Sexta, 16 de julho de 2021

 

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especial

Nesta sexta, uma cesta 
de 
Ivo Bender!


O mais importante
dramaturgo gaúcho



Eventualmente escrevi poesia. Agora não escrevo mais. Um pouco até por sentir vergonha, pois, depois de traduzir Emily Dickinson, acabo ficando tão impregnado da poesia dela que, se for escrever poesia, acabo escrevendo cópia do que ela escreveu.


Se eu soubesse que a velhice é uma coisa tão terrível, teria me matado aos 50 anos.  Mas ninguém me disse isso.





Lembro que estava no trem que me levava do aeroporto de Frankfurt para o centro da cidade, sentado na janela, era um final de tarde, e esse trem passa por entre colinas onde havia bosques, árvores sem nenhuma folha, naquele período logo ia começar a nevar, e vi a lua cheia por trás dos galhos das árvores, e pensei que só num país localizado naquela região é que poderiam ter surgido essas histórias de gnomos, bruxas, duendes, ninfas, etc. Porque aquela lua tinha, digamos assim, um feitiço e uma certa ameaça de terror através daquela floresta que ela iluminava. Só podia ser ali que surgiria essa coleção de contos dos Grimm.


Com a amiga Artemísia

Ivo Bender (Ivo Cláudio Bender) nasceu em São Leopoldo na região da Grande Porto Alegre, em 23 de maio 1936. Dramaturgo, tradutor e professor, começou a escrever no início da década de 1960, influenciado pelo Teatro do Absurdo. Nas décadas de 1970 e 1980, produz a maior parte de suas peças, cujas principais características são a crítica social, o humor e o recurso ao fantástico. Traduz obras de Racine, Emily Dickinson e Harold Pinter.

Bender deixou uma extensa obra com 36 peças, escritas entre 1961 e 2004, e dois livros de narrativas curtas: Contos (L&PM), de 2010, e Quebrantos e Sortilégios (Terceiro Selo), de 2015, que venceu o Prêmio Açorianos de Literatura na categoria Conto. Trabalhava em uma terceira coletânea. 

Escreveu sua primeira peça, As Cartas Marcadas ou Os Assassinos, em 1961, a pedido da amiga Lúcia Mello, quando ainda é estudante no curso de Letras na URGS. Serviu-se do método de escrita automática, deixando-se levar livremente pela associação de ideias. Há no texto claras afinidades com o Teatro do Absurdo.

Após a boa recepção de As Cartas Marcadas, encenada por amadores no Centro Acadêmico da Faculdade de Filosofia da UFRGS, e contando com a participação do autor também como intérprete, segue-se A Terra Devorada, que estreia no Theatro São Pedro de Porto Alegre, em 1963. Por ser excessivamente hermético, o texto não tem boa receptividade do público. A terceira, Os Alcatruzes, é renegada pelo próprio autor.

Bender divide-se entre São Leopoldo e Porto Alegre, até 1965, época em que se muda definitivamente para Porto Alegre. Além da sua atividade como dramaturgo, trabalha como ator em alguns espetáculos. Em 1967, escreve Auto das Várias Gentes no Dia de Natal, dirigido ao público infantil, que é interditado pela censura no ano seguinte; e a comédia musical A Fantástica Aparição de Red-Rider em Brejo Seco Pondo Fim a uma Situação Insustentável ou O Saloon da Consolação, nunca publicada ou encenada.

Em 1969 escreve A Casa Atrás das Dunas, e, dois anos depois, o seu primeiro sucesso comercial, Queridíssimo Canalha, com trama ambientada em um país fictício da América Latina.


Maior sucesso de público obtém a peça seguinte, montada simultaneamente em Porto Alegre e São Paulo, Quem Roubou Meu Anabela? Novamente vale-se dos procedimentos do Teatro do Absurdo para contar uma história que envolve traição e aspectos sobrenaturais: "Transcorrida num ambiente fechado e sombrio [...] a narrativa lida com elementos característicos do teatro do absurdo. Mas amplia-os na direção da literatura fantástica, reconhecível nos demônios de Genciana. [...] São estes elementos que configuram, de modo simbólico, a temática da peça, de nítida conotação sexual".

