Sexta, 22 de maio de 2020




Jamais troquei de lado.
Por quê? Eu não tenho lado.
Ou melhor, o meu lado sou eu
...
ANDO DEVAGAR
PORQUE JÁ TIVE PRESSA 


Escreva apenas para







especial

Nesta sexta, uma cesta
de George Orwell!






Orwell afirmava que o nazismo era uma forma de capitalismo que utilizava o modelo econômico socialista.




Numa época de mentiras universais, dizer a verdade é um ato revolucionário.




Ver aquilo que temos diante do nariz requer uma luta constante.




George Orwell  era o pseudônimo de Eric Arthur Blair, que nasceu em Motihari, Índia Britânica, 25 de junho de 1903 e faleceu de tuberculose aos 46 anos em Camden, Londres, Reino Unido, em 21 de janeiro de 1950. Foi escritor, jornalista e ensaísta político. Sua obra é marcada por uma consciência profunda das injustiças sociais, uma intensa oposição ao totalitarismo e paixão pela clareza da escrita. Simpatizante do anarquismo, o escritor faz a defesa da auto-gestão ou autonomismo. Tinha discurso contra o stalinismo e pela experiência do socialismo soviético, um regime que Orwell denunciou em A Revolução dos Bichos (1945). A sua principal obra foi 1984, escrita em 1949. A história se passa num país fictício onde o regime político é totalitário. O personagem protagonista do livro é um funcionário público que relata sua opressão. O obra foi traduzido para mais de 65 países e considerado um dos seus maiores sucessos sendo adaptado para o cinema, televisão, quadrinhos e até a música.
Em 2008, o The Times classificou-o em segundo lugar em uma lista de "Os 50 maiores escritores britânicos desde 1945".
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George teve uma experiência como mendigo em Londres, fazendo o mesmo em Paris. Desta época surgiu mais uma obra, “Na Pior em Paris e Londres”.
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Juntou-se à luta no Partido Operário de Unificação Marxista, uma milícia de marxistas revolucionários não-estalinistas contra Francisco Franco e seus aliados Mussolini e Hitler, na Guerra Civil Espanhola. Foi ferido no pescoço. Uma bala danificou-lhe as cordas vocais, saindo pelas costas, e desde então sua voz ficou ligeiramente inaudível. Mais tarde escreveria o livro Homage to Catalonia, em que relata sua experiência no conflito.
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Orwell reconheceu que o nazismo era uma forma de capitalismo que utilizava o modelo econômico socialista. Em 1944, escreveu que "a palavra 'fascismo' é quase inteiramente sem sentido... quase qualquer inglês aceitaria 'valentão' como sinônimo de 'fascista'", nesse sentido, também descreveu a palavra como algo que já não tem qualquer significado, exceto para significar algo não desejável.
Em 1946, o autor previu o colapso da União Soviética que "o regime russo ou se democratiza ou morrerá". Foi considerado pelo historiador Robert Conquest, dos EUA, como uma das primeiras pessoas que fizeram tal previsão. De acordo com um artigo de Conquest, publicado em 1969, "Com o tempo, o mundo comunista será confrontado com uma crise fundamental. Não podemos dizer com certeza que ele vai se democratizar. Mas tudo indica que ele terá, como disse Orwell, que se democratizar ou perecer ... Temos também, no entanto, que estar preparados para lidar com as mudanças cataclísmicas, pois a agonia do aparelho estatal atrasado do pais, pode ser destrutiva e perigosa".
Em seu texto “Notes on Nationalism” cita o catolicismo político como uma forma de ideologia (ele chamou-o de "nacionalismo", em um sentido diferente do tradicionalmente empregado ao termo) independente de qualquer outro.
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Quanto ao movimento de não-violência Orwell argumentou que a estratégia de resistência não violenta de Gandhi poderia funcionar em países com "uma imprensa livre e o direito de reunião" que possibilitassem "não apenas apelar à opinião pública externa, mas atrair uma massa de pessoas para o movimento, ou mesmo para tornar suas intenções conhecidas pelo adversário"; sem essas condições, o escritor era cético quanto à eficiência da abordagem de Gandhi.
No final da Segunda Guerra Mundial, o escritor usou o termo guerra fria em seu ensaio "Você e a bomba atômica", publicado em 19 de outubro de 1945 no jornal britânico Tribune. Contemplando um mundo vivendo à sombra da ameaça da guerra nuclear, Orwell olhou para as previsões de James Burnham de um mundo polarizado, escrevendo:

Olhando para o mundo como um todo, a deriva por muitas décadas não foi em direção à anarquia, mas em direção à reimposição da escravidão ... A teoria de James Burnham tem sido muito discutida, mas poucas pessoas ainda consideraram suas implicações ideológicas - isto é, o tipo da visão de mundo, do tipo de crenças e da estrutura social que provavelmente prevaleceria em um Estado ao mesmo tempo inconquistável e em permanente estado de "guerra fria" com seus vizinhos.

