MAIS UM ESFALFANTE PÉRIPLO
POR TERRAS SERRANAS NO RS!!
Foi no sábado, dia 8.
Durante todo o dia.
Fomos a Domno Brasil, vinícola e importadora, em Garibaldi.
Chegamos lá por volta das 10 horas.
De cara, olha a recepção:
Tipo café da manhã!!
Fiquei perplexo!!
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Um pouco de história.
Sabe onde está localizada a Domno Brasil?
Na RSC 470, Km 224, onde, numa área de 60 mil metros quadrados, foi instalada, nos anos 90, a Allied Domecq Brasil Indústria e Comércio Ltda. São 10 mil metros quadrados de área construída - prédios de altíssimo nível, que em nada lembram uma tradicional vinícola. A multinacional Allied Domecq veio correndo se instalar em Garibaldi, em função das grandes barbadinhas que recebeu - incentivos e mais incentivos.
Me contaram que tinham estocados 10 mil barris do conhaque Domecq.
Vocês não imaginam o que são os prédios, o cuidado com a decoração, tudo com calefação, e até luminárias nos depósitos. Uma loucura e acredito que deveriam oferecer uma visita guiada a turistas.
Antes, digo que a Domecq, além do famoso conhaque, importava e produzia, por exemplo, Jim Beam, Teacher's, Fundador, Gilbey's.
Pra resumir: Chegaram a Garibaldi no final dos anos 90 e poucos anos depois foram embora do RS. Motivo? O fim dos tais incentivos.
Mais uma historinha:
Em 2005, o grupo francês Pernod Ricard, na época a terceira maior produtora de vinhos e bebidas alcoólicas, comprou a britânico Allied Domecq, então número dois mundial.
Por sua vez a Allied Domecq tinha sido criada em 1994 com a fusão da Allied-Lyons com o espanhol Pedro Domecq . Valor da transação? 10,7 bilhões de dólares.
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Aí em 2007 a Família Valduga comprou o complexo.
Jones Valduga, da terceira geração Valduga, começou a tocar a Domno Brasil. É o diretor-administrativo - filho de João Valduga, um dos três sócios da Casa Valduga.
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| O Jones |
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Depois da recepção, começou a árdua labuta, comandada pelo enólogo Lucas Sartori.
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| O Lucas |
Uma missão hercúlea!!
O responsável por todo esse sacrifício que tivemos que passar foi este aí embaixo, Orestes de Andrade Jr, da .DOC. Aliás, o Orestes está organizando uma confraria de apreciadores de vinho (e acredito que seja também de espumantes). Sugeri dois nomes a ele: Felipe Vieira e Gilberto Simões Pires.
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| O Orestes |
Um por um, todos que foram sacrificados:
(se fala PUNTO NERO)
.NERO ROSE BRUT - A que foi servida na recepção. Espetacular!! Não tenho outro palavra. Custa apenas 29 reais em lojas especializadas e nas lojas top do Walmart. Apenas 12% de álcool e com 60% de Chardonnay e o restante de Pinot Noir. Deixe o preconceito de lado - "espumante rose é coisa de pessoas delicadas" - e encare!! Gelada, na praia, deve ser de tomar ajoelhado!!
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.NERO BRUT 750ml e 187mn - O mais premiado espumante da Domno. É um "creme" Chardonnay (60%), Pinot Noir (30%) e Riesling (10%). R$ 29 nas lojas. Vale. E muito.
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.NERO EXTRA BRUT - Boa desculpa para diabéticos encararem - apenas 5 g/l. Chardonnay (70%) com Pinot Noir. Segundo o Sartori, o enólogo, tem "aroma delicado com notas de frutas tropicais maduras, pão e chocolate". Pra mim, cheirinho de frutas. Excelente!!
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ALTO VALE ROSE SUAVE - É tipo Moscatel, o único do Brasil. Com as variedades Chardonnay, Riesling e Merlot. Deve ser difícil de dar tonturinha, porque tem pouco álcool, 10%, mas tem açúcares totais em glicose de 63 g/l. Palpite: deve ser ótima depois de uma ressaca.
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Depois da visita à produção dos espumantes, passamos aos vinhos importados.
Vale destacar que os vinhos chilenos são os mais baratos do mundo.
YALI EDIÇÃO LIMITADA CARMÈNÉRE - Chileno, da Viña Ventisquero. Carmènére (85%) e Syrah. 14% de álcool. Legal. Custa 76 reais.
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VISTALBA CORTE B - É da Bodega Vistalba, de Mendoza, Argentina. Com as variedades Malbec, Cabernet Sauvignon e Bonarda. 15,2% de álcool. Nada de implicância minha, mas não sou muito chegado nos vinhos argentinos. Gosto, apenas, Esse, por exemplo, tem uma tanino a mil. Como diz o Sartori, "com taninos firmes e final persistente".
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QUINTA SÃO JOÃO BATISTA RESERVA SYRAH - Uma joia da Caves Velhas, do Tejo, Portugal. Produção baixa. A Domno receber apenas 600 garrafas. 100% de Syrah. Tanino legal. Não se encontra por menos de 94 reais.
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CHÂTEAU CAPET GUILLIER - GRAN CRU - Me apaixonei!! Da Antoine Moueix, de Bordeaux, França. Merlot (80%) com Cabernet Sauvignon. Uma palavra: DELICIOSO!! Pena que não é pro meu bico: 220 reais nas lojas.
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Bom, o pessoal da Domno tem muito bom senso. Por isso, nos levaram para um almoço na Casa Madeira, também da Família Valduga. Em Bento Gonçalves, mas é ao lado de Garibaldi, onde estávamos.