Ainda em 1972, participa com A Casa Sitiada, da Feira Gaúcha de Opinião, coordenada pelo Teatro de Arena de Porto Alegre, e cria O Auto do Pastorzinho e Seu Rebanho, nova incursão no teatro para crianças, público para o qual escreve três peças: O Macaco e a Velha, A Invasão das Tiriricas e A Estrelinha Cadente.


Sexta-Feira das Paixões, que vem em seguida, em 1975, retoma algumas questões tratadas em peças anteriores: a ação localizada em um país fictício, em estado de sítio por causa de uma guerra civil; o confinamento dos personagens dentro de uma casa; e o elemento sobrenatural emoldurando o desenvolvimento das ações. Desta vez, no entanto, o humor é deixado de lado, em favor de uma atmosfera densa e sufocante, em que uma das personagens é vítima de chagas, como as de Jesus Cristo, todos os anos, na Sexta-Feira Santa. A trama faz uma crítica à situação política do Brasil da época.


O Cabaré de Maria Elefante, de 1981, é um texto episódico, em que mais de 30 personagens dão vida a diversas situações, tendo como eixo unificador o palco de um cabaré, onde são apresentados números artísticos variados. Um vampiro, um bando de freiras, um estuprador e um travesti, chamado Jean Harlow, são algumas das pitorescas figuras criadas pelo autor, em um contexto muitas vezes metateatral.

A opção pelo humor, frequentemente anárquico, deixa entrever a crítica social característica do autor, abordando "a alienação vinculada aos meios de comunicação de massa, o movimento feminista em seus aspectos radicais, as relações de opressão no universo do trabalho [...] todos repassados por uma linguagem eminentemente paródica e irônica".


Com o lançamento, em 1988, da Trilogia Perversa, inspirada em alguns dos mais conhecidos mitos gregos, Bender inaugura mais uma fase de sua carreira dramatúrgica. Em 1826, o mito de Atreu e Tiestes é transposto para o contexto dos primórdios da colonização alemã no interior do Rio Grande do Sul. Em 1874, a tragédia Ifigênia em Áulis, de Eurípides, é adaptada para o episódio da matança dos Mucker - colonos alemães reunidos sob a liderança messiânica de Jacobina Maurer. Na peça 1941, o mito de Electra dá margem à criação de uma trama ambientada durante a grande enchente de 1941, que devasta o território gaúcho. Conforme Maria da Glória Bordini, "pela inovação temática, [...] pelo extremo despojamento formal e pela concepção dramatúrgica à grega, seca e transparente, essa obra representa uma contribuição para o teatro brasileiro de caráter incomum".3

Após a Trilogia Perversa, Bender publica textos como Marcos IV, 23, adaptação, feita com Cláudio Cruz, adaptada de um conto de Jorge Luis Borges; O Boi dos Chifres de Ouro, classificada pelo dramaturgo como "comédia pampeira", uma homenagem ao escritor Simões Lopes Neto, em que novamente a temática fantástica domina; e Mulheres Mix, comédia dramática em que um grupo de mulheres administra um brechó, por onde passam figuras excêntricas, em uma estrutura fragmentada que lembra O Cabaré de Maria Elefante.


Diálogos Espectrais, texto não publicado, tem caráter semiautobiográfico, e conta a história de um tradutor dos poemas de Emily Dickinson que trava contato com o espectro da poetisa norte-americana. Novamente a temática fantástica é dominante, porém sem o caráter alegórico de antes, constituindo um texto muito mais intimista e focado na impossível relação de amor entre a autora e o tradutor.

