Sexta, 12 de junho de 2020





Jamais troquei de lado.
Por quê? Eu não tenho lado.
Ou melhor, o meu lado sou eu
...
ANDO DEVAGAR
PORQUE JÁ TIVE PRESSA 









Escreva apenas para






especial

Nesta sexta, uma cesta
de
 Vladimir Maiakovsky!



Nos demais,
todo mundo sabe,
o coração tem moradia certa,
fica bem aqui no meio do peito,
mas comigo a anatomia ficou louca,
sou todo coração





Melhor morrer de vodca que de tédio!



Não é difícil morrer nesta vida: Viver é muito mais difícil.


Se a criança é um porquinho, quando adulto não poderá ser outra coisa senão um porco.



Desatarei a fantasia em cauda de pavão num ciclo de matizes, entregarei a alma
ao poder do enxame das rimas imprevistas.
Ânsia de ouvir de novo como me calarão das colunas das revistas esses que sob
a árvore nutriz escavam com seus focinhos as raízes.





Vladimir Maiakovsky (Vladimir Vladimirovitch Maiakovsky) nasceu em  Baghdati, pequena cidade da Georgia, em 19 de julho de 1893. Faleceu em Moscou, Rússia, em 14 de abril de 1930.

Foi chamado de "o poeta da Revolução", além de dramaturgo e teórico, frequentemente citado como um dos maiores poetas do século XX, ao lado de Ezra Pound e T.S. Eliot, bem como "o maior poeta do futurismo".

Impressionado pelo movimento revolucionário russo e leitor desde cedo de obras socialistas, ingressou aos 15 anos no Partido Social-Democrático Operário Russo. Detido em duas ocasiões, foi solto por falta de provas, mas em 1909-1910 passou onze meses na prisão. Entrou na Escola de Belas Artes, onde se encontrou com David Burliuk, que foi o grande incentivador de sua iniciação poética. Os dois amigos fizeram parte do grupo fundador do assim chamado cubo-futurismo, ao lado de Khlebnikov, Kamiênski e outros. Foram expulsos da Escola de Belas Artes. Procurando difundir suas concepções artísticas, realizaram viagens pela Rússia.

Após a Revolução de Outubro, todo o grupo manifestou sua adesão ao novo regime. Durante a Guerra Civil, Mayakovsky se dedicou a desenhos e legendas para cartazes de propaganda e, no início da consolidação do novo Estado, exaltou campanhas sanitárias, fez publicidade de produtos diversos. Fundou em 1923 a revista LEF (de Liévi Front, Frente de Esquerda), que reuniu a “esquerda das artes”, isto é, os escritores e artistas que pretendiam aliar a forma revolucionária a um conteúdo de renovação social.[3]

Fez numerosas viagens pelo país, aparecendo diante de vastos auditórios para os quais lia os seus versos. Viajou também pela Europa Ocidental, México e Estados Unidos. Entrou em choque com os "burocratas" e com os que pretendiam reduzir a poesia a fórmulas simplistas. Foi homem de grandes paixões. Era fanático pela equipe de futebol Spartak Moscou.

Oficialmente, suicidou-se com um tiro em 1930, sem que isto tivesse relação alguma com sua atividade literária e social. Tal fato tem sido questionado, pois na época o poeta estaria sendo pressionado pelos programas oficiais que desejavam instaurar uma literatura simplista e dita realista, dirigidos por Molotov, que teria perseguido antigos poetas revolucionários como MaiakovskY. Em vista disso, aponta-se a possibilidade de um suicídio forjado por motivos políticos.

Sua obra revolucionária na forma e nas ideias que defendeu, apresenta-se coerente, original, veemente. A linguagem que emprega é a do dia a dia, sem nenhuma consideração pela divisão em temas e vocábulos “poéticos” e “não-poéticos”, a par de uma constante elaboração, que vai desde a invenção vocabular até o inusitado arrojo das rimas.