Para quem gostava, as carnes eram codorna e frango. Me disseram que estavam magníficas. Não sei, porque só encaro aves vivas.
Fui, como das outras vezes que lá estive, de um maravilhoso nhoque de batata doce com molho de tomate. Uau!! Dos deuses. Depois um talharim ao molho pesto. Também provei uma polenta mole com um molho que não decifrei, mas estava ótima.
No almoço:
YALI WETLAND SAUVIGNON BLANC - Antes, com a entrada. Da Viña Ventisquero, do Vale de Lolol, Chile. Tem 12,5% de álcool e é uma delícia - 100% de Sauvignon Blanc. Um detalhe: não tem rolha, é aquela tampa de rosca, tipo uísque (tem um nome, mas não me lembro e nem fui no Google pra me fazer de entendido). O preço, pela qualidade,é uma barbada:27 reais.
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Na refeição, duas joias:
ANTOINE MOUEIX BORDEAUX ROUGE - Esses franceses me liquidam!! Uma maravilha, esta joia produzida por Antoine Moueix, de Bordeaux. Perfeito. R$ 73.
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TOMERO MALBEC - É da Bodega Vistalba, do Valle de Uco, Mendonza, Argentina. Nada de implicância com os argentinos, mas depois de beber o anterior, não tem comparação. 40 reais.
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Na sobremesa:
THASOS - MOSCATEL DE SETÚBAL DOC - Da Caves Velhas, de Setúbal, DOC, Portugal. Moscatel puro. Muito legal. 17% de álcool.
O que é DOC?
DOC é a denominação de origem controlada, sistema de denominação utilizado para certificar vinhos, queijos, manteigas e outros produtos portugueses. São produzidos em regiões geograficamente delimitadas, que cumprem um conjunto de regras.
Foi estabelecido este sistema após a entrada de Portugal na Comunidade Europeia.
O DOC é o equivalente ao francês Appellation d'origine contrôlée - (AOC), do italiano Denominazione di origine controllata - (DOC), e do espanhol Denominación de Origen - (DO).
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| Compras, na Casa Madeira. Geleias, iguarias, sucos e, claro, vinhos |
Partimos para a terceira etapa.
Degustação no Vivatto Parque, também no Vale dos Vinhedos, e outro empreendimento dos Valduga.
É uma chocolateria, cefeteria e sorveteria, junto a um centro de compras. Um parque muito bonito. Fica na Via Trento.
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| O Vivatto |
FRONTAURA VERDEJO - RUEDA - Um bom vinho, "diferente". Do Sitio de la Erilla, Rueda, Espanha. Com 100% de Verdejo. R$ 140.
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Olha o que é o rótulo!!
Aliás, todos os rótulos dos importados são muito bonitos. E o Sartoni diz que as embalagens também são feitas com muito esmero.
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FRONTAURA RESERVA - TORO - Da Frontaura, na Viñas Viejas de Toro, Espanha. Não é a minha praia, mas foi muito elogiado pelos que entendem de verdade. R$ 190.
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| O terceiro sacrifício |
O que é isso?
Denominação de Origem Controlada e Garantida - só é possível cultivar uvas tintas. Para ter o selo da Denominação é necessário que os vinhos tenham pelo menos 80% da uva Sangiovese.
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LE CORTI - CHIANTI CLÁSSICO DOCG - Da Príncipe Corsini, da Toscana Itália. O Orestes de Andrade Jr. queria o meu fígado quando disse que não gostei. "Esse é uma maravilha!!", bradou ele. Tem uvas, claro, Sangiovese, Colorino e Canaiolo. 100 reais na praça.
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DOM TOMMASO - CHIANTI CLÁSSICO DOCG - Quando fui provar o Orestes estava me olhando.
- E aí, o que tu achou?
- Bah, não é daqueles que gosto.
O cara ameaçou se levantar para me dar uma porrada.
É da Príncipe Corsini, também da Toscana. Sangiovese e Merlot. Custa 240 reais.
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BAROLO MONVIGLIERO DOCG - Simplesmente ESPETACULAR!! Da Pietro Rinaldi, do Piemonte, Itália. Para fechar o dia com chave de ouro. A joia é maturado em barricas de carvalho fracês por 22 meses e em cave por mais 8 meses. Sensacional, mas também não é pro meu bico: 256 reais.
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Foi um dia muito legal. Gentilíssimo o pessoal da Domno Brasil, bem como os que nos atenderam no restaurante da Casa Madeira e no Vivatto Parque. E o pessoal que foi ao sacrifício é sensacional.
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| Os bravos!! |
Ah, sim, no final ainda tivemos um show de mágica, com o Fabian Muñoz,
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Todos que estavam no tour entendem, pouco ou bastante, de vinhos e espumantes.
Essa jornalista, aí embaixo, é como eu: gosta ou não gosta. E ponto.
Ela mesmo, a colunista de O Sul, Denise Nunes. Fazia tempo que não via a queridona!! Conversamos bastante!!
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Agora, a impressão que tenho é que estes três entendem legal do assunto:
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| Marçal Alves Leite, da Economia da Zero Hora. Conhece vinícolas pelo mundo |
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| Giuliano Mendes sabe muito!! |
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| Além de consumidor , Marcos Graciani entende muito do assunto. É da revista Amanhã |
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Passei o domingo me recuperando!!
Que venham outros sacrifícios!!
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(Entenderam o motivo por não ter ido a inauguração da Arena do Grêmio? Sem condições físicas!!)
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