O escritor Caio Fernando Abreu, em depoimento de 1984, afirma que "passando do cômico ao trágico, do subjetivo ao objetivo, capaz de esmiuçar em profundidade não só os tormentos individuais como as mazelas sociais, [...] o teatro de Ivo derrama-se por vários níveis de leitura, passível de inúmeras interpretações".4 A fluência da escrita de Ivo Bender em gêneros tão distintos quanto a tragédia e a comédia demonstra seu domínio da linguagem dramática, em uma obra em que se alternam a prolixidade de algumas peças como O Cabaré de Maria Elefante e o discurso descarnado até o limite do indispensável, como na Trilogia Perversa.




É bem difícil falar sobre processo criativo. Nunca estou parado. Por exemplo, alguns poemas que traduzi da Dickinson os traduzi caminhando no Parcão. Acho que tudo é uma mistura de coisas que acabam formando os motivos com os quais posteriormente se trabalha na obra. Estou sempre trabalhando. Agora tenho um projeto de escrever 3 ou 5 novelas para um livro. Duas delas estão prontas. Mas tentando te responder: só vou para a escrita no computador quando o conto ou a peça estão prontos na minha cabeça. Fico maturando até estar pronto na cabeça, só então vou ao computador e aí o conto se escreve por si próprio, nasce sozinho. Não há muito esforço. Ele rola. Sai e vai preenchendo as páginas. De repente, todo ele está ali. Então, aí é que entra o autor para por um pouco de ordem no cabaré. Costumo dizer que é a fase da capina: tira daqui, corta dali, etc e vai dando formato ao texto. É como fazer pão: reúne todos os ingredientes, mistura, amassa, e na forma crua monta-se o pão e põe-se no forno para assar e está pronto.




A presença de Ivo Bender

Antônio Hohlfeldt

A obra dramática de Ivo Bender é múltipla, pois reúne textos para adultos e crianças. Mas, ao mesmo tempo, é extremamente uníssona, pois apresenta, com clareza, uma visão de mundo que se expressa através de uma perspectiva irônica e crítica, articulando imagens aparentemente absurdas que camuflam, na verdade, reflexões sérias a respeito da realidade imediata. Do ponto de vista de uma história da dramaturgia no Rio Grande do Sul, Bender é um digno sucessor do pioneiro Qorpo Santo: como ele, Bender trabalha com cenários de seu entorno, refere-se a um tempo semelhante ao seu (e a de seus leitores ou espectadores), apresenta-se com a aparência da descomprometida comédia para articular uma leitura profundamente arguta do contexto imediato em que encontra.

A estreia de Ivo Bender, enquanto dramaturgo, ocorreu em 1961, com As cartas marcadas ou Os assassinos. Estávamos nos loucos anos 1960, em que diferentes valores se articulavam e tensionavam. No ano seguinte, surgem Os alcatruzes e, em seguida, A terra devorada, certa alusão ao poema de T. S. Eliot. Entre 1963 e 1964, o dramaturgo lança A farsa da nurse estrangeira, escrevendo, em seguida, Corpo crescente - texto que nunca concluiu - e em 1967, A fantástica aparição de Red-Rider em Brejo Seco pondo fim a uma situação insustentável ou O Saloon da Consolação. Aqui, encontramos um primeiro conjunto de textos que articulam situações aparentemente isoladas, mas que trazem reflexos daquelas contradições que então marcavam também o Brasil, redundando no golpe de 1964.

Não por um acaso, no ano do Ato Institucional nº 5, o mais draconiano de todos os documentos produzidos pelo movimento ditatorial, Ivo Bender produz A casa sitiada, evidente metáfora da condição brasileira.

Daí para a frente, talvez buscando evitar confrontos frontais com a censura, o dramaturgo prefere escrever textos para crianças, como Auto das várias gentes no dia de Natal (1968), As aventuras do Super-espantalho contra o Dr. Corvo (1972), Auto do pastorzinho e seu rebanho (mesmo ano de 1972), O macaco e a velha (1974), A invasão das tiriricas (1974) ou A estrelinha cadente (também de 1974), em que recria contos populares ou propõe releituras de rituais tradicionais, sobretudo aqueles vinculados ao Natal.

