubanos anti-Fidel, nada, nada e nada!
Nada se achou, pois nada havia além do ato solo de um insano!
*joão paulo da fontoura é escritor e historiador diletante, membro da ALIVAT – Academia Literária do Vale do Taquari, titular da cadeira nº 26.
Tá muito parecido esse assassinato do Kennedy, com a ação do louco ADELIO, aqui no Bostil.
ResponderExcluirMas olha só o linguajar empregado, aí depois essa gente se auto intitula "patriota"...
ExcluirSão muitas semelhanças mesmo.
ExcluirBoa tarde. Muito bom relembrar o passai. Assim sendo, podemos entender melhor e planejar o futuro e numa visão política. E aí, pode transcrever este texto em inglês e enviar para divulgação na na terra do tio Sã? Boa tarde
ResponderExcluirMais uma vez, a narrativa, que se mostrou bombástica quando de seu lançamento, a cada dia vai demonstrando sua fragilidade à luz dos acontecimentos.
ResponderExcluirÉ comum o bandido, a cada depoimento, mudar sua versão. Mas agora temos a PF fazendo isso. Que tal?
ResponderExcluirNenhuma linha sobre a teoria da bala mágica no assassinato?
ResponderExcluirRespeitosamente, essas teorias
Excluirsão meros produtos de explicações mágicas para fatos simples. A bala mágica é uma clara fantasia de um cineasta em busca de bilheteria. Sua teoria é muito fraca, não se sustenta minimamente a argumento cientificos nem tão sofisticados.. Balas não fazem curvas . Abraços.
"Não fazem curvas", mas ricocheteiam e fazem ângulos. E a bala mágica está na história, logo deveria estar no texto.
ExcluirMuito bom mais uma vez, João Paulo! Penso que me convenceu sobre o assassinato de Lee Oswald. Não faz muito um garoto atentou contra Trump, aparentemente sem motivação política. Os americanos têm certa atração por armas, que nem Freud explicaria.
ResponderExcluirSem motivação política? Misericórdia.
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