Segunda, 1º de julho de 2013

PREJUÍZOS EM PASSEATA

Glauco Fonseca

Sejamos francos, esse pessoal do MPL (Passe Livre) só deu dor de cabeça. Com exceção da PEC 37, só o que deu foi cacaca. O que é ainda pior é a tendência de dar ainda mais errado, se levarmos em conta que, sendo plebiscito, sendo referendo, vai custar uma fortuna, será feito de afogadilho, com muita grana rolando ainda mais por debaixo dos panos. Reforma política? Alguém realmente acredita que ficará melhor do que está? E alguém acha que o PT permitirá uma reforma que não seja exatamente como querem Lula e José Dirceu?

Ah, como eu gostaria de passar uma régua e mandar a conta para a Mayara Vivian e seus velhinhos transviados. Passagem do ônibus baixou, mas alguém vai pagar a conta – e não serão “as elites conservadoras”. Elite conservadora é dona de ônibus e não anda nele. Aí tem os custos de balas de borracha, bombas de gás – tudo caríssimo – sem falar das horas extras, dos adicionais noturnos, periculosidade, etc., da turma das polícias país afora. Depois tem que contabilizar a infeliz volta da inflação, as sandices como o passe livre para todos os estudantes, ideia genial de um alvos, Renan Calheiros, e o passe livre do nosso gastador número um, Tarso Genro.

Mas não é só isso. Tem os prejuízos da Copa das Confederações, dos bares, lojas e restaurantes, os custos das depredações e vandalismos, o rombo das contas futuras com o turismo. Fora isto tudo, tem os dias parados, as horas em que o comércio e as repartições deixaram de trabalhar, os ônibus destruídos, as lixeiras incineradas, tudo a favor de uma redução de alguns centavos na passagem de ônibus e muitas promessas de pré-sal.

Sejamos francos, que fria em que nós entramos! Que mico! Foram alguns dias de efervescência que, tal qual um Alka Seltzer, ficou só na água salgada. Só houve perdedores, por enquanto. Se houver um grand prix nesta corrida, será um vale transporte a mais no fim do mês para o povo massacrado e pacífico deste nosso sofrido país. Perderam os vandalizados, os policiais – ora vítimas, ora algozes -, os manifestantes pacíficos e os nem tanto, perdeu a mídia e, dentro dela, diversos jornalistas fanatizados e hipnotizados pela chance de dar palpite sobre palpite. Todo mundo perdeu. Vencedores? Donos de vidraçarias, fornecedores da BM, serralheiros e o dono do Facebook.

De resto, vai continuar tudo como estava, só que agora para pior, com porteiras escancaradas para oportunistas, malandros e vândalos de todas as estirpes, sejam eles políticos rasteiros, sejam eles bandidos comuns de rua. Agora, quando surgir uma onda de manifestação, pessoas vão se armar, fechar suas portas, tirar seus bens de perto da bandalheira. Vai surgir uma passeata contra as passeatas. Mensaleiros? Continuarão soltos. Inflação? Em franca expansão. Segurança? Ah, isso é coisa de burguês.

Povo na rua muda tudo mesmo. Para melhor e para pior. Nestes casos recentes, qual a sua opinião? Comente clicando aí embaixo. Agora, só não me fale em Fernando Henrique e na Yeda senão eu ataco de Olívio e de Lulamary Noronha.

3 comentários:

  1. NO INÍCIO ERA PELOS R$ 0,20, SIM

    Um dos motes, se não me equivoco, para pleitear a diminuição do preço das passagens, é o trabalhador, que se utiliza de ônibus todos os dias para ir até seu local de trabalho. Eles utilizam o vale-transporte? Como funciona o vale-transporte? O Vale-Transporte será custeado: pelo beneficiário, na parcela equivalente a 6% (seis por cento) de seu salário básico ou vencimento, excluídos quaisquer adicionais ou vantagens; pelo empregador, no que exceder à parcela referida no item anterior.

    No caso do uso do vale transporte, um exemplo simples com apenas uma ida e uma volta, exemplificando com Porto Alegre:
    Trabalhador com salário básico de R$ 1.000,00
    6% = R$ 60,00
    Passagem a R$ 3,05 x 2, ida e volta = R$ 6,10
    R$ 6,10 x 22 dias = R$ 134,20 – R$ 60,00 (vale transporte do empregado) = R$ 74,20 pagos pelo empregador.
    Coma passagem a R$ 2,85
    R$ 2,85 x 2 (ida e volta) = R$ 5,70
    R$ 5,70 x 22 dias = R$ 125,40 – 60,00 (o mesmo vale transporte do exemplo anterior, do empregado) = R$ 65,40 pagos pela empresa.
    A empresa teve um ganho de R$ 8,80 com a diminuição da passagem.

