AUTOBIOGRAFIA NÃO-AUTORIZADA
Paulo Motta
Isso mesmo! Vou começar a postar em doses homeopáticas, minha singela autobiografia, que meu eu bandalho não autorizou. Vou aproveitar enquanto estou sóbrio. Não sei se vocês vão gostar, eu achei um porre! Chama-se Pândegas & Galhofas, e conto um pedaço da minha vida sem graça no inicio dos anos 80. Depois conheci a Graça e tudo ficou muito mais bagunçado e alegre! A esculhambação é um estado de espírito que poucos conhecem.
Aquela panela com arroz mofado dentro do guarda-roupas, o balde com cuecas e meias que estão descansando desde o mês passado, a conta no bar do gringo, só Velho Arteiro e ovo, por aí vai.
A Graça era uma menina pequena, cor de jambo quando nasce, parecida com o Frankenstein, só que sem os parafusos. Mas o que lhe faltava em beleza, sobrava em iniciativa e determinação. Foi ela quem me ensinou a tomar cachaça com Olina e a gostar de Kraftwerk. Descobriu roupas que eu julgava perdidas e até dinheiro atrás da pia da cozinha.
Pena que nosso romance terminou quando ela começou a falar em trazer os pais dela do interior, pra eu conhecê-los, e deixou uma escova de dentes no banheiro.
Mas ficamos amigos. Muito legal!
Agora lembrei do Seu Pedro, segurança lá do jornal, subindo a escada e a guria da limpeza passou por ele gritando: "Com licença, Seu Pedro, senão vou perder o ônibus!", e o velhote: "Mas como é que vai perder uma coisa daquele tamanho!".
Nenhum comentário:
Postar um comentário