Quinta, 26 de janeiro de 2017

PRÊMIO PRESS - JORNALISTA DE WEB 2016 - JL PRÉVIDI

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HISTÓRIAS




EM DEFESA DO CHUCHU

Chega!!
Não suporto mais tantas piadinhas sem graça com esta hortaliça-fruto!!
Não tem a menor graça comparar o bom chuchu com notórios songamongas, como o Geraldo Alckmin!!
Não consigo me conter quando algum engraçadinho diz que o chuchu é pura água!
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Há décadas combato todas as tentativas que fazem para desmoralizar o chuchu.
A primeira vez foi quando um sujeito me disse assim:
- Tão variado como um espeto corrido de chuchu!!
E eu:
- Não entendi a comparação.
- Pô, pra que serve o chuchu?
Torrei a paciência do cara por um bom tempo.
Falei das várias opções deliciosas que se podem fazer com a fruta verde.
O cara não se convenceu, mas pelo menos soube que eu era um defensor intransigente do chuchu.
Com o tempo fui me especializando.
Digo sempre que é rico em fibras e de poucas calorias. Também é riquíssimo em potássio, vitamina A e vitamina C. Os brotos de chuchu são ricos em nutrientes como as vitaminas C e B, e também são excelentes fontes de cálcio, fósforo e ferro.
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O que mais me irrita é que ainda tem gente que diz, cheio de razão, que com chuchu não se pode fazer nada.
ORA, MEU DEUS!!
Sempre irritado, reafirmo que o melhor suflê é o de chuchu!!
Chuchu ao molho branco é manjar dos deuses!!
E a salada de chuchu com cebola?
Nada mais delicioso de que chuchu recheado ao forno!!
Ah, picadinho de chuchu com carne moída!!
O doce de chuchu é um dos mais deliciosos!!
E poderia continuar relacionando outras delícias, mas apenas esses são suficientes para calar os ignorantes no tema.
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Cultivamos um pé em Oeisis International.
- Será que aqui vai dar?
- Ué, chuchu não dá em tudo que é lugar? Tanto é que tem até o ditado "Dá mais do que chuchu na serra ou na cerca”.




APELIDOS 


Toda pessoa normal, ou não, já teve na vida um apelido. Qualquer um. Sem a menor distinção. Sei que sempre tem alguém que diz que jamais teve apelido. Aí a gente dá uma olhada pro sujeito e ele tem um pouco mais de um metro e 50. Acredita que nunca chamaram ele de “baixinho”, “pintor de rodapé”, “segurança de baile infantil”?
O meu primeiro apelido é um mistério maior do que o terceiro segredo de Fátima. Não falo nem no pau de  arara. Tanto que minha mãe já avisava quando alguém chegava lá em casa: se chamar ele pelo apelido tem que pagar uma multa de um cruzeiro. Tinha um tio que quando nos visitava já dava 20 cruzeiros para pagar as multas.
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Zé, por exemplo, me acompanha até hoje.
No tempo de ginásio ganhei o apelido de Cabeça. E umas variações, como Beça, Cabe, Cabecinha, Cabeçudo. Também me acompanha até hoje. Mas jamais me incomodei com os apelidos. Está incorporado ao nome – Cabeça Prévidi. Só não gosto que pessoas que mal conheço me chamem por apelido. Não suporto esta intimidade forçada.
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Em 1977 morei em Palmeira das Missões. Trabalhava no Banco do Brasil. Lá, ganhei um apelido sensacional: Barzan. Sabe a razão? O Tarzan dos Bares. Um gaiato tirou de uma revistinha do Disney. Legal, porque meia cidade me conhecia. As crianças adoravam.
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Depois de casado ganhei um apelido da minha mulher. Coisa íntima.
Quando os dois filhos cresceram substituíram o “pai” pelo apelido caseiro – e jamais me chamam de pai, papai, táta, essas formas populares e mais do que comuns.
O estranho é que tem gente, que não tem nada a ver, que me chama pelo apelido caseiro.
Outro dia um pintor que se dedicava a um quarto lá em casa foi muito atrevido. No terceiro dia já me chamava pelo apelido, colocando um “seu” na frente.
Já imaginou?




A ÉTICA DOS ESPERTINHOS

Duvido que alguém tenha escutado alguém dizer bem assim:
- Sim, eu roubei. Roubei e tá acabado! Vou pagar por isso!!
Ou então:
- Fraudei, sim. Peguei dinheiro pra mim, que deveria ir para a merenda escolar!!
E este?
- Claro que desviei o dinheiro que deveria ir para o hospital da cidade.
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Ninguém admite que roubou. Todo ladrão é santinho, especialmente os que roubam dinheiro público. É impressionante a cara de pau dessa gente. Muitas vezes o cara é pego com a boca na botija – gravações, fotos, grana na conta – e diz assim: Botija? Que botija? Nem sei o que é botija!
Impressionante!
Às vezes um sujeito que matou a mulher, por exemplo, até admite o crime. Mas é só seguir a orientação de um advogado que muda:
- Ah, eu estava sob forte impacto emocional e falei sobre algo que poderia ter acontecido. Mas não fui eu quem matou aquela santa mulher.
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Esse tipo de "ética" se aplica no dia a dia das pessoas. Pense bem.
A melhor forma de se contestar algo é bem simples:
- Não aconteceu nada disso!!
Negar, negar, negar!!
Típicos são os casos de traição entre casais. O traidor sempre nega, até morrer. E o traído finge que acredita.
Não quero descambar para o lado da política, mas tem um caso que é emblemático.
Todo mundo sabe que a Ford não se instalou aqui no RS porque o Governo não deu todos os moles que eles queriam. Aí foram para a Bahia. Pronto, terminou o papo. Terminou? Que nada! Já escutei deputado dizendo que "a Ford é que não quis ficar aqui no Estado. Estavam apenas fazendo uma onda com a gente".
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Mensalão é outro bom exemplo dessa ética dos espertinhos.
- O mensalão nunca existiu. Foi uma invenção da imprensa!
Pronto, taí. Não teve sacanagem nenhuma.
E o mais sacaneado de todos esses envolvidos é o Zé Dirceu, que perdeu o emprego formal de Chefe da Casa Civil do nosso presidente Lula.
Coitado!!