Quando escreve para os adultos, prefere desenvolver situações aparentemente desvinculadas do aqui e agora, como em Queridíssimo canalha (1969), talvez um de seus textos mais populares, ou Quem roubou meu Anabela?, de 1971/1972, engraçadíssima cena que pode ser lida ora enquanto comédia, ora enquanto narrativa policialesca. Ivo Bender escreveria, ainda, O cabaré de Maria Elefante (publicada em 1988), Mulheres mix (editada em 2000), para chegar a sua obra-prima, a chamada Trilogia perversa (1988), formada por três textos simultaneamente independentes e articulados numa única narrativa, com textos nomeados apenas pelas datas de referência dos acontecimentos, começando pelo período mais recente, 1941, a que se seguem 1874 e 1826, que atinge o período mais distante, historicamente considerado. O contexto em que ocorre a ação dramática é o da colonização alemã - lembrando-se que Ivo Bender é de descendência alemã, tendo nascido em São Leopoldo. Através deste universo, o dramaturgo seleciona três momentos significativos: 1941 (que tem o subtítulo de Colheita das cinzas) refere-se à grande enchente de maio daquele ano, quando as águas do Rio Guaíba invadiram a cidade de Porto Alegre, assim como todos os demais rios que cortam a província sul-rio-grandense deixaram seus leitos e invadiram as cidades que banhavam, como a própria São Leopoldo. Metaforicamente, é bom lembrar que a chuva serve para lavar e purgar.

Já 1874 (As núpcias de Teodora) refere-se aos episódios sangrentos dos assassinatos dos crentes mucker, atacados e dizimados por forças policias a pedido de autoridades civis e religiosas, na medida em que a comunidade do ferrabrás crescia e ameaçava as convenções oficiais da sociedade institucionalizada. Por fim, 1826 (A ronda do lobo) recupera o período pioneiro do início da colonização germânica em terras do Rio Grande do Sul. O dramaturgo orienta sua obra, portanto, do período mais próximo para o mais antigo, evidenciando uma inversão que já é, em si mesma, uma avaliação dos acontecimentos. Para que se entenda a realidade presente, é necessário buscar os antecedentes pretéritos. É que todo este conjunto de textos está inspirado e se rege por mitos gregos, das grandes tragédias clássicas, reinterpretadas pelo dramaturgo gaúcho que, assim, cobre 115 anos de história, a partir do mito grego dos átridas, que significa o devoramento dos filhos pelos pais, que desconhecem tal condição: em última análise, o que se evidencia é que a civilização humana se erige a partir da violência e o canibalismo é a condição sine qua non a sociedade humana se constitui.

Meio que marginalmente, o volume Nove textos breves para teatro reúne alguns textos em que Ivo Bender se volta para a mitologia gauchesca do Rio Grande do Sul, satirizando valores e comportamentos valorizados por esta tradição constituída a partir do Partenon Literário, como Amor gaúcho, Casinha pequenina ou O boi dos chifres de ouro. Neste volume, encontramos também um texto que renova o mito grego de Fedra, do mesmo modo que um outro faz homenagem a Garcia Lorca (Bodas ao cair da tarde em alusão a Bodas de sangue, do poeta granadino).

Esta síntese evidencia a intensidade da produção dramática do autor. Pode-se dizer que Ivo Bender pensava e vivia dramaticamente, o que não significa que ele não desenvolvesse atividades variadas. Encontrei-me com Ivo Bender no início dos anos 1970, quando fui para a Divisão de Cultura, da Secretaria Municipal de Educação. Ali, trabalhavam Luiz Osvaldo Leite, Vaniá Brown, Rosa Maria Malheiros e Irene Brietzke, dentre outros. Aliás, foi ali que Ivo teve O auto do pastorzinho estreado, com encenação nas escadarias da própria prefeitura municipal.