No The Observer de 10 de março de 1946, Orwell escreveu: "após a conferência de Moscou em dezembro passado, a Rússia começou a fazer uma 'guerra fria' contra a Grã-Bretanha e o Império Britânico".
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OBRAS:

Dias na Birmânia 
A Filha do Reverendo
Mantenha o Sistema/Moinhos de Vento/A Flor da Inglaterra
Um Pouco de Ar, Por Favor!
A Revolução dos Bichos
1984
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Enquanto a substância de muitos dos romances de Orwell, particularmente Burmese Days, é tirado de suas experiências pessoais, as obras a seguir são apresentadas como documentários narrativos, ao invés de fictícios.

Na Pior em Paris e Londres
A Caminho de Wigan
Lutando na Espanha


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A massa mantém a marca, a marca mantém a mídia e a mídia controla a massa.


A maneira mais rápida de acabar com uma guerra é perdê-la.



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A amante gaúcha bancou
o seu primeiro livro

Na foto, Francis Fierz e a gaúcha Mabel Robinson Fierz (centro), com a filha Fay Fierz, em 1937. Ela foi amante, mecenas, conselheira e até agente literária informal de George Orwell:




O texto é de Euler de França Belém e está na revista Bula:

Biografia escrita por Jeffrey Meyers revela que uma gaúcha, filha de ingleses, foi amante, mecenas, conselheira e agente literária de George Orwell


“A Segunda Mais Antiga Profissão do Mundo” (Três Estrelas, 407 páginas) contém artigos-ensaios de um dos grandes polemistas da imprensa brasileira, Paulo Francis (1930-1997). Um dos textos, “O exemplo de Orwell, um individualista”, de janeiro de 1981 (o que mostra que suas ideias permanecem atuais), levou-me à leitura de duas biografias, “Orwell — La Conciencia de una Geración” (Ediciones B, 443 páginas, tradução de Maria Dulcinea Otero), de Jeffrey Meyers, e “Orwell — Biografia Autorizada”. A biografia que o jornalista comenta é “George Orwell — Uma Vida”, de Bernard Crick.

Uma das revelações de Jeffrey Meyers é que Mabel Robinson Fierz, uma das principais mecenas e, até, agente literária de George Orwell, nasceu no Rio Grande do Sul. Ela patrocinou, direta ou indiretamente, o autor de “1984” e “A Revolução dos Bichos”, romances distópicos que que todo leitor verdadeiro tem obrigação de ler — seja para concordar, discordar ou mesmo não ter opinião alguma a respeito — porque se tornaram parte do imaginário ocidental. Michael Shelden também menciona Mabel Fierz, por sinal casada com Francis Fierz (curiosamente, Paulo Francis era pseudônimo de Franz Paul Trannin da Matta Heilborn), mas não destaca que nasceu no Brasil. Logo no prefácio, Jeffrey Meyers assinala que Mabel Fierz foi a “primeira mecenas e seguidora” de Orwell.

Jeffrey registra que “Mabel Robinson Fierz foi a figura feminina mais importante das três que Blair encontrou em Southwold. Havia nascido em 1890 no RS e seus pais eram ingleses. Sabia português e falava inglês com certo sotaque, havia recebido aulas particulares em casa e chegou à Inglaterra em 1908, quando tinha 17 anos”. No Brasil, tornou-se católica.

George Orwell, quando ainda era Eric Arthur Blair, foi policial na Birmânia (lá aprendeu, rapidamente, a língua e dialetos). Quando deixou o emprego, disposto a ser escritor, sua família entrou em pânico. Mabel Fierz disse que, “quando abandonou o emprego na Birmânia, seu pai se decepcionou muito. Um filho incapaz de ganhar dinheiro, segundo a antiga concepção do sr. Blair, não era um filho adequado”. Mas, registra Jeffrey Meyers, “Eric desejava agradar seu pai e conquistar-lhe o respeito”. “Sua única ideia consistia em convencer o pai de seu valor, porque o amava e desejava que ele o amasse”, afirma Mabel Fierz.


