Sexta, 18 de junho de 2021


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especial

Nesta sexta, uma cesta 
de 
George Bernard Shaw! 


Não tenho preconceitos,
odeio a todos igualmente.




A minha maneira de brincar é dizer a verdade.
É a brincadeira mais divertida do mundo.






O segredo para ser infeliz é ter tempo livre para se preocupar se se é feliz ou não.





George Bernard Shaw nasceu em Dublin, em 26 de julho de 1856. Dramaturgo, romancista, contista, ensaísta e jornalista, Shaw morreu em  Ayot St Lawrence, Inglaterra, em 2 de novembro de 1950. Cofundador da London School of Economics, foi também autor de comédias.                  

Shaw irritou-se com a exploração dos trabalhadores. Socialista ardente, escreveu muitos folhetos e discursos para o socialismo fabiano. Tornou-se um orador dedicado à promoção de suas causas, que incluem ganhar direitos iguais para homens e mulheres, aliviar os abusos contra trabalhadores, rescindir a propriedade privada de terras produtivas e promover estilos de vida saudáveis. Em pouco tempo, tornou-se ativo na política local, no London County Council.


Ganhou um Prêmio Nobel de Literatura (1925) e um Oscar (1938). Shaw por suas contribuições para a literatura e por seu trabalho no filme Pygmalion (My Fair Lady). Ele quis recusar o Prêmio Nobel porque não suportava honrarias públicas. Mas acabou aceitando a pedido da esposa que considerava o Nobel como homenagem à Irlanda. No entanto, ele rejeitou o dinheiro pedindo que os fundos fossem utilizados para financiar traduções de livros suecos para o inglês.

Shaw nasceu numa tradicional mas empobrecida família protestante. Foi instruído por um tio mas rejeitou a educação escolar e, aos 16 anos empregou-se em um escritório. Adquiriu amplo conhecimento artístico graças à mãe, Lucinda Elizabeth Gurly Shaw, e às frequentes visitas à Galeria Nacional da Irlanda. Decidido a tornar-se escritor, foi morar em Londres em 1876.

Por mais de 10 anos, seus romances foram recusados por todos os editores da cidade, assim como a maior parte dos artigos enviados à imprensa. Tornou-se vegetariano, fervoroso defensor do socialismo fabiano, orador brilhante, polemista e fez as primeiras tentativas como dramaturgo.


Em 1885,conseguiu um trabalho fixo na imprensa e durante quase uma década escreveu resenhas literárias, críticas de arte e colunas musicais. Sua atividade literária, em especial a produção teatral, foi uma sequência de sucessos; destacou-se também na crítica literária, teatral e musical, na criação de panfletos e ensaios sobre assuntos políticos, econômicos e sociais. Como crítico de teatro da Saturday Review (1895), atacou insistentemente a pobreza qualitativa e artística da produção teatral vitoriana.


Durante a Primeira Guerra Mundial, interrompeu sua produção teatral e publicou um polêmico panfleto, Common Sense About the War, no qual considerava o Reino Unido, os aliados e os alemães igualmente culpados e reivindicava negociações de paz.


Em suas últimas peças, intensificou as pesquisas com a linguagem não-realista, simbolista e tragicômica. Por cinco anos deixou de escrever para o teatro e dedicou-se ao preparo e publicação da edição de suas obras escolhidas (1930-1938), e ao tratado político The Intelligent Woman's Guide to Socialism and Capitalism (1928). A sua correspondência também foi publicada, destacando-se a troca de cartas com o escritor H. G. Wells.


Seu corpo foi cremado e suas cinzas, juntamente com as de sua esposa, foram misturadas e lançadas no jardim de sua casa ao longo da estátua de Joana d'Arc em Shaw's Corner, Hertfordshire na Inglaterra.




Obra:

Um socialista insociável (1883) - no original An unsocial socialist

The Quintessence of Ibsenism (1891)

Widower's Houses (1892)

A profissão da sra. Warren (1893) - no original Mrs. Warren's Profession

Candida (1894)

O famoso ídolo (1896) - no original Cashel Byrons professional

Plays Pleasant and Unpleasant (1898)

Three Plays for Puritans (1901)

The Devil's Disciple (1897)

Caesar and Cleopatra (1901), citada com sua primeira grande obra

John Bull's Other Island (1904)

Casamento desigual (1905) - no original Irrational knot

Man and Superman (1905)

Major Barbara (1905)

The Doctor's Dilemma (1906, adaptada para o cinema em 1958)

Pigmaleão (1913) - no original Pygmalion, sua peça mais conhecida e que inspirou o filme homônimo (1938) e o musical My Fair Lady (1956), adaptado para o cinema em 1964.

Heartbreak House (1920)

Back to Methuselah (1922)

Saint Joan (1923)

A Milionária


 A minha maneira de brincar é dizer a verdade. É a brincadeira mais divertida do mundo.



Shaw, o dramaturgo da crítica

por Lucas Brandão
https://www.comunidadeculturaearte.com/

George Bernard Shaw foi um homem à frente do seu tempo. A visão que cultivou assentou em premissas sociais que se opunham ao conservadorismo vigente então e foi tanto na literatura como na política que conseguiu imprimir a sua metodologia. Nascido a 26 de julho de 1856 em Dublin, capital irlandesa, no seio de uma família pouco abastada mas tradicional e protestante. Após descobrir a sua vocação para a escrita e após algumas experiências artísticas que lhe consolidaram essa ambição, o irlandês foi com 20 anos para Londres, cidade na qual desenvolveu um regime educacional autônomo.

