Jamais troquei de lado.
Por quê? Eu não tenho lado.
Ou melhor, o meu lado sou eu
...
ANDO DEVAGAR
PORQUE NÃO TENHO PRESSA
...
ANDO DEVAGAR
PORQUE NÃO TENHO PRESSA
j
FAZER O QUÊ?
A LUTA CONTINUA!
Não tem jeito. Reciclar, redimensionar, reinventar.
Sei lá o termo certo para uma "nova fase". Mas tenho alguns princípios que não abro mão.
Não perco a piada, não deixo de me indignar, vou sempre registar o que está errado, especialmente quando os meios tradicionais de comunicação não tem uma reação a altura.
No entanto, me redimo.
Sei que o meu nível de indignação, nos últimos anos, estava - e está - muito grande. É muito assunto sério e não dá para ser assim. O brasileiro em geral já vive cercado de assuntos sérios e, por isso, tenho que dar uma aliviada.
Também vou levar mais a sério o "...eu não tenho lado". É difícil, mas tentarei.
Pra resumir, vou apostar mais no "bom humor".
E, quando der, vamos rir mais, mesmo em meio a um drama.
Enquanto isso continuo com o pepino me cutucando. Por isso peço a contribuição de todos.
Segue a vaquinha. Tenho que tentar chegar perto do necessário para atender a determinação judicial.
Além de contribuir pelo https://www.vakinha.com.br/vaquinha/ajuda-ao-blog-do-previdi
aceito qualquer contribuição em uma das contas-poupança:
BRADESCO
José Luiz Gulart Prévidi cpf 238 550 700-59
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Se preferirem a opção de depositar em uma das contas, favor avisar pelo jlprevidi@gmail.com.
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Na Vakinha pedem cadastro e é um pouquinho demorado. As transferências são muito mais rápidas.
especial
Nesta sexta, uma cesta de
RAUL FERREIRA
Uma vida profissional passada a limpo.
"O que vou fazer a partir de agora?"
Raul, entre a Cintia e Alice - duas amigas |
Durante a semana dividia meu tempo entre as aulas da FABICO com uma “bolsa trabalho” de segunda à sexta na biblioteca da Faculdade de Medicina, onde costumava emprestar livros “fora dos padrões” determinados pelas bibliotecárias, se entendesse que o aluno era necessitado eu emprestava somente pela confiança.
Por isso mesmo costumava aguardar o fechamento da biblioteca da Faculdade de Jornalismo para entrar com a Folha da Tarde do dia anterior, dar uma lida no Cahier du Cinema e sair com a Folha do dia para ler inteirinha aquela obra estética, antes de dormir. Roubava e devolvia. Foi naquele ano que por absurdo que possa parecer concorri com um brilhante colega da Engenharia ao meu primeiro trabalho com carteira assinada. Durante a entrevista com o americano ele perguntou ao meu colega qual o dia mais importante da vida dele? Foi o dia que passei no vestibular e descreveu aquela felicidade de vencer uma barreira importante da vida. Virou pra mim, ao lado dele, e repetiu a questão: E pra ti, qual o dia mais importante da tua vida? Todos, respondi. E levei a vaga para atuar na IBM do Brasil, trabalhando somente aos sábados, domingos e feriados para administrar o plantão dos técnicos da empresa, dando suporte a bancos e instituições que usavam aqueles serviços.
Era um trabalho por tempo determinado. Deu até para abrir uma caderneta de poupança que durou alguns anos.
No dia em que o colega Egon Laufer faleceu, fui até o banco e tirei todo o dinheiro afirmando que era
Os pais do Raul |
Foi um grande mergulho de cabeça no mundo artístico que eu só conhecia através das telas do cinema, porque fui levado pelos meus pais desde os três anos de idade. Na sequência veio o Grupo Choreo de Dança, dirigido pela mestra Cecy Franck, coreografias contemporâneas criadas coletivamente, temporadas em teatros da capital e muitas viagens pelo interior até de trem para o famoso Dança Alegre-Alegrete.
Com surpresa veio o convite para produzir Apareceu a Margarida, dirigida por Luiz Paulo Vasconcellos e com atuação da inigualável Sandra Dani.
