FIERGS OTIMISTA!!
Enquanto o PIB gaúcho deve encerrar 2012 negativo e o brasileiro com a segunda menor taxa de crescimento em 13 anos, as projeções para as economias do Estado e do Brasil em 2013 são positivas. Esses cenários e as repercussões foram avaliados pelo presidente da FIERGS, Heitor José Müller, nesta segunda, dia 10, durante a apresentação do Balanço 2012 e Perspectivas 2013 da Economia.
“Temos algumas sinalizações bastante favoráveis, como a manutenção da taxa básica de juros, as reservas cambiais do País, a incorporação da competitividade no discurso do governo federal, a renovação do Programa de Sustentação do Investimento e o fim da guerra dos portos a partir de janeiro de 2013”, enumerou Müller, como fatores que projetam um crescimento maior para o País no próximo ano.
Além disso, a unificação das alíquotas interestaduais de ICMS, a esperada redução do custo de energia e as concessões para o setor privado na área de infraestrutura, em especial para o transporte de cargas, foram apontadas pelo presidente da FIERGS como outros motivos para se esperar um resultado melhor em 2013.
Para o ano que vem, são traçados três cenários.
Em todos eles, a expansão estimada para o PIB do País será maior do que o observado em 2012. No quadro mais provável (PIB de 3,3%), espera-se que o avanço mundial seja moderado e puxado pelos emergentes e que a economia brasileira se expanda levemente acima da média recente. É provável que a inflação permaneça acima do centro da meta, entretanto, não haverá movimentos de alta nos juros até o final do ano. Conta-se igualmente com a hipótese de que a taxa de câmbio se mantenha no atual patamar. A China faz protecionismo econômico através do câmbio, isso a OMC permite, mas se o governo brasileiro cria algumas salvaguardas, somos chamados de protecionistas, comentou Müller.
De acordo com o presidente da FIERGS, nos últimos anos os acontecimentos da economia internacional e seus impactos no Brasil estiveram no centro das atenções. Entretanto, o que se observou durante 2012 e os desafios que se impõem para 2013 estão relacionados, principalmente, a questões de economia interna. A baixa produtividade, a incapacidade de destravar a realização dos investimentos, bem como de tornar efetivas as políticas de estímulo ao setor produtivo são questões da microeconomia brasileira que têm pesado mais para o baixo crescimento do que os fatos na economia mundial, comentou Müller, durante a entrevista coletiva.
Segundo dados da Unidade de Estudos Econômicos da FIERGS, fatores internos e externos determinaram esta recessão no Rio Grande do Sul em 2012. Internamente, a queda em 8 milhões de toneladas na produção de grãos na safra 2011/2012 provocada pela estiagem foi a principal causa. Externamente, se destacaram as crises do mercado em outros países e as variações da taxa de câmbio, que contribuíram decisivamente para que a economia a indústria gaúcha passasse o ano no vermelho.
A economia do Rio Grande do Sul, porém, depois do resultado bastante abaixo do esperado em 2012, deve ter um avanço forte no próximo ano, com um PIB estimado em 5,1%. A simples normalização da situação na agricultura, após a estiagem, será suficiente para determinar essa tendência em 2013. Contudo, espera-se igualmente que os demais setores contribuam para um resultado favorável. O Estado crescerá acima do Brasil também devido à base estatística de comparação bastante baixa. A previsão para o PIB da agropecuária é de 28% e o da indústria e dos serviços, de 2,7%.
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Os fatores que levaram à estagnação da economia brasileira no ano passado são uma combinação de baixa competitividade, crise internacional, redução do nível de investimento e maior endividamento das famílias, afirmou o presidente da FIERGS, Heitor José Müller. Já a estiagem que atingiu o Rio Grande do Sul fez com que o cenário se agravasse e ficasse pior em comparação com o do País. O avanço do Produto Interno do Bruto (PIB) do Brasil deverá ser de 0,9% em 2012 e o do Estado, -2,3%.
Apesar da desaceleração econômica, os dados do mercado de trabalho evidenciam a menor taxa de desemprego da história do Brasil, 5,7% na média entre janeiro e outubro. Ao longo do ano, menos empregos foram gerados e, ao mesmo tempo, observou-se uma retração acentuada na taxa de desemprego. A menor expansão da oferta de mão de obra tem possibilitado que o desemprego siga caindo, independentemente do grau de aquecimento da economia. Esse movimento pressiona aumentos de salários superiores à taxa de inflação e acende uma luz amarela quanto ao potencial de crescimento futuro.
Para o setor industrial o ano foi negativo.
O resultado do PIB do primeiro semestre trouxe um fato que pode ser bastante preocupante: a indústria de transformação teve a menor participação no PIB brasileiro na história recente. Esse segmento representou 12,5% do PIB no segundo trimestre de 2012, sendo que no mesmo período de 1995, início da série histórica, essa participação era de 20,7%. No Rio Grande do Sul, a baixa oferta de produtos agrícolas, juntamente com elevados custos da mão de obra, diminuiu a capacidade de competir da indústria, e contribuiu para a queda do PIB do setor (-1,7%). Além, disso a crise mundial afetou mais o Estado, uma vez que a economia gaúcha é mais aberta do que a nacional.
Tanto a queda na participação da indústria quanto o menor nível de investimentos, destacou Müller, revelam que a economia brasileira não está se preparando para ser mais competitiva no longo prazo. As políticas governamentais não tiveram tempo suficiente ainda para os resultados de suas implementações.
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