Depois, reencontrei Bender enquanto aluno do Programa de Pós-Graduação em Literatura da Pucrs, no qual também estudei. Tatata Pimentel, ele e eu formávamos uma turma de estudos sobre comédia e tragédia, orientada por Regina Zilberman. Destas aulas nasceria sua tese de doutorado, publicada em livro, a respeito da comédia. Mais tarde, reencontrei-o no Departamento de Arte Dramática, o DAD, onde fui professor substituto.

Em todos esses momentos, Bender sempre foi colega e amigo, sempre pronto a ajudar, sempre atento e disponível, mas também sempre alerta para ironizar contradições ou práticas que ele considerasse irracionais. Era um observador atento e crítico, com uma perspectiva de humor cáustico, mas sempre humanizado.

Alguém já disse que se Ivo Bender tivesse nascido no Centro do País seria um dos dramaturgos mais conhecidos do Brasil. É provável que sim. Mas, ao mesmo tempo, não sei se Bender, longe do Rio Grande do Sul, teria produzido toda a obra que escreveu, pois faltar-lhe-ia a matéria-prima indispensável para isso. Felizmente, há poucos meses, o Instituto Estadual do Livro publicou na coleção Escritores gaúchos - Série digital, volume dedicado ao dramaturgo. Se pode ser verdade que o dramaturgo não chegou a se notabilizar nacionalmente por ter permanecido em Porto Alegre, não é menos verdade que seus textos sempre foram montados por grupos locais e praticamente toda a sua obra foi editada em diferentes volumes.

É evidente que agora deve haver preocupação, por parte do mesmo IEL que, na verdade, editou boa parte de seus textos em anos anteriores, reunir e organizar toda a sua obra, publicando-a num único volume a que poderá agregar avaliações e comentários de seus contemporâneos e de novas gerações. Creio que, com isso, garantir-se-ia a sobrevivência de sua obra e maior conhecimento e valorização da mesma.

De qualquer modo, é bom lembrar que, nos últimos anos, parece que insatisfeito com as possibilidades da dramaturgia, Ivo Bender vinha se dedicando mais à prosa, outra aspecto qualificado de sua obra, a ser ainda melhor analisada.

Perdemos o cidadão Ivo Bender, o que nos entristece, claro, mas não corremos o risco de perder a obra dramatúrgica do criador Ivo Bender, o que é sempre um consolo, porque isso que, no futuro, será conhecido e valorizado. É com esta produção que ele permanecerá vivo entre nós.






2 comentários:

  1. Caro Prévidi,
    A cesta que tu nos apresenta com o Leopoldense Ivo Bender, e o título do seu livro ‘Auto das Várias Gentes no Dia de Natal’, remete-me ao argentino Jorge Luís Borges e ao seu gosto por palavras, apreço que também tenho. A palavra em questão é ‘auto’, normalmente utilizada no dia a dia como um prefixo denotando ‘por si’ (automóvel, ou algo que se move por si mesmo). Não sei se gosto mais da peça ‘Auto da Compadecida’, do paraibano Ariano Suassuna, por seu valor intrínseco ou pelo título, mui belo! Aliás, um pouco de história, esse paraibano é filho do João Suassuna que foi, com sua morte por crime passional ou político, um dos gatilhos da Revolução de 30. Pessoal, lá pelo século XVI essa palavra era corrente em Portugal no sentido de ‘uma composição alegórica, um tipo de representação dramática’, por aí. Seu uso hoje é muito raro nesse sentido, próximo do nulo, mas ainda muito utilizado em termos jurídicos e policiais: exemplos, ‘um juiz só se manifesta nos autos; tu, José, precisas urgente fazer o auto desse assalto que houve.

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  2. Estou escutando algumas rádios e as equipes esportivas que estavam lacrando falando de pandemia agora estão cedendo e querendo a retomada do futebol. Na minha visão tudo para não precisar ser incoerente com seus discursos e Tb não precisar criticar o governador.

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