A POLÍTICA DO
ANTI-NATIONAL KID SE ESPRAIA!!
Publiquei em Sexta, 30 de novembro de 2012 o texto GLADIR AZAMBUJA, DE CAXIAS DO SUL,
LARGOU O JOGO!!
Um texto trsite, de um cara que gosta muito de trabalhar em rádio, mas que cansou.
Aí recebo um texto do Paulo McCoy Lava, jornalista de Automobilismo, que merece uma reflexão:
Somente no sábado consegui me organizar para ler com calma seu blog. Diversos assuntos relevantes. Um chamou-me atenção. Evidente, refiro-me ao que foi escrito pelo amigo Gladir. Aliás, tive que ler e reler para tentar assimilar. Mas, claro... não aceito o que aconteceu com ele.
Tudo indica, estamos mesmo vivendo a era dos ‘corta-cabeças’.
Os executivos de hoje dedilham freneticamente seus ‘iPhones’ e ‘Blackberries’, malham forte na academia, fazem ‘spinning’ três vezes por semana e estão fazendo curso de Mandarim. Absolutamente nada contra tudo isso, mas é uma tendência. Acabou o ‘tete a tete’, os colegas de longa data, de faculdade, hoje eles são recrutados por ‘headhunters’ e 'vendidos' aos RH das empresas, que 'compram' seus certificados de pós, latu senso, strictu senso e especialização no exterior.
Também nada contra tudo isso.
Quando sentam à cadeira, começam a cortar custos, espremer fornecedores, constranger antigos parceiros da empresa, trocá-los por novos, mais antenados e baratos. Cortam o cafezinho, demitem e obrigam os remanescentes a dar resultado em cima de resultado. No final do ano exibem orgulhosos os gráficos: "Economizamos 7% no cafezinho, 3% no papel higiênico, 12% em passagens aéreas, 20% em brindes de Natal e agora nosso porteiro foi substituído por uma câmera 3D interativa viva-voz. E na semana seguinte ele está na capa da Exame como Empresário do Ano.
Só que o pessoal esquece do lado humano, esquecem que um grupo de comunição (rádio, jornal, TV, revista e blog – porque não?) não é uma tabela de preços, mas sim, um grupo de pessoas que entende do assunto; sabe o que o bom e ruim.
Eles (os tais executivos) conseguem espremer o preço de um anúncio, mas esquecem que em dificuldades, a empresa baixa a tiragem (ou cancela programa de rádio/TV), redimensiona a distribuição, demite também. É um efeito cascata. E se os corta cabeças pensam que só de internet e tablets a mídia vai depender, enganam-se redondamente.
PRODUÇÃO DE CONTEÚDO é algo SERIO. Sem profissionais de renomado currículo e competência – como o sempre amigo Gladir e tantos outros que foram demitidos neste complicado 2012... –, as 'medias' não terão como sobreviver: quem irá ‘consumir’ notícias, se elas não forem produzidos por pessoas especializadas?
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REPUBLICO O TEXTO
DO GLADIR AZAMBUJA
Estou lhe escrevendo para informar minha saída da rádio Caxias. Na verdade, minha saída "do" rádio. Acontece que nesses 20 anos de profissão, constatei que o marcado está cada vez mais enfraquecido, com salários achatados e pouca valorização dos profissionais. Com exceção de não mais que uma dezena de tops da Gaúcha (especialmente essa), Guaíba e Band, o resto navega num mar de mediocridade que é de dar dó! E acabamos mentindo para nós mesmos com velhas frases de que "o rádio é uma cachaça", ou que "a vida de radialista e jornalista é assim mesmo", entre outros subterfúgios que aceitamos, especialmente como uma espécie de imunização que evita a dor da verdade. Acontece que já há algum tempo essa história me incomoda.
Sei que os profissionais dessas áreas de comunicação precisam estar cientes de que a execução de suas tarefas acontecem nos horários e dias que fogem ao mercado comum, onde não são contemplados fins-de-semana, feriados e etc. Porém, a mesma conscientização teria que trafegar nos andares de cima, por onde transitam os gestores. Mas não; ao contrário, só pensam em contenção de despesas, acúmulos de funções e outras saídas que resultam na desvalorização moral e financeira dos profissionais. Sem contar no enxotamento dos mais velhos, simplesmente aniquilados do mercado em detrimento da utilização de estagiários e recém formados, que na imensa maioria chegam às redações sem saber escrever. Enfim, seja em rádio, jornal, TV ou qualquer outro meio, passamos por uma séria crise na área de comunicação e que está fazendo ruir os pilares de sustentação de uma categoria que tem enorme responsabilidade na composição da sociedade.
Voltando à minha situação, quero te dizer que analisei todos esses pontos e cheguei à conclusão de que a mudança só aconteceria se fosse feita por mim mesmo. Dessa maneira, encerro uma trajetória de duas décadas, metade desse período vivido aqui em Caxias do Sul, onde tive a oportunidade de crescer e presenciar experiências únicas. Porém, agora já não enxergo mais um horizonte de crescimento. Vou empreender em novas áreas e buscar uma sustentação financeira que realmente me ofereça a possibilidade de um futuro mais tranquilo. Quero, então, agradecer pela parceria e respeito que sempre recebi de sua pessoa e deixar claro que sigo admirando seu trabalho.
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