Na TVE |
Uma grande temporada de sucesso absoluto, na Sala Alvaro Moreyra do Centro Municipal de Cultura foi o embrião para outra temporada de verão no Teatro Brasileiro de Comédia, o TBC, onde em outros dois teatros se apresentavam a mímica internacional Denise Stoclos e no outro a Morte Acidental de Um Anarquista com Antonio Fagundes e grande elenco. Isso tudo patrocinado pelos tijolinhos da Secretaria Estadual da Cultura, liderado pelo intelectual Jorge da Cunha Lima. Naquele período a paulicéia desvairada de quem tanto Mario de Andrade falou tinha os famosos restaurantes, Spazo Pirandello, que abrigou o movimento pelas “Diretas Já” no Brasil, Famiglia Mancini, Orvieto e Gigetto.
De volta a capital gaúcha, Por Isso Gritamos à Noite, de Delmar Mancuso, com um elenco de seis mulheres, entre elas, a “apelidada por mim” em um release, para valorizar o produto, como a Grande Dama do Teatro Gaúcho, Amélia Bittencourt (sem discussão dos colegas da imprensa que bondosamente ofereciam vastos espaços na mídia, sem questionar nada) . Ela voltava a fazer teatro nos palcos gaúchos depois de 16 anos afastada, já tendo sido premiada como atriz do TBC em São Paulo na década de 60. O escritor, Carlos Carvalho tinha a peça Champagne para Mãe Tuda que reunia no elenco a premiado atriz Aracy Esteves, o querido jornalista-ator Bira Valdez, entre outros com direção do Luiz Paulo Vasconcellos que decidiu montá-la no Teatro do DAD na avenida Salgado Filho. (Foi um grande fracasso, que também faz parte da vida artística).
O diretor Claudio Cruz estava montando a peça O Arquiteto e o Imperador da Assíria de Fernando Arrabal. Mas era necessário uma ossada real para fazer parte dos ensaios e da temporada. Ele pediu ossos de uma vaca. Mas lembrei da minha experiência na biblioteca da Faculdade de Medicina e lá encontrei um professor mais irresponsável do que eu. Ele me emprestou um esqueleto humano de verdade (de apelido Fernando, em homenagem ao autor).
O sucesso do Teledomingo |
A roda girava e o diretor Paulo Mauro da Silva com um elenco completamente amador ensaiou Jogos na Hora da Sesta, de Roma Mahieu, abordando a hostilidade durante a ditadura argentina foi ao palco da Sala Alvaro Moreyra e viajou por diversas cidades gaúchas. O tempo passou depressa no meio deste universo incrível que era a vida artística, com muita responsabilidade por gerir a vida de pessoas que mereciam muito respeito por representarem belas histórias
O ano de 1985 chegou e com ele um vazio oriundo da estagnação e da hiper-inflação. Depois do carnaval (ainda famoso) de Pelotas, recebi do prefeito Bernardo de Souza o convite para dirigir o Teatro Sete de Abril. Que orgulho! Mas a minha mãe intuiu que eu não queria voltar a morar em Pelotas naquele período. Ela e meu pai foram a uma agência da CEF sem que eu soubesse e colocaram o anel de brilhante na penhora. O dinheiro ela me deu em silêncio e me disse que sabia que eu queria fazer a minha vida profissional na capital, onde tinha estudado jornalismo.
Voltei e naquele mesmo dia encontrei embaixo da porta do apto 701 da CEU , um recado me chamando. Por indicação do colega Germano Maraschin Filho, eu estava fazendo um free-lancer em uma das “maiores agencias de publicidade do País”. Eu fazendo correção dos textos no meio de cobras como Goida, Luiz Fernando Verissimo e outros talentos reconhecidos nacionalmente. Um mês depois me apresentei ao jornalista Cândido Norberto, presidente da TVE.
Lá produzi o programas A Casa é Sua, com Martha Campos no comando e o presidente apresentando ao lado da Maria do Carmo Bueno. Nos anos seguintes fiz o programa jovem Interferência, Agenda Cultural e por fim dirigi o programa de maior audiência da história da emissora que começou com três apresentadores por dia e o primeiro convidado foi nada mais, nada menos do que Ulisses Guimarães. O presidente da TVE era o fotógrafo Leonid Streliaev e queria um produto que reunisse as forças da tv (jornalismo e produção juntos), SETE NO AR! das 22 às 24h. Um time de respeito fez parte dessa história.
A audiência explodia e deixava a concorrência incomodada. Até que o radialista Bibo Nunes ao lado de Rejane Noschang e Vera Armando aproveitaram a onda e deram sequência ao bom momento. Mas o segredo estava nos bastidores. Na produção do produto absolutamente inovador estava a jornalista Janice Brasil, Lucia Achutti, Jaldson Pias Borges e uma turma imensa desde o telejornalismo da Sonia Renner até a produção musical da Marion Bossemeyer.
