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jlprevidi@gmail.com
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ACREDITO NOS ANIMAIS
(DE OLHOS FECHADOS)
DOIS MINUTOS
COM PRÉVIDI
- ADIÓS, MUCHACHOS!!
¿CUÁNDO VOLVERÁS A BUENOS AIRES?
Caros amigos leitores desta primeira cesta de 2025, que segue abaixo, e tem como tema a Maçonaria. Eu a pesquisei e escrevi já faz algum bom tempo a pedido de um amigo maçom aqui da minha Taquari. Espero que a curtam.
Feliz 2025!
MAÇONARIA
O que é a maçonaria? Quem são os maçons? É verdade que os maçons têm relações com o diabo e que promovem em suas sessões rituais satânicos, místicos, ultrassecretos, e que mantêm ligações com outros grupos também místicos como, por exemplo, os ‘illuminatis’, etc., etc.?
Por ser uma sociedade secreta (na realidade, não mais; foi no passado por necessidade de autopreservação) a maçonaria acaba por provocar nos comuns dos indivíduos dúvidas, preconceitos, curiosidades, medos, etc.
Certamente no passado a maçonaria foi tudo isso e ainda muito mais; hoje, não mais. Hoje, é uma sociedade discreta, universal, humanista, filosófica, ética, incentivadora e pregadora de princípios como liberdade, democracia, igualdade, fraternidade, etc.
Outro viés muito forte é o do incentivo e busca do conhecimento intelectual de seus membros.
Para a maçonaria, o homem "é bom e possui livre arbítrio" não havendo em seus princípios preconceitos de raça, religião, política, posição social.
Na questão da posição social há um enorme distanciamento entre o ideal e o prático, pois em regra seus participantes são normalmente os de cima do substrato social, tanto na nossa pequena Taquari, como nas grandes cidades do Brasil e do mundo.
São exigências normais aos candidatos à entronização (sempre indicados por membros ativos) que não sejam misantropos, que tenham boa cultura e ânsia por aperfeiçoamento intelectual.
Informações correntes nos dizem que existem no mundo – em todos os continentes – aproximadamente seis milhões de integrantes do movimento, sendo que pouco mais de 50% destes nos Estados Unidos da América.
No Brasil temos em torno de 150 mil maçons e 4.700 lojas.
Parte da mística, ao menos essa é a minha opinião, vem da necessidade dos iniciados participarem de rituais de iniciação como juramentos, assunção de compromissos: esotéricos, simbólicos.
Também há a necessidade do maçom estar integrado em uma loja.
Ela, a maçonaria, que iniciou algures lá atrás como ‘franco-maçonaria’, passou já por tantas e tantas cismas, evoluções, e reinvenções que hoje ainda se fala em maçonaria mais por tradição e teimosia – tamanhas as variantes existentes!
O objetivo da ordem era a aquisição, o estudo e a transmissão de conhecimentos, principalmente esotéricos (iluminação), daí a origem dos símbolos e signos (a tríade, o triângulo, o círculo, etc.). É improvável que alguma ordem hoje ainda mantenha esta proto-orientação.
Há duas vertentes que explicam a sua origem e formação,
Uma,
a que diz que deriva das "guildas" pré-medievais dos artífices construtores de igrejas, pontes (os pedreiros, ‘arquitetos da época’, que eram extremamente zelosos em preservar seus conhecimentos passados de pai para filho). A própria palavra ‘maçom’ vem de um termo francês que significava algo como ‘pedreiro, guilda de pedreiros’. Não podemos esquecer o vínculo com a tradição da construção, com seus objetos de culto como o ritualístico martelo, a paleta, o esquadro, o mandril, bem como os graus de: mestre, companheiro, aprendiz, etc.
A segunda vertente,
parece ser a mais forte, pois faz uma conexão com os templários, ou mais precisamente com aqueles que passaram à clandestinidade depois da violenta repressão e extinção da ordem ocorrida em 1314 com a morte na fogueira de seu líder de então.
Para entendermos um pouco dos templários, um resumo da sua história é necessário.
A Ordem dos Pobres Cavaleiros do Templo de Salomão foi fundada pelo nobre francês Hugues de Payns em 1118, e tinha por objetivo proteger os peregrinos à Terra Santa.
Dos nove cavaleiros templários originais, pouco tempo depois passou a uma força poderosa no Oriente Médio e, também, na Europa. Somente foi reconhecida oficialmente – como uma ordem religiosa e militar – pela Igreja Católica, no Concílio de Troyes, no ano de 1128.
Essa Ordem cresceu muito em termos de organização, prestígio, poder econômico, militar e, lamentavelmente, arrogância.
Mas, a despeito de todo este poder, a Terra Santa acabou caindo em poder dos sarracenos em 1201, voltando-se, então, a Ordem, à Europa onde planejava a futura retomada.
Ricos, poderosos, isentos de impostos e só submetidos às ordens do Papa e mais ninguém, passaram a atrair inveja e ódio dos poderosos - principalmente na França.
Então, em 1307, ocorreu o previsível: caíram em desgraça.
Uma aliança entre o rei francês, Filipe IV, e o Papa, fez com que os templários fossem cercados (numa sexta, 13 de outubro), presos, torturados, e por fim, queimados (não todos, somente os líderes!).
O que o rei Felipe queria era acabar com o poder paralelo dos inimigos templários e botar a mão em suas riquezas. Segundo essa tese, uma parte dos remanescentes templários acabou tornando-se maçom; outra fugiu para a Escócia formando nova organização, e uma terceira teve salvadora acolhida do reino português.
Os portugueses, fanaticamente religiosos, mas também práticos, sabiam que a riqueza maior dos templários era o seu extraordinário conhecimento em medicina, diplomacia, arte militar, mapas, estradas, arte náutica, etc.
Com eles fundaram uma nova ordem, a Ordem de Cristo, precursora da mítica Escola de Sagres, no Sul de Portugal, e das façanhas dos descobridores navegadores portugueses, cujas cruzes/símbolos estampados nas velas das suas naves lembravam, por semelhança, às dos antigos guerreiros templários.
Por fim, uma necessária explicação: as reuniões maçônicas precisavam ser absolutamente secretas, pois em regra conspiravam contra os regimes despóticos e tiranos da época – tanto por aqui, no Brasil, quanto no mundo.
Só o fato de alguém se reunir para adquirir conhecimento, desenvolver filosofias já era um grave crime contra o estado.
Os tiranos sempre temeram o conhecimento e o saber dos seus súditos.
Muitos dos grandes movimentos que alteraram a humanidade para melhor: a revolução francesa; a independência dos Estados Unidos; a independência e formação das repúblicas latino-americanas; aqui no Brasil, a nossa independência; a nossa proclamação da república; o nosso movimento farroupilha; e muitos outros tiveram a fundamental participação da maçonaria.
E, para isso, para que não perdessem seus pescoços, era necessário, mais que discrição, absoluto segredo!
É isso aí, amigos, espero tê-los ajudado a entender um pouco esse importante, e sempre atual, movimento.
*joão paulo da fontoura é escritor e historiador diletante, membro da ALIVAT – Academia Literária do Vale do Taquari, titular da cadeira nº 26.
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