Nesse regime, estavam as propostas políticas mais recentes de então, tais como as de Karl Marx e de Friedrich Engels, e travou conhecimento com as perspectivas mais arrojadas perante uma sociedade cujos escritos não eram coniventes com visões vanguardistas. No entanto, Shaw não se deteve por esta circunstância e moldou a sua personalidade dentro do que acreditava ser mais justo e adequado para o bem-estar e prosperidade de todos. Vegetariano, socialista e crítico da arte, conquistou um lugarde prestígio no que toca à construção de críticas da produção musical e dramática então.

Foi com este sustento que Shaw continuou a luta pelo grande sonho da sua vida e obra: escrever e difundir o que pensava e o que lhe atormntava A escrita como extensão do seu ser em palco, no tão seu teatro. 

Neste caminho de sátira sócio-política e de alegorias históricas, deu um novo impulso à atividade dramática como interveniente e crítica da sociedade, inspirando-se essencialmente no dramaturgo norueguês Henrik Ibsen. Três das suas maiores produções escritas foram “Man and Superman” (1902), “Pigmalião” (1912) e “Saint Joan” (1923). A primeira peça remonta a dois indivíduos de gerações distintas e com óticas bem diferentes que são deixados na tutela da filha de um homem de família.

Esta possui um paralelismo com o mito Don Juan, em que o mais jovem desses dois homens assume um papel de descendente da figura desse libertino.  A segunda conta a história de uma humilde jovem florista que conhece um conceituado professor de fonética que a torna apta para se inserir num contexto social formal como dama de alta sociedade. O título desta obra relaciona-se com o mito homônimo da cultura grega, que se refere a um escultor cipriota que se apaixona pela estátua que esculpia. Afrodite, considerando a escultura uma representação da mulher mais bela que alguma vez vira reproduzida, decide torná-la animada por desejo do artista, que se casa com a mesma.

Por fim, o terceiro rerfere-se à vida e ao julgamento de Joana d’Arc, guerreira francesa que ostentava o nome de Deus diante das forças inglesas na Idade Média e que seria beatificada. As dezenas de peças que compôs e que redigiu culminaram no Prêmio Nobel da Literatura em 1925 (que aceitou com relutância mas que dedicou ao país que o viu nascer) e até num Oscar em 1938 na adaptação de “Pigmalião” à sétima arte.

A linguagem tragicômica e bastante simbólica que empregava no seu discurso cénico permitia a veiculação de uma subtileza que o tornou distinto dos demais dramaturgos de então, maior parte arreigados aos preceitos da arte romancista vitoriana.

De volta à sua visão política, Shaw associou-se ao emergente socialismo fabiano através da redação de folhetos, nas quais difundia os seus valores e observações políticas. Esta organização socialista de origem britânica defendia a imposição gradual e fluída dos valores social-democratas no âmago das democracias, propondo também alguns conceitos progressistas que viriam a tornar-se termos comuns no presente século. Salário mínimo, igualdade de género e sistema nacional de saúde foram algumas das ideias que viriam à tona nesta resposta aos desafios que a revolução industrial e a nova dinâmica fabril despoletavam.

Foi este movimento o responsável pela fundação da London School of Economics, instituição na qual vários nomes de destaque se graduaram, como o filósofo Karl Popper ou o economista Friedrich Hayek. Porém, algumas das visões de Shaw no que toca à política destoavam da essência do movimento fabiano. Este afastamento foi sendo desencadeado pelas fraturantes opiniões que ia emitindo nos seus panfletos, tais como a culpabilização de todos os agentes participantes na Primeira Guerra Mundial. Promotor da eugenia e alheio à religião organizada e à vacinação, o irlandês viu as suas convicções desvincularem-se dessa corrente socialista e aproximarem-se com admiração às ditaduras de Mussolini e de Stalin.

Foi desta forma única que George Bernard Shaw revolucionou a literatura no século XX, em especial no que toca ao teatro. O irlandês, que faleceu com 94 anos a 2 de novembro de 1950, sempre se revelou como alguém bastante proativo e expressivo no que aos seus ideais e visões concerne. Tanto na representação como na ação se mostrou ambicioso e profícuo, nunca se acomodando na inércia e na porosidade da passagem do tempo.

Shaw nunca se rendeu a essa unidade que ia crescendo em número e extensão enquanto o mesmo ia dando palavras e ação a pensamentos e crenças. A partir do palco da arte, Shaw dava uma via de interpretação ao que acreditava ser a sua realidade. A partir do palco do seu teatro até à realidade da sua irreverência, da sua diferença. Ao lado de nomes como Samuel Beckett, Eugene Ionesco e Bertolt Brecht, Shaw desenhou esta nova forma de se fazer e de se viver teatro. Com a sociedade por perto, dando por si a tomar conhecimento da crescente eternidade da artística realidade. Ecoam os aplausos e faz-se a devida vênia.


A dança é uma expressão perpendicular de um desejo horizontal.



Com Charles Chaplin




O silêncio é a mais perfeita

expressão do desprezo


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