Sexta, 10 de janeiro de 2025

 
   


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nesta sexta,
a cesta do
j.p. da fontoura


TEXTOS DE
JOÃO PAULO
DA FONTOURA*





Caros amigos leitores desta primeira cesta de 2025, que segue abaixo, e tem como tema a Maçonaria. Eu a pesquisei e escrevi já faz algum bom tempo a pedido de um amigo maçom aqui da minha Taquari. Espero que a curtam. 
Feliz 2025! 


 MAÇONARIA



O que é a maçonaria? Quem são os maçons? É verdade que os maçons têm relações com o diabo e que promovem em suas sessões rituais satânicos, místicos, ultrassecretos, e que mantêm ligações com outros grupos também místicos como, por exemplo, os ‘illuminatis’, etc., etc.?

   
Por ser uma sociedade secreta (na realidade, não mais; foi no passado por necessidade de autopreservação) a maçonaria acaba por provocar nos comuns dos indivíduos dúvidas, preconceitos, curiosidades, medos, etc.

Certamente no passado a maçonaria foi tudo isso e ainda muito mais; hoje, não mais. Hoje, é uma sociedade discreta, universal, humanista, filosófica, ética, incentivadora e pregadora de princípios como liberdade, democracia, igualdade, fraternidade, etc.

Outro viés muito forte é o do incentivo e busca do conhecimento intelectual de seus membros.

Para a maçonaria, o homem "é bom e possui livre arbítrio" não havendo em seus princípios preconceitos de raça, religião, política, posição social.

Na questão da posição social há um enorme distanciamento entre o ideal e o prático, pois em regra seus participantes são normalmente os de cima do substrato social, tanto na nossa pequena Taquari, como nas grandes cidades do Brasil e do mundo.

São exigências normais aos candidatos à entronização (sempre indicados por membros ativos) que não sejam misantropos, que tenham boa cultura e ânsia por aperfeiçoamento intelectual.


Informações correntes nos dizem que existem no mundo – em todos os continentes – aproximadamente seis milhões de integrantes do movimento, sendo que pouco mais de 50% destes nos Estados Unidos da América.


No Brasil temos em torno de 150 mil maçons e 4.700 lojas.


Parte da mística, ao menos essa é a minha opinião, vem da necessidade dos iniciados participarem de rituais de iniciação como juramentos, assunção de compromissos: esotéricos, simbólicos.

Também há a necessidade do maçom estar integrado em uma loja.

Ela, a maçonaria, que iniciou algures lá atrás como ‘franco-maçonaria’, passou já por tantas e tantas cismas, evoluções, e reinvenções que hoje ainda se fala em maçonaria mais por tradição e teimosia – tamanhas as variantes existentes!

O objetivo da ordem era a aquisição, o estudo e a transmissão de conhecimentos, principalmente esotéricos (iluminação), daí a origem dos símbolos e signos (a tríade, o triângulo, o círculo, etc.). É improvável que alguma ordem hoje ainda mantenha esta proto-orientação.

Há duas vertentes que explicam a sua origem e formação,


Uma,
a que diz que deriva das "guildas" pré-medievais dos artífices construtores de igrejas, pontes (os pedreiros, ‘arquitetos da época’, que eram extremamente zelosos em preservar seus conhecimentos passados de pai para filho). A própria palavra ‘maçom’ vem de um termo francês que significava algo como ‘pedreiro, guilda de pedreiros’. Não podemos esquecer o vínculo com a tradição da construção, com seus objetos de culto como o ritualístico martelo, a paleta, o esquadro, o mandril, bem como os graus de: mestre, companheiro, aprendiz, etc.


A segunda vertente,
parece ser a mais forte, pois faz uma conexão com os templários, ou mais precisamente com aqueles que passaram à clandestinidade depois da violenta repressão e extinção da ordem ocorrida em 1314 com a morte na fogueira de seu líder de então.

Para entendermos um pouco dos templários, um resumo da sua história é necessário.


A Ordem dos Pobres Cavaleiros do Templo de Salomão foi fundada pelo nobre francês Hugues de Payns em 1118, e tinha por objetivo proteger os peregrinos à Terra Santa.