Na foto, George Orwell com seu filho adotivo, Richard Blair, influenciou toda uma geração de escritores, como David Lodge, Ray Bradbury, Anthony Burgess (“Laranja Mecânica” deriva da literatura orwelliana), Tom Stoppard , Tom Wolfe, Norman Mailer e Paul Theroux:



Embora não fosse uma intelectual refinada, Mabel Fierz tinha amplo interesse por cultura. Procurava vincular-se a vários movimentos, seguindo “as últimas modas intelectuais” e se interessava pelas ideias socialistas (um dos motivos de sua conexão com George Orwell). Jeffrey Meyers afirma que era “encantada” com o “New Statesman” e escrevia resenhas para a “Adelphi” (revista criada pelo marido da escritora Katherine Mansfield). “O marido, Francis, era engenheiro em Londres, e a família, que incluía um filho e uma filha adolescentes, passava as férias de verão em Southwold.”



A filha de Mabel Fierz, Fay, descreveu-a como “emotiva, extrovertida, vivaz, sociável e cheia de entusiasmo por todo tipo de assuntos: uma militante entusiasta do socialismo, do pacifismo e da defesa dos animais e da naturopatia. Tinha caráter resoluto e jamais aceitava um não como resposta”. Seu filho, Adrian, acrescentou: “Mamãe era uma defensora enérgica da esquerda, mas não estava livre de certo esnobismo mesquinho e apenas conhecia as questões econômicas fundamentais. Na atualidade [Adrian foi entrevistado por Jeffreys Meyers em 1998], sua atitude a respeito dos pobres seria apontada como paternalista”. Michael Shelden sublinha que tinha interesse “por causas heterodoxas e personagens excêntricos”.

Sem trabalho, pensando em se tornar escritor, vagando pelas ruas e pintando aquarelas na praia de Southwold, George Orwell encontrou-se com Mabel Fierz, “que se mostrou simpática, atenta, compreensiva, maternal e coquete”. Treze anos mais velha do que o ex-policial e ainda não escritor editado, convidou-o para visitá-la em sua casa, em Londres. Michael Shelden sublinha que os dois “sentiram-se atraídos de imediato”. “Com nós, ele se sentia completamente relaxado e nos contava tudo. Sabia que tínhamos carinho por ele e éramos tolerantes, e em nossa residência se sentia em casa. Ele e meu marido mantinham conversações intermináveis sobre Dickens.” Como uma espécie de preceptor informal, George Orwell orientava as leituras de Adrian, indicando-lhe seus livros preferidos: “Viagens de Gulliver”, de Jonathan Swift, ou as histórias de Conan Doyle e P. G. Wodehouse. Como escritor, George Orwell admitia sua dívida com a prosa vívida e participante de D. H. Lawrence (autor de “Mulheres Apaixonadas” e “O Amante de Lady Chatterley”). “Levou-o para ver ‘Hamlet’ com Maurice Evans e ao Museu Britânico.” Com certo espírito prático e diplomático, Mabel Fierz apresentou Eric-Blair-George Orwell a vários escritores jovens e “sugeriu que passasse mais tempo em Londres para poder estabelecer contatos necessários com as pessoas” certas “do mundo literário”.


Embora mandona na família, como sua chefe, Mabel Fierz cedia aos caprichos de George Orwell. O jovem a deslumbrava do ponto de vista intelectual. Levava-o tão a sério que nem percebia seu humor irônico. “Resultava engraçado que minha mãe sempre citava as afirmações de Blair como textos sagrados até quando, segundo minhas suspeitas, as pronunciava com ironia. Por exemplo, ‘todos os chefes de escoteiros são homossexuais’ ou “todos tabaqueiros são fascistas’. A introdução ‘Eric disse’ sempre servia como prelúdio ao que ela considerava uma verdade indiscutível”, conta Adrian.

Aos poucos, deixando de ser um menino, Adrian começou a perceber que, apesar de se apresentar como um proletário, sempre esfarrapado — uma vez ganhou uma calça nova de Francis Fierz e pisoteou-a para que parecesse andrajosa —, Eric Blair apreciava boa comida e bons vinhos. E se expressava muito bem. George Orwell sabia grego, latim, inglês, espanhol, catalão, francês e birmane.