Fazendo parte do grupo "Hylaea", que daria origem ao chamado cubo-futurismo. Mas seu primeiro livro de poemas, no entanto, seria de estética influenciada pelo simbolismo, e nunca chegaria a público, tendo sido escrito quando o poeta estava na prisão e apreendido pela polícia no momento da sua libertação.

Aproximando-se de David Burliuk na década de 1910, passa a escrever em um estilo aproximado do cubismo e do futurismo, influenciado pelo primitivismo eslavista e pela linguagem transracional de Velimir Khlebnikov e outros, repleto de imagística urbana e surpreendente, com um certo ar impressionista e, ainda, simbolista. Esta fase de sua poesia é a mais apreciada por poetas como Boris Pasternak, em função de ainda manter alguns recursos simbolistas e métrica rigorosa em alguns poemas.

Em seguida, já na década de 1920, sua poesia, apesar de haver uma continuidade no que diz respeito à inovação rítmica, à rimas inusitadas, ao uso da fala cotidiana e mesmo de imagens inusitadas, assume um tom direto.

Ao mesmo tempo, o gosto pelo desmesurado, o hiperbólico, alia-se em sua poesia desta época à dimensão crítico-satírica. Criou longos poemas e quadras e dísticos que se gravam na memória. Traduções sem preocupação com a forma dos poemas produzidos nesta época têm dado ao público uma imagem errônea do poeta, fazendo-o parecer um "gritador".

Na realidade, era um poeta rigoroso, que chegava a reescrever 60 vezes o mesmo verso e recolhia muito material informativo e linguístico para posterior uso nos seus poemas. Criou também ensaios sobre a arte poética e artigos curtos de jornal; peças de forte sentido social e rápidas cenas sobre assuntos do dia; roteiros de cinema arrojados e fantasiosos e breves filmes de propaganda.

Tem exercido influência em todo o desenvolvimento da poesia moderna, bem como sobre outros poetas e movimentos no mundo inteiro, como Hamid Olimjon, Nazım Hikmet, Hedwig Gorski, Vasko Popa. O cantor e compositor João Bosco gravou sua poesia E Então, Que Quereis...? nos álbuns Bosco, de 1989, e Acústico MTV (João Bosco), de 1992, no qual passou a incluir a poesia como prelúdio da canção Corsário.


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A Esperança

Injeta sangue no meu coração, enche-me até o bordo das veias!
Mete-me no crânio pensamentos!
Não vivi até o fim o meu bocado terrestre ,
sobre a terra
não vivi o meu bocado de amor. Eu era gigante de porte, mas para que este tamanho?
Para tal trabalho basta uma polegada.
Com um toco de pena, eu rabiscava papel,
num canto do quarto, encolhido,
como um par de óculos dobrado dentro do estojo.
Mas tudo que quiserdes eu farei de graça:
esfregar,
lavar,
escovar,
flanar,
montar guarda.
Posso, se vos agradar, servir-vos de porteiro.
Há, entre vós, bastante porteiros?
Eu era um tipo alegre,
mas que fazer da alegria,
quando a dor é um rio sem vau?
Em nossos dias,
se os dentes vos mostrarem não é senão para vos morder ou dilacerar. O que quer que aconteça,
nas aflições,
pesar...
Chamai-me! Um sujeito engraçado pode ser útil. Eu vos proporei charadas, hipérboles e alegorias, malabares dar-vos-ei em versos. Eu amei... mas é melhor não mexer nisso. Te sentes mal?


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O poeta pede
ao seu amor que lhe escreva

Amor de minhas entranhas, morte viva,
em vão espero tua palavra escrita
e penso, com a flor que se murcha,
que se vivo sem mim quero perder-te.
O ar é imortal. A pedra inerte
nem conhece a sombra nem a evita.
Coração interior não necessita
o mel gelado que a lua verte.
Porém eu te sofri. Rasguei-me as veias,
tigre e pomba, sobre tua cintura
em duelo de kordiscos e açucenas.
Enche, pois, de palavras minha loucura
ou deixa-me viver em minha serena
noite da alma para sempre escura.