Dos nove cavaleiros templários originais, pouco tempo depois passou a uma força poderosa no Oriente Médio e, também, na Europa. Somente foi reconhecida oficialmente – como uma ordem religiosa e militar – pela Igreja Católica, no Concílio de Troyes, no ano de 1128.

Essa Ordem cresceu muito em termos de organização, prestígio, poder econômico, militar e, lamentavelmente, arrogância.

Mas, a despeito de todo este poder, a Terra Santa acabou caindo em poder dos sarracenos em 1201, voltando-se, então, a Ordem, à Europa onde planejava a futura retomada.

Ricos, poderosos, isentos de impostos e só submetidos às ordens do Papa e mais ninguém, passaram a atrair inveja e ódio dos poderosos - principalmente na França.

Então, em 1307, ocorreu o previsível: caíram em desgraça.


Uma aliança entre o rei francês, Filipe IV, e o Papa, fez com que os templários fossem cercados (numa sexta, 13 de outubro), presos, torturados, e por fim, queimados (não todos, somente os líderes!).

O que o rei Felipe queria era acabar com o poder paralelo dos inimigos templários e botar a mão em suas riquezas. Segundo essa tese, uma parte dos remanescentes templários acabou tornando-se maçom; outra fugiu para a Escócia formando nova organização, e uma terceira teve salvadora acolhida do reino português.

Os portugueses, fanaticamente religiosos, mas também práticos, sabiam que a riqueza maior dos templários era o seu extraordinário conhecimento em medicina, diplomacia, arte militar, mapas, estradas, arte náutica, etc.


Com eles fundaram uma nova ordem, a Ordem de Cristo, precursora da mítica Escola de Sagres, no Sul de Portugal, e das façanhas dos descobridores navegadores portugueses, cujas cruzes/símbolos estampados nas velas das suas naves lembravam, por semelhança, às dos antigos guerreiros templários.

Por fim, uma necessária explicação: as reuniões maçônicas precisavam ser absolutamente secretas, pois em regra conspiravam contra os regimes despóticos e tiranos da época –  tanto por aqui, no Brasil, quanto no mundo.

Só o fato de alguém se reunir para adquirir conhecimento, desenvolver filosofias já era um grave crime contra o estado.

Os tiranos sempre temeram o conhecimento e o saber dos seus súditos.


Muitos dos grandes movimentos que alteraram a humanidade para melhor: a revolução francesa; a independência dos Estados Unidos; a independência e formação das repúblicas latino-americanas; aqui no Brasil, a nossa independência; a nossa proclamação da república; o nosso movimento farroupilha;  e muitos outros tiveram a fundamental participação da maçonaria.

E, para isso, para que não perdessem seus pescoços, era necessário, mais que discrição, absoluto segredo! 


É isso aí, amigos, espero tê-los ajudado a entender um pouco esse importante, e sempre atual, movimento.


*joão paulo da fontoura é escritor e historiador diletante, membro da ALIVAT – Academia Literária do Vale do Taquari, titular da cadeira nº 26.

32 comentários:

  1. Adriano Luís Turelli Spezia10 de janeiro de 2025 às 20:46

    Ótimo.

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  2. Alô condomínios de Xangri-la: não é porquê o Daer é um dos órgãos públicos mais inoperantes do RS que se deve tolerar o estado lamentável da Estrada do Mar. Com uma vaquinha bem acertada entre os condomínios, daria para fazer o viaduto na entrada de Atlântida/Capão e talvez ainda sobrasse para melhorias na iluminação e sinalização das rotatórias de acesso aos condomínios.
    Seria bom ter um pouco mais de iniciativa e aprender com a Serra e SC.

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    1. Empresário pressupõe iniciativa. Logo, são meros vendedores de lotes. E, dado o estado da estrada, em breve nem isso conseguirão fazer.

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    2. Daer + empresariado local = SC agradece

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    3. Bitributação já temos aos montes, mais uma? Pq não erradicar a corrupção?

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    4. Não é bitributação, 19:50. Seria uma vaquinha, em caráter voluntário, para inclusive mostrar que é urgente um corte da carga tributária. Este tipo de iniciativa da sociedade serviria também para deixar os políticos constrangidos, no sentido de que é possível a sociedade fazer ações a si própria sem depender de governos.
      A corrupção é um câncer, mas acho que não pode justificar a falta de iniciativa. Minha questão é: se replicassemos o exemplo do pessoal da serra, que fez uma vaquinha e reconstruiu uma ponte sem esperar pelo governo, teríamos mais força política para enfrentar o status quo, no qual somos escravos dos políticos e da corrupção.

