Bom Dia! Terça, 13 março 2012

INTOLERANTES DA MODA

As pessoas se aborrecem com muitas coisas. Muitos têm verdadeiros chiliques com as chamadas músicas populares. Outros tantos fazem discursos ideológicos por causa de alguns programas de TV. Essas pessoas gostam de maltratar o coração, literalmente. Parece que estão desesperadas para conquistarem um mal cardíaco.
Já tive essa fase, mas foi lá na pós-adolescência. Hoje, como dizia a minha avó Adylles, me entrego para todas essas bobagens da moda, mesmo que não me esforce para escutar, ler ou assistir.
Estou tão tolerante que sei até um trecho da música do Michel Teló - "Ai se eu te pego / Se eu te pego, ai, ai".
Assisto até, vez que outra, o Jornal Nacional, principalmente agora que não está mais aquela jacaroa na apresentação. E as novelas? No meu período de Oeisis International assisti alguns capítulos até mesmo daquela reprise em que a maravilhosa Glória Pires era a protagonista.
De volta a Porto Alegre continuo assistindo a novela do impagável Crô.
Ia esquecendo: na volta da praia, na semana passada, viemos escutando a um CD do Daniel, que a dona Rute gosta. Chatinho, mas nada que me incomodasse. Também ouvimos um da sensacional Alcione.
E daí?
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As intolerâncias não servem para nada.
(E eu escrevendo isso parece até brincadeira, mas não é. Prefiro ficar nervozinho com as mutretagens, bandidagens, roubalheiras em geral)
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Lembrei que lá pelos anos 80 cheguei no Pedrini da avenida Venâncio Aires para bater ponto. Não tinha nenhum amigo e uns caras que conhecia me chamaram para sentar com eles. Lá pelas tantas começaram a falar de grandes cantores e autores brasileiros. E eu dei o meu palpite: Ivan Lins é um dos melhores, disse. Bah, os caras caíram de pau em mim, e justioficaram: Um cara que faz "O Amor é o Meu País" é um canalha. Tentei argumentar, mas sem o menor sucesso. Um deles só falava no Geraldo Vandré. Aí baixou o implicante e eu disse que era um chato de galocha. Caiu o mundo!!
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Hoje tem um tipo parecido: ele detesta os chamados "noticiários policiais", mas adora o Jornal Nacional, que tem 70, 80 por cento de tragédias em geral.
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Por que resolvi escrever sobre isso?
Porque li ontem um texto maravilhoso, despretensioso mesmo, do Clóvis Heberle, no http://clovisheberle.blogspot.com/:

OS SHOWS DA MINHA VIDA
Fim de um tarde de sábado  em Paraty.
Escolho uma mesa de calçada no bar Cupê, no centro da cidade, e peço uma pinga da terra. Antes de beber o primeiro gole, ouço o som de um piano e uma voz conhecida, vindos da praça em frente.  Parecia Guilherme Arantes.
Levantei para conferir e vi Guilherme, num pequeno palco, cantando acompanhado apenas de seu órgão eletrônico. Me juntei aos turistas e moradores para assistir, de surpresa e de graça,  a um show lindo, emocionante.
Confesso que nunca havia prestado muita atenção na obra do compositor, cantor e instrumentista, autor, entre outros sucessos, de Lindo Balão Azul ( do programa Balão Mágico, da Rede Globo) e Aprendendo a Jogar (imortalizado por Ellis Regina).

Ali, sentado na praça, me dei conta de que só por duas músicas - Planeta Água e Amanhã -, Guilherme Arantes merece estar entre os melhores músicos brasileiros. Fiquei fã.


2 comentários:

  1. Prévidi: estes shows surpresa são muito bons. Ano passado, no dia das mães, eu e minha esposa passamos o fim-de-semana em Veranópolis. Na entrada da cidade, ao lado da torre tem o Restaurante Farina. No jantar de sábado à noite aparece o Dante Ramon Ledesma e faz uma apresentação espetacular. Assim, de surpresa, "de grátis".

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  2. Meu caro,
    assino embaixo do teu manifesto anti-intolerância. Também é uma coisa que me incomoda, e até me afastou de alguns amigos.
    Legal a menção ao meu blog. A minha discoteca é prá lá de democrática. Tenho clássicos, jazz, folclore argentino/gaúcho, música brasileira, andina, caribenha, rock, lounge e muito mais. Curto cada gênero no seu devido momento - de Mozart a Zeca Pagodinho, de Nora Jones a Marisa Monte. O critério é qualidade. Um abraço

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