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Revolução Russa de Stálin
devorou o poeta Maiakovsky

No jornal Opção, em 10 maio 2018 - Por Euler de França Belém 


No prefácio de “Maiakovsky — O Poeta da Revolução” (559 páginas), do russo Aleksandr Mikhailov, com tradução esmerada de Zoia Prestes (a filha de Luiz Carlos Prestes), o poeta e crítico literário Alexei Bueno nota “a riqueza metafórica e rítmica da poesia de Vladímir Maiakóvski, sua mestria no uso de hipérboles, seu humor cáustico, seu virtuosismo no jogo de palavras”. Àquele leitor que não quer apenas saber os fatos da vida do poeta, que dizia detestar fofocas, recomendo três livros: “Poemas”, de Maiakóvski, com traduções de Boris Schnaiderman, Augusto e Haroldo de Campos, “Poesia Russa Moderna”, com traduções do mesmo trio, e “Antologia Poética”, de Maiakovsky, com tradução de E. Carrera Guerra.

O poeta matou-se, aos 36 anos, em 1930, quando Stálin, senhor do poder, havia expurgado adversários de peso como Trotski e enquadrava aqueles que pensavam diferentemente da ortodoxia do partido. Não bastava apoiar o ditador, era preciso aceitar que se tratava de Deus e Jesus Cristo do socialismo.

Por que se matou, com um tiro no peito, se havia condenado o suicídio do poeta Sierguéi Iessiênin, em 1925? Mikhailov escreve, com pertinência: “A pessoa que deixa voluntariamente a vida leva consigo o mistério de sua decisão. Nenhuma explicação (inclusive as de Maiakóvski) penetra na essência real da atitude tomada. Elas somente entreabrem a cortina sobre o segredo, mas o próprio segredo permanece escondido atrás do final triste da vida. (…) Encontramos os motivos, mas o segredo permanece em segredo”. O biógrafo anotou: “Ninguém nunca saberá qual foi o último e fatal motivo desta atitude” (o suicídio). “Assim como disse de Iessiênin [que se matou]: ‘Não nos dirão os motivos desse impulso nem o laço, nem a navalha aberta”.  Aleksandr Mikhailov conta que “Anna Akhmátova escreveu alguns versos que não entraram num poema: ‘Iremos juntos pela Tagantsevka, pela Iesseninka ou pelo grande caminho de Maiakóvski’. Marina Tsvetáieva, no início da guerra, em junho de 1941, disse a Akhmátova: ‘Como eu agora precisava trocar de lugar com Maiakóvski”. Ela também se matou.

Há dois pontos centrais. Primeiro, a Revolução que Maiakóvski havia colaborado para criar e formular saía dos eixos e trabalhava para enquadrar, cercar e subordinar a literatura, sugerindo que só a literatura proletária era literatura. O poeta tentou se enquadrar, fez poemas engajados-proletários, produziu cartazes revolucionários, mas sua criatividade, tida como excessiva e contagiante, chocava os comunistas retrógrados e não era entendida pelas massas. Escritores geniais como Maiakóvski têm seu estoque de ingenuidade política e acreditam que podem influenciar as revoluções e os políticos, sem perceberem que, adiante, as revoluções, como a Bolchevique, começam a devorar seus próprios filhos. O saturno comunista de Lênin e Stálin devastou escritores, matando-os, enviando-os para morrer no Gulag ou exilando-os. Maiakóvski avaliou, errado, que poderia se adaptar. Acabou rejeitado pela política da literatura proletária, mais proletária, em termos de qualidade, do que literatura. Chegaram a boicotar a encenação de sua peça teatral “Os Banhos”. O biógrafo Mikhailov diz: “As circunstâncias de sua vida pessoal eram-lhe incontornáveis. Vivia em profundo estado de depressão e passava por uma crise de criação em face de confronto com o poder soviético, mesmo sem ainda ter a consciência do que seria no futuro, mas sentindo uma enorme pressão que privava a literatura do ar de liberdade”. Imagine, para um criador do porte de Maiakóvski, ter de produzir uma poesia de baixa qualidade, para ser compreendido pelas maiorias e aceito pela burocracia, que ele abominava. Essa burocracia medíocre não aceitava a sua sátira, seu modernismo.