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    5. A ideia é boa. Se esperar pelos governos pouca coisa será feita.

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    6. Pois é, precisamos reconhecer que reclamamos muito e poderíamos fazer mais, para ter uma sociedade com mais autonomia em relação aos governos.

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    7. Sem dúvida, 20:35. E ao fazer mais, a população se dará conta naturalmente de que não precisa tanto dos governos. Isso muda a mentalidade de um povo, que assim se tornará mais autônomo e ao mesmo tempo refratário a pagar alta carga tributária, e só elegerá governantes que comunguem desse mesmo ideário.

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  3. As cobranças em relação a saúde devem prosseguir, é inadmissível que para consultas e cirurgias eletivas a fila virtual alcance 03 anos. Às três esferas do Estado(Município, Estado e União)têm que se mexer e apresentar melhorias urgentes!!! É brincadeira normalizar este prazo!!

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  4. Em termos de inoperância o DAER não está só; as prefeituras do litoral também são adoradoras do ócio.

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    1. Sessim é o nosso Odorico Paraguassu. Fez história no modo litorâneo de "governar".

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    2. A prioridade destas maltas das prefeituras do litoral é usar o IPTU para pagar cachês exorbitantes para músicos sertanejos. Não para prover infraestrutura. Aí é óbvio que não vai prosperar como a Serra.
      Depois a pobreza é resultado da "falta de oportunidade"...

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    3. O nível administrativo das prefeituras do litoral pode ser sintetizado pela obra de duplicação da Paraguassu entre Capão da Canoa e Capão Novo: alargaram a pista e os postes de luz ficaram no meio da via. Nem a Dilma faria pior!

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    4. Dilma é o poste...

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    5. O bom de ir para a praia é que ao voltar para Porto Alegre dá para achar que estamos em Viena ou Copenhague...

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    6. O trecho entre o final da Estrada do Mar e a Freeway, em Osório, com congestionamentos constantes, poderia ser solucionado com uma terceira pista.
      Óbvio que não dá para esperar nada do DAER, mas onde andam Gabrielzinho, Romildo e Alceu Moreira???
      Vergonha, sobretudo para Osório.

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    7. Mesmo o litoral não sendo uma região das mais produtivas do estado, merecia estradas melhores. Osório também poderia se mexer mais.

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    8. O trânsito de veículos em si é motivo mais do que suficiente para determinar um cuidado especial com as estradas. É óbvio falando, mas as autoridades fazem cara de paisagem.

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  5. Pampa Debates está na praia.
    Que saudade do tempo que nenhuma TV sintonizava lá!!!

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    1. Se os convidados do PSP em Porto Alegre já são sofríveis, imaginem os litorâneos...

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    2. O programa casa melhor com Cidreira do que Atlântida.

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  6. E olha só que coincidência; o pessoal dos condomínios e prefeituras são quase todos de alguma loja maçônica, basta a união da irmandade e tudo se ajeita. Afinal eles tem acesso aos segredos para serem mais sábios.

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    1. Não precisa de maçonaria e nem outras irmandades. Já seria suficiente ter um mínimo de iniciativa. Qual a dificuldade de conversar com Daer e doar um projeto. A execução é que seria mais difícil. Mas vale lembrar que os condomínios no passado já bancaram dois viadutos.

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  7. Muito bom, João Paulo. Eu achei que conhecia um pouco da história da Maçonaria, mas nada sabia sobre a Escola de Sagres.

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  8. O único lugar do Litoral do RS que vale a pena aproveitar é Tramandai e Oasis

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  9. Mendelski inicia o programa dele na Guaíba espichando papo de tempo e temperatura por longuíssimos 10 minutos. Apenas 40 minutos depois vem o cara da MetSul e espicha mais outros fantásticos 10 minutos com o mesmo assunto.

    Pior é que não temos para onde correr, porque só resta a rádio da gritaria, do Almirante, essa, insuportável.

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    1. O noticiário local hoje em dia se resume a previsão do tempo. Em todas as emissoras é assim.

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