George Orwell misturava-se aos pobres de Londres e Paris. Chegou a ser preso. Ele queria vivenciar a vida dos proletários e dos homens que viviam nas ruas. Porque, para escrever a respeito, acreditava que era preciso vivenciar o que sofriam. Francis Fierz às vezes perguntava para sua mulher: “Por que Eric se obriga a sofrer?” Ao contrário do marido, um burguês, Mabel Fierz sempre procurava entendê-lo e explicá-lo de maneira empática. “Mabel justificava sua busca de experiências para castigar a si mesmo explicando que ‘sempre queria dar a impressão de que era mais duro do que realmente era’”.



“Quando Blair se deprimia por seu sentimento de fracasso”, por não ser compreendido pela família, “Mabel reconhecia sua capacidade e incentivava suas ambições literárias. Ela formulou a tese, desde cedo, de que ele era ‘um jovem muito interessante, um homem com uma visão fabulosa da vida em geral, uma curiosidade enorme e um interesse imenso de aprender’. Mabel deu a Blair justo o que a este lhe faltava em sua casa: carinho, aprovação e estímulo intelectual”, anota Jeffrey Meyer.



Quando se diz que um escritor está na moda, isso quer dizer que ele é admirado por menores de trinta anos.



O que é o fascismo?





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Os seis conselhos de
Orwell para escrever melhor


Texto de Jaime Rubio Hancock, publicado em março de 2017 no El País:


Normalmente se diz que não há regras para escrever bem. Mas não é verdade. Ajuda ter em mãos, por exemplo, as seis normas propostas por George Orwell. Seu filho, Richard Blair, as lembrou em uma entrevista feita por Bernardo Marín e publicada há alguns dias pelo EL PAÍS.

1. Nunca use uma metáfora, comparação ou outra frase feita que esteja acostumado a ver escrita.

2. Nunca use uma palavra longa se pode usar uma curta que signifique o mesmo.

3. Quando possível eliminar uma palavra, sempre elimine.

4. Nunca use a voz passiva quando puder usar a ativa.

5. Nunca use uma expressão estrangeira, una palavra científica ou um termo de jargão se puder pensar em uma palavra equivalente em seu idioma que seja de uso comum.

6. Descumpra qualquer uma dessas regras antes de escrever algo que pareça estúpido.

Orwell as incluiu em um ensaio intitulado Politics and the English Language (A Política e a Língua Inglesa), publicado em 1946 na revista Horizon. O artigo criticava principalmente a linguagem política, mas seus conselhos podem ser aplicados a qualquer texto. Por exemplo, o The Guardian o citou há alguns anos para criticar como escrevemos na internet. E também pode servir para qualquer idioma, apesar de o ponto 4, o que se refere à voz passiva, ser aplicado com mais frequência no inglês.

Para o autor britânico, essa preocupação com a linguagem não é nem "frívola" nem exclusiva dos escritores profissionais. Quando alguém se livra dos maus hábitos ao escrever, "pode pensar com mais clareza, e pensar com clareza é o primeiro passo para a regeneração da política".

Tópicos imprecisos
Na opinião do autor britânico, são dois os problemas principais de muitos textos: as imagens banais e a falta de precisão. Quando escrevemos temos que deixar que "o significado escolha a palavra, e não ao contrário", afirma. Tem que se fazer um esforço e pensar antes de começar a juntar letras, para evitar assim "as imagens desgastadas ou confusas, todas as frases pré-fabricadas, as repetições desnecessárias e os enganos e imprecisões".

Nos textos que critica se acumulam "metáforas moribundas", que foram tão usadas que perderam seu significado. Pensemos, por exemplo, em "enlouquece as redes sociais". Outro vício habitual, segundo Orwell, é o de usar termos pretensiosos com a intenção de "dar um ar de imparcialidade científica a juízos tendenciosos", além de "palavras que quase carecem de significado".

Por exemplo, termos como democracia, socialismo e liberdade, que normalmente são usados com "significados diferentes que não se podem reconciliar entre si". Não é o mesmo ler informação sobre notícias falsas em um texto do The New York Times e declarações de Donald Trump, que se apropriou dessa expressão, fake news, para classificar todas as manchetes de que não gosta.

Paradoxalmente, outra palavra que não significa o mesmo de acordo com quem a utiliza é "orwelliano", usada por "críticos de todos os lados", como publicou o The New York Times em um artigo que mencionava que esse texto, é, junto com 1984 e A Revolução dos Bichos, um dos mais influentes de Orwell.

