OS "ESPECIALISTAS",
MAIS UMA VEZ,
ERRARAM MUITO FEIO!!
O texto é de Júlio Prates, advogado e sociólogo:
A principal lição da escolha do novo papa:
a sucessão de erros nas previsões
e o blefe do especialistas e vaticanistas
Desde que começaram as especulações sobre os nomes mais fortes dos candidatos a Papa, sempre tive uma posição apenas de observador, posto que não entendo nada de Vaticano e nem faço questão de entender.
Entretanto, de tanto os jornais e redes de TVs insistirem em nome desse e daquele, como todo imbecil pautado pela mídia, fui acreditando que existiam nomes mais fortes que os outros. Diogo Mainardi, no Globo News, deu um show e justificou que o bispo italiano Ângelo Scola já estava eleito e que Dom Odilo não tinha chances diante do italiano.
O cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio não estava nem entre os dez primeiros nas casas de apostas de Londres e não era citado entre os favoritos para o conclave. No entanto, a decisão dos cardeais surpreendeu e nesta quarta-feira ele foi eleito o primeiro papa latino-americano. Nunca vi nem os argentinos apontarem Jorge Bergoglio como favorito, afinal ele tinha (e tem) as mãos manchadas pelo apoio à ditadura argentina, é jesuíta e inimigo histórico da progressista familia Kirchner.
Agora, os mesmos "especialistas" que nunca sequer cogitaram o nome de Bergoglio, vão aparecer nas TVs e jornais elecando as razões da escolha recair sobre o jesuíta argentino. Convenhamos, um jesuíta Papa é uma novidade e a Companhia de Jesus, entidade mantenedora da Unisinos, deve estar vibrando com sua congênere argentina.
Os jornais italianos Corriere Della Sera e o La Republica, sempre chutaram que sabiam quem eram os três candidatos como os mais prováveis entre os 115 cardeais a suceder o papa Bento XVI. Na relação papo furado desses jornais irresponsáveis e que induziram toda a imprensa brasileira ao erro, estão o arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, de 63 anos; o cardeal canadense Marc Oullet, de 68 anos, e o italiano Angelo Scola, de 69 anos, esse - aliás - o candidato da Globo News e da Veja.
O blefe: sustentaram que os principais jornais da Itália mantêm vaticanistas, esses que eles chamam de especialistas em temas da Igreja Católica Apostólica Romana e são tidos como caríssimos consultores.
Por outro lado, todos esses especialistas apostavam que o novo Papa seria um homem progressista, que flexibilizaria o diálogo interreligioso, especialmente com os islâmicos, que acabaria com o celibato, que aceitaria mulheres rezando missas, que seria tolerante com o homossexualismo, com a camisinha... Aconteceu exatamente o contrário.
O argentino, afora ser acusado de ter entregue jesuítas da mesma ordem, para a ditadura militar do seu país, é um ultra-conservador, um reacionário de linha maior, avesso aos direitos de minorias. E por ser jesuíta, são conhecidas as posições desses com o mundo islâmico. Não vai avançar o diálogo interreligioso e - podem ter certeza - até com o judaísmo a coisa vai ficar mais complicada, todos os jesuítas que conheço odeiam judeus. Não se esqueçam que fui discípulo de uma universidade jesuítica e foi lá que estudei - em nível superior - sociologia, filosofia, antropologia e ciência política. Conheço muito bem o jesuitismo por dentro.
Em suma, aí está um novo Papa, um argentino, como Maradona e Messi. Dessa eleição, fica uma lição, os especialistas e consultores não passam de canastrões, erraram todas, mas todas, sem exceções. Só quem acertou foi o colégio dos cardeais, que foi fiel ao conservadorismo e ao reacionarismo. Pensavam uma coisa e diziam outra, largavam balões de ensaios e factóides a todo momento e os especialistas compraram lebre por gato. Um erro monumental.
Perderam mais uma para a Argentina. E o mundo vai experimentar um novo conservadorismo católico.
Parece que o sociólogo que elaborou o artigo sobre o papa, ao contrário do que disse, entende muito de vaticano, na medida em que elaborou uma verdadeira tese de causar inveja a muito doutorando. Em sua "tese", adotou, no entanto, a velha prática de escolher uma informação em detrimento de várias outras que dizem exatamente o contrário e, com base nessa "premissa" passou a "vaticanizar" da mesma forma que os que critica e chegar a conclusões absurdas. Senão, vejamos: Escreveu o sociólogo: O argentino, afora ser acusado de ter entregue jesuítas da mesma ordem, para a ditadura militar do seu país, é um ultra-conservador, um reacionário de linha maior, avesso aos direitos de minorias. E por ser jesuíta, são conhecidas as posições desses com o mundo islâmico. Não vai avançar o diálogo interreligioso e - podem ter certeza - até com o judaísmo a coisa vai ficar mais complicada, todos os jesuítas que conheço odeiam judeus.
ResponderExcluirPesquisei e descobri, está na internet a disposição de quem desejar ver, que a informação de colaborar com a ditadura militar partiu de ...um criminoso, assassino e ladrão, conhecido terrorista, que queria implantar a ditadura de esquerda em seu pais.
Por outro lado, ignorou o autor os inúmeros depoimentos dados pelos portenhos nos mais diversos meios de comunicação que conheciam o cardeal, dando conta de que era um homem simples, utilizava o metro, falava com as pessoas na rua com simplicidade e humildade, amigo dos pobres e oprimidos, nada tendo de arrogante, como tenta nos passar o autor do texto. Vários depoimentos de judeus de Buenos Aires informam que sempre foi um católico que mantinha aproximação e diálogo com os judeus.
Por tudo o que relatei discordo da conclusão do bom trabalho feito pelo sociólogo.Acredito, sim, que este papa vai melhorar a igreja, mas sempre dentro do caminho a que se propõe a própria igreja. Quem está fora dela acha que modernizar a igreja é aceitar certos comportamentos do ser humano que vão de encontro aos desígnios que a igreja diz serem vindo de Deus. Pessoas que se diziam católicas, mas queriam praticar atos que vinham de encontro a esses desígnios, mudaram de religião. Tem lugar para todos. Algumas dessas novas religiões vendem milagres a bom preço, tiram o demônio do corpo e outros que tais. Sempre a bom preço. Tem lugar para todo mundo nesse mundo de Deus.