Observe-se que, embora fosse praticamente um poeta oficial, bardo do establishment comunista, “Maiakóvski foi proibido de viajar para o exterior e poderia ter avaliado essa proibição como um ato de desconfiança política”. O poeta assinalou, certa feita: “… em razão do meu caráter briguento fui atacado por tantos cachorros e acusado de tantos pecados que tenho e não tenho, que minha vontade é viajar para algum lugar e ficar lá dois anos para não ouvir xingamentos”.

Durante a leitura de sua peça “Os banhos”, indagado sobre a razão de tê-la denominado drama, redarguiu: “Para ficar mais engraçado. Os burocratas não seriam um drama em nosso país?” De fato, começava a não agradar os homens-chaves da Revolução — alguns deles mais stalinistas do que Stálin.

Política do isolamento




Segundo, Maiakovsky nutria paixão por duas mulheres casadas — Lília Brik e, nos últimos anos, Verônica Vitoldovna Polonskaia, a Nora. Quis se casar com Nora, chegou a procurar um apartamento, mas sua depressão e certa violência, assustadora num gigante como ele, incomodavam a atriz, que o amava.

Aleksandr Mikhailov frisa que “a campanha para isolar Maiakóvski da literatura, ou seja, também da vida, assumia um caráter cada vez mais cruel. Na imprensa, tentavam convencê-lo de que não tinha mais o que escrever e nas apresentações alguns engraçadinhos, com intenções de ofender, perguntavam ao poeta quando, finalmente, ele daria um tiro na testa… Parecia que estava sendo pressionado pelo peso monstruoso das circunstâncias que colocavam em dúvida o caminho escolhido e reprimiam a energia de suas ações”. Os jornais boicotavam suas ações poéticas.

Num trecho do poema “A plenos pulmões”, Maiakovsky vocifera: “Conheço a força das palavras, conheço seu toque/Não são aquelas a quem os camarotes aplaudem/De palavras como essas os caixões erram/o passo com seus quatro pés de carvalho”. Os camarotes, instigados pela polícia literária do stalinismo, já não apreciavam o verbo, para além do verborrágico, de Maiakóvski. Ele estava sendo alijado da vida “oficial” e começava a ser “escondido”.

Provavelmente, ao sentir que a Revolução não era o paraíso libertário que imaginara e que era infeliz no amor, roído pela depressão, Maiakóvski optou por matar-se. Tinha certa consciência de que o futuro o aguardava… para entendê-lo. Mas, depois de sua morte, quando não mais incomodava, Stálin o transformou no poeta da revolução e, numa carta a Iejov, escreveu: “Peço que dê atenção à carta de Lília Brik. Maiakóvski foi e continua sendo o melhor e mais talentoso poeta da época soviética. A indiferença com a sua obra é um crime”.

Maiakóvski pode ter sido assassinado? Aleksandr Mikhailov duvida: “Existe uma versão que afirma que Maiakovsky não se matou, mas que foi morto. Esta versão conduz até a figura cruel de I. S. Agranov, que frequentava a casa dos Brik. A versão é hipotética e não é provada pelos fatos. Segundo ela, exclui-se um fato importante, que é o estado geral de Maiakóvski nesta época, sua profunda depressão. E, além das demais fontes, a fonte mais segura são as memórias de Polonskaia, uma pessoa íntima que encontrou-se diariamente com o poeta em diferentes estados de ânimo, durante os dois últimos meses de sua vida. Como prova, transcrevo (…) uma frase sua: ‘… eu tinha medo de seu temperamento, de seu despotismo em relação a mim’”. O biógrafo ressalva que o poeta não era assim, quando estava bem. “Era incrivelmente atencioso e elegante com as mulheres”


Maiakovsky e Lília Brik: uma de suas paixões


Provavelmente, ao sentir que a Revolução não era o paraíso libertário que imaginara e que era infeliz no amor, roído pela depressão, Maiakóvski optou por matar-se. Tinha certa consciência de que o futuro o aguardava… para entendê-lo. Ele deu um tiro no peito. “A bala — a única colocada no tambor (ah, essa “roleta-russa”!) — encontrou o caminho direto até o coração”, relata Aleksandr Mikhailov. Os jornais do dia 15 de abril de 1930 publicaram: “Ontem, 14 de abril, às 10 horas e 15 minutos, em seu escritório (Lubianski Proezd, nº 3), suicidou-se o poeta Vladímir Maiakóvski”.