    Se o salário do trabalhador fosse R$ 2.000,00:
    Passagem a R$ 3,05 = R$ 134,20, menos os 6% de R$ 2.000,00 (R$ 120,00) = R$ 14,20 pagos pela empresa.
    Passagem a R$ 2,85 = R$ 125,40, menos 6% de R$ 2.000,00 (R$ 120,00) = R$ 5,40 pagos pela empresa.
    Neste exemplo também a empresa ganhou R$ 8,80.
    Aí o vereador Pedro “Ruelas”, que junto com a vereadora Fernanda “Mexilhona” compartilhou no face um texto em que cita duas possibilidades de preço de passagem, ainda menores: R$ 2,67 e R$ 2,58.
    Vamos ao vale transporte:
    1. Passagem a R$ 2,67: salário de R$ 1.000,00, sendo que os 6% representam R$ 60,00. Duas passagens por dia, ida e volta, multiplicado por 22 dias de trabalho = R$ 117,48. Deduzindo os R$ 60,00, a parcela do empregado, a empresa pagaria R$ 57,48. Como podemos verificar o trabalhador não teve ganho algum. Já a empresa...
    2. Passagem a R$ 2,58: salário de R$ 1.000,00, sendo que os 6% representam R$ 60,00. Duas passagens por dia, ida e volta, multiplicado por 22 dias de trabalho = R$ 113,52. Deduzindo os R$ 60,00, a parcela do empregado, a empresa pagaria R$ 53,52. Aqui também verificamos que o trabalhador não teve ganho algum. A empresa sim.

    Num salário de R$ 1.500,00, 6% = R$ 90,00:
    1. R$ 117,48 – R$ 90,00 do empregado = R$ 27,48 da empresa
    2. R$ 113,52 – R$ 90,00 do empregado = R$ 23,52 da empresa
    Num salário de R$ 1.600,00, 6% = R$ 96,00
    1. R$ 117,48 – R$ 96,00 do empregado = R$ 21,48 da empresa
    2. R$ 113,52 – R$ 96,00 do empregado = R$ 17,52 da empresa
    Num salário de R$ 1.700,00, 6% = R$ 102,00:
    1. R$ 117,48 – R$ 102,00 do empregado = R$ 15,48 da empresa
    2. R$ 113,52 – R$ 102,00 do empregado = R$ 11,52 da empresa
    Num salário de R$ 1.8000, 6% = R$ 108,00:
    1. R$ 117,48 – R$ 108,00 do empregado = R$ 9,48 da empresa
    2. R$ 113,52 – R$ 108,00 do empregado = R$ 5,52 da empresa
    Num salário de R$ 1.900,00, 6% = R$ 114,00:
    1. R$ 117,48 – R$ 114,00 do empregado = R$ 3,48 da empresa
    2. R$ 113,52 – R$ 114,00 = a empresa não pagaria nada, pois o valor estaria abaixo dos 6% mínimos do empregado, e este pagaria apenas os R$ 113,52, tendo um ganho de R$ 0,48.

    Já em relação a um salário de R$ 2.000,00, onde os 6% correspondem a R$ 120,00, nos exemplos 1 e 2 as empresas não pagariam nada. Neste caso o empregado teria um ganho de R$ 2,52 e R$ 6,48, ao mês, respectivamente.

    Ou me equivoco?

    Verificando as estatísticas de admissões e demissões em Porto Alegre, de janeiro a maio, no site do Ministério do Trabalho e Emprego, no que se refere ao salário médio, estes ficam, na sua maioria, entre pouco mais de R$ 600,00 até pouco menos de R$ 2.000,00

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  2. +++ Caro Sérgio: Parabéns pelos belos números apresentados. O senão dos mesmos é o fato de apenas uma parcela da população usufruir o tal Vale-transporte. As pequenas e microempresas, em regra, não o pagam, pois só buscam funcionários próximos, não usuários de transporte coletivo.
    Aqui na minha Taquari, os continuados reajustes acima da inflação anual, acumulados ao longo dos últimos 10 anos, gerou uma tarifa tão alevada que ficou mais em conta o uso do transporte solitário, para quem pode. À imensa maioria, tragédia maior, ficou proibido viajar, por absoluta falta de grana.
    Por fim, o concessionário local, em conluio com o DAER, eliminou a linha por absoluta falta de usuário, ou seja: hoje, quem necessitar ir de Taquari a São Leopoldo de ônibus, que vá baldeando via Montenegro, ou até Canoas pegando, após, o Trensurb.
    Olha o mal que o conluio DAER/Concessionárias provocou!
    E a nossas autoridades ( Prefeitos, vereadores, Promotora de Justiça do MP ) local, NADA fazem. É uma pequena tragédia!

    Abraços
    João Paulo / Taquari

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  3. E que história é essa de plebiscito? Alguém ouviu manifestantes clamando por um plebiscito? Alguém ouviu a turba clamando por reforma política? A dona Dilma levantou esse assunto na maior cara de pau, pra desviar o foco dos vários objetivos dos protestos. E os congressistas, naturalmente, pegaram o pião na unha, pois é de todo o interesse deles acalmar a malta com manobras diversionistas.

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