Defender o indefensável
Como já apontamos, Orwell se preocupava principalmente em como eram mal escritos os textos políticos, algo que não podemos dizer que tenha mudado muito. Orwell cita exemplos que parecem muito atuais, como falar de "pacificação" quando "se bombardeia povoados indefesos pelo ar" ou de "transferência de população" quando "se despeja milhões de camponeses de suas terras".

"Um orador que usa essa classe de fraseologia tomou distância de si mesmo e se transformou em uma máquina" que tenta "defender o indefensável", escreveu Orwell. O que consegue é que "as mentiras pareçam verdadeiras, e o assassinato, respeitável". Como recorda Steven Pinker em The Sense of Style, essa abstração tão vaga acaba desumanizando.

Quatro perguntas
É fato que escrever mal é fácil: não precisa se preocupar como nos expressamos, basta escolher expressões do catálogo de frases feitas. Mas também leva a que os textos sejam desagradáveis e ineficazes.

Por outro lado, um escritor cuidadoso se fará ao menos quatro perguntas antes de redigir qualquer texto:

- O que quero dizer?

- Quais palavras expressam isso?

- Qual imagem ou expressão deixa mais claro?

- Essa imagem é suficientemente nova para fazer efeito?

E talvez mais duas:

- Posso ser mais breve?

- Disse algo feio que é evitável?



Quanto mais a sociedade se distancia da verdade, mais ela odeia aqueles que a revelam.



Curiosidade:
1984, o comercial da Apple





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1984

Trabalho de Cleane Lima:

Personagens

Winston Smith: é o principal personagem da obra que trabalha no Ministério da Verdade e sua função é editar reportagens de jornais antigos alterando os fatos para que o passado esteja de acordo com as diretrizes desse governo.
Júlia: uma secreta rebelde, colega de trabalho de Winston, mas que detestava o governo comandada pelo Big Brother. Jovem por quem Winston se apaixona.
Big Brother: autocrata da Oceania. Pode ser considerado uma representação simbólica do partido que comandava o governo, sendo que é uma figura que nunca foi vista por ninguém. A imagem dele se encontra em toda parte, especialmente em cartazes onipresentes com os dizerem, “Big Brother is Watching you” (O Grande irmão está te vigiando).
O’Brien: agente do governo que engana Winston e Júlia, que posteriormente se tornam seus torturadores, convencendo-os a obedecer e principalmente, a amar o Big Brother. Esse personagem pode ser considerado como o antagonista do romance.
Resumo de “1984”
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O livro trata da história do solitário Winston, funcionário do Ministério da Verdade, em Londres, pertencente à Oceania.
A Oceania, Eurásia e a Lestásia são as três potências remanescente da nova divisão que viviam em conflitos entre si. A Oceania é uma sociedade governada por um único partido (Ingsoc), um governo totalitário e repressivo que controla todos os aspectos da vida de seus cidadãos, comando representado pelo Grande Irmão (O Big Brother).
Com relação ao Partido Dominante, a sociedade de Oceania é dividida em três classes: a maioria representada pelos membros do núcleo do Partido, era a classe privilegiada; a classe média, membros externos do Partido; e os proletas, os que constituem o restante da população que suportam altíssimas cargas de trabalho e sofrem as maiores desvantagens sociais.
Winston é responsável pela propaganda e pela reescrita do passado, em que ele reescrevia jornais e documentos antigos em prol do partido. E o que não era reescrito era destruído, essa era a forma do governo se manter no poder.
Winston é da classe média, membro do Partido Externo, mas detesta o governo e seu trabalho. Ele vive pressionado a aceitar o sistema vigente, até que se apaixona por Júlia, colega de trabalho que secretamente detesta o governo, e juntos se revoltam contra o Partido.
O Partido é liderado pelo “Big Brother”, um líder ditador. O Grande Irmão, apesar de nunca ter sido visto pessoalmente, controla e vê tudo e todos.
Esse controle é feito por meio das “teletelas” que tinham em todas as casas e microfones escondidos nas ruas e pequenos helicópteros (drones) que filmam dentro das casas.
A “teletela” é como um televisor bidirecional embutido na parede em que permitia tanto ver quanto ser visto. E quando nenhum programa estava sendo exibido, mostrava a figura inanimada do “Big Brother”.
Oceania é um Estado que não tinha leis, e a única ordem era que todos deviam obedecer ao Partido. E aqueles que não obedeciam, poderiam ser denunciados a “Polícia do Pensamento”.
O papel da Polícia do Pensamento era fiscalizar o comportamento dos cidadãos, repreendê-los e puni-los, caso eles tivessem pensamento próprio e fossem contra o “Big Brother”.
Qualquer um que questionasse o Partido e os documentos que Winston reescrevia era acusado de cometer “crimideia”. Aplicado pela Polícia do Pensamento, a “crimideia” poderia sentenciar a pessoa a morte.
Após algumas atitudes de rebeldia contra o Partido, Júlia e Winston são desmascarados e presos. Winston é torturado por O’Brien, e com o tempo ele começa a aceitar o mundo autoritário do governo.
Winston passa pelo tenebroso Quarto 101, considerado o pior lugar do mundo. Os torturadores colocavam uma máscara no rosto do torturado com uma pequena abertura para uma gaiola cheia de roedores famintos. O mesmo acontece com Júlia, até que ambos não resistem às torturas e um denuncia o outro.
Winston renega o perigo maior ao Partido e passa a aceitar e a amar o Grande Irmão. Contudo, ele foi rebaixado para um trabalho ordinário num sub-comitê, enquanto Júlia conseguiu fugir do Quarto 101.
Por fim, o Partido conseguiu separar os dois que só se encontram ocasionalmente. Entretanto, não eram mais os mesmos e finalmente se adaptaram ao mundo comandado pelo “Big Brother”.