Mas, depois de sua morte, quando não mais incomodava, Stálin o transformou no poeta da revolução e, numa carta a Iejov, escreveu: “Peço que dê atenção à carta de Lília Brik. Maiakóvski foi e continua sendo o melhor e mais talentoso poeta da época soviética. A indiferença com a sua obra é um crime”. Lília Brik, por sinal, disse: “A ideia de suicídio era uma doença crônica de Maiakóvski”. Ele tinha “pânico da velhice”

“Maiakovsky viveu e morreu poeta. Ele colocou uma ‘bala como ponto final’ de sua vida, uma vida breve e clara como um relâmpago”, constata seu biógrafo.


Lília Brik e o poeta em Paris




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Própria dor

Tanto pior...
Gosta-se, afinal, da própria dor.
Vejamos...Amo também os bichos -
vós os criais,
em vossos parques?
Pois, tomai-me para guarda dos bichos.
Gosto deles.
Basta-me ver um desses cães vadios,
como aquele de junto à padaria,
um verdadeiro vira-lata!
e no entanto,
por ele,
arrancaria meu próprio fígado: Toma, querido, sem cerimónia, come


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O bilhete do suicida

Vladímir Maiakovsky matou-se no dia 14 de abril de 1930 e deixou um bilhete.

“A todos

De minha morte não acusem ninguém, por favor, não façam fofocas. O defunto odiava isso.

Mãe, irmãs e companheiros, me desculpem, este não é o melhor método (não recomendo a ninguém), mas não tenho saída.

Lília, ame-me.

Ao governo: minha família são Lília Brik, minha mãe, minhas irmãs e Verônica Vitoldovna Polonskaia.

Caso torne a vida delas suportável, obrigado.

Os poemas inacabados entreguem aos Brik, eles saberão o que fazer.

Como dizem:

caso encerrado,

o barco do amor

espatifou-se na rotina.

Acertei as contas com a vida

inútil a lista

de dores,

desgraças

e mágoas mútuas.

Felicidade para quem fica.” — Vladímir Maiakovsky, 12/IV — 30


Um comentário:

  1. Caro Prévidi,

    Eu, há 6 anos, eu escrevi um romance histórico ‘1893 – A Soma de Todos Os ódios’, baseado na Revolução Federalista de 1893, aquela do Gomercindo Saraiva, do Adão Latorre e das degolas.
    Nesse livro eu cito um poema que eu cria ser do Maiokosky, eu assim o citei, mas recebi várias observações de amigos leitores afirmando ser de um poeta brasileiro. Chequei a informação e realmente parece que errei.
    Mas o poema é tão belo, tão pungente, tão cortante que fico em dúvida (olha o preconceito!) se realmente não é dele, ao menos a ideia. Cito-o abaixo. Pelos informes dos amigos, é um inserto de um poema maior do fluminense Eduardo Alves da Costa. Que lindo!
    “... Na primeira noite eles se aproximam
    e roubam uma flor
    do nosso jardim.
    E não dizemos nada.
    Na segunda noite, já não se escondem:
    pisam as flores,
    matam nosso cão,
    e não dizemos nada.
    Até que um dia, o mais frágil deles
    entra sozinho em nossa casa,
    rouba-nos a luz, e,
    conhecendo nosso medo,
    arranca-nos a voz da garganta.
    E já não podemos dizer nada...”

    ++ Pode não ser do Maiokosky, mas, ah, sim, deveria!

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