Na RBS TV |
Em 1993 fiz uma inscrição para o programa “De Olho na Experiência" da RBS TV. No começo provas para mais de duzentos jornalistas com vivência em TV. Finalmente, depois de um grande período de testes ficaram sete profissionais que durante quatro meses exercitaram o telejornalismo sob a direção da jornalista Laura Rejane Manfrin. Quando tudo acabou a Laura veio me dizer que estavam querendo que eu ficasse.
Mas o medo de deixar um emprego seguro na TVE me assustou e eu disse a ela sugerindo contratar alguém do grupo que estivesse desempregado, no momento. Eu seguia no 7 no Ar, mas devido ao interesse explícito do diretor de jornalismo da RBS TV, Roberto Appel, por sugestão da colega Ivete Brandalise, procurei a psicóloga Sonia Sebenello, que sem ninguém saber nas sessões de todas as quartas-feiras, durante seis meses seguidos desempenhou a função de “COACHING”.
Em 1994 eu estava ingressando no time de editores da RBS , muito bem recebido pelo Elodio Zorzetto, seu irmão Eloi, Bete Fernandes, Lize Bainy, etc, etc, etc. Eles compreendiam que eu vinha de um outro mundo e me ajudaram a me ajustar as regras, ou saber me desajustar as regras de uma emissora comercial.
Lá fui editor-chefe do JRBS, do programa Conversas Cruzadas com Lasier Martins em 97 e 98 e nos doze anos seguintes já com direção de Raul Costa Junior assumi a direção do Teledomingo, o programa que fazia os gaúchos dormirem mais tarde, o programa que tinha um padrão diferenciado na sua qualidade de edição, um momento em que o “Rio Grande Passava por aqui”.
De grande audiência na apresentação e reportagem de Regina Lima e o criativo Tulio Milman, na reportagem e produtora que virou atração com suas matérias sensacionais e de ritmo alucinante e frenético, Isabel Ferrari. Na cozinha a experiência e competência dos editores, jornalista Horácio Duarte e depois o profissional que buscava incessantemente a inovação, Basilio Rota. Em 2008 o Raul Costa me chamou para criar um “programa de laboratório” durante três meses na TV Com. Nascia ali o Camarote TV COM com Katia Suman e Rodrigo Lopes e fiquei seis meses trabalhando diariamente com uma equipe cada dia em um lugar diferente da capital gaúcha e outra dentro dos suítes da emissora.
Depois deste processo criativo em abril de 2009 enfrentei um período dos mais difíceis da minha vida. Escutei da boca do Dr. Cristiano Assumpção da CAF, você tem uma doença grave! Era um carcinoma moderadamente diferenciado na amigdala direita. Com ajuda do diretor Eurico Meira e da Alice Urbim e a bondade da escritora Cintia Moscovith que já tinha passado pelo problema fui a luta. A ajuda de amigos foi fundamental ao ponto que o blog NA LUTA PELA VIDA o diário de um ex-fumante contou os momentos dramáticos dos bastidores do tratamento dirigido pelo oncologista Dr Jairo Lewgoy. Emagreci quase 30 quilos tomando apenas nutridrink para ficar em pé para suportar a quimioterapia e as sessões de radioterapia ,durante três a quatro meses. Tinha gente conhecida que passava por mim e não me reconhecia. Mas a competência da medicina e a força dos que estavam sempre ao meu lado, me deram energias para chegar ao fim do tratamento.
Raul e o então apresentador Lasier Martins |
Foram momentos prazerosos, vividos ao lado de Manoel Soares, Vinicius Brito, Basilio Rota, Paulo Brito, Michelle Guerra, Paula Valdez, Ana Assumpção, Ciça Kramer, Ana Luzia Pizarro, Caio Pompeu, Adriano Carvalho, Giovane Grizotti, e outros tantos repórteres e editores de imagens, cinegrafistas e motoristas fizeram o produto se reconectar com o eu público e a audiência e o share garantiram a participação nos lucros para todos os funcionários da emissora.