Análise de 1984

É um livro que traz questionamentos que perduram até os tempos atuais, como a vigilância 24 horas por meio das câmeras existente no mundo.
Até que ponto essa vigilância é benéfica para as pessoas? Aonde fica a liberdade quando as pessoas estão sendo vigiadas e controladas por câmeras 24 horas? 
Pode-se dizer que as “teletelas” descritas em “1984” são como as câmeras de segurança, dos celulares, tablets e computadores que também são capazes de captar e transmitir imagens.
Além disso, se discute as redes sociais e buscadores, como o Google, pois estão capturando os dados e tudo que é feito na internet no intuito de influenciar o comportamento dos indivíduos.
É um questionamento voltado para a tecnologia que tem contribuído amplamente para o controle dos cidadãos e assim, a perda da privacidade.
Uma das principais bases de “1984” é que a dominação é a alienação. Por viver sob o comando do Grande Irmão, as pessoas não exploram a própria mente ou o poder proporcionado pelo corpo.
As poucas pessoas que se davam conta que a realidade construída pelo Partido era artificial, eram perseguidas e eliminadas.
O livro é tão atual que, um caso ocorrido 2013 revelou a semelhança que há da distopia de “1984” com a sociedade atual mundial.
O caso aconteceu com o ex-técnico da CIA, Edward Snowden, na época com 29 anos. Edward foi acusado de espionagem após revelar informações sigilosas dos Estados Unidos em que o país tinha programas de vigilância que eram capazes de monitorar as pessoas de vários países do mundo.
Após a sua descoberta, Snowden teve que fugir do país para não ser preso e julgado pelo vazamento de informações do governo americano, pois ele foi acusado de espionagem.
Isso faz um paralelo com a narrativa do livro "1984", em que são punidos aqueles que contrariam ou se recusam a seguir as regras do governo e serem constantemente vigiados.

Adaptações

1984 já foi adaptado duas vezes para o cinema, uma delas em 1956 com direção do britânico Michael Anderson. O roteiro foi assinado por Ralph Gilbert Bettison e William Templeton.
No mesmo ano, o diretor Micahel Radfor lançou uma nova versão de “1984”, tendo o roteiro assinado por ele mesmo em parceria com Jonathan Gems.
Além das adaptações cinematográficas, em 1974 David Bowie lançou a canção “1984” presente no álbum “Diamond Dogs”.
Também foi inspirada no romance, a HQ “V de Vingança” de Alan Moore. E “1984” foi também o nome de um comercial da Apple que gerou muita polêmica.


Um comentário:

  1. Torço, com todas as minhas forças, para que o grupo rbs processe o grupo hospitalar moinhos de vento por ter utilizado a hidroxicloroquina no tratamento feito ao sr nelson sirotsky. Isso foi algo desumano!


    Grande abraço,
    Pedro Leon.

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