No final de 2013 cena que jamais esquecerei. Na minha despedida, a redação de pé me brindou com um aplauso - somente aqueles artistas com quem convivi no início da minha vida profissional mereceriam. O ano de 2014 foi sabático, apenas uma pequena experiência com o gentleman Paulo Roberto Falcão na FOX no RJ durante a Copa do Mundo me deu a alegria de me envolver com a paixão dos brasileiros chamada futebol. Nos anos de 2015 e 16 a convite da presidente Isara Marques , como chefe de jornalismo tive a oportunidade de reencontrar antigos colegas e compartilhar conhecimentos e ideias criativas com os novos. Foi outra fase repleta de prêmios e reconhecimento.
Em 2017 fui fazer a experiência de ficar no outro lado do balcão na Secretaria de Comunicação de Canoas.
No ano seguinte um convite da Ciça Kramer e da Neca Hickmann, por sugestão do Evandro Hazzy me levou durante sete meses a dirigir o Band Mulher no começo da tarde. Era a hora de colocar em prática aquilo que apreendi ao longo da carreira de jornalista. Com a liberdade editorial procurei acordar mais cedo a informação local dando ênfase a inteligência da mulher gaúcha que busca informação com profundidade, pluralidade e sem preconceitos. O prêmio para esta construção veio em novembro, justamente quando acompanhava a cirurgia da minha mãe. O programa recebeu o Prêmio PRESS de Jornalismo como o melhor do RS.
Hoje a minha mãe está recuperada. Apesar de não ter o meu pai ao lado desde 2017 ela não se entrega. No dia das mães em 2009 ela ganhou aquele anel de brilhante que havia perdido lá em 85 quando o colocou na penhora da CEF.
A vida nos ensina, os colegas com quem trabalhei me ajudaram muito a encontrar sempre o melhor caminho e a parceria coletiva sempre foi no meu entender o grande segredo da nossa sobrevivência profissional. Tenho muito orgulho da minha carreira repleta de liberdade, de conquistas, de entrega e de uma convivência vitoriosa. Mas o momento é de renovação.
Nesta Páscoa, abril de 2019, eu tomei uma decisão importante.
Vem aí outras gerações que prometem fazer muitas revoluções. Agora pretendo fazer um trabalho voluntário voltado aos pacientes oncológicos dos hospitais públicos para ajudá-los na hidratação e na busca por informações para esclarecer os melhores caminhos para a cura.
Também vou descansar, ir ao cinema, aproveitar a literatura, buscar formatos novos nas TVs a cabo, ver filmes que não vi, rever os clássicos, viajar por novos lugares e visitar cidades que não consigo esquecer. A partir de agora, nunca mais vou deixar de passar o carnaval no Rio de Janeiro, nem um ano sequer.
Estou me aposentando.
Obrigado à todos que me ensinaram e me ajudaram a enfrentar esta guerra saborosa de fazer jornalismo na televisão.
Quero com esta decisão homenagear a minha professora e mestre da FABICO, Maria Helena Weber.
A professora Maria Helena |
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AS VITÓRIAS DO RAUL
Vejam o vídeo institucional sobre a revitalização da praia de Tramandaí, a melhor praia gaúcha!!!
ResponderExcluirhttps://youtu.be/fgXk1LPt0pQ
Raul Ferreira, podes começar a escrever o livro material não falta. Bjs querido.
ResponderExcluir
ResponderExcluirRaul Ferreira, que bela história de vida, cara! Parabéns.
Que os deuses iluminem teu resto de caminho que - certamente - será longo.
Beijos para a tua mãe; para ela o anel era só um enfeite, o que valia (e vale ainda) é o bem-estar de um filho.
Mães, caro Raul, todas, são os seres mais iluminados que habitam este nosso planeta. Que falta nos fazem quando nos faltam!
Referente ao comercial de TV do Banco do Brasil, os bancos estão perdendo mercado para as Fintech (bancos web, tipo AGIBANK E NUBANK) vide https://www.startse.com/noticia/mercado/36764/bancos-devem-perder-receita-nos-proximos-anos
ResponderExcluir"A Cerca de 33% dos jovens da geração Y acreditam que não vão precisar de um banco". A geração Y e Milenium é a que o Banco do Brasil mirou em seu comercial de TV e não nós, os aposentados...
A agencia mirou, corretamente, neste publico, tanto neste caso como o do outro, que aliás o Bolsonaro nem deve ter percebido que a mulher é um homem.
Os tempos mudam. Antes não se dava emprego para quem tinha tatuagem e piercing.
Aliás, tu mesmo publicaste este comercial do Bokomoko...
https://www.youtube.com/watch?v=wSpnZ12lt4g
Achamos o máximo na época, não? Já as velhinhas devem ter boicotado o guaraná Antarctica